Você está na página 1de 34

Análise de Falha:Análise de

Modos de Falha e Efeitos (FMEA)

Prof. Dr. Daniel E. Castro


1- Visão Geral da FMEA

É uma ferramenta de baixo risco, mais eficiente para a


prevenção de problemas e a identificação das soluções
mais eficazes em termos de custo, a fim de prevenir
esses problemas. A FMEA é uma técnica que oferece três
funções diferentes:

Prognosticar problemas

Desenvolver e executar projetos, processos e


serviços (novos ou revisados)

Documentar rotinas de processos ou serviços


(execução)
1.1- Tipos de FMEA

Existem dois tipos de FMEA, que surgiram em meados da


década de 60.

FMEA de Projeto (DFMEA): Design Failure Mode and


Effect Analysis

FMEA de Processo (PFMEA): Process Failure Mode and


Effect Analysis

O que devemos fazer para prevenir as falhas potenciais


do projeto?

O que devemos fazer para prevenir as falhas potenciais


do processo?
1.2- Elementos básicos da FMEA
Planejamento do FMEA.
Selecionar o projeto de FMEA com o maior potencial de
retorno de qualidade e confiabilidade
Seleção dos Modos de Falha
Como pode falhar (projeto/processo)
Determinação das Causas dos Modos de Falha
Por que falha (projeto/processo)
Determinação dos Efeitos dos Modos de Falha
O que acontece quando falha (projeto/processo)
Priorizar os Modos de Falha
Utilizar conceitos de RISCO de falha (RPN, IO, ID, IG)
1.3- Benefícios Mensuráveis do FMEA

A elaboração da FMEA exige custo inicial para a


organização (homem hora de pessoal envolvido). Esse
custo inicial pode ser um investimento, se a FMEA for
realizada com eficácia e implementada. Esse retorno do
investimento será percebido pela organização, sob a
forma de redução dos custos de falha. O desenvolvimento
da efetividade da FMEA exige o acompanhamento de três
tipos de custo:

1- Custo de Prevenção
2- Custo de Avaliação

3- Custo de Falha (diretos e indiretos)


$

Custo de Custo de Custo de


Prevenção Avaliação Falha
Pouco ou nenhum investimento em prevenção
Investimento com implementação
Investimento sem implementação
2- Pré-requisitos para a FMEA

Antes de iniciar uma FMEA, é necessário preencher


alguns requisitos básicos, que garantam o bom
desempenho das tarefas:
1- Selecionar um Responsável pela FMEA
2- Selecionar uma equipe participante

3- Selecionar o tipo de abordagem (top-down:


sistema, subsistemas, componentes), ou botton-
top:componentes, subsistemas, sistema)

4- Saber atribuir valores com eficiência e precisão,


mesmo quando a equipe não chegar a um acordo
2.1- Elementos básicos da FMEA
2.1.#1- Cabeçalho da FMEA

É importante que o cabeçalho da FMEA contenha todas


as informações necessárias para identificar precisamente:

1- Objeto da FMEA (sistema, projeto, processo)


2- Responsável pela FMEA
3- Data de início da FMEA
4- Responsável pela manutenção/revisão da FMEA
5- Documentos afetados pela FMEA (Projetos,
processos, planos de manutenção, etc.)
2.1.#2- Funções

O que esse projeto, processo ou serviço deve fazer para


satisfazer os clientes?
Uma regra básica é não permitir que a equipe discuta
outras colunas da FMEA, além da que está sendo
desenvolvida no momento.
Para esgotar todas as funções do sistema, projeto,
processo ou serviço pode ser utilizada a técnica de
Brainstorming

Exemplo- Objeto: Copo descartável


Funções: Armazenar líquido, isolar termicamente, ter
boa aparência, ser segurado nas mãos, ser descartável,
resistir a derramamentos quando se está dirigindo......
As funções devem ser concisas e exatas:

Função: isolar termicamente

Funções Modo de Falha Efeitos Severidade

Manter o Café está frio Gosto Baixa


café ruim
quente

Manter as Mãos Queimadu Alta


mãos frias queimadas ras de
primeiro
grau
2.1.#3- Modos de Falha
Entende-se por Modo de Falha, os eventos que levam
associados a eles uma diminuição parcial ou total da
função do produto/serviço e de suas metas de
desempenho
1- Descreva a maneira pela qual o componente falha.
Exemplo: Eixo fraturado, cabo cortado, etc.
2- O esforço deve concentrar-se na forma como o
processo ou sistema pode falhar e não se falhará ou
não falhará
3- Evitar descrições genéricas: ‘’amplificador não
funciona’’, motor parou !!!!,

4- Modos de falha padrão: Aberto, desbalançeado,


poroso, rugoso, deformado, trincado, etc...
Exemplo de Modos de Falha a serem considerados:

