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RA5:
Diagnosticar e analisar as falhas e avarias
mecânicas em equipamentos industriais.
Aula 5
Elaborado por:
Defeito, segundo Filho (2008), é a alteração de alguma condição, que tire do equipamento
ou sistema a sua função normal, gerando uma redução de velocidade ou pequenas avarias na
produção, este não gera uma parada no equipamento.
De acordo com a NBR 5462 – 1994, o defeito é o desvio de uma característica de um item
em relação a seus requisitos (Viana, 2002, apud NBR 5462 – 1994). Ainda segundo, Ibid
(2002), existe também o defeito crítico, este é, um defeito maior que pode futuramente chegar
a ser uma falha ou gerar danos à saúde das pessoas ou materiais ou qualquer dano que seja
inaceitável.
Falha, segundo a NBR 5462-1994 é o fim da capacidade de um item continuar a executar
sua função requerida. Depois da falha o item tem uma pane (Viana, 2002, apud NBR 5462-
1994).
Falha, para Filho (2008), é a definição dada a um equipamento ou sistema que deixa de
cumprir com sua função principal, ou seja, que é impedido de cumprir com sua função
específica, a falha ocorre quando gera uma parada para realizar algum tipo de intervenção
mecânica.
F ERRAMENTAS DA Q UALIDADE E A NÁLISE DE F ALHA
As ferramentas da qualidade contribuem para o melhoramento e manutenção dos processos
visando a melhoria contínua. (Gonçalves et al, 2012). Ainda segundo (Goncalves et al, 2012
apud Brassard, 2004) as ferramentas da qualidade têm por objectivo encontrar as causas dos
problemas, pois, focar nos sintomas e não na causa é o principal obstáculo que as indústrias
têm a superar, por isso é necessário utilizar destas ferramentas de forma estruturada para que
se encontre a causa raiz dos problemas através da análise de falhas.
Para Matins & Laugueni (2005) a análise de falhas é uma técnica utilizada para analisas as
não conformidades durante o processo. Segundo Baptista (2011) a análise de causa raiz como
também é conhecida a análise de falhas, é imprescindível para que a manutenção consiga sair
do ciclo de intervenções correctivas e comece a ser mais estratégica.
Os autores Pinto & Xavier (2012) consideram que a análise da causa raiz é uma
metodologia que busca evitar a reincidência de uma falha, através da análise das falhas já
ocorridas de maneira a descobrir qual foi a causa fundamental e denominar acções para sua
correcção.
A análise de falhas é um plano de acção estruturado que tem como objectivo prevenir não
conformidades em processos produtivos, avaliando seus resultados de forma constante. Em
outras palavras, podemos dizer que essa é uma maneira de se antecipar aos possíveis
problemas que podem ocorrer nas diferentes etapas da linha de produção, agindo de forma
eficaz para evitá-los.
Muitos dos critérios que orientam a análise de falhas foram estabelecidos no método FMEA
(Failure Mode and Effect Analysis), que foi desenvolvido pelos próprios representantes da
indústria ainda na década de 50 e segue sendo aprimorado até os dias de hoje.
Suas directrizes são:
A identificação das causas dos diversos tipos de falha que podem ocorrer;
A avaliação das possíveis consequências, desde a produção até o atendimento dos
clientes.
Eng.º. Ildo Alberto Punguane Página 1
Esta análise de falhas de equipamentos, danos ou defeitos de peças tem duas finalidades:
Apurar a razão da falha, para que sejam tomadas medidas objectivando a
eliminação de sua repetição;
Alertar o utente a respeito do que poderá ocorrer se a máquina for usada ou
conservada inadequadamente
Com base em situações adversas já observadas, a análise de falhas visa reduzir e, até mesmo,
eliminar a recorrência desses episódios. Vale lembrar que o uso dessas técnicas não
substitui uma mão-de-obra de manutenção qualificada, mas são valiosos recursos para
aprimorar a actuação desses profissionais.
Segundo Baptista (2011) a metodologia que a empresa ABB full Service utiliza é um
óptimo exemplo de metodologia de análise de falhas e consiste nas seguintes etapas:
Definir o Problema;
Verificar a necessidade de realização da análise;
Identificar as possíveis causas;
Verificar as reais causas;
Propor soluções para o problema;
Implantar as soluções;
Acompanhar os resultados.
É importante que estes passos sejam realizados de forma estruturada e que não haja erro
durante esses processos, então é necessário utilizar de ferramentas mais assertivas para a
realização destas actividades.
