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MANOBRADOR DE EMPILHADOR

CARGAS E DESCARGAS DE MERCADORIAS

AVALIAÇÃO E CONTROLO DE RISCOS


Alberto Cardoso

2014
Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho
Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Sumário
● Caracterização do posto de trabalho

● Legislação aplicável

● Avaliação de riscos

● Síntese conclusiva

Manobrador de Empilhador: Cargas e Descargas de Mercadorias


Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho

● Operador de empilhador
- Idade compreendida entre os 18 e os 40 anos
- Formação específica

Manobrador de Empilhador: Cargas e Descargas de Mercadorias


Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho (continuação)


● Empilhadores

- Carros automotores de manutenção e de elevação de cargas,


que se deslocam no solo, possuindo tracção motorizada e que são
capazes de levantar, baixar, transportar e empurrar cargas.

- É um aparelho autónomo, capaz de transportar e de movimentar


cargas e que assenta em dois eixos:
a) O eixo motriz dianteiro;
b) O eixo direccional traseiro.

- Podem ser eléctricos ou com motor


de combustão interna (a gás, gasolina, mistos ou
gasóleo).

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Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho (continuação)

1. Chassis
2. Contrapeso
3. Eixo Motriz
4. Eixo de Direcção
5. Mastro
6. Porta Garfo ou Forquilhas
7. Cilindro Hidráulico Elevador
8. Garfos ou Forquilhas
9. Grade para Apoio de Cargas
10. Pórtico de Segurança
11. Volante com Servo Direcção
12. Assento suspensão e Cinto

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Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho (continuação)


- Todas as empresas têm como necessidade básica o transporte e o levantamento
de cargas.
- Para desempenhar essas tarefas são necessários profissionais que conheçam e
dominem as técnicas relativas a este processo e que trabalhem com o máximo de
eficiência e segurança.
- A movimentação de máquinas e o levantamento de cargas não permite erros. Este
profissional opera a máquina,
retirando as paletes com material de
abastecimento e transportando-o para o
stock. Mantém o empilhador em boas
condições mecânicas de funcionamento,
solicita manutenção e abastecimento,
quando necessário.
- O investimento em treino especializado
é um factor determinante para evitar
prejuízos e graves acidentes.

Manobrador de Empilhador: Cargas e Descargas de Mercadorias


Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho (continuação)


- Produtos movimentados através do empilhador:
Material destinado à indústria metalomecânica, nomeadamente folha
de aço e tubo de diversos diâmetros.

- Instalações associadas ao desempenho desta actividade profissional são


constituídas por quatro áreas distintas:
1.ª armazém de recepção e triagem;
2.ª área fabril/produção;
3.ª área administrativa;
4.ª armazém de expedição/stock.

- Ambiente de trabalho:
a) Espaço com ventilação adequada;
b) Luminosidade natural e artificial;
c) Áreas de suporte, designadamente sanitários, posto de socorros
básicos, balneários e refeitório.
d) Sistema de incêndios constituído por uma rede de incêndio armada
(RIA) operacional, vistoriada e aprovada pelas entidades competentes.

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Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Caracterização do posto de trabalho (continuação)


- As tarefas executadas pelo operador de empilhador baseiam-se:

a) Carga e descarga das matérias-primas e do produto final;


b) Abastecimento das linhas de produção.

- A carga e descarga das matérias-primas são efectuadas no cais adequado para o


efeito, colocando e retirando essas matérias dos veículos pesados de mercadorias.

- É ainda feita a movimentação dos produtos de stokagem destinado à produção e


dos produtos acabados para o armazenamento nas rackes.

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Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Legislação aplicável
DIPLOMA LEGAL DATA OBJECTO
Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/10/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 6 de Fevereiro, relativa às prescrições mínimas de
Decreto-Lei n.º 6 de Setembro segurança e saúde em matéria de exposição dos trabalhadores aos riscos devidos ao
182/2006 ruído. É aplicável em todas as actividades dos sectores privado, cooperativo e social, da
administração pública central, regional e local, dos institutos públicos e das demais
pessoas colectivas de direito público, bem como a trabalhadores por conta própria.
Decreto-Lei n.º 46/2006 24 de Fevereiro Adapta as prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos
trabalhadores aos riscos devidos às vibrações mecânicas.
Procede à segunda alteração à Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, que aprova o
regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho, e à segunda alteração
Lei n.º 3/2014 28 de Janeiro ao Decreto -Lei n.º 116/97, de 12 de maio, que transpõe para a ordem jurídica interna a
Diretiva n.º 93/103/CE, do Conselho, de 23 de novembro.

