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Análise Preliminar de Risco (APR)

A APR abarca os eventos perigosos, cujas causas tenham origem no interior


da instalação analisada, nesse sentido, englobam tanto as falhas de sistemas, como
as operacionais de manutenção (falhas humanas). Não se pode excluir também os
eventos causados por agentes externos, tais como: sabotamento, queda de balões,
de aviões, ou de meteoritos, terremotos e inundações. A seguir apresentamos um
resumo de suas principais características:
Quadro: Quadro resumo - APR
Tipo Análise inicial, qualitativa.
Aplicação Fase de projeto de qualquer novo processo, produto ou
Sistema.
Objetivos Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase
operacional.
Princípio/Metodol Revisão geral de aspectos de segurança, através de um formato
ogia padrão, levantando causas e efeitos de cada risco, medidas de
prevenção ou correção e categorização dos riscos para
priorização de ações.
Benefícios e Elenco de medidas de controle de risco desde o início
resultados operacional do sistema. Permite revisões de projeto em tempo
hábil no sentido de dar maior segurança. Definição de
responsabilidade no controle de riscos.
Observações De grande importância para novos sistemas de alta inovação.
Apesar de seu escopo básico de análise inicial, é muito útil como
revisão geral de segurança em sistemas já operacionais,
revelando aspectos, às vezes, despercebidos.
Fonte: Tavares, 1996.

Pensando na prevenção dos riscos, estes devem ser categorizados conforme


as suas severidades, permitindo uma priorização das ações a serem tomadas. No
quadro abaixo, Tavares (1996), estabelece uma ordem crescente de priorização.
Quadro: Categoria de severidade dos efeitos da APR

Categoria Nome Características


I Desprezível Não degrada o sistema nem
seu funcionamento.
Não ameaça os recursos
humanos.
II Marginal/Limítrofe Degradação moderada com
danos menores. Não causa
lesões. É compensável
ou controlável.
III Crítica Degradação crítica com lesões.
Dano substancial. Apresenta
risco e necessita de ações
corretivas imediatas.
IV Catastrófica Séria degradação do sistema.
Perda
do sistema, morte e lesões.

Fonte: Tavares, 1996.

Hoje em dia, há uma maior preocupação e cobrança tanto dos investidores,


quanto dos clientes e/ou governo, a respeito dos níveis de segurança das obras e
projetos, por isso, prevalece às políticas para maior controle destes, visando eliminar
ou reduzir os riscos de acidentes, ainda na fase inicial, já que essa eliminação
durante ou após a construção e montagem do empreendimento, pode tornar-se mais
onerosa, constituindo-se às vezes em uma perda bastante significativa de tempo e
lucratividade.
As etapas da APR são as seguintes:

- Revisão de problemas conhecidos (experiências passadas em sistemas


parecidos);
- Revisão da missão (objetivos, procedimentos, funções, atividades, meio
ambiente).
- Determinação dos principais riscos;
- Levantamento dos pré-riscos e dos riscos contribuintes;
- Revisão e controle como forma de eliminação;
- Análise dos métodos de continência de danos;
- Designação dos responsáveis pelos planos preventivos ou corretivos

Quadro: Formulário para execução da APR.

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – APR

Objeto da análise: Viagem aérea

Fase: deslocamento de casa ao aeroporto


Executado por: _______________________________
Órgão:
Folha:
Número:
Data:
Medidas de controle de risco e
Evento indesejado ou perigoso Causas Consequências
de emergência

1- Atraso na chegada ao - Quebra do táxi; - Falta tempo para -Escolher táxi de qualidade;
aeroporto. -Trânsito despedida; -Sair com antecedência;
congestionado; - Correrias; -Utilizar táxi com rádio;
- Sair atrasado; -Perda do voo; - Levar telefone celular;
- No caso de quebra do táxi,
ligar para a central ou
solicitar que o próprio
motorista faça a
comunicação via rádio;

2- Esquecer bilhete aéreo; Falta de -Perda Do voo; -Fazer lista de verificação


planejamento e - Colocar bilhete aéreo junto
controle; com documentos
Fonte: Adaptado de Cardela, 1999.

