Atividade 10 - Equipamentos de medição

No dia-a-dia, muitos profissionais estão expostos a uma série de perigos que

podem causar problemas. Nesse sentido, as avaliações quantitativas e
qualitativas são indispensáveis. Com os equipamentos de medição de
segurança do trabalho, é possível identificar as ameaças presentes em cada
ambiente.

No âmbito de segurança no trabalho, existem 5 grupos de risco que devem ser

observados:

• riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações, frio, calor, pressões anormais

e humidade;
• riscos químicos: exposição a gases, poeira, vapores ou produtos
químicos;
• riscos biológicos: exposição a vírus, bactérias, protozoários, fungos,
parasitas, bacilos ou outros microrganismos;
• riscos de acidentes: ambientes e comportamentos inseguros,
armazenamento incorreto de materiais, uso de matéria-prima fora de
especificação, maquinaria sem proteção, iluminação excessiva ou
insuficiente, instalações elétricas defeituosas, incêndio;
• riscos ergonômicos: dependem da forma como a tarefa é executada, do
esforço físico, de posturas incorretas, de jornadas de trabalho
prolongadas, da repetitividade e de circunstâncias causadoras de stresse.

Depois de conhecer todos os riscos, é preciso identificar quais equipamentos de

medição de segurança do trabalho podem ser utilizados na empresa.

Na área de segurança do trabalho vários equipamentos são utilizados como

forma de garantir as medições necessárias à avaliação e ao controlo destes
riscos.

Estes equipamentos podem ser classificados segundo a sua função: para

amostragem, para screeaning (aparelhos menos precisos, mas que permitem
saber em que gama de valores está determinado parâmetro para orientar os
testes com outros equipamentos mais precisos), para deteção e para semi-
quantificação/ quantificação.

A avaliação do risco de exposição a agentes químicos (poeiras, sílica, elementos

metálicos, vapores e gases e fumos) é efetuada com base em medições com
equipamentos de leitura direta, amostragem e análise por gravimetria ou por
amostragem e posterior análise em laboratório externo, como é o caso das

As bombas para amostragem de gases e poeira ou bombas de aspiração

permitem a colheita de gases, vapores, névoas, neblinas, poeiras e fumos
metálicos. As amostras são depois analisadas em laboratório, geralmente por
cromatografia gasosa, para deteção e quantificação das substâncias químicas.

Os detetores de gás são equipamentos usados para medir diferentes tipos de

gases e vapores (propano, metano, sulfeto de hidrogénio, combustíveis,
explosivos, oxigénio) no ambiente de trabalho.

Cada substância gasosa necessita de um sensor e calibração específicos.

O decibelímetro (sonómetro ou medidor de nível de pressão sonora) possui um

microfone que transforma o sinal de pressão mecânica em sinal elétrico.
Normalmente operam entre 30 a 140 Decibéis.
Antigamente, os aparelhos mais antigos permitiam apenas uma leitura imediata
dos níveis de ruído, todavia os mais modernos possuem memória com
armazenamento dos valores.

A avaliação da exposição ao ruído durante o trabalho está definida na legislação

nacional através do Decreto-Lei n.º 182/ 2006.

Além da integração no tempo, também chamada de ponderação no tempo, os

medidores oferecem diferentes curvas de ponderação na frequência. A
ponderação A é a mais utilizada, dando origem a níveis de pressão sonora
ponderados em A. Para indicar que foi aplicada a ponderação A (curva A que se
assemelha melhor à curva do ouvido humano) usa-se a pseudounidade dB(A).

O dosímetro é usado para medir a intensidade sonora (expressa em dB) do

ambiente de trabalho. É fixo ao trabalhador (ombro) e permite a medição do ruído
com o cálculo automático da dose de ruído.

Visa mensurar a dosagem de ruído a que um trabalhador está exposto durante

a sua carga horária diária.

É considerado o aparelho mais eficiente e detalhista para as medições de ruído.