Importância da análise de falhas na manutenção
Em um ambiente industrial competitivo como o actual, em que uma série de factores
pode influenciar no sucesso de uma empresa, os gestores devem voltar cada vez mais suas
atenções às corretas práticas de manutenção de seus equipamentos. Dessa maneira, será
possível manter altos os índices de eficiência e de disponibilidade nos processos operacionais,
destacando-se em meio aos concorrentes.
Ao reduzir a incidência de falhas e o período de inactividade do maquinário,
situações que impactam directamente na produtividade, a análise de falhas na manutenção
resulta também em um aumento na confiabilidade da empresa. Com menos problemas
ocorrendo na linha de produção, ficará mais fácil cumprir com todos os prazos e demandas
sem atrasos, mantendo a alta qualidade do produto final.
Outra vantagem é que equipamentos operando sempre sob o monitoramento da análise
de falhas se tornam mais seguros, o que tende a reduzir as ocorrências de acidentes de
trabalho. Todos esses benefícios reflectem também nas finanças, promovendo uma
significativa redução de custos. Afinal, as perdas relativas às interrupções na produção e seus
consequentes esforços correctivos se tornarão menores, podendo também aumentar a margem
de lucro do negócio.
Como é possível perceber, a análise de riscos pode representar uma série de benefícios
para todo tipo de indústria, demonstrando que a melhor forma de economizar certamente não
é abrindo mão da manutenção adequada do maquinário.
1. Especificação do problema
Ao se deparar com um problema operacional, o primeiro passo é identificar suas
causas de forma precisa. Para auxiliar nessa tarefa, existem métodos que apresentam bons
resultados e são muito empregados no meio industrial.
Um deles é chamado de “cinco ‘porquês'”, que permite verificar as causas e os efeitos
de uma falha apenas questionando por que o problema aconteceu e formulando novas
perguntas, a partir das respostas anteriores. Há também métodos mais aprimorados — como o
Diagrama de Ishikawa (também chamado de Espinha de Peixe), o Diagrama de Pareto e a
Árvore Lógica de Falhas — que ajudam nessa etapa fundamental da análise.
2. Elaboração de hipóteses
No momento da elaboração de hipóteses, deve-se considerar todos os eventos que
podem ter contribuído para a ocorrência da falha. Uma boa dica é promover
um brainstorm (chuva de ideias, em tradução livre) com pessoas de diferentes sectores da
empresa, a fim de reunir pontos de vista diversos que podem auxiliar nessa etapa.
3. Verificação das hipóteses
Na terceira etapa são feitas as verificações das hipóteses formuladas anteriormente.
Deve-se então verificar se existem evidências que sustentem a hipótese formulada para
descobrir se elas são pertinentes dentro da análise.
Aquelas que não se mostrarem compatíveis com as evidências disponíveis são
descartadas. Assim, se torna possível identificar qual delas é a mais provável para uma análise
mais aprofundada.
4. Análise dos controles existentes
De acordo com cada hipótese em análise, é preciso verificar quais são os controlos
existentes até aquele momento para impedir a ocorrência de falhas no equipamento. O
objectivo será avaliar se essas práticas estão sendo realmente efectivas para controlar os níveis
de operação do equipamento ou se precisam ser reformuladas para optimizar seu desempenho
e evitar ocorrências.
5. Avaliação de índices de falhas
Os principais índices de falhas que devem ser analisados na quinta etapa são:
Probabilidade de ocorrência;
Severidade da falha e;
Probabilidade de detecção da falha.
A avaliação deve ser feita atribuindo notas de 1 a 10 para cada índice, sendo que as maiores
notas representam maior grau de risco. Assim será possível medir quais falhas demandam
mais atenção e precisam ser resolvidas de forma prioritária.
6. Elaboração de acções de correcção e prevenção
5W2H
Para Peinaldo & Grael (2007) o método 5W e 1H recebeu este nome em função das letras
iniciais de algumas perguntas em inglês que ajudam a esclarecer situações, eliminando
dúvidas que, de outra forma, podem ser extremamente prejudiciais a qualquer atividade
empresarial. Após algum tempo se acrescentou um H para descrever o quanto custa, este
método permite que se tenha uma visibilidade maior sobre o acontecido, segundo os
Estumano (2015) devem ser realizadas sete perguntas para utilizar a metodologia que são
estas como visto na Figura 1.
A metodologia realiza uma abordagem inicial para compreender e definir o problema, logo
após deve seja realiza uma análise do problema definido.
i. Quem?
Quem foi o operador?
ii. O que?
