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INTRODUÇÃO Á ADMINISTRAÇÃO DE RISCOS

Administrar riscos é dar proteção aos recursos humanos, materiais e financeiros de uma
empresa, que pela eliminação ou redução de riscos, quer pelo financiamento dos riscos
remanescentes, conforme seja economicamente mais viável.

CONCEITOS BÁSICOS

RISCO: uma ou mais condições de uma variável, como o potencial necessário para causar danos
( lesões a pessoas, danos a equipamentos, perda de material em processo ou redução da
capacidade de desempenho de uma função predeterminada ).

PERIGO: expressa exposição relativa a um risco e favorece sua materialização em danos.

DANO: severidade da lesão ou perda física, funcional ou econômica resultante da perda de


controle sobre um risco.

CAUSA: origem de caráter humano ou material relacionada com o evento catastrófico


( acidente ), pela materialização de um risco que resulte em danos.

SEGURANÇA: antônimo de perigo, isenção de riscos. Entretanto, sendo praticamente


impossível a eliminação completa de todos os riscos, pode-se definir segurança como um
compromisso com a proteção contra exposição a riscos.

PERDA: prejuízo sofrido por uma organização sem garantia de ressarcimento por seguro ou
outros meios.

SINISTRO: prejuízo sofrido por uma organização com garantia de ressarcimento por seguro ou
outros meios.

INCIDENTE: qualquer evento ou fato negativo com potencial de provocar danos. É também
chamado de quase-acidente, situação em que não há danos visíveis.

ACIDENTE: toda ocorrência não-programada que altera o curso normal de uma atividade e
modifica ou põe fim à realização de um trabalho.

NATUREZA DE RISCOS

Os riscos de acidentes podem ser classificados de: especulativos e puros.

Riscos especulativos: são provenientes de atos administrativos, políticos ou de inovação. Eles se


subdividem em:

RISCOS RISCOS RISCOS


ADMINISTRATIVOS POLÍTICOS DE INOVAÇÃO
de mercado leis introdução de novos produtos
financeiros decretos no mercado e sua aceitação
de produção portarias pelos consumidores
Riscos puros: são considerados puros quando há somente possibilidade de perda, isto é,
nenhuma possibilidade de ganho ou lucro. Essa perda pode ser decorrente de:

Morte ou invalidez de funcionários;


Danos à propriedade e a bens em gera;
Fraudes ou atos criminosos; e
Danos causados a terceiros ( poluição do meio ambiente, qualidade e segurança do produto
fabricado ou do serviço prestado ).

TÉCNICAS DE ANÁLISE

As técnicas de análise de voltadas ao controle e prevenção de perdas mais utilizadas são:

A série de riscos
A análise preliminar de riscos
A análise e revisão de critérios
A análise da missão
Os diagramas e análise de fluxo
O mapeamento
A análise do ambiente
A análise de modos de falha e efeito
A análise de componentes críticos
A técnica de incidentes críticos
A análise de procedimentos
A análise de contingências
A análise de árvore de falhas

ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS ( APR )

Consiste no estudo realizado durante a fase de concepção ou desenvolvimento prematuro de


um novo sistema, com o fim de se determinar os riscos que poderão estar presentes na fase
operacional.
O quadro a seguir sintetiza os objetivos, princípios / metodologia, benefícios e resultados de
uma APR.

TIPO Análise inicial, qualitativa


APLICAÇÃO Fase do projeto ou desenvolvimento de qualquer novo processo, produto
ou sistema
OBJETIVOS Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase operacional
PRINCIPIOS / Revisão geral de aspectos de segurança através de um formato padrão,
MEODOLOGIA levantando-se causas e efeitos de cada risco, medidas de prevenção ou
correção e categorização dos riscos para priorização de ações.
BENEFÍCIOS E Elenco de medidas de controle de riscos desde o inicio operacional do
RESULTADOS sistema. Permite revisões de projeto em tempo hábil no sentido de dar
maior segurança. Definição de responsabilidade no controle de riscos.
OBSERVAÇÕES De grande importância para novos sistemas. É muito útil como revisão
geral de segurança, revelando aspectos muitas vezes não percebidos.
CATEGORIZAÇÃO DE RISCOS

A categorização dos riscos, implícita na APR, permite a priorização das ações destinadas à
prevenção.

CATEGORIA NOME CARACTERÍSTICAS


I DESPREZÍVEL Não degrada o sistema nem seu funcionamento. Não
ameaça os recursos humanos.
II MARGINAL / Degradação moderada com danos menores.
LIMÍTROFE Não
CAUSAS LESÕES É compensável ou controlável
III CRÍTICA Degradação crítica com lesões. Dano substancial.
Apresenta riso e necessita de ações corretivas imediatas.
IV CATASTRÓFICA Séria degradação do sistema. Perda do sistema, morte e
lesões.

