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HIGIENE DO TRABALHO

RADIAÇÃO E VENTILAÇÃO
Professor D.Sc. Niander Aguiar Cerqueira
AULA 09: MONITORAÇÃO
MONITORAÇÃO
AULA 09: MONITORAÇÃO
DOSÍMETROS
• Dosimetria é a avaliação quantitativa da dose de radiação recebida pelo corpo
humano;
• Os dosímetros são os instrumentos utilizados para esta avaliação, e indicam a
exposição ou a dose absorvida total a que uma pessoa foi submetida;
• As principais característica de um dosímetro ideal:
 Resposta independente da energia da radiação incidente;
 Deve cobrir um grande intervalo de dose;
 Deve medir todos os tipos de radiação ionizante;
 Deve ser pequeno, leve, de fácil manuseio, confortável para o uso e econômico
quanto à fabricação.
Obs.: Até hoje não existe um dosímetro que preencha todos esses requisitos de forma ideal, mas apneas
parcialmente.
AULA 09: MONITORAÇÃO
DOSÍMETROS
• Os principais dosímetros são:
 Fotográfico
 Termoluminescente (TLD)
 Câmara de ionização de bolso (caneta dosimétrica).
AULA 09: MONITORAÇÃO
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL EXTERNA
• Objetiva a obtenção de dados para avaliar as doses equivalentes recebidas pelo corpo
inteiro, pela pele ou pelas extremidades, quando o indivíduo é irradiado externamente;
• Os dosímetros mais utilizados são: termoluminescentes, canetas de bolso e dosímetros
eletrônicos de alerta.

MONITORAÇÃO INDIVIDUAL INTERNA


• Utilizada para determinar a quantidade de radionuclídeos incorporados pelo indivíduo e
avaliar a respectiva dose equivalente;
• Pode ser feita pela análise de excretas (técnicas “in vitro”) ou pela contagem direta
(técnica “in vitro”).
AULA 09: MONITORAÇÃO
MONITORAÇÃO INDIVIDUAL

• O dosímetro individual é de uso exclusivo e intransferível;

“O monitor deve ser utilizado somente durante a jornada de trabalho”.


AULA 09: MONITORAÇÃO
MONITORAÇÃO DA ÁREA
MONITORAÇÃO DO NÍVEL DE RADIAÇÃO
• Utilizada para dar uma indicação dos níveis de radiação existentes em locas de trabalho;
• Visa estimar com antecedência a dose esperada nas pessoas que permanecerem nesta
área, por um determinado tempo, podendo-se adverti-las quando os níveis de radiação
forem inadequados;
• Os instrumentos utilizados na monitoração do nível de radiação são: câmaras de
ionização, detectores Geiger-Muller, cintiladores etc.;
• Utilizados para medir taxas de dose (𝜇Sv/h ou 𝜇Gy/h)) ou taxas de exposição (𝜇C/kgh);
• Os detectores antigos possuem escala em mrad/h ou mR/h;
• Podem ser portáteis ou fixos.
AULA 09: MONITORAÇÃO
MONITORAÇÃO DA ÁREA
MONITORAÇÃO DO AR
• Utilizada para dar detectar a dispersão de material radioativo no ar, com a finalidade de
providenciar a proteção apropriada ao trabalhador exposto ao ar contaminado e auxiliar a
avaliação da quantidade de radionuclídeos incorporados por inalação;
• A monitoração de ar é importante nos locais de trabalho onde há possibilidade de ocorrer
a contaminação por poeira, aerosóis e gases radioativos;
• Um instrumento típico empregado na monitoração de ar é uma bomba de vácuo
modificada, que possui um dispositivo para fixar um filtro na entrada de ar;
• O material radioativo presente no ar é coletado sobre o filtro, e este é analisado e/ou
contado, sendo o resultado expresso em termos de atividade por volume de ar (Bq/m3).
AULA 09: MONITORAÇÃO
SINAIS DE AVISO
AULA 09: MONITORAÇÃO
AULA 10: MATERIAL RADIOATIVO –
ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E
DEPOSIÇÃO DE REJEITOS
TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS – CNEN NE 5

Controlado pelos órgãos de governo e regido pelos textos legais citados a seguir:

• IBAMA → Lei nº 6.938, de 31/08/1981, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de


06/06/1990, e Resolução CONAMA nº 237 de 10/12/1997;

• CNEN → Leis nº 4.118, de 27/08/1952, nº 6.189, de 16/12/1974, e nº 7.781, de 27/06/1989,


que estabelecem as Normas CNEN-NE-5.01 - Transporte de Materiais Radioativos, de
Julho de 88; Norma CNEN-NE-2.01 - Proteção Física de Unidades Operacionais da Área
Nuclear, de Março 96.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO

TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS – CNEN NE 5

• Quantos às demais autoridades competentes na área de transporte, aplicam-se:


 Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos, aprovado pelo
Decreto no 96.044, de 18/05/1988, consideradas as alterações introduzidas pela
Portaria Ministerial no 204/97, de 20-5-97;
 IAC 1603 - Normas para o Transporte de Artigos Perigosos em Aeronaves Civis,
Ministério da Aeronáutica, Departamento de Aviação Civil, 1998;
 NORMAM 01 - Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas
na Navegação de Mar Aberto, Ministério da Marinha, Diretoria de Portos e Costas,
Superintendência da Segurança do Tráfego Aquaviário, 1998.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO

TRANSPORTE DE MATERIAIS RADIOATIVOS – CNEN


NE 5

• MATERIAL RADIOATIVO: qualquer material com atividade específica


superior a 70 kBq/kg (~2nCi/g).
• A placa de sinalização de veículo deve ser afixada nas laterais
externas do veículo, nas dimensões 25 x 25 cm, amarela.
• Rótulo de transporte: deve ser fixado no embalado (container ou
irradiador) que identifica o material radioativo, a atividade e o índice de
transporte, nas dimensões 10 x 10 cm.
• O índice de transporte (IT) é a máxima taxa de dose a 1m da
superfície do container ou blindagem medida em mSv/h e dividido pelo
fator 10.
• O índice máximo aceitável é de 10.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO

Transporte de carga fracionada de um único produto em veículos utilitários. Em caso de


produtos perigosos fracionados na mesma unidade de transporte, esta deve portar o descrito
abaixo:

a) na frente: o painel de segurança, do lado do motorista. Na parte superior, deve haver o


número de identificação de risco do produto, e na parte inferior, o número de identificação
do produto (número de ONU, conforme Portaria do Ministério dos Transportes -
Instruções complementares ao Regulamento do Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos), quando transportar apenas um produto;

b) na traseira: o painel de segurança, do lado do motorista, idêntico ao colocado na frente, e


o rótulo indicativo do risco do produto, se todos os produtos pertencerem a uma mesma
classe de risco;

c) nas laterais: o painel de segurança, idêntico aos colocados na frente e na traseira, e


rótulo indicativo do risco do produto, colocado do centro para a traseira, em local visível,
conforme regra acima.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA TRANSPORTE DE MATERIAL


RADIOATIVO
• Plano Geral de Transporte (PGT) → documento submetido pelo expedidor à CNEN e
ao IBAMA, como subsídio para apreciação do requerimento da Aprovação de
transporte (AT) e da Licença de operação (LO).

• Aprovação de Transporte (AT) → documento emitido pela CNEN, em aceitação ao


PGT nos casos exigidos na norma, após a análise das condições referentes aos
aspectos de segurança nuclear e radiológica e da capacidade do expedidor em
realizar as operações propostas.

• Licença de Operação (LO) → documento a ser emitido pelo IBAMA, após análise e
aprovação do PGT, que autoriza o exercício da atividade de transporte. A validade da
LO é de 5 (cinco) anos.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO
Formulário padrão para declaração do expedidor para transporte de materiais radioativos norma CNEN NE-5.01
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
TIPOS DE EMBALADOS
• Exceptivos → contém quantidades muito pequenas de materiais radioativos;

• Industriais → contém materiais BAE (baixa atividade específica) e OCS (objetos


contaminados na superfície), cuja quantidade é limitada → a taxa de dose a 3 m do
objeto ou material não embalado deve ser inferior a 1000 mrem/h.

• TIPO A → contém materiais radioativos com atividade limitada → hipótese de perda de


blindagem ou liberação do conteúdo de modo que pessoas que permaneçam durante
30min a 1m do mesmo não ultrapassem o limite de dose anual para trabalhador.

• TIPO B → podem conter quantidades ilimitadas de materiais radioativos (limite dado


pelo projetista), como, por exemplo, combustível irradiado.

• Entretanto, o impacto radiológico na pior das hipóteses estaria limitado a regiões


próximas ao acidente, uma vez que as embalagens são projetadas para suportar uma
série de condições críticas acidentais.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
TIPOS DE EMBALADOS

REQUISITOS DE PROJETO PARA EMBALADOS

• Fácil e seguramente manuseáveis e transportáveis;

• Fixados no meio de transporte;

• Superfícies externas livres de saliências, de forma a poderem ser facilmente


descontaminadas;

• tenham os materiais da embalagem e de quaisquer componentes ou estruturas, física e


quimicamente compatíveis entre si e com o conteúdo radioativo, levando-se, também,
em conta, o comportamento desses materiais sob o efeito de radiação;
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
TIPOS DE EMBALADOS

REQUISITOS DE PROJETO PARA EMBALADOS

• a temperatura das superfícies acessíveis, sem levar em conta insolação, não deve
exceder 50ºC em uma temperatura ambiente de 38ºC;

• a integridade da contenção dos embalados não deve diminuir quando submetida a


temperaturas ambientes variando de - 40ºC a + 55ºC;

• no caso de conterem materiais radioativos líquidos devem ser capazes de suportar,


sem vazamento, uma pressão interna que acarrete uma pressão diferencial não inferior
a 95 kPa.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
TIPOS DE EMBALADOS

• Operação de monitoração de um equipamento para gamagrafia industrial utilizando um


detector GM, projetado para uso com fontes de Irídio-192 com até 100Ci de atividade.
• A monitoração deve ser feita após cada operação do aparelho para a certificação de que a
fonte se encontra no interior do irradiador, na posição correta no centro do mesmo, e que
não existe vazamento de radiação em excesso em nenhum ponto da superfície do
irradiador.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DEPÓSITO DE REJEITOS
SELEÇÃO E ESCOLHA DE LOCAIS PARA DEPÓSITOS DE REJEITOS RADIOATIVOS –
CNEN-NE-6.06

• Participação de especialistas em geologia, hidrologia, ecologia, biologia, química, física


de radiação, meteorologia e engenharia, além de assessoria jurídica;

• O local situado, preferencialmente, em terras públicas;

• A adequação de um local para repositório de subsuperfície requer o atendimento aos


seguintes requisitos mínimos:

 permitir o confinamento dos rejeitos a longo prazo;


AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DEPÓSITO DE REJEITOS
SELEÇÃO E ESCOLHA DE LOCAIS PARA DEPÓSITOS DE REJEITOS RADIOATIVOS –
CNEN-NE-6.06

 apresentar características que assegurem a longo prazo:

 proteção do homem, seus bens e meio ambiente contra liberações de


material radioativo e/ou radiação;
 proteção contra intrusão inadvertida de indivíduos e animais;
 estabilidade após a selagem do repositório ;

 permitir ser caracterizado, modelado matematicamente, analisado e monitorado;

 não possuir riquezas naturais conhecidas sujeitas à exploração;


AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DEPÓSITO DE REJEITOS
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DEPÓSITO DE REJEITOS

A adequação de um local para repositório de subsuperfície requer o atendimento aos


seguintes requisitos mínimos:
• ser bem drenado e não estar sujeito a inundações;
• impedir que águas provenientes de áreas de drenagem a montante causem erosão ou
inundem o repositório , ainda que parcialmente;
• apresentar adequada capacidade de retenção dos radionuclídeos;
• não estar situado em área onde ocorrem processos tectônicos passíveis de causar
rupturas no terreno;
• estar distante de instalações ou atividades passíveis de influir adversamente ou falsear de
modo significativo o programa de monitoração ambiental.
AULA 10: ARMAZENAMENTO, TRANSPORTE E DEPÓSITO
DEPÓSITO DE REJEITOS

Devemos aprender com o Caso do Césio 137 de Goiania, GO, Brasil (13/09/1987).

https://www.youtube.com/watch?v=MfshO3PvlYs
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
“NADA PODE REVIVER UM HOMEM, MAS ...

ALGO PODE MANTÊ-LO VIVO...???”


AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

MECANISMOS DE PROTEÇÃO

• EPI – aventais, protetores de tireoide, óculos, luvas;

• Blindagem – paredes das salas e visores bem dimensionados.


AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

MATERIAIS PARA BLINDAGENS


 qualquer material desde que tenha espessura suficiente;

 deve-se considerar ainda fatores como: eficiência de absorção, possibilidade de emissão


de radiação secundária, custo, facilidade de montagem, aparência;

 a espessura depende do tipo de fonte, carga de trabalho, relação custo benefício;

 gama e raios X de preferência materiais de alta massa específica e alto nº


atômico(chumbo, ferro, tijolo, concreto).
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

MATERIAIS PARA BLINDAGENS


AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

MATERIAIS PARA BLINDAGENS


• É muito eficaz para a dissipação da
radiação ionizante.
• Isso ocorre porque, quanto mais denso o
material de proteção radiológica, mais
protegido fica o ambiente, devido à
quantidade de elétrons que giram em
torno do átomo do material.
• O lençol de chumbo é eficaz porque isola
o ambiente onde é feito o disparo de raio-
x, uma fonte muito forte de
radiação, capaz de penetrar as células do
corpo humano.
Lençol de chumbo
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
MATERIAIS PARA BLINDAGENS

• Com blindagem de 1,0 mm Pb;

• Medidas: 180 x 80 ou 210 x 80;

• Visor plumbífero de 15 x 20 cm (2,1 mm


Pb).
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
MATERIAIS PARA BLINDAGENS

• A argamassa baritada para proteção radiológica,


(massa para raio-x);

• É indicada para aplicações em blindagens de


ambientes que utilizam equipamentos emissores
de raios-X em hospitais, clínicas de radioterapia,
radiologia, medicina nuclear, ortopedia,
mamografia, documentação odontológica,
periodontia, veterinária, indústrias, laboratórios e
centros de pesquisas;
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
EPI
1) Aventais Plumbíferos e protetores de tiróide

devem ser utilizados sempre que um trabalhador ou indivíduo público (acompanhantes ) se


fizer necessário permanecer na sala ou ambiente onde o feixe de Raios-x estiver sendo
gerado, sem que haja possibilidade de se utilizar a barreira de proteção fixa.
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

2) Óculos Plumbíferos e Luvas Plumbíferas – utilizado pelo trabalhador quando em uma


intervenção dinâmica, onde a radiação é de emissão contínua e prolongada, É
obrigatório a sua existencia nos serviços com tela fluorescente e Hemodinâmica.

3) Protetores de gônadas – devem ser aplicados sobre a região pélvica dos pacientes,
quando se realiza exames de estruturas adjacentes e as regiões das gônadas não forem de
interesse.
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
AULA 11: PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS
IMPORTANTES NA RADIOPROTEÇÃO
• Outras grandezas relativas às ondas eletromagnéticas são: frequência e energia;

• Podemos relacionar a energia com comprimento de onda ou com frequência. A equação


que relaciona a energia com o comprimento de onda é a equação de Planck* :

ℎ∙𝑐
𝐸=
𝜆
onde:
c = velocidade da luz.
E = energia (Joule).
h = constante de Planck ( 6,624 ∙ 10−34 J/s, Joule x segundo).
𝜆 = comprimento de onda.
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
Qual a energia de uma radiação eletromagnética com comprimento de onda igual a 0,1
Angstron?

Resposta:
𝑘𝑚 𝑚
𝑐 = 300.000 = 3 ∙ 108 ; 𝜆 = 0,1 𝐴 = 10−9 𝑚
𝑠 𝑠

6,624 ∙ 10−34 ∙ 3 ∙ 108


𝐸 = −9
= 1,987 ∙ 10−14 𝐽
10
Como
1 Joule = 6,242 ∙ 1012 MeV (No SI)

𝐸 = 1,987 ∙ 10−14 ∙ 6,242 ∙ 1012 = 0,124 MeV = 123 keV


AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Lei do Decaimento Radioativo:

𝑁 = 𝑁𝑜 ∙ 𝑒 −𝜆∙𝑡

onde:
NO = número inicial de elétrons excitados.
N = números de átomos excitados após transcorrido um certo intervalo de tempo.
𝑒 = base dos logaritmo neperiano.
𝜆 = constante de desintegração, característica do material radioativo.
t = tempo transcorrido.
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Meia Vida também será uma característica conhecida de cada elemento radioativo:

0,693
𝑇1 =
2 𝜆
onde:
𝑇1 : meia-vida do elemento;
2
𝜆: constante de desintegração radioativa.