1- Falhas já ocorridas em itens similares


2- Falhas observadas na falta de manutenção
preventiva
3- Falhas não ocorridas e que podem ocorrer de fato
4- Falhas pouco prováveis e com conseqüências
catastróficas
5- Falhas de operação (solicitar ajuda ao pessoal de
operação!)
2.1.#4- Efeitos
Entende-se por Efeitos do Modo de Falha as formas
como os modos de falha afetam o desempenho do
sistema, do ponto de vista do cliente. É o que o cliente
observa !!!!
1- Perguntar: O que acontecerá se ocorrer o modo de
falha descrito? Que conseqüências o cliente poderá
sofrer?.
2- Tomar cuidado para não confundir o efeito com o
modo de falha !!!
3- Lembrar que um modo de falha pode ter mais de
um efeito, relacionar todos eles.
4- Efeitos padrão: consumo excessivo, vazamento de
ar, ruído excessivo, desgaste prematuro,.....etc.
Efeitos e níveis de análise
2.1.#5- Severidade (Gravidade dos Efeitos)

A severidade ou gravidade dos efeitos dos modos de


falha é normalmente medida em uma escala de 1 a 10, o
número 1 indica que o efeito não é sério aos olhos do
cliente, o número 10 indica os piores efeitos dos modos
de falha
1- Um Modo de Falha poderá ter tantos índices de
severidade ou gravidade quantos forem os seus
efeitos !!!
Marginal

Baixo

Moderado

Alto

Muito alto
2.1.#6- Causas dos Modos de Falha
Entende-se por Causas do Modo de Falha os eventos
que geram (provocam, induzem) o aparecimento do modo
de falha.
1- Perguntar: Que variáveis do processo podem
provocar este modo de falha?
2- Descreva de maneira simples e concisa o fator,
embora potencial, que é origem da falha
3- Evite informações genéricas, procurar a causa
fundamental (causa raiz) do modo de falha
4- Formular as causas, de forma que possam ser
propostas ações preventivas e/ou corretivas
5- Causas padrão: erro de montagem, torque
excessivo, falta de lubrificação.....etc.
2.1.#7- Ocorrência da Causa do Modo de Falha

Existem duas abordagens, que podem ser utilizadas ao


questionar a freqüência de ocorrência:

1- Com que ocorrência acontece o Modo de Falha?

2- Com que ocorrência acontece a causa do Modo de


Falha ?

A primeira abordagem permite reduzir mais eficazmente


as causas raiz do Modo de Falha.Na segunda
abordagem, nem sempre se reduz a freqüência do Modo
de Falha, já que nem sempre a causa raiz é considerada
na análise. Esta diferença sutil entre estas duas opções
deve ser avaliada pela equipe responsável pela FMEA.
Avaliação qualitativa do
índice de ocorrência
Avaliação quantitativa do índice de ocorrência
Avaliação quantitativa do
índice de ocorrência
para incidência de falhas
de produto
2.1.#8- As Formas de Controle

Registre as medidas de controle implementadas durante


a elaboração do projeto ou no acompanhamento do
processo, que permitam:

1- Prevenir a ocorrência de falhas


2- Detectar falhas ocorridas e impedir que cheguem
ao cliente (ou que o cliente perceba os efeitos das
falhas)
Exemplos para controle de projeto: Revisões de
projeto, planos de teste, técnicas estatísticas
Exemplos para controle de processo/serviço: Planos
de controle, planos de inspeção, auditorias, CEP.
2.1.#9- Detecção do Modo de Falha

É o índice que avalia a probabilidade de a falha ser


detectada antes que o produto chegue ao cliente (ou que
o efeito da falha interfira com o processo do cliente)

1- O índice de detecção deve ser atribuído olhando-se


para o conjunto ‘’modo de falha-efeito’’ e para os
controles atuais exercidos
2- Para avaliar adequadamente este índice, é
necessário perguntar qual é a chance de detectar a
falha antes que os seus efeitos sejam percebidos pelo
cliente
Exemplos para controle de projeto: Revisões de
projeto, planos de teste, técnicas estatísticas
Índice de Risco (Risk Priority Number – RPN)

É um índice global, que avalia a ocorrência das causas


dos modos de falha, a severidade dos efeitos dos modos
de falha e a detecção dos modos de falha. É definido
como o produto dos três índices anteriores:

RPN = IG X IO X ID

Observar que o RPN é uma maneira mais precisa de


hierarquizar os modos de falha.

Observar que o RPN pode subestimar modos de falha


com altos IG e baixos ID, levando a situações perigosas
na tomada de decisão.
Uma nova interpretação pró-ativa da FMEA

Uma nova abordagem estritamente baseada na


severidade e na ocorrência, utilizando um gráfico de
áreas, permite uma interpretação mais pró-ativa da
FMEA. Antes de alocar recursos para melhorar a
detecção, todas as oportunidades de redução de
ocorrência e minimização dos efeitos dos modos de falha
devem ser considerados.
Exercício FMEA
Fiação

Sensor
SISTEMA DE
AQUECIMENTO
Resistência
AC

Controlador Fonte
(PLC)

Contexto Operacional: Indústria alimentos


Volume necessário de água aquecida: 10.000 litros por dia
Capacidade tanque: 2.000 litros
Tempo de aquecimento: 1 hora
Temperatura máx: 50 0C
1- Construir o FMEA
Temperatura mín: 45 0C
2- Priorizar os Modos de Falha

Você também pode gostar