Lei n.º 102/2009 10 de Setembro Regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho.
Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 89/655/CEE, do Conselho, de 30
de Novembro, alterada pela Directiva n.º 95/63/CE, do Conselho, de 5 de Dezembro, e
pela Directiva n.º 2001/45/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Junho,
relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos
Decreto-Lei n.º 50/2005 25 de Fevereiro trabalhadores de equipamentos de trabalho. É aplicável em todos os ramos de
actividade dos sectores privado, cooperativo e social, administração pública central,
regional e local, institutos públicos e demais pessoas colectivas de direito público, bem
como a trabalhadores por conta própria.
Decreto-Lei n.º 348/93 1 de Outubro Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 89/656/CEE, do Conselho, de 30
de Novembro, relativa às prescrições mínimas de segurança e de saúde dos
trabalhadores na utilização de equipamentos de protecção individual.
Decreto-Lei n.º 141/95 14 de Junho Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 92/58/CEE, do Conselho, relativa
às prescrições mínimas para a sinalização de segurança e de saúde no trabalho.
Portaria n.º 988/93 6 de Outubro Descrição técnica do equipamento de protecção individual, bem como das actividades e
sectores de actividade para os quais aquele pode ser necessário.
Portaria n.º 1456-A/95 11 de Regulamenta as prescrições mínimas de colocação e utilização da sinalização de
Dezembro segurança e de saúde no trabalho.

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Curso de Formação de Higiene e Segurança no Trabalho

Avaliação de riscos
Principais Riscos

a) Queda de objectos ou cargas - Queda de cargas em transporte

b) Queda do condutor - Queda de elementos de grande


porte
c) Queda, basculamento e tombo
do empilhador - Queda de elementos pequenos
d) Colisões ou choques
- Queda de objectos
armazenados
e) Contactos com órgãos móveis
do empilhador

f) Exposição ao ruído

g) Vibrações do empilhador

h) Incêndios e explosões

i) Vibrações do empilhador
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Avaliação de riscos (continuação)


Cabe salientar que, no que diz respeito aos equipamentos de protecção individual
(EPI), a entidade empregadora deve fornecer ao operador de empilhador botas
de biqueira de aço, vestuário adequado à função, luvas e, bem assim, capacete,
óculos e abafadores, quando a tarefa a executar o exigir, com vista a reduzir ao
máximo os riscos inerentes a esta função.

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Avaliação de riscos (continuação)


Exemplo de medidas de prevenção relativamente a alguns dos riscos
abordados::
abordados

a) Associadas às Cargas

Para evitar a queda da carga em transporte deve-se organizar e empilhar


devidamente os materiais, de modo a que estes fiquem bem solidários, seja numa
plataforma, ou numa palete. Os materiais a transportar devem estar bem
distribuídos pela totalidade da superfície de apoio (plataforma ou palete), de modo a
que o seu peso possa ficar centrado.

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Avaliação de riscos (continuação)

Deve ser evitado o transporte de cargas descentradas e além dos limites


dimensionais do empilhador. Deve evitar-se, também, o encaixe e o choque contra
obstáculos no decurso do trajecto de transporte.

Deve, ainda, fazer-se o possível para se ter uma boa visibilidade e iluminação ao
longo do trajecto de transporte e nunca se deve abusar da velocidade, nem de
manobras excessivas.

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Avaliação de riscos (continuação)


Tendo em vista a protecção contra a eventual queda de objectos de grande porte
provenientes da carga a movimentar ou dos próprios sistemas de armazenagem,
toma-se necessário que o empilhador esteja equipado com um pórtico de protecção
do posto de condução contra quedas de objectos e que resguarde o condutor, bem
como com uma placa apoia cargas situada no porta garfos, que evite a queda das
cargas transportadas sobre o condutor.

Para evitar a queda de materiais pequenos, em transporte, recomenda-se a


utilização de contentores bem adaptados a esses materiais, evitando o seu
transbordo. Em casos extremos, o pórtico de segurança deve ter, na parte superior,
uma placa de protecção ou uma rede de orifícios pequenos, para protecção do
condutor.

