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Análise dos Modos e Efeitos de

Falha
...o que vamos abordar .....
• O que é um sistema ?
• FMEA: “o que é” & “para que serve”
• “Falha” & “Modo de Falha”
• “Causas” e “Efeitos”
• Planilha de FMEA
O que é um Sistema ?

É um conjunto de “componentes” conectados de


uma maneira organizada a fim de realizar uma ou
mais funções:
 sistema solar
 rede de microcomputadores
 caldeira de grande porte

Um time de futebol seria um exemplo de sistema?


Escolha do Sistema

❖ Deixar documentado os critérios da escolha do sistema a


ser aplicado o FMEA
( Norma IEC – 60300-3-11).
São sugestões de ações para a identificação do sistema:

• Identificação dos circuitos fechados


• Incluir os circuitos abertos
• Evitar duplicação de componentes
• Considerar os fluidos do sistema
• Antecipar agrupamentos por especialidades
• Definir exatamente as fronteiras do sistema
Fronteiras de um Sistema
Fronteiras do Sistema

❖As “fronteiras” de um sistema definem suas interações


com o ambiente externo (i.e. suas interfaces de
entrada e saída)

❖São importantes para garantir que nada seja deixado


de fora durante a análise.

❖ Não há uma regra fixa para o


estabelecimento das fronteiras
FMEA: O que é ?

 Técnica para predizer o que pode sair errado em um


processo produtivo, por meio da identificação de todas
as falhas potenciais.
FMEA: O que é ?

 Técnica que auxilia o analista a se antecipar a


ocorrência de falhas potenciais, evitando que
“atinjam o consumidor”

 Desenvolvida na indústria aeronáutica na


década de 60
FMEA: O que é ?
Técnica de análise indutiva
Processo inicia na perda de função de um "único
componente" até uma conclusão geral sobre o
efeito correspondente no sistema como um todo

procedimento: “de baixo para cima”


raciocínio: “o que poderia acontecer se ?”
FMEA:

...........sua aplicação requer conhecimento:

• da Técnica do método FMEA


• do produto ou sistema estudado
• das funções do produto
• do meio de aplicação do produto
• do processo de fabricação
• dos requisitos dos clientes
• dos requisitos dos clientes quanto a suas falhas
FMEA: Para que serve ?

Reconhecer e avaliar as falhas potenciais que podem surgir em


um produto / equipamento ou processo quando entrar em operação
1. Direcionar ações no presente que possam eliminar a falha
Não sendo possível / viável, a eliminação da falha, a FMEA
indica qual ação deve ser tomada para:

2. Reduzir: a possibilidade da falha ocorrer

3. Aumentar: as chances de se detectar o início da falha antes que o


equipamento / produto / processo atinja a Falha Funcional
Fogliatto,2009
FMEA: Para que serve ?

 Proceder a análise do sistema ou processo produtivo,


procurando:

 Identificar os prováveis modos de falha dos


componentes e subsistemas de um sistema e suas
prováveis causas imediatas (e secundárias, se for de
interesse)
 Avaliar os prováveis efeitos desses modos de falha no
sistema como um todo (e sobre outros módulos, se for
de interesse)
 Definir ações para prevenir a ocorrência das falhas
e/ou mitigar as suas consequências
 Note que uma FMEA pode ser realizada em nível macro
(“supersistemas”)
FMEA: Quem utiliza?

• É empregada em praticamente todos os setores


industriais ou não industriais para análises de:
– Confiabilidade (inclui Segurança)
– Qualidade
– Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC)
– Redução de Perdas por Falhas
FMEA: Quem faz ?