Série de Riscos (SR) ou Análise por Árvore de Eventos (AAE)


De aplicação bastante simples, esta técnica se presta muito bem à
investigação e à análise de acidentes. A seguir apresentamos um resumo de suas
principais características:
Quadro: Tabela resumo Série de Riscos
Tipo Qualitativa
Análise “A PRIORI” e acidentes.
Aplicação

Objetivos Análise de acidentes e análise prévia para prevenção de fatos


catastróficos.
Análise de sequências de eventos por relação
Princípio/Metodologia causa/efeito, com metodologia própria, incluindo
inibições a cada elemento da séria.
Descrição do fenômeno, determinação de um
Benefícios e resultados elenco de inibições, determinação de causas re-
motas ou iniciais da sequência.
Observações Muito interessante na análise de acidentes. Bom potencial para
análise “a priori”, como prevenção de fatos catastróficos.
Simplicidade que permite o envolvimento pessoal.

Algumas etapas para o traçado da árvore de eventos são importantes.


Primeiro deve-se escolher ou definir o evento inicial, que pode conduzir ao acidente;
definir as ações que podem amortecer o efeito do evento; fazer uma combinação
dos diferentes tipos de sequências que podem surgir e, por fim, uma vez que a
árvore estiver construída, deve-se calcular a probabilidade a cada ramo do sistema
que conduz a alguma falha.

Tipos de riscos

• Inicial – É o risco originário, que se encontra no começo da série.

• Principal - Que pode causar morte, lesão e degradação da capacidade


funcional aos trabalhadores, danos a equipamento, veículo, estruturas, material etc.
• Contribuinte – Todos os outros riscos que compõem a série.
Elaboração da série de riscos

Na elaboração da série de riscos, é apresentado o passo a passo, a partir do


risco ou riscos iniciais (pode haver mais de um), de todos os riscos capazes de
contribuir na série, o que irá resultar, finalmente, no risco principal e possíveis
danos.
O inter-relacionamento dos riscos na série é feito de sequências simples, pelo
uso de comportas lógicas “E” ou “OU”. Uma vez obtida a série, cada risco é
analisado em termos das inibições que podem ser aplicadas a cada passo, desde o
risco inicial até a inibição dos dá-nos (efeitos).
Os fluxogramas podem ser utilizados para ilustrar com maior clareza a
sequência lógica de encadeamentos dos eventos, como pode--se notar na figura
abaixo relativa à série de riscos de uma atividade do ramo da construção civil. Para
contextualizar, caso não esteja familiarizado com os termos, a betoneira é um
misturador de materiais, como o concreto e a padiola é um recipiente que serve para
transporte dos materiais, como a areia. Observe o fluxograma abaixo:

Análise de Modos de Falhas e Efeitos – AMFE

É uma análise detalhada, podendo ser qualitativa ou quantitativa. A AMFE


serve para detectar os modos e os efeitos provocados pelas falhas dos
componentes de um sistema, processo ou produto, minimizando ou evitando falhas
antes que as mesmas ocorram, aumentando a confiabilidade do sistema.
Como abordado nas técnicas anteriores, a AMFE também deve ser registrada
em uma planilha própria. A planilha da AMFE pode ser vista ao final do capítulo.
Além disso, pressupõe-se que haja um bom conhecimento acerca do serviço,
sistema, processo ou produto que está sendo analisado para garantir o sucesso da
aplicação da técnica.

Objetivos da AMFE
Antecipação de falhas prováveis de ocorrer em projetos, produtos ou
processos, de modo a atuar de maneira prévia e inibir a ocorrência das falhas. Para
tanto, segundo Figueiredo (2009), faz-se necessário:

1) Realizar uma revisão sistemática das falhas de um componente para


garantir danos mínimos ao sistema;
2) Determinar os efeitos que tais falhas terão em outros componentes do
sistema;
3) Inferir quais os componentes cujas falhas teriam efeito crítico na operação
do sistema;
4) Calcular a probabilidade das falhas;
5) Simular como podem ser reduzidas as falhas.

Aplicações da AMFE

A AMFE possui diversas aplicações. Cabe destaque à aplicação da AMFE


como suporte ao processo de gerenciamento de riscos em serviços hospitalares,
além da sua aplicação na análise de falhas de sistemas agroindustriais (GARRAFA;
ROSA, 2009).