O aparelho é constituído por uma bateria, um ecrã digital (nos mais modernos)
e um microfone que é colocado próximo à zona auditiva do trabalhador.
O monitor de Ibutg (índice de bulbo húmido e termómetro de globo) é um medidor
de stress térmico, permitindo a avaliação das condições do ambiente no que se
refere ao calor.

Muito usado em trabalhos a céu aberto, bem como em locais com calor intenso
(por exemplo, siderúrgicas).

Os medidores de vibração são usados para avaliar a intensidade das vibrações

localizadas (braços, mãos e corpo inteiro) e gerais (grandes equipamentos,
como por exemplo tratores), durante a realização das atividades de rotina.

Cada ambiente tem um nível de iluminação adequado, pelo que a medição é

importante para adequar as condições.

O luxímetro mede os níveis de iluminamento ou a iluminância (em lux), ou seja,

a luz distribuída numa superfície ou área. De forma resumida, o aparelho
transforma a luz (natural ou artificial) recebida em corrente elétrica.

A avaliação das condições de Iluminação deve ser de acordo os valores de

referência da norma DIN 5035-2:1990 e a norma ISO 8995:2002.
O explosímetro é usado para testar na atmosfera a presença de misturas
inflamáveis ou explosivas (expresso em ppm). O equipamento extrai os gases
do ambiente e submete-os a um filamento aquecido, sendo que a partir da
tentativa de queima é possível determinar a presença ou não de gases
inflamáveis no ambiente.

O uso dos explosímetros possibilita a obtenção de resultados quantitativos e não

qualitativos. Isso significa que é possível detetar a presença e a concentração
de um gás ou vapor inflamável, mas não consegue diferenciar um determinado
as diferentes substâncias na composição da amostra.

A avaliação das condições térmicas de ambientes moderados requer a medição

dos parâmetros: temperatura seca, humidade relativa e velocidade do ar. A
medição da temperatura requer um termómetro.

Já nos ambiente térmicos moderados é avaliado o conforto térmico de acordo

com a Norma ISO 7730.

Já os ambientes térmicos quentes definem o stress térmico de acordo com a

Norma ISO 7243.

O termómetro de infravermelho mede a temperatura através de um recetor ótico

composto por uma lente. Esta converte a energia do infravermelho da fonte de
calor num sinal elétrico, que por sua vez pode ser convertido em unidades de
temperatura. São muito usados em equipamentos nos quais não é possível
medir a temperatura pelo termómetro convencional.

O higrómetro mede a humidade relativa do ar.

Atualmente existem termohigrómetro, que juntas a função do termómetro e do

higrómetro num só equipamento (como na imagem a baixo).

Os anemómetros são equipamentos que medem a velocidade do ar e a direção

do vento. O mecanismo de cálculo de velocidade é consoante o número de voltas
completas por um determinado período. Existem diversas categorias, tais como
de concha, de hélice, de rotação, de veleta, de tubo de pressão e de ultrassom.
Um modelo muito comum é o Anemómetro de Robinson (imagem abaixo), que
consiste num rotor com 3 conchas hemisféricas que acionam um sensor elétrico.
A vantagem deste sistema é que ele atua independentemente da direção do
vento, não necessitando de um dispositivo de alinhamento.

É bastante usado no caso de trabalhos em áreas abertas.

O acelerómetro mede as vibrações e oscilações no posto de trabalho, segundo
as normas ISO 5349, ISO 10326-1, ISO 2631, ISO 7096. Atualmente existem
equipamentos com a capacidade para medir a oscilação no sistema mão-braço,
sistema corpo ou no assento.

Em alguns casos (condutores de empilhadoras, por exemplo) o bafómetro (ou

etilómetro) pode ser necessário. É um aparelho que permite determinar a
concentração de etanol numa pessoa através do ar exalado dos pulmões. A
deteção do grau alcoólico decorre das mudanças das características elétricas (a
condutividade elétrica é alterada pelo etanol que adere à sua superfície) do
sensor sob os efeitos provocados pelos resíduos do álcool etílico no hálito.
O dosímetro de radiação é um equipamento destinado a medir radiação nuclear
presente no ambiente. Contem um detetor (que converte a radiação ionizante
em impulsos elétricos), um amplificador de pulso de baixa potência (que
amplifica até amplitudes detetáveis os pulsos elétricos vindos do detetor), um
circuito discriminador (rejeita pulsos de origem distinta dos pulsos causados pela
radiação ionizante), um circuito divisor programável (para calibrar o dosímetro),
um circuito eletrónico de contagem e um LCD, nos casos mais modernos.