Obs.: O valor da meia-vida é conhecido e tabelado para todos os radioisótopos, assim se


torna fácil o cálculo da atividade de uma fonte gama
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação

Uma fonte de Cobalto-60 foi adquirida com atividade de 1850 GBq (50 Ci). Após
decorrido 20 anos, qual atividade da fonte?

0,693
𝑇1 = 5,3 𝑎𝑛𝑜𝑠 → 𝜆 = = 0,13 𝑎𝑛𝑜𝑠 −1
Aplicando a equação 5,3
2 𝑁 = 𝑁 ∙ 𝑒 −𝜆∙𝑡 , considerando para Atividade (A)
𝑜

𝐴 = 1850 ∙ 𝑒 −0,13∙20 𝑎𝑛𝑜𝑠 = 137 GBq


AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Cálculo de Taxa de Dose a partir de uma Fonte Radioativa:

𝐴
𝑃 =Γ∙ 2
𝑑

onde:
Γ: constante característica de cada fonte radioativa, e seu valor pode ser encontrado
em tabelas, podendo ser determinada experimentalmente ou matematicamente.Seu nome é "Fator
característico da emissão gama da fonte" ou
simplesmente "Fator Gama“;

A: atividade da fonte;

d: distância da fonte ao ponto considerado.


AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Características físico-químicas de alguns exemplos:
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Características físico-químicas de alguns exemplos:
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Características físico-químicas de alguns exemplos:
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação

Qual será a taxa de dose equivalente a 5 m de distância de uma fonte de Ir-192 com
atividade de 400 GBq?

Resposta:

𝐴 400
𝑃 =Γ∙ = 0,13 ∙ = 𝟐, 𝟎𝟗 𝐦𝐒𝐯/𝐡
𝑑2 52
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
A taxa de dose de 1 mGy/h é medida a 15 cm de uma fonte radioativa de Cs-137 . Qual é
a atividade da fonte?

Resposta: 1 mGy/h = 1 mSv/h


𝐴 𝐴
𝑃 =Γ∙ → 1 mSv/h = 0,0891 ∙
𝑑2 0,152

1 ∙ 0,152
𝐴= = 0,25 GBq
0,0891
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Observação
• É importante observar que quanto mais próxima estiver uma fonte radioativa maior será
a taxa de dose de radiação recebida.

• Assim, nunca se deve segurar uma fonte radioativa com a mão, pois nesse caso a
distância entre a fonte e a mão será zero, e a dose recebida será infinitamente grande;

• Para o caso de resgate de fontes, o técnico deverá se utilizar de uma garra de no


mínimo 1 metro de comprimento ou maior dependendo da atividade da fonte, para
garantir sua segurança.
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Cálculo de Doses de Radiação Emitida por Equipamento Gerador de Radiação Ionizante:

C∙Z∙I∙V
D= (SvΤ𝑚𝑖𝑛)
𝑑2

onde:
𝐶: constante de proporcionalidade;
Z: número atômico do alvo do tubo de Raios X;
I: corrente;
V: voltagem;
d: distância da fonte ao ponto considerado.
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
Calcular a taxa de exposição devido a um equipamentos de radiação ionizante cujo ânodo
de tungstênio (Z=74) opera com 50 kV e 10 mA a uma distância de 1 m. (Dado C = 2,7 ∙
10−5 Sv/mA a 1 m, para V = 50 kV)

Resposta:
C∙Z∙I∙V 2,7 ∙ 10−5 ∙ 74 ∙ 10 ∙ 50
𝐷= →𝐷= = 𝟏 𝐒𝐯Τ𝒎𝒊𝒏
𝑑2 1
AULA 12: OUTRAS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
Calcular a taxa de exposição devido a um equipamentos de radiação ionizante cujo ânodo
de tungstênio (Z=74) opera com 50 kV e 10 mA a uma distância de 10 cm. (Dado C = 2,7 ∙
10−5 Sv/mA a 1 m, para V = 50 kV)

Resposta:
C∙Z∙I∙V 2,7 ∙ 10−5 ∙ 74 ∙ 10 ∙ 50
𝐷= →𝐷= = 𝟏𝟎𝟎 𝐒𝐯Τ𝒎𝒊𝒏
𝑑2 0,1

Obs.: Veja como é válida a lei da distância ao quadrado, diminuída a distância para 1
décimo, multiplica-se a dose por 100.
AULA 13: MAIS GRANDEZAS
IMPORTANTES NA RADIOPROTEÇÃO
Intensidade de um feixe que penetra na matéria:

I= I𝑜 𝑒 −𝜇𝑥 B 𝜇, 𝑥
onde:
I𝑜 : intensidade da radiação que incide sobre uma barreira;
e: base dos logaritmos neperianos;
x: espessura atravessada pela radiação na matéria;
𝜇 : coeficiente de absorção linear (tabelado);

B 𝜇, 𝑥 : efeito de “Build-up” responsável pelo aumento da intensidade devido ao


espalhamento na barreira..
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

Intensidade de um feixe que penetra na matéria:


AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Portanto podemos concluir duas regras simples:
• quanto mais alta a espessura, a densidade e o número atômico de um certo material, maior
será a quantidade de radiação eletromagnética capaz de ser absorvida;
• quanto maior a energia de radiação eletromagnética incidente, menor será a quantidade de
radiação absorvida pelo material.

Outra regra prática que devemos conhecer é para a determinação do coeficiente de


atenuação, conhecendo-se as densidades de dois materiais diferentes.
Sejam d(1) a densidade de um material, e d(2) e μ(2) respectivamente a densidade e o
coeficiente de atenuação para uma determinada energia.
O coeficiente de atenuação μ(1), para a mesma energia poderá ser encontrado pela relação
seguinte:
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
Sendo μ(1) = 0,15 cm-1 e d(1) = 2,3 g/cm3 respectivamente o coeficiente de atenuação e a
densidade do concreto.