Método da AMFE

O procedimento a ser realizado à elaboração de uma AMFE, sugerido por


Helman (1995) citado por Saxer (2015), segue as seguintes etapas: definição da
equipe de execução; definição dos itens do sistema a serem considerados;
preparação e aquisição de informações de dados; análise preliminar dos itens
considerados; identificação dos modos de falhas e seus efeitos; identificação das
causas das falhas; levantamento dos controles atuais de detecção de falhas;
determinação dos itens de criticidade; análise de recomendações; revisão dos
procedimentos; preenchimento do formulário da AMFE; reflexão sobre o processo.
(HELMAN, 1995 apud SAXER, 2015).
Na década 1950, a NASA utilizou variações dessa ferramenta desenvolvida
pelos militares e a Ford Motors Company utilizou a FMEA (ou em português AMFE –
Análise de Modos de Falhas e Efeitos), para cumprir as normatizações de segurança
para veículos. Hoje existem inúmeras indústrias nacionais e estrangeiras, dos mais
diversificados setores, utilizando essa ferramenta para incrementar seu nível de
qualidade. Assista ao vídeo disponibilizado a seguir, que apresenta um exemplo de
falha de software que levou um foguete francês a ser destruído logo após seu
lançamento. A falha em questão foi no software controlador e foi detectada por meio
da aplicação do FMEA.

ANÁLISE DOS MODOS DE FALHA E EFEITOS - AMFE


Objeto da análise:
Executado por:

Órgão:

Folha:

Número:

Data:

Componente Modo Efeitos Método de Medidas de


controle de
de falha Em outros No sistema detecção
risco e de
componentes
emergência
Disjuntor Temporal. Queima do Nenhum, Visual, 1 Adquirir
Não interrompe fusível se o fusível observando disjuntor
o circuito a por alta interromper o disjuntor. de qualidade.
tempo. amperagem. o circuito. - Água sai
fria. 2 Especificar
Fusível. Ação estranha. Resistência Água não é
- Amperímetro corretamente
Fiação. Abre o circuito Deixa de liberar aquecida.
Indica baixa o disjuntor
Resistência. sem calor por falta
corrente.
sobrecarga. de
- Visual, 3 Estabelecer
corrente
observando procedimento
o fusível. de religamento
de cargas com
alerta para não
sobrecarregar o
circuito.

4 Manter
fusíveis
de reserva.

5 Fazer
verificação
das cargas
do circuito para
evitar situações
de sobrecarga.

Fonte: Carde-la, 1999.

HAZOP – Estudos de identificação de perigos e operabilidade Conceito

Essa técnica, Hazop (Hazard and Operability Studies), é uma técnica de


análise qualitativa e consiste em detectar desvios anormais do processo, ou seja,
visa identificar perigos para prevenir situações indesejáveis.
Carde-la (1999), afirma que o objeto do Hazop são os sistemas e o foco são
os desvios das variáveis de processo.
Segundo LAWLEY (1974) os principais objetivos do Hazop são identificar
todos os desvios operacionais e seus perigos associados.
Conforme la Carde (1999) p.135, as variáveis de um processo são, entre
outras: vazão, pressão, temperatura, viscosidade, composição e componentes. O
desvio é o contraste entre uma variável num certo intervalo de tempo e o valor
normal, como, por exemplo, maior vazão e menor pressão. Faz-se necessário
mensurar e controlar essa variação de maneira a evitar um comportamento
anômalo, o que acarretaria situações indesejáveis, como em tubulações que se
rompem pela pressão anormal surgida em seu interior.

Método do Hazop

O método do Hazop utiliza-se de “palavras-guia”, que servem como base para


perguntas sobre os desvios comuns, que podem aparecer durante a fase de
produção. Carde-la resume as palavras em seis, são elas: NENHUM, REVERSO,
MAIS, MENOS, COMPONENTES A MAIS, MUDANÇA NA COMPOSIÇÃO E
OUTRA CONDIÇÃO OPERA-CIONAL. Tais palavras estimulam a criatividade e o
senso crítico das pessoas, além de contribuir para o não esquecimento de tarefas
rotineiras e ações preventivas.
A aplicação do Hazop é bastante ampla, podendo ser empregado em
processos contínuos ou descontínuos. No caso de processos contínuos faz-se
necessário o uso de fluxogramas. Já no caso de processos descontínuos, a
descrição do procedimento é o principal requisito.
A equipe que integra o Hazop não deve ser muito grande, para não prejudicar
a produtividade, portanto, aconselha-se que o número de integrantes não seja maior
que sete. Abaixo segue o procedimento da técnica, conforme o tipo de processo
(RUPPENTHAL, 2013).

Exemplo de aplicação do Hazop – Processo descontínuo

Nesse tópico veremos um exemplo, retirado de Carde-la (1999), de forma


bastante didática para entendermos a aplicação do Hazop.
Na manhã de sábado, 10 de setembro de 1976, ocorreu uma explosão numa
indústria de triclorofeno, em Seveso, Itália. Uma decomposição exotérmica provocou
a ruptura do reator e a emissão de gás tóxico para a atmosfera. A elevada
temperatura do reator favorecera o aumento de TCDD (2,3,7,8 - tetraclorodibenzo-p-
dioxina) sendo uma das mais venenosas substâncias conhecidas e o acidente ficou
marcado como um dos mais graves ocorridos em todo o mundo.