Composição Recomendável de uma


Equipe de FMEA
(Sistemas em Operação)
Líder da Equipe (facilitador experiente na técnica)
Engenheiro de “Processo”
Representante da Operação
Representante da Manutenção
Especialista em Instrumentação e Controle
Modo de Falha
• Maneira pela qual a falha é observada
(Mil-Std 1629 A)

• Efeito pelo qual se percebe que a falha ocorreu


(IEEE Std 500)

• Descrição da maneira pela qual um sistema o


componente falhou (i.e., deixou de cumprir sua
função)
Modos de Falha (específicos)

• Ruptura (falha • Vazamento interno


estrutural) • Vazamento externo
• Entupido / Bloqueado • Falha fora da
• Falha em permanecer tolerância (alta)
numa posição
• Falha fora da
• Falha em abrir / Falha
tolerância (baixa)
fechada
• Atuação falsa
• Falha em fechar ou
abrir • Indicação errada
Modos de Falha (específicos)
• Fluxo restrito • Operação intermitente
• Falha em parar • Operação errática
• Falha em partir • Curto (elétrico)
• Falha em conectar • Aberto (elétrico)
• Operação inadvertida • Fuga (elétrica)
Causas
❖ Possíveis mecanismos físicos ou químicos, erros de
projeto, defeitos de qualidade, ou outros processos
que são a razão básica para a ocorrência do modo
de falha
- sobre tensão - abrasão
- corrosão - fricção
- fadiga - oxidação
- falta de lubrificação - vibração
- desgaste - sujeira/poeira
- erro operacional - má manutenção
CAUSAS

NÃO ESQUECER QUE

Pode existir mais de uma causa para cada


modo de falha
Efeitos
 Consequências que um modo de falha impõe na
operação, função ou estado de um componente
ou sistema

❖ruído excessivo

❖perda de potência

❖turbina não gira

❖vazamento (nível do sistema)


Efeitos

.........ou ainda........

❖ Riscos de Segurança do Homem ou da Instalação

❖ Contaminação do Meio Ambiente

❖ Perdas de Produção Total ou Parcial

❖Alto Custo do Reparo

❖ Deterioração da imagem da empresa perante a


Comunidade
EFEITOS

NÃO ESQUECER QUE

Um modo de falha pode ter mais do que um


efeito, assim como o mesmo efeito pode
resultar de diferentes modos de falha
Observação importante sobre
nomenclaturas
• Alguns autores consideram:

• Modo de Falha Falha funcional

• Causa Modo de Falha


Falhas
Esporádicas Crônicas

Reativa ANÁLISE Pró-ativa


Análise dos Modos de Falha e seus
Efeitos (FMEA)

MODELOS DE PLANILHA DE FMEA


• Baseados no padrão do MIL-STD 1629A
("tradicional")

• Baseados no padrão da indústria automotiva


("moderna")
Planilha de FMEA
Adaptada do MIL-STD 1629A

Componente Modo de Falha Efeitos sobre Efeitos sobre o Classe de Classe de Métodos de Detecção
outros sistema Severidade Frequência e Observações
componentes
Planilha “tradicional” de FMEA

 Característica principal
 Criticalidade da falha é função APENAS da frequência de
ocorrência da falha e de suas consequências (FMECA)

❖ Outros aspectos
As causas dos modos de falha NÃO são necessariamente
consideradas de maneira explícita
As funções desempenhadas pelos componentes NÃO são,
necessariamente, enfatizadas durante a análise
Planilha FMEA – Formato Moderno
Planilha FMEA – Formato Moderno

 Característica principal
 Criticalidade da falha inclui não apenas as frequências
de ocorrência e as consequências dos modos de falha,
como também a Dificuldade de Detectá-los

 Outros aspectos
 As causas e os efeitos dos modos de falha são
considerados explicita e separadamente
 Facilmente adaptável para uma análise funcional de
falhas de sistemas (MCC)
Planilha FMEA – Formato Moderno

