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A APP é uma técnica de identificação de perigos que teve origem nos programas de
segurança militar criados no departamento de defesa dos EUA. Trata-se de uma técnica
estruturada que tem por objetivo identificar os perigos presentes numa instalação e que
podem ser ocasionados por eventos indesejáveis.
A APP procura pesquisar quais são os pontos de maior risco do sistema e estabelecer uma
priorização destes quando da continuação dos estudos de segurança ou de uma análise de
riscos quantificada. A técnica pode ser utilizada durante as etapas de desenvolvimento,
estudo básico, detalhamento, implantação e mesmo nos estudos de revisão de segurança
de uma instalação existente.
O seu desenvolvimento inicia-se com uma explicação sobre o sistema em estudo, e o grupo
envolvido procura, baseado na sua experiência e competência, identificar os eventos
indesejáveis. A partir desta identificação o grupo procura descrever quais seriam as causas
prováveis destes eventos e quais as suas conseqüências ou efeitos. Terminada esta fase, o
grupo deve classificar cada evento e propor ações ou medidas de prevenção e/ou proteção
para diminuir as probabilidades de ocorrência do evento ou para minimizar suas
conseqüências.
PERIGO CAUSA EFEITO CATEGORIA OBSERVAÇÕES E
DE RECOMENDAÇÕES
SEREVIDADE
APP – Análise Preliminar de Perigos
CATEGORIAS DE SEVERIDADE DOS EFEITOS
I – Desprezível
Se a falha ocorrer não haverá degradação do sistema, nem haverá danos ou lesões às
pessoas envolvidas.
II – Marginal
A falha poderá degradar o sistema de certa maneira, porém sem comprometê-lo
seriamente, não causando danos às pessoas envolvidas (risco considerado como
controlável). Danos irrelevantes ao meio ambiente e à comunidade externa.
III – Crítica
A falha irá causar danos consideráveis ao sistema e danos e lesões graves às pessoas
envolvidas, resultando, portanto, num risco inaceitável que irá exigir ações de prevenção
e proteção imediatas. Possíveis danos ao meio ambiente devido a liberações de
substâncias químicas, tóxicas ou inflamáveis, alcançando áreas externas à instalação.
Pode provocar lesões de gravidade moderada na população externa ou impactos
ambientais com reduzido tempo de recuperação.
IV – Catastrófica
A falha provocará uma severa degradação do sistema podendo resultar na sua perda
total e causando lesões graves e mortes às pessoas envolvidas, resultando num risco
maior que exigirá ações de prevenção e proteção imediatas. Impactos ambientais
devido a liberações de substâncias químicas, tóxicas ou inflamáveis, atingindo áreas
externas às instalações. Provoca mortes ou lesões graves na população externa ou
impactos ao meio ambiente com tempo de recuperação elevado.
APP – Análise Preliminar de Perigos - Exercício
Utilizando o formulário APP – Análise Preliminar de Risco em branco disponível no site,
faça a análise de riscos para a situação:
8. Manipulação de Produtos
O que aconteceria se o produto fosse liberado para o solo, atmosfera, água, etc.?
9. Resíduos
O que aconteceria se os resíduos não fossem armazenados ou tratados
adequadamente?
What if – Técnica de identificação de perigos e operabilidade
Modelo de planilha
1) Liste a seqüência de atividades que você teria que fazer para lavar 5 kg de roupa
utilizando a lavadora automática
3) Para cada uma das atividades faça a pergunta O que aconteceria se... ? e preencha
todas as outras colunas da planilha
What if –Técnica de identificação de perigos e operabilidade
Resposta do exercício
1) Liste a seqüência de atividades que você teria que fazer para lavar 5 kg de roupa
utilizando a lavadora automática:
1. selecionar roupa
2. ligar a máquina
3. encher de água
4. adicionar sabão
5. adicionar roupa
6. programar lavagem
7. desligar a máquina
8. retirar roupa
9. estender para secagem
10. limpar o filtro
continua
What if – Técnica de identificação de perigos e operabilidade
Resposta do exercício
Atividade O que aconteceria se Causas Conseqüências Observações e
Recomendações
Seleção de Fossem misturadas Falta de critério ou Roupas escuras com fiapos Criar critério de separação
roupas roupas claras e escuras conhecimento claros, roupas claras entre roupas claras e
manchadas de escuro escuras e instruir o
responsável pela atividade
Seleção de Fossem misturadas Falta de critério ou Roupas boas sujas por Criar critério de separação
roupas roupas boas e ruins conhecimento fiapos entre roupas boas e
instruir o responsável pela
atividade
Seleção de Fossem batidas roupas Falta de Danifica roupas boas, Criar critério e instruir o
roupas finas na regulagem de conhecimento, diminui sua vida útil responsável pela atividade
roupas grossas esquecimento
Seleção de Fossem batidas roupas Falta de Roupa fica mal lavada, Criar critério e instruir o
roupas grossas na regulagem conhecimento, necessitando retrabalho responsável pela atividade
de roupas finas esquecimento
Adição de Fosse lavada pouca Esquecimento, Desperdício de água Lavar apenas quando o
água roupa em nível alto de distração cesto estiver cheio
água
continua
What if –Técnica de identificação de perigos e operabilidade
Resposta do exercício
Adição de Fosse adicionado Desconhecimento Roupa mal lavada, com Utilizar padrão único (copo
sabão excesso de sabão resíduos de sabão, plástico)
vazamento de espuma,
risco de escorregamento
no piso
Adição de Fosse adicionado pouco Desconhecimento Roupa mal lavada, Utilizar padrão único (copo
sabão sabão permanece suja plástico)
Retirada da Não fosse retirada a Esquecimento Roupa úmida, com cheiro Instruir o responsável pela
roupa roupa lavada de mofo e amarrotada atividade; verificar ao
telefonar no horário do
almoço.