Determine o coeficiente de atenuação μ(2) para o aço.

Resposta: densidade do aço: d(2)=7,8 g/cm3; densidade do concreto: d(1)=2,3 g/cm3.

μ(1) ∙ d(2)=μ(2) ∙ d(1) → 0,15 ∙ 7,8 =μ(2) ∙ 2,3

μ(2) = 0,51 cm−1


AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
CÁLCULO SIMPLIFICADO DE BARREIRAS
0,693
𝐻𝑉𝐿 = 𝑇1 =
a) Método da Camada Semi Redutora ou Meia Espessura (HVL): 2 𝜆
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
CÁLCULO SIMPLIFICADO DE BARREIRAS

Fator de Redução 𝐼𝑜
2𝑛 =
𝐼

Sendo
n: o número de camadas semi-redutoras (HVL) contido na espessura de uma
barreira;
Io: a intensidade inicial de radiação, sem barreiras
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO
Exemplo de Aplicação
A taxa de dose devido a uma fonte de Ir-192 em uma área é de 15 μSv/h. Deseja-se
reduzir para 10 μSv/h. Qual espessura de concreto será necessária?

Solução: O fator de redução será

𝐼𝑜 15
2𝑛 = = 1,5 → 2𝑛 = 1,5 → log 2𝑛 = log 1,5
𝐼 10

log 1,5
n ∙ log 2 = log 1,5 → 𝑛= = 0,585
log 2

Da tabela anterior temos que HVL=4,3 cm (concreto para Ir-192)


𝑥 = 0,585 ∙ 4,3 = 𝟐, 𝟓𝟐 𝒄𝒎
AULA 13: MAIS GRANDEZAS IMPORTANTES NA
RADIOPROTEÇÃO

EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO DE BARREIRAS PARA FONTES GAMA

1) Qual a taxa de exposição devido a uma fonte de Cs-137 com 37 GBq, a 3 m de distância?

Fator Gama (G): 2,30 mC/kg.h/GBq a 1 m de uma fonte de Cs - 137


𝐴
𝑃 = Γ.
𝑑2
37 𝐺𝐵𝑞
𝑃 = 2,30 mC/kg.h/GBq . = 9,5 kC/kg/h
32
AULA 13: EXERCÍCIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

APLICAÇÃO DE BARREIRAS PARA FONTES GAMA


2) Qual a dose equivalente recebida por um grupo de trabalhadores expostos durante 30
minutos às radiações devido a uma fonte de Co-60 com 0,37 GBq de atividade, numa
distância de 4 metros?

Fator Gama (G): 0,351 mSv/h.GBq a 1 m de uma fonte de Co - 60


A
I = Γ. 2
d

0,37 GBq
I = 0,351 mSv/h.GBq . = 8,12.10-3 mSv/h
42

E = I. 𝑡 = 8,12.10-3 mSv/h ∙ 0,5 h = 4,06.10-3 mSv = 4 mSv


AULA 13: EXERCÍCIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

APLICAÇÃO DE BARREIRAS PARA FONTES GAMA

3) A intensidade de radiação devido a uma fonte de Ir-192 é 258 μC/kg.h numa área de
operação. Pretende-se reduzir esta taxa de exposição para 0,258 μC/kg.h na mesma área.
Qual deve ser a espessura da barreira de concreto capaz de atender ao requisito?
(considerar μ = 0,189 /cm )

I = 0,258 μC/kg.h I0 = 258 μC/kg.h

I0 log 258
I0 log 0,258
= 2𝑛 → 𝑛= I = = 9,97 𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎𝑠
I log 2 log 2

0,693 0,693
HVL = = = 3,67 𝑥 = n ∙ HVL = 9,97 ∙ 3,67 = 𝟑𝟔, 𝟔 𝒄𝒎
μ 0,189
AULA 13: EXERCÍCIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

APLICAÇÃO DE BARREIRAS PARA FONTES GAMA

4) Uma empresa deve realizar um serviço de radiografia industrial numa área sem blindagens
ou paredes de proteção, onde o nível de radiação medido na posição dos operadores é de 42
μSv/h. Considerando os limites encomendadas, para efeito de planejamento, quantas horas
por dia os operadores poderão trabalhar ?

I = 42 μSv/h
mSv μSv μSv
L𝐼𝑂𝐸 = 20 = 10 = 80
ano hora dia

L𝐼𝑂𝐸 /𝑑𝑖𝑎 80μSv/dia h


t= = = 1,91 ≅ 𝟐 𝒉/𝒅𝒊𝒂
I 42 μSv/h dia
AULA 13: EXERCÍCIOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

APLICAÇÃO DE BARREIRAS PARA FONTES GAMA


5) Qual a distância de segurança necessária para proteger operários de uma fonte de Co-60
com 3,7 GBq , exposta livremente, sem barreiras e que opera 8 horas/dia ?