RISCO CAUSA EFEITO CAT MEDIDAS


RISCO PREVENTIVAS
Alta voltagem Contato com Choque elétrico, IV Treinamento,
equipamento, raios Queimadura, Morte supervisão, uso de
EPI, aterramento
Queda pela Falta de amarração, Lesão; IV Supervisão, uso de
escada não uso de EPIs Mal estar; EPI, treinamento
Morte
Atropelament Sinalização Lesão; IV Inentivo p/ reduzir
o ineficiente, Fratura; acidentes,
falta de atenção Morte manutenção,
treinamento
Maçarico Inabilidade Queimadura II Treinamento,
Falta de atenção nas mãos manutenção
Má condição ou corpo
de manutenção

FUNDAMENTOS DO CONTROLE DE PERDAS

O processo pelo qual ocorre uma perda por acidente é uma série seqüencial de causa e efeitos
que resultam em danos aos recursos humanos e materiais ou em uma descontinuação
operacional. Compõe-se de três fases distintas: condição potencial de perdas, acidente e perda
real ou potencial.

CAUSA-----------------------------------FATO-------------------------------EFEITO

CONDIÇÃO PERDA REAL


POTENCIAL DE ACIDENTE OU
PERDA POTENCIAL

Condição potencial de perda: condição ou grupo de condições capazes, sob certas


circunstanciais não planejadas, de causar a perda. Como condição, ela é estática e de equilíbrio
instável, e, em momento não-previsível, gerada em função de circunstâncias que lhe são
favoráveis, pode desencadear o acidente.

Acidente: acontecimento indesejado e inesperado ( não-programado ) que produz ou pode


produzir perdas.

Perda real e potencial: a perda real e o produto do acidente e pode manifestar-se como lesão
ou morte de pessoas, danos materiais, equipamentos, instalações ou edificações ou
descontinuação do processo normal de trabalho; a perda potencial, também chamada de quase-
perda, é aquela que, em circunstâncias um pouco diferentes, poderia ter-se transformado em
perda real.

Falta de controle: representa uma falha administrativa que pode estar ligada a planejamento,
aspectos de organização, falta de tato diretivo-administrativo e à inexistência, por exemplo de
padrões de controle.

Causas básicas: advindas da inexistência de um controle técnico-administrativo adequado,


devem ser consideradas raízes, causas reais e indiretas e, portantoi, aquelas que realmente devem
ser analisadas.

Causas imediatas: derivam da existência de atos e condições que transgridem algo


preestabelecido e já aceito, do que resultarão perdas na operação industrial.
Os incidentes acontecem quando uma serie de fatores se combinam sob certas circunstancias.
Em pouquíssimos casos existem só uma causa que dará origem àquele evento deteriorador, com
conseqüências para a segurança, a produção ou a qualidade.

A fim de entender melhor as circunstâncias que originam as causas dos incidentes, convém
recordar os quatro elementos a eles relacionados e que interatuam entre si:

Pessoas: o trabalhador é o que está diretamente envolvido na maioria dos acidentes, pois aquilo
que faz ou deixa de fazer é considerado fator causal imediato.

Equipamento: elemento considerado, desde os primórdios d prevenção de acidentes, a fone


principal de incidentes, dando origem à chamada “ proteção de maquinas “ e à necessidade de se
treinar o trabalhador para operar equipamentos.

Material: elemento que as pessoas usam, transformam e de que se beneficiam, é também fonte
principal de causas de incidentes.
Ambiente: composto por tudo aquilo que rodeia o trabalhador durante o trabalho e, portanto,
inclui o próprio e as edificações. Convém atentar para o fato de que grande parte das empresas
brasileiras tem construções antigas que fogem aos atuais preceitos das Normas
Regulamentadoras da Portaria n0 3214, pois suas características causam problemas que afligem
a empresa brasileira nos dias atuais: reclamações trabalhistas, absenteísmo, doenças
ocupacionais, baixa qualidade de trabalho, etc.

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA

Para facilitar a compreensão das noções elementares de estatística, convém tratar de alguns
conceitos básicos envolvidos, como arredondamento de dados, somatória e porcentagem.

ARREDONDAMENTO DE DADOS

REGRAS

Quando o valor a ser retirado é maior que 5, acrescentamos uma unidade à casa imediatamente
precedente.
434,78  434,8

Quando o valor a ser retirado é menor que 5, cancelamos o valor da ultima casa.
357,93  357,9

Quando o valor a ser retirado é igual a 5, arredondamos para o numero par mais próximo que
precede o 5.
45,35  45,4

Quando o valor que precede 5 é par, simplesmente cancelamos o 5.


45,45  45,4

MEDIDAS ESTATÍSTICAS EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO


DEFINIÇÕES

Horas-homem trabalhadas (HHT): número que exprime o somatório de todas as horas


efetivamente trabalhadas por todos os empregados do estabelecimento, inclusive do escritório, da
administração, de vendas ou de outras funções. São horas em que os empregados estão sujeitos a
se acidentarem em trabalho. (Em alguns casos em que não seja fácil determinar esses dados,
é norma considerar 8 horas por dias de trabalho).

Dias perdidos (DP): total de dias em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em
conseqüência de acidente com incapacidade temporária.

Dias computados por acidente: número que exprime a soma dos dias computados de cada
acidentado no mesmo acidente.

Dias computados acumulados: soma dos dias computados a partir de 10 de janeiro.

Coeficiente de freqüência (CF): número de acidentes com perda de tempo por um milhão de
HHT.

Coeficiente de gravidade (CG): número de dias perdidos e dias debitados por um milhão. de
HHT.

Sobrevida média do trabalhador acidentado: nos casos de acidente com morte, são
computados 6.000 dias (dias debitados), tendo em vista que a sobrevivência media do
trabalhador é estimada em 20 anos.

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