Metodologia HAZOP
(HAZARD AND OPERABILITY STUDIES)
A análise de perigos e operabilidade é uma técnica para identificação de perigos projetada
para estudar possíveis desvios de projeto ou de operação de uma instalação.
A técnica HAZOP de identificação de perigos é um método sistemático de questionamento
criativo e aberto que prevê uma descrição completa do processo, sistematicamente
questionando-se toda e qualquer parte deste para levantar como poderiam ocorrer desvios
e decidir quando estes podem gerar riscos.
A HAZOP consiste na realização de uma análise crítica da instalação/processo a fim de
identificar os perigos e/ou problemas de operabilidade por meio de uma série de reuniões,
durante as quais uma equipe multidisciplinar discute metodicamente o projeto/processo da
instalação.
O líder da equipe orienta o grupo através de um conjunto de palavras-guia que focalizam os
desvios dos parâmetros estabelecidos para o processo ou operação em análise.
O questionamento é focalizado em cima de cada componente da instalação/processo.
Submete-se este componente a um certo número de questões, utilizando-se palavras-guia.
Estas palavras-guia são utilizadas para assegurar que as questões que são levantadas para
testar a integridade de cada componente da instalação/processo explorarão qualquer
maneira possível na qual possa ocorrer o desvio de uma dada intenção prevista na
instalação.
Como conseqüência ter-se-á um certo número de desvios teóricos. Cada um destes é então
considerado, analisando-se como ocorre (quais as causas) e quais seriam as
conseqüências.
HAZOP (HAZARD AND OPERABILITY STUDIES) –
Palavras-guia
PALAVRA-GUIA DESVIO
Reagente
A
Reator
Reagente
B
Produto C
Exemplo de aplicação da metodologia HAZOP
(HAZARD AND OPERABILITY STUDIES)
Considere uma instalação na qual os reagentes A e B reagem entre si para formar o produto
C. Suponha que a química do processo é tal que a concentração de B não deva nunca
exceder a de A, senão ocorreria uma explosão:
Reação química: A + B = C
Algumas destas são causas claramente possíveis e, portanto, pode-se dizer que este é um
desvio importante. Outras, não.
Em seguida, para as causas possíveis deve-se passar para a próxima etapa e avaliar as
conseqüências.
Exemplo de aplicação da metodologia HAZOP
(HAZARD AND OPERABILITY STUDIES)
Palavra-guia Significado
Não Negação da intenção de projeto
Menor Diminuição quantitativa
Maior Aumento quantitativo
Parte de Diminuição qualitativa
Bem como Aumento qualitativo
Reverso Oposto lógico da intenção de projeto
Outro que Substituição completa
Análise da Árvore de Falhas – AAF
É uma das ferramentas mais úteis para a análise de risco (sistemas complexos ou
detalhados).
Abordagem é dedutiva (do geral para o específico), o que a faz boa para examinar as
condições que causaram ou influenciaram em evento indesejável.
Raramente um acidente ocorre devido a apenas um fator iniciante, mas sim por uma
conjunção de condições.
A vantagem deste método é que ele representa graficamente as relações entre os
componentes do sistema, tornando-as mais óbvias.
A Análise da Árvore de Falhas tem este nome por partir de um único evento, que é o
acidente ou a condição indesejável (ou seu oposto: um não-acidente ou condição
desejável) chamada de evento de topo.
O evento de topo pode ser um evento global (falha total do sistema) ou específico (mal
funcionamento do componente ‘X’).
O evento de topo é por onde se inicia o traçado da árvore e é resultado (o evento geral)
de uma seqüência de possíveis eventos (os eventos específicos) a serem investigados.
A investigação destes possíveis eventos, relacionados em disposição lógica de série ou
paralelo, conduz ao traçado de um diagrama que vai se alargando ou estreitando à
medida que se afasta do evento topo para baixo, assumindo assim o formato que lembra
uma árvore e seus ramos.
Assim, pode-se identificar precisamente na cadeia causal quando um evento derradeiro
ocorreu ou pode ocorrer, bem como suas relações e interfaces com os outros eventos.
Análise da Árvore de Falhas – AAF
A AAF é uma ferramenta eficiente para
Explorar os modos de falhas múltiplas
Investigar condições para eventos desejáveis (como o não-acidente)
Construir programas gerenciais de prevenção de perigos/riscos
Vantagens da AAF
Permite identificar falhas humanas, de operação e de manutenção
Permite quantificar eventos
Permite visualizar as combinações entre efeitos
Permite análises de custo/benefício
É muito usada na investigação de acidentes graves (ocorridos ou potenciais, na fase de
projeto da unidade)
Limitações da AAF
Exige documentação atualizada
Requer grande volume de trabalho
É de difícil aplicação em sistemas muito complexos
Análise da Árvore de Falhas – AAF – Símbolos
Evento topo, secundário ou contribuinte
O que vier abaixo requer investigação
Fusível
Lâmpada 2
Fonte
Quarto escuro
Lâmpadas
Falha na alimentação queimadas
+ *
Quarto claro
*
Iluminação Lâmpadas
funcionando funcionando
*
+
*
Fonte
fornece Fusível ok Lâmpada 1 Lâmpada 2
energia funcionando funcionando
Fim do Módulo 4