A = 3,7 GBq
μSv mSv
t = 8 h/dia → L𝐼𝑂𝐸 = 10
h
= 0, 01
h

Fator Gama (G): 0,351 mSv/h.GBq a 1 m de uma fonte de Co - 60

A A 3,7
I = Γ. 2 → 𝑑= Γ. d = 0,351. = 129,87 = 𝟏𝟏, 𝟒 𝐦
d 𝐼 0,01
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

• Radiação não-ionizante;

• Radiação Infravermelha;

• Radiação Ultravioleta;

• Laser e Maser.
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

• Radiações de natureza eletromagnética, sendo que a energia se transmite da


fonte ao receptor sem afetar o meio;
• Sua energia quântica é insuficiente para provocar a remoção de elétrons dos
átomos de uma substância, particularmente o tecido humano;
• A radiação solar consiste de 55% de radiação infravermelha (calor radiante),
40% de radiação visível e 5% de radiação ultravioleta.
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

radiações de natureza eletromagnética, sendo que a energia se transmite da fonte ao receptor


sem afetar o meio;

é aquela cuja energia quântica é insuficiente para provocar a remoção de elétrons(ionização)


dos átomos de uma substância, particularmente o tecido humano;

a radiação solar consiste de:

55% de radiação infravermelha (calor radiante);

40% de radiação visível e 5% de radiação ultravioleta;


AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

GENERALIDADES

classificação: hertezianas, infravermelho, radiação visível, ultravioleta;

patologia: queimaduras, lesões oculares;

profilaxia: EPI –luvas, aventais, protetores faciais com lentes filtrantes.


AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
ASPECTOS LEGAIS
- NR 5 (mapa de risco), anexo IV – situa a radiação não-ionizante como do grupo I, cor verde
(variados danos potenciais à saúde);
- NR 9 (PPRA) - inclui a radiação não-ionizante (item 9.1.5);
- NR 21 (trabalho a céu aberto) - omitem-se recomendações sobre radiações;
- NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES - ANEXO VII: RADIAÇÕES NÃO
IONIZANTES
1. Para os efeitos desta norma, são radiações não ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser.
2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores às radiações não ionizantes, sem a
proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção realizada
no local de trabalho.
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra
(ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas insalubres.
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE

As radiações eletromagnéticas com energia menor que 12,4 eV (eletron-Volt) são


consideradas radiações não ionizantes, já que essa energia é insuficiente para ionizar
a matéria.
AULA 14: RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA,
VISÍVEL E INFRAVERMELHA
ULTRAVIOLETA
– o grau de penetração da R-UV depende do comprimento de onda e do grau de
pigmentação da pele, com relação aos olhos são absorvidas pela córnea e cristalino;

- As R-UV B e C penetram unicamente na epiderme e as R-UV A podem atingir a derme


provocando lesões em terminações nervosas;

- fonte natural é o sol e as artificiais são as lâmpadas de vapor de mercúrio e


incandescentes e arcos de soldagem;

- como proteção temos o uso de barreiras, enclausuramento, roupas protetoras, óculos e


cremes para a pele;
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
ULTRAVIOLETA: VALORES RECOMENDADOS

- Região do espectro ultravioleta 320 – 400 nm: tempo de exposição sobre olhos ou pele
desprotegidos:

≤ 1 𝑚𝑤/𝑐𝑚2 → 𝑡 ≥ 1000 𝑠 (±16 𝑚𝑖𝑛)

≤ 1 𝐽/𝑐𝑚2 → 𝑡 < 1000 𝑠


AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
ULTRAVIOLETA: VALORES RECOMENDADOS
- Região do espectro ultravioleta actínico 200 – 315 nm: tempo de exposição sobre olhos ou
pele desprotegidos (durante um período de 8 horas):
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
ULTRAVIOLETA: VALORES RECOMENDADOS
- O tempo de exposição permissível em segundos para exposição à radiação ultravioleta
actínica, incidente sobre a pele ou olhos desprotegidos, pode ser determinado utilizando-se
a tabela (relaciona tempo de exposição e irradiações efetivas em 𝜇W/cm2:
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
MEDIDAS PARA O CONTROLE DA RADIAÇÃO U.V.
Comprimento de onda inferior a 200 nm:

- é fortemente absorvida pelo ar, e consequentemente as faixas U.V. que se


aproximam da radiação ionizante apresentam riscos desprezíveis, com exceção de
lasers que operam nessa faixa;

Radiação com comprimento de onda de mais de 200 nm:

- faixas eritemática (eritema – queimadura) e germicida, deve-se usar barreiras que


podem ser construídas de materiais simples como chapas metálicas, cortinas
opacas, etc., ou materiais transparentes ou semi-transparentes à luz, que eliminam
frações importantes da radiação.
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
MEDIDAS PARA O CONTROLE DA RADIAÇÃO U.V.
Radiação com comprimento de onda de mais de 200 nm:

- são emitidas em operações com solda elétrica, metais em fusão, maçaricos, operando
a altas temperaturas, lâmpadas germicidas, etc., e também estão contidas
na irradiação solar.

- Entre os efeitos possíveis destacamos os de conjuntivite (que se manifesta


horas depois da exposição), relativamente frequente, quando os processos de solda
não têm as adequadas medidas de controle e o câncer de pele, encontrado em
trabalhadores repetidamente expostos durante muitos anos à irradiação solar.

- Para aqueles diretamente expostos é indispensável o uso de protetores oculares e


faciais, e conforme as condições, também é necessário proteger as mãos, braços,
tórax, etc., com materiais que refletem ou absorvem o U.V., para evitar doenças de
pele;
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
MEDIDAS PARA O CONTROLE DA RADIAÇÃO U.V.
Radiação com comprimento de onda de mais de 200 nm:

- no caso e solda elétrica, a irradiação é especialmente intensa, quando se utilizam eletrodos


não revestidos, que requerem o uso de gases inertes (ex. solda MIG), e é importante saber
que quanto maior é a amperagem da solda, maior é a produção do U.V.
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
VISÍVEL
- a exposição a altos níveis pode produzir perda de acuidade visual, fadiga ocular e
ofuscamento;
- fonte natural é o sol e artificial lâmpadas, corpos incandescentes e arcos de soldagem;
- como proteção temos o enclausuramento de fontes de luz, óculos e proteção ao redor dos
mesmos;
- devido ao seu baixo poder energético, produz unicamente efeitos térmicos;
- as lesões pela exposição podem aparecer na pele(aumento de pigmentação) e nos
olhos(opacidade na córnea);
- fonte natural é o sol e artificiais corpos incandescentes, as chamas, lâmpadas
incandescentes e fluorescentes;
- como proteção temos coberturas das fontes, roupas aluminizadas e óculos.
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
INFRAVERMELHA
Algumas das situações domésticas são:
- aquecimento direto de ambientes frios;
- exposição prolongada à irradiação solar sem proteção.