 Característica principal

Considera o

 Fator de Prioridade de Risco - FPR


Ou
 Numero de Prioridade de Risco – NPR

 Que é a multiplicação das colunas de


 Criticidade x Frequência x Dificuldade de Detecção
Análise de NPR – Número de Prioridade de Risco
CRITICIDADE / CONSEQUÊNCIAS
CLASSE
 Nenhum dano ao sistema: Perda de equipamento < R$ 5.000,00
I Negligível Nenhum ferimento ou doença ocupacional
Parada de produção < 1 hora

II. Marginal  Danos leves ao sistema : Perda de equipamento: R$ 5.000,00 - 50.000,00


Ferimentos ou doença ocupacional leve
Parada de produção: 1 hora - 4 horas

III. Crítica  Danos sérios ao sistema : Perda de equipamento: R$ 50.000,00 - 100.000,00


Ferimentos ou doença ocupacional grave
Parada de produção: 4 horas - 12 horas

 Perda do sistema Perda de equipamento > R$ 100.000,00


IV. Catastrófica Mortes
Parada de produção > 12 horas
Análise de Frequência da Ocorrência
CLASSE FREQUÊNCIA
 Esperado ocorrer uma ou mais vezes durante a vida útil do
A. Frequente
sistema f > 1/ano
 Esperado ocorrer até uma vez durante a vida útil do sistema
B. Provável
1/ano < f < 1 em 100 anos
 Pouco provável de ocorrer durante a vida útil do sistema :1
C. Ocasional em 100 anos< f <1 em 10.000 anos
 Não esperado ocorrer durante a vida útil do sistema:1 em
D. Remota 10.000 anos< f <1 em 1.000.000 anos

E. Extremamente Remota  Conceitualmente possível, mas extremamente im- provável


de ocorrer durante a vida útil do sistema f < 1 em
1.000.000 anos
Análise do NPR - Criticalidade

 Característica principal
 Criticalidade da falha inclui não apenas as frequências
de ocorrência e as consequências dos modos de falha,
como também a Dificuldade de Detectá-los

 Outros aspectos
 As causas e os efeitos dos modos de falha são
considerados explicita e separadamente
 Facilmente adaptável para uma análise funcional de
falhas de sistemas (MCC)
Análise da Criticidade:
Matriz de Aceitabilidade de Riscos
NEGLIGÍVEL MARGINAL CRÍTICA Catastrófica

Frequente I. A II. A III. A IV. A

Provável I. B II. B III. B IV. B

Ocasional I.C II. C III. C IV. C

Remota I.D II. D III. D IV. D

Ext. Remota I.E II.E III. E IV. E

INACEITÁVEL

NÃO-DESEJÁVEL (requer estudo mais detalhado)

ACEITÁVEL COM APROVAÇÃO SUPERIOR

ACEITÁVEL
Método dos FPR ou NPR

Utiliza índices numéricos: (numa escala crescente de gravidade)


– entre 1 e 10;
– entre 1 e 5;
– Com valores impares: 1, 3, 5, 7.

G gravidade dos efeitos do modo de falha


O frequência de ocorrência do modo de falha
D chance de não detecção do modo de falha
Método dos FPR ou NPR
Diretrizes para GRAVIDADE (G)
ÍNDICE CONSEQUÊNCIAS
1 ou 2  Nenhum dano ao sistema // Nenhum ferido
Perda de equipamento < R$ 5.000,00 Parada de
produção < 1 hora
 Danos leves ao sistema // Nenhum ferido Perda de
equipamento: R$ 5.000,00 - 50.000,00 Parada de produção:
3 ou 4 1 hora - 4 horas
 Danos consideráveis ao sistema // Alguns feridos
Perda de equipamento: R$ 50.000,00 - 150.000,00 Parada de
produção: 4 horas - 12 horas
5 ou 6
 Danos sérios ao sistema // Vários feridos
Perda de equipamento: R$ 150.000,00 - R$ 500.000,00
Parada de produção: 12 horas - 24 horas