No quadro abaixo, pode-se verificar a análise de dois passos do


procedimento utilizado no sistema de reação, bem como as falhas que levaram ao
acidente e como a aplicação do Hazop poderia ter sido utilizada para identificar os
perigos.
Quadro: Exemplo de Aplicação do Hazop

Instrução Falha Hazop


Destilar 50% do solvente residual O operador destilou apenas Palavra-guia: menos.
após término da batelada. 15%. Desvio: destilar menos
solvente.
Adicionar 3000 litros de água para O operador não adicionou Palavra-guia: nenhum.
resfriar a mistura de reação até nenhum litro. Desvio: não adicionar
50- nenhuma água.
60ºC.
Fonte: Carde-la, 1999, p.139.

Análise por Árvore de Falhas (AAF)

A AAF é técnica qualitativa e quantitativa de identificação de perigos e análise


de riscos, que se inicia por um evento topo. O evento topo é escolhido para estudo
e, a partir dele são estabelecidas combinações de falhas e condições que poderiam
causar a ocorrência desse evento.

Método da AAF

Carde-la (1999) elenca alguns passos do método de aplicação da AAF, como


descrito abaixo:
1 — Seleção do evento topo (perigo) identificado por qualquer das técnicas
de identificação de perigos aqui estudadas.
2 — Esquematizar os níveis subsequentes ou ramos, identificando falhas
(quaisquer) que podem causar a ocorrência do evento topo.

3 — Possibilidade de estimar a frequência de ocorrência do evento topo a


partir de dados de frequência e probabilidade de eventos básicos (cuja frequência é
geralmente encontrada em banco de dados ou registros).

TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

Análise de Causa e Consequências (ACC)


Essa técnica de avaliação de riscos requer a construção de um diagrama de
consequências, que se inicia por um evento inicial. A partir deste, os demais eventos
surgem através da elaboração de algumas perguntas, como demonstrado abaixo
(RUPPENTHAL, 2013).
Através da ACC é possível avaliar as consequências pelas formas qualitativa
e quantitativa dos eventos catastróficos de maior repercussão, além de verificar a
vulnerabilidade do meio ambiente, da comunidade e de terceiros. Escolhe-se um
evento crítico, partindo-se para um lado, com as consequências, e para outro,
determinando as causas. Existem diversas formas de se representar o diagrama de
ACC, porém, o mais conhecido é o diagrama de Ishikawa, conforme mostrado
abaixo (RUPPENTHAL, 2013).

FINANCIAMENTO DE RISCOS

NOÇÕES BÁSICAS E PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE SEGU-ROS

De acordo com Althearn (1981), citado por Azevedo (2008), o seguro pode
ser entendido como “um plano ou dispositivo social que combina os riscos de
indivíduos de um grupo, utilizando fundos contribuídos pelos membros desse grupo
para pagar pelas perdas”.
Souza (2002) também citado por Azevedo (2008) traz uma definição mais
abrangente ao definir seguro como “uma operação que toma forma jurídica através
de um contrato, em que uma das partes (segurador) se obriga com a outra
(segurado ou beneficiário), mediante o recebimento de uma importância estipulada
(prêmio), a compensá-la (indenização) por um prejuízo (sinistro) resultante de um
evento futuro, possível e incerto (risco), indicado no contrato”.
Segundo Azevedo (2008), todo contrato de seguro deve ser dotado das
seguintes características:
• Aleatório: pelo fato de depender de evento futuro e incerto.
• Bilateral: há obrigação para às duas partes. A seguradora fica obrigada a
indenizar desde que o segurado tenha quitado os prêmios.
• Oneroso: ambas as partes possuem ônus e vantagens econômicas. O
segurado tem o ônus do prêmio e a vantagem da transferência do risco. O
segurador tem a vantagem dos prêmios e o ônus de formação de fundos de reserva
para eventuais indenizações.
• Solene: há uma formalidade trazida pela apólice
• Boa-fé: trata-se do princípio basilar que o norteia. Cabe ao segurado ser
honesto (verdadeiro) em suas informações, e à seguradora também mensurar o
risco, honestamente, bem como redigir o contrato de maneira clara, de modo que o
segurado possa entender perfeitamente os compromissos assumidos.
No que diz respeito aos elementos do contrato de seguros, estes podem
diferir, dependendo do autor e de sua abordagem. Na visão de Clovis Beviláqua,
citado por Alvim (1999), são quatro os elementos de contrato de seguro, sendo eles:
o segurador, o segurado, o prêmio e o risco. Já na visão de Oliveira (2002) outro
elemento que também faz parte é a apólice. Bittencourt (2004) inclui a indenização
no lugar da apólice. Portanto, existem algumas diferenças básicas de abordagem de
um autor para outro. Definiremos todos esses elementos para maior clareza e
conhecimento.