Algumas das situações industriais mais típicas são:


- operação de fornos metalúrgicos e siderúrgicos;
- fabricação e transformação do vidro;
- forja e operações com metais quentes;
- secagem e cozedura de tintas, vernizes e recobrimentos protetores;
- desidratação de material têxtil, papel, couro, alimentos;
- solda elétrica.
AULA 15: RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA, VISÍVEL E
INFRAVERMELHA
INFRAVERMELHO: VALORES TOLERÁVEIS DE EXPOSIÇÃO

Encontram-se em fase de estudo e aprovação valores limites específicos para o setor do


espectro denominado de “infravermelho próximo”, que corresponde à faixa mais próxima à da
radiação visível.

Os valores propostos pela ACGIH em 1978:

- Limite de tolerância para infravermelho próximo (1400 nm > λ > 770 nm).

- “Para evitar possíveis efeitos retardados sobre o cristalino dos olhos (cataractogênesis), a
radiação infravermelha (λ > 770 nm) deve ser limitada a 10 mW.cm2 .
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
MICRO-ONDAS

- poder energético muito baixo, mas grande capacidade de penetração, produzindo no


interior da matéria campos magnéticos com efeitos térmicos(quanto maior a frequência
menor o perigo);

- produz-se de forma natural pela eletricidade atmosférica e, como fontes artificiais


podem estar presentes nas estações de rádio, televisão e telecomunicações;

- como proteção temos o isolamento de áreas com alto índice de emissão e roupas
protetoras.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: EFEITOS E OCORRÊNCIA


• Os efeitos das micro-ondas dependem da freqüência (ou comprimento de onda da
radiação) e da potência dos geradores.

• Porém, ainda existem muitas dúvidas entre os pesquisadores em relação à real extensão
que apresentam.

• O efeito mais estudado é o térmico (aumento da temperatura do organismo), mas que


existem indicações de que campos elétricos e magnéticos também são especificamente
responsáveis por problemas de saúde nos expostos.

• Em relação aos efeitos térmicos, quanto menor a freqüência, maior é o riso em órgãos
internos, pela facilidade com que as ondas penetram no organismo. Por outro lado,
quanto maior a potência e o tempo de exposição, maiores são as possibilidades de os
expostos ficarem doentes e, em casos extremos, morrerem.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: EFEITOS E OCORRÊNCIA

• Experiências de laboratórios mostram, por exemplo, que ratos expostos a comprimentos


de onda de 12 cm e densidade de potência de 100 mW/cm2 (mili-watts por m2 ) morrem,
em média, em 15 minutos.

• Em relação aos efeitos dos campos elétrico e magnético, as pesquisas mostram que, a
longo prazo, as pessoas expostas podem sofrer de alta pressão no sangue, seguida de
hipotensão, alterações do sistema nervoso central, do cárdio-vascular e endócrino,
distúrbios menstruais, etc., sintomas que os médicos devem pesquisar nos expostos à
radiação, durante os exames de admissão ou periódicos.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICROONDAS
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
MICRO-ONDAS: LIMITES DE TOLERÂNCIA

• Referência: energia de micro-ondas na faia de frequência de 300 MHz a 300 GHz

• Condições em que a maioria dos trabalhadores possa estar repetidamente exposta,


sem sofrer efeitos adversos;

• Sob condições moderada a severa de sobrecarga térmica pode ser necessária uma
redução dos valores recomendados;

• Valores guias no controle da exposição à energia de micro-ondas e não linha rígida


separatória entre níveis seguros e perigosos.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
MICRO-ONDAS: LIMITES DE TOLERÂNCIA

1) Fontes de onda contínua:


• o nível de densidade não deverá exceder 10 mW/cm2 para exposição contínua
limitada a 8 h/dia;
• Densidade de potência aproximadamente equivalente a um campo elétrico livre de
intensidade de 200 V/m e um campo livre magnético de 0,5 A/m.

2) Fontes de onda contínua:


• São permitidos níveis de densidade de potência maior que 10 mW/cm2 até
25mW/cm2, baseados numa densidade média de 1 mW.h/cm2;
• A média é computada para qualquer período de 6 min (0,1 h);
• Exemplo: A 25 mW.h/cm2, a duração permissível da exposição é aproximadamente
2,4 minutos em qualquer 0,1 h (6 minutos).
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: LIMITES DE TOLERÂNCIA


3) Fontes de onda pulsáteis repetitivas:
• A intensidade média do campo ou intensidade de potência é calculada multiplicando-
se o valor do pulso-pico pelo ciclo de funcionamento;
• O ciclo de funcionamento é igual à duração da pulsação em segundo, multiplicada
pela taxa de repetição da pulsação em Hz;
• Exposições de 8 h de trabalho não deverão exceder ao limites computados em média
para qualquer período de 0,1 h:
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: LIMITES DE TOLERÂNCIA


4) Fontes de onda Contínua ou campos pulsáteis repetitivos:
• Não é permitida a exposição a ondas com densidade média de potência superior a
25mW/cm2;
• Não é permitida a exposição se houver intensidade equivalente de campo livre
superior a 300 V/m ou 0,75 A/m.