Que problema existiu?
Que sintomas foram observados?
iii. Onde?
Onde é que não houve sinal?
iv. Quando?
Quando é que a falha ocorreu pela primeira vez?
Quando é que ela apareceu pela segunda vez?
Será que ela é periódica? Qual a sua frequência?
v. Como?
Que circunstâncias precederam a falha?
vi. Quanto custa?
Quão importante é a falha?
Que consequências ela teve?
I SHIKAWA
O diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe como é conhecido segundo Campos (2014) é
uma metodologia criada para facilitar o reconhecimento entre as causas e efeitos de uma
falha, se baseia em colocar as causas e efeito separadamente dentro de um diagrama.
Segundo Estumano (2015) com o diagrama de causa e efeito é possível observar os fatores
que levaram a falha separadamente, ou se existe uma interligação, dividindo as possíveis
causas em seis M’s como são conhecidos, Mão de Obra, Material, Meio Ambiente, Método,
Máquina e Medida como é visível na Figura 2.
Como podemos observar no layout da ferramenta, uma estrutura semelhante a uma espinha
de peixe, nela distribuímos as sub-causas e efeitos, criando ramificações, assim facilitando a
análise do problema.
P OR QUÊS
Para Slack, Chambers & Johnton (2002) análise de “5 Por quês” é uma técnica simples de
ser aplicada e bastante eficaz, pois, com simples perguntas é possível descobrir a causa de
algum problema, a pergunta é “Porquê aconteceu o problema?” e se cria uma certa repetição,
até chegar a causa fundamental, apesar de seu nome ser “5 Por quês” não existe um número
correto de vezes que a pergunta necessita ser executada, pode ser realizada a pergunta mais ou
menos que cinco vezes, desde que se chegue a causa fundamental do problema.
Para Pinto & Xavier (2012) a metodologia dos “5 Por quês” é um exercício de investigação
bastante rigoroso, mas de fácil aplicação, e que após a análise é importante que seja gerado
um plano de ação que busque evitar que o problema volte a acontecer.
Analisando o índice acima podemos observar que a eficiência se sustenta em vários outros
indicadores, não somente de produção, mas de qualidade, performance e manutenção, o
último também chamado de disponibilidade do equipamento.
Segundo Hansen (2006) o cálculo de OEE é realizado da seguinte forma: OEE =
Disponibilidade versus Eficiência de Performance versus Taxa de Qualidade
Ainda para o mesmo autor, quando uma empresa tem uma taxa de OEE de 50% isso quer
dizer que a mesma só faz uso de metade de sua capacidade e que ao aprender a utilizar esta
outra metade que lhe falta, consegue uma redução enorme de seus custos dentre vários outros
benefícios.
DIAGRAMA DE CAUSA EFEITO
Na vida real, após a identificação de um defeito no funcionamento ou de uma falha
no equipamento, é sempre recomendável que se faça um estudo pormenorizado com
vista a determinação das causas desta ocorrência não desejável. O diagrama de
causa – efeito pode ser usado para análise das possíveis causas, mesmo nas
situações em que as causas não são óbvias.
As fases da construção do diagrama de causa e efeito são:
a) Definir o problema (o efeito) a ser analisado;
b) Formar a equipa para efectuar a análise;
c) Desenhar a caixa do efeito e a linha central;
d) Especificar as categorias principais das possíveis causas e ligar as
respectivas caixas à linha principal;
e) Identificar as possíveis causas e classificá-las em categorias especificadas na
alínea d);
f) Ordenar as causas de formas a identificar as mais prováveis de ter impacto
no
problema
g) Tomar acções correctivas.
Plano de acção
O plano de acção deve conter acções que não deixem que o problema volte a acontecer, mas
que não devem impactar com a segurança, meio ambiente ou qualidade. Todas as acções
devem ter proprietários que devem ser comunicados das acções e aceita-las, assim como um
prazo, na Figura 9 podem ser vistas as acções geradas e o questionário respondido para
concluir a análise, se alguma destas perguntas do questionário for respondida com uma
negativa deve-se reavaliar a análise.
O plano de acção deverá ser estruturado com responsável e prazo para conclusão da acção.
Como podemos observar cada acção somente deverá ter apenas um responsável.
Após a conclusão da análise todos os participantes e donos de acção devem assinar no local
especificado e entregar a folha de análise ao responsável pela manutenção para que as acções
sejam incluídas no plano e levadas para as reuniões de planeamento, como pode ser visto na
figura 9 foram geradas várias acções para a solução deste problema.