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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FLUMINENSE

BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

ANA LUIZA RIBEIRO VELASCO

ANÁLISE DOS MODOS DE FALHA E SEUS EFEITOS (FMEA)

CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ


2022

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1. INTRODUÇÃO

FMEA (Análise de Modos de Falha e seus efeitos) é uma metodologia de manutenção que
visa analisar os componentes do sistema, probabilidade de falhas e seus efeitos no sistema.
Sua finalidade é gerar um plano de manutenção eficiente, que evite ao máximo perdas e
paradas economicamente inviáveis.

Essa metodologia possui origens militares que datam da década de 40. Neste período o
FMEA era responsável por auxiliar a avaliação da confiabilidade dos sistemas e equipamentos
utilizados, garantindo segurança e eficiência em suas aplicações. Hoje em dia ele é aplicado
muitas vezes como uma medida preventiva, capaz de diminuir a frequência de falhas através
de um detalhado estudo acerca de suas causas e consequências.

2. COMO APLICAR

O FMEA pode ser entendido como uma ferramenta de gestão de risco. Para elaborar um
plano de manutenção com base no FMEA é preciso analisar todos os componentes e
equipamentos do sistema. A partir disso, com base em dados históricos, são estudadas as
falhas, modos de falhas e os efeitos de falha que o equipamento representa para o sistema. Por
fim chega-se ao RPN, resultado de todos os estudos feitos até então, e que dita a priorização
das tomadas de ação. Sua aplicação precisa seguir os seguintes passos:

1°) Identificar as possíveis causas de falha que o processo ou equipamento pode ter.
(modos de falha): deve ser listado tudo que existe no sistema que pode levar a uma falha.

2°) Utilizar uma matriz de riscos para avaliar as consequências de cada falha:

Nessa matriz devem estar listados todos os modos de falha já identificados. Para cada
valor, deve-se estabelecer uma tabela que mensure numa faixa de 1 a 10 a gravidade do
problema (G), a probabilidade de ocorrência (O) e a probabilidade de não detecção da falha
(D).

3°) Por fim, deve-se multiplicar os três números mensurados G x O x D e encontra-se o


RPN (risk priority number). Este é o valor correspondente à severidade de cada modo de
falha. Ele revela a prioridade das tomadas de decisão, quanto maior o RPN, maior é a
criticidade da falha. Por tanto, as tomadas de decisão devem priorizar a mitigação do modo de
falha correspondente ao maior RPN.

Após o cálculo do RPN de cada modo de falha, é preciso calcular o valor de RPN de cada
equipamento/processo. Este é um passo simples, pois basta selecionar o RPN mais alto
encontrado nos modos de falha correspondentes ao equipamento. Os ativos com maior RPN
terão maior recurso para tomada de ação em caso de falha. Veja a tabela a seguir:

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Figura 1 - Matriz de modos de Falha

Uma vez com a matriz de riscos e o RPN de cada equipamento, é feita a matriz de risco
dos ativos. As colunas correspondem à criticidade do equipamento, importância do
equipamento para o sistema; e as linhas ao número de RPN.

Assim é possível definir a estratégia de manutenção que mais se adequa às prioridades do


sistema, atribuindo as mais custosas e eficazes aos ativos mais indispensáveis; e as menos
custosas aos que não são tão essenciais ao sistema. Veja na tabela:

Figura 2 - Matriz de risco dos ativos

Os ativos que possuem maior importância dentro do processo e maior risco de falha
receberão mais atenção, com manutenções preditivas e sob condição, por exemplo, enquanto
os que possuem menor criticidade serão menos priorizados, com manutenções corretivas.
Desse modo, a partir da última tabela é possível definir as estratégias de manutenção que

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serão realizadas em cada equipamento.
Para estabelecer as ações de manutenção a serem tomadas, é preciso retornar aos modos de
falha listados na primeira tabela. As ações sempre serão orientadas pelos modos de falha. Se
por exemplo o modo de falha envolve vibração do equipamento, a ação preditiva que poderia
ser tomada seria a análise de vibrações; se envolver elevada temperatura, a ação poderia ser
termografia; e assim por diante.

3. ESTRUTURA DO DOCUMENTO FMEA

O FMEA é um documento que deve ser elaborado em forma de tabela, sua estrutura é
dividida em: cabeçalho, ponto de falha, análise da falha, avaliação do risco e análise
preventiva recomendada. Veja o exemplo a seguir:

Figura 3 - Formato do FMEA

3.1. Cabeçalho

No cabeçalho devem estar dispostos:

● Número do FMEA;
● Número da revisão (número da alteração);
● Data de início;
● Nome do responsável pelo FMEA;
● Processo que está sendo analisado;
● Área analisada;
● Sistema analisado;
● Equipe que está participando da elaboração do FMEA;
● Responsável pela revisão.

Veja a seguir:

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Figura 4 - Cabeçalho do FMEA

3.2. Ponto de falha

O ponto de falha revela os possíveis lugares em que as falhas podem ocorrer, ou seja, os
equipamentos. Aqui são listados o nome do equipamento, função e componentes que podem
provocar as falhas. Veja na imagem:

Figura 5 - Ponto de falha

3.3. Análise de Falha

A análise de falha é basicamente dividida em três pontos:

● Modo de falha: forma como a falha se apresenta;


● Efeitos de falha: consequências da falha no processo;
● Causa da falha: o que gerou a ocorrência da falha;

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Figura 6 - Análise de falha

3.4. Avaliação de Risco

Aqui é o local onde é inserido o cálculo do RPN. São listadas a


probabilidade de ocorrência, a severidade e a chance de detecção.
Por fim é feita a multiplicação dos três, que resulta no RPN.

Figura 7 - Avaliação de risco

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3.5. Ocorrência

Nesse campo devem ser listadas as chances da falha ocorrer. Deve possuir a probabilidade
de falha, as taxas de falha possíveis e o índice de ocorrência, como na figura:

Figura 8 - Ocorrência da falha

3.6. Severidade

Este é o impacto da falha na produção ou na segurança. Aqui são listados o grau de


severidade, efeitos e o índice de severidade. Este índice se dá através do estudo da severidade
da falha e varia de 1 a 10, onde 1 significa que não gera impacto e 10 que o impacto é
extremo. Como no exemplo:

Figura 9 - Severidade

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3.7. Detecção

Este campo é responsável pelo registro da probabilidade de detecção da falha. É dividido


em:
● Detecção: chance da falha ser descoberta;
● Critério;
● TIpos de inspeção;
● Faixas sugeridas dos métodos de detecção;
● Índice de detecção;

Veja na figura:

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3.8. Ações preventivas recomendadas

Por último, deve-se listar todas as ações preventivas que podem ser tomadas para evitar ou
identificar as falhas em estado inicial, como no exemplo:

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4. BIBLIOGRAFIA

As fontes utilizadas nesse trabalho podem ser encontradas nos seguintes links:

https://www.youtube.com/watch?v=ONqLvlHSc-Q
https://www.youtube.com/watch?v=9uRKSpjJyaw
https://www.youtube.com/watch?v=t9MKb2h0MDY
https://engeteles.com.br/fmea-o-que-e-como-fazer/
https://www.manutencaoemfoco.com.br/fmea-analise-modos-de-falhas-e-efeitos/

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