Prêmio: É o pagamento realizado pelo segurado ao segurador.

É estipulado com base no percentual de risco que se deseja cobrir. Segurado:


Pessoa física (PF) ou pessoa jurídica (PJ) que, tendo interesse segurável, contrata o
seguro, em seu benefício pessoal ou de terceiros.
Seguradora: É uma instituição que tem o objetivo de indenizar prejuízos
involuntários verificados no patrimônio de outrem, ou eventos aleatórios que não
trazem necessariamente prejuízos, mediante recebimento de prêmios.
Risco: É o evento incerto ou de data incerta que independe da vontade das
partes contratantes e contra o qual é feito o seguro, podendo ser entendido como a
expectativa de sinistro. Pode ser classificado de duas formas: puro ou especulativo e
fundamental ou particular (DE-NENBERG et al., 1974 apud AZEVEDO, 2008).
Risco especulativo: há possibilidade de perdas ou promessa de ganhos.
Exemplo: risco ligado a uma mudança no nível de preços; se os preços subirem
ocorrem ganhos; caso contrário, temos perdas (commodities).
Risco puro: ocorrem ou não perdas, não havendo oportunidade de ganhos.
Exemplo: destruição de um armazém por um incêndio.
Fundamental: As perdas não são individuais, mas sim coletivas. Exemplo:
inflação, guerra.
Particular: As perdas são individuais (particulares). Exemplo: incêndio de uma
casa, roubo de um carro.
Apólice: É um instrumento, através da apólice, o segurado transmite à
seguradora a responsabilidade sobre os riscos.
Sinistro: É o acontecimento previsto e como acordado legalmente, obriga a
seguradora a indenizar o segurado.
Indenização: É a contraprestação do segurador ao segurado. É o pagamento
prometido na ocorrência de um sinistro.

O prêmio é o preço do seguro ao segurado. Cabe ao segurado pagar ao


segurador o valor do prêmio, estipulado conforme o percentual de risco a ser
coberto.
Os seguros também podem ser proporcionais ou não proporcionais. Os
seguros proporcionais são aqueles em que o segurado e a seguradora participam
proporcionalmente dos prejuízos advindos de um evento. Toda vez que o valor do
seguro for insuficiente (inferior ao valor do risco) o segurado torna-se coparticipante
do prejuízo. Uma relação de equivalência entre a importância recebida e a segurada
é estabelecida. (AZEVEDO, 2008).
Os seguros de materiais, equipamentos e instalações, geralmente são do
tipos proporcionais. Já os seguros não proporcionais caracterizam-se por não
apresentar uma relação de equivalência entre a importância segurada e o valor em
risco. Não há a aplicação do rateio como no seguro proporcional.
A equação para aplicação do princípio do rateio é seguinte, tal que.
I = indenização
P = prejuízo
IS = importância segurada
VR= valor em risco

Exemplo1: considere a seguinte situação hipotética de importância segurada


de R$ 1,5 milhões. Sinistro com prejuízo de R$ 400.000,00. O seguro é proporcional.
Calcule o valor da indenização (I), considerando um valor de risco (VR) de:
a) 500 mil I= 1,2 milhões
b) R$ 1,5 milhões I = 400 mil
c) R$ 2,0 milhões I = 300 mil

Quadro: Vantagens e desvantagens da adoção de seguros

Vantagens Desvantagens
A indenização após uma perda O prêmio pode ser significativo e é
garante a continuidade da operação, pago antecipadamente a perda.
com pequena ou nenhuma redução da
operação.
A incerteza é reduzida, permitindo um Tempo e dinheiro consideráveis
planejamento alongo prazo. são aplicados à escolha das
seguradoras e à negociação das
condições.
Seguradoras podem prover serviços A implantação de um programa de
tais como: controle de perdas, análise controle de perdas pode sofrer um
de exposições e determinação relaxamento com a existência do
do valor da perda. seguro.
Os prêmios de seguro são
considerados como despesas
dedutíveis
para fins de imposto de renda.
Fonte: RUPPENTHAL, 2013.

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