Ficou popular depois do Acidente Nuclear de Chernobyl, em 1986.

Há também outros modelos, como os contadores Geiger-Müller ou contador G-

M. Serve para medir certas radiações ionizantes (partículas
alfa, beta ou radiação gama e raios-X, mas não os neutrões).

São constituídos por um tubo Geiger-Müller e um sistema de amplificação e de

registro do sinal. A sua principal desvantagem é que não diferenciam os tipos de
radiação que neles chegam, pelo que apenas registram o valor de contagens
total.

O coulómetro é um instrumento que mede a quantidade de carga elétrica (em

Coulombs) que circula num circuito elétrico e pode ser relevante para algumas
atividades onde existe manuseamento de equipamentos elétricos.

O podómetro pode ser importante para detetar o gasto energético de profissões

desgastantes ou para monitorizar os movimentos de profissões maioritariamente
na posição sentada ou em pé. É um aparelho portátil usado para contar o número
de passos dados por alguém durante um determinado percurso. Geralmente é
preso ao pulso e pode medir os batimentos cardíacos.
O multímetro é usado, em geral, na indústria para medidas de aferição de
circuitos e instalações. Os mais simples medem resistência, corrente e tensão,
enquanto os mais sofisticados podem medir tensão (volts), corrente (amperes),
resistência (ohms), capacitância (farads), frequência (hertz) e temperatura.

Antes de utilizar qualquer um destes equipamentos é fundamental garantir que:

foi verificado, feita a manutenção e calibrado; é certificado pelas normas
(nomeadamente, com marcação CE); consoante as indicações do fabricante,
pode ser necessários testes de resposta, calibrações ou testes de controlo;
alguns equipamentos necessitam de um determinado tempo para o detetor
estabilizar e só depois é que o valor medido deve ser considerado.

REFERÊNCIAS

Ronaldo Lima (2014). Como utilizar o Luxímetro, Segundo as Normas. Canal

da Eletricidade. Disponível em https://youtu.be/ET0PqgGxP2c

Nestor W. Neto. Equipamentos de medição de segurança do trabalho.

https://segurancadotrabalhonwn.com/equipamentos-de-medicao-de-
seguranca-do-trabalho/

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LABORSEGUR - Trabalho em segurança, Lda - Higiene e Segurança no
Trabalho (2012). Disponível em
http://www.laborsegur.com/Higiene_Seguranca_Trabalho_higiene_seguranca
_trabalho.html
MASTT (2017). Conheça os 8 principais equipamentos de medição de
segurança do trabalho. Disponível em http://blog.mastt.com.br/conheca-os-8-
principais-equipamentos-de-medicao-de-seguranca-do-trabalho/

SST é o Canal (2015). Vídeo 31 - Teste de explosímetro. Disponível em

https://www.youtube.com/watch?v=ttyxvVMh2ZM

Instrutemp Instrumentos de Medição Ltda (2013). Aprendendo a realizar

Dosimetria de Ruído - Instrutemp. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=bpHj3ixUvMg&feature=youtu.be
MrPunkinsxD (2015). Termo-Higro-Anemômetro-Luxímetro-digital-portátil.
Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=5ngUS3juOEk&feature=youtu.be
Engehall Cursos (2016). LUMEN ou LUX, como descobrir a ILUMINAÇÃO
IDEAL? - Dicas Flash. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=D_iejq0bpwU&feature=youtu.be
Rui José (2017). Manual do Módulo Higiene no Trabalho (versão 5.0). Espiral
Soft

Acelerômetro de Vibração Corpo Humano VM-30. Disponível em

http://www.pce-medidores.com.pt/fichas-dados/acelerometro-de-vibracao-vm-
30h.htm