7 ou 8  Perda do sistema // Mortes


Perda de equipamento > R$ 500.000,00
Parada de produção > 24 horas

9 ou 10
Método dos FPR ou NPR
Diretrizes para OCORRÊNCIA (O)
FREQUÊNCIA ( t=dias)
ÍNDICE
10  Esperado ocorrer 1 / 2 dias
09  Esperado ocorrer 1 / 8 dias
08  Esperado ocorrer 1 / 20 dias
07  Esperado ocorrer 1 / 40 dias
06  Esperado ocorrer 1 / 80 dias
05  Esperado ocorrer 1 / 400 dias
04  Esperado ocorrer 1 / 1.000 dias
03  Esperado ocorrer 1 / 4.000 dias
02  Esperado ocorrer 1 / 20.000 dias
01  Esperado ocorrer 1 / 1.000.000 dias
Método dos FPR ou NPR
Diretrizes para DIFICULDADE DE DETECÇÃO (D)

ÍNDICE
CHANCE DE NÃO-DETECÇÃO
10 ou 9
 Altamente provável que a falha não seja detectada pela operação
> chance de não-detecção: 76 a 100%
8 ou 7  Provável que a falha não seja detectada pela operação
> chance de não-detecção: 56 a 75%
6, 5 ou 4  Pouco provável que a falha não seja detectada pela operação
> chance de não-detecção: 26 a 55%
3 ou 2  Improvável que a falha não seja detectada pela operação
> chance de não-detecção: 6 a 25%
1  Altamente improvável que a falha não seja detectada pela operação
> chance de não-detecção: 0 a 5%
Método dos FPR

O Fator de Priorização do Risco (FPR) ou Número


de Prioridade de Risco (NPR) para cada terno de
falha é dado pelo produto:

FPR = C x F x D
C, F e D são índices subjetivos usualmente associados a critérios
estabelecidos pela organização, para facilitar a avaliação
quantitativa de cada cenário de falha
Interpretações
Numérica x Linguística

Uma combinação de índices tal como

C = 3, F = 3, D = 8 ==> FPR / NPR = 72

equivale a uma falha de efeito moderado que tem uma


pequena probabilidade de ocorrer na vida útil do
sistema, e que provavelmente não será detectada pela
operação, em circunstâncias normais
FPR no Gerenciamento de Riscos

• Os valores de FPRs ou NPRs podem variar entre 1


e o limite da multiplicação dos valores máximos
adotados.

• Quanto maior o valor do FPR / NPR, maior o grau de


risco associado à falha

• A ordenação dos FPRs é uma ferramenta poderosa


para a identificação de falhas potenciais
inaceitáveis
FPR / NPR no Gerenciamento de Riscos

CRITÉRIOS DE ACEITABILIDADE
para escala de 1 a 7
( Exemplo Didático !!!)

FPR / NPR < 75 ==> Aceitável

75 < FPR/ NPR < 125 ==> Redução desejável

FPR / NPR > 125 ==> Inaceitável


FPR no Gerenciamento de Riscos

CRITÉRIO DE ACEITABILIDADE (Adicional)


para escala de 1 a 7

Independente do valor do FPR / NPR, qualquer falha com

C≥5

REQUER UMA INVESTIGAÇÃO MAIS CUIDADOSA


FMEA: Limitações

• Considerar uma falha por vez, não permitindo, por


exemplo, a combinação das falhas dos componentes com
erro humano cometido pelo operador.

• Não permite analisar as combinações de falhas que


normalmente podem ocorrer no sistema.
REFERÊNCIAS

LAFRAIA, J.R.B. Manual de Confiabilidade, Mantenabilidade e Disponibilidade, Rio de Janeiro, Qualitymark, 2002
MOUBRAY,J. Releability-Centered Maintenance – RCM II, Nova York, Industrial Press Inc., 1997.
SIQUEIRA, I.P. Manutenção Centrada na Confiabilidade – Manual de Implantação. Rio de Janeiro, 2012.

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