Na legislação nacional, se são especificados valores máximos permissíveis para micro-ondas;


No Anexo 7 da NR 15 as operações ou atividade expostas à radiações não ionizantes são
contempladas, sendo consideradas insalubres se não ocorrer a proteção adequada.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: MEDIDAS PARA CONTROLE

• Em geral os equipamentos geradores são equipados com métodos de controle;


• O profissional de Segurança deve zelar para que a manutenção ocorra de forma
preventiva, evitando assim a deterioração desses meios de controle;
• Ele também deverá implementar em conjunto com o operacional, sistemas de verificação
periódica das condições de salubridade.
• A entrada em áreas de risco deve ser limitada ao pessoal autorizado, sendo que todos
deverão seguir controle médico rígido, principalmente se houver suspeita de recebimento
de alta dose.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

MICRO-ONDAS: MEDIDAS PARA CONTROLE

• Podem ser utilizadas barreiras que atendam especificamente a situação de frequência ou


comprimento de onda da radiação incidente;
• As barreiras podem ser de concreto ou ainda de grelas de fios metálicos;
• O uso de EPI é muito limitado, pois o controle na fonte ou trajetória da radiação é
prioritário e mais confiável;
• No caso de necessidade de contato com ambientes onde a densidade de potência for
superior aos valores aceitos, podem ser utilizados óculos específicos para micro-ondas,
grelhas metálicas e roupas protetoras, geralmente utilizadas em emergêrcias.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
LASER
Radiação não ionizante, com a característica específica de emitir
apenas com um (1) comprimento de onda, e não com uma faixa de
comprimentos ou frequências, como acontece com outros tipos
anteriormente descritos – característica pela qual a radiação laser
é chamada de RADIAÇÃO COERENTE.

Amplificação de luz por emissão estimulada de radiação

– as emissões estimuladas produzem uma superposição de ondas,


resultando outra onda perfeita, muito estreita e de larga duração(alta
intensidade por longas distâncias);

- os riscos estão limitados aos olhos;


AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

LASER: EFEITOS, L.T. e AVALIAÇÃO DA RADIAÇÃO

• A radiação laser, direta ou refletida, pode afetar os olhos e a pele, especialmente os


primeiros, ainda que a potência seja baixa.

• Devido ao risco, que é muito alto, e à variedade de lasers existentes, os limites de


tolerância, assim como os equipamentos de avaliação apresentam características de
complexidade que aconselham que esses dois pontos sejam abordados total e
exclusivamente por especialistas.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
LASER: MEDIDAS DE CONTROLE

Como uma exposição de uma fração de segundo aos raios laser pode provocar uma lesão
permanente, as medidas de controle para a exposição direta ou a feixe especularmente
refletido, devem ser rigorosamente respeitadas.
Precauções gerais (comuns para qualquer instalação de laser)
1. Nenhuma pessoa deve olhar o feixe principal nem as reflexões especulares do feixe,
quando as densidades de potência ou energia ultrapassarem os L.T.
2. Deve-se evitar enfocar o laser com os olhos, evitando assim olhar em direção ao feixe, o
que aumenta o risco derivado da reflexões.
3. O trabalho com laser deve ser feito em áreas de boa iluminação geral, para manter as
pupilas contraídas, e assim limitar a energia que poderia, inadequadamente, penetrar nos
olhos.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
LASER: MEDIDAS DE CONTROLE
Precauções gerais (comuns para qualquer instalação de laser)
4. Os protetores oculares de segurança não estilhaçáveis, destinados a filtrar as frequências
específicas, características do sistema, oferecem proteção parcial.
Os óculos de segurança devem ser avaliados periodicamente, para assegurar a
preservação da densidade ótica adequada ao comprimentos de onda desejado.
Deve haver certeza de que os óculos de segurança para laser, destinados à proteção no
trabalho com lasers específicos, não sejam erroneamente usados com diferentes
comprimentos de onda.
Armações de diferentes cores são recomendadas, e a densidade ótica deve ser mostrada
no filtro.
Os óculos de segurança para laser expostos a níveis de energia ou potência muito altas
podem perder a sua eficácia e devem ser abandonados.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
LASER: MEDIDAS DE CONTROLE

Precauções gerais (comuns para qualquer instalação de laser)

5. O feixe laser deve terminar num material-alvo que seja não refletor e resistente ao fogo;
as áreas laterais do feixe devem ficar isoladas do pessoal.

6. Devem ser tomadas precauções especiais, se forem usados tubos retificadores da alta
voltagem(acima de 15 KV), porque há possibilidade de que sejam gerados raios x.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
CAMPOS ELETROMAGNÉTICAS DE BAIXA FREQUÊNCIA (< 300𝐻𝑍)

qualquer circuito que carregue eletricidade produz campos elétricos e magnéticos –


soldadores, trabalhadores em empresas de energia elétrica, telefonia, operadores de
computador;

perigos provenientes dessa fonte radioativa ainda necessitam de melhor comprovação;

estudos sugerem que a vibração ELM de baixa frequência poderia levar a mudanças
cromossomáticas e efeitos carcinogênicos.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER
CAMPOS ELETROMAGNÉTICAS DE BAIXA FREQUÊNCIA (< 300𝐻𝑍)
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

RADIOFREQUÊNCIA

• Radiações de grandes comprimentos de onda, ou de baixas freqüências, do


tipo ULF (freqüência ultra baixa), LF (freqüência baixa) e VHF (freqüência
muito alta).

• Utilizadas em radionavegação, radiofaróis, radiodifusão AM,


radioamadorismo, diatermia médica, radioastronomia, solda de
radiofrequência, secagem de tabaco e usos semelhantes.
AULA 16: MICRO-ONDAS E LASER

“NADA PODE REVIVER UM HOMEM,


MAS ...

ALGO PODE MANTÊ-LO VIVO...???”

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