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Avaliação de riscos (continuação)


Ainda tendo como finalidade evitar a queda de materiais armazenados, deve ter-se em
atenção o bom estivamento da mercadoria nos locais de armazenamento,
nomeadamente através da constituição de pilhas estáveis, de altura razoável e em locais
horizontais e resistentes.

Deve vigiar-se constantemente o domínio exterior do empilhador, de modo a que as suas


partes salientes (garfos, porta garfos, mastro, etc.), não se encaixem nos elementos a
empilhar, nem nas próprias estantes. As bases de pilhas de materiais armazenados não
devem ser empurradas com o empilhador. De um modo geral, pode afirmar-se que um
dos métodos para evitar o risco de queda de cargas ou de objectos consiste no rigoroso
cumprimento, pelo condutor do empilhador, das normas de segurança para a
manipulação de cargas com o empilhador que veremos mais à frente.

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Avaliação de riscos (continuação)


b) Associadas ao Condutor

A queda do condutor pode dar-se nas situações de marcha do empilhador e nas


situações de carga e descarga. O condutor nunca deve inclinar-se para o exterior,
nem mesmo nas situações de fraca visibilidade, pois pode perder o equilíbrio e cair.
O cinto de segurança, se o equipamento estiver apetrechado com este órgão de
segurança (prescrito no ponto do anexo I da Directiva Comunitária 98/37 ICE), deve
ser sempre utilizado pelo condutor. O piso da cabina de condução deve ser
revestido com material anti derrapante.

Deve ser formalmente proibido o transporte


de outros trabalhadores, salvo se o
equipamento estiver especialmente
Apetrechado para essa condição e nas
mesmas condições de segurança do condutor.
Deve ser totalmente proibido o transporte e/ou
a deslocação vertical de pessoas sobre os
garfos do empilhador.

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Avaliação de riscos (continuação)


c) Associadas ao Empilhador

Os riscos de queda, basculamento e tombo do empilhador são considerados os riscos


mais importantes a ter em consideração quando se opera com este equipamento. As
medidas de prevenção que devem ser tomadas, tendo em consideração o risco de
queda ou basculamento do empilhador, passam, necessariamente e em primeiro lugar,
pelo cumprimento das normas de segurança para a manipulação de cargas com o
empilhador por parte do manobrador deste equipamento.

Os locais por onde vão deslocar-se estes


equipamentos devem estar bem delimitados e o
seu piso deve ser sólido, liso e, se possível,
horizontal. O manobrador deve ter muita
atenção para não se aproximar em demasiados
bordos dos cais de carga ou descarga, nem dos
locais onde o risco de queda em altura for evidente.
O manobrador deve verificar, sempre, a posição,
a fixação, a capacidade e o estado dos pontos de
carga, em cada uma das manobras que execute
com o equipamento.

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Avaliação de riscos (continuação)


O risco de tombo do empilhador está, na maior parte das situações, associado ao não
cumprimento das mais elementares normas de segurança para a manipulação de
cargas com o empilhador. No entanto, o estado de conservação e a estabilidade do
equipamento é também essencial para o bom desempenho do trabalho, sem riscos,
com este equipamento. Devem, por isso, utilizar-se apenas os equipamentos que
possuam uma boa estabilidade, tanto lateral como longitudinal. O condutor deve evitar
as mudanças bruscas de direcção, as viragens de pouco raio e a velocidade
exagerada, bem como as viragens bruscas na parte baixa de uma rampa, depois de
ter feito uma descida rápida.

Além disso, quando se deslocar sem carga, deve


fazê-lo com os garfos na posição inferior 15 a 30cm
do solo.
Não deve haver deslocamento quando a carga
for demasiado alta, nem deve elevar-se uma carga
que exceda a capacidade nominal do
equipamento. As indicações dadas na placa
relativa ao diagrama de cargas devem ser
escrupulosamente respeitadas. Se, ao elevar
uma carga, a parte posterior do empilhador levantar, essa carga deve ser descida
lentamente, nunca bruscamente, e não deve ser transportada nessas condições.
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Avaliação de riscos (continuação)


● Método de avaliação de riscos:
riscos:

Optamos por seleccionar o método simplificado, porquanto, apesar da


especificidade das tarefas a executar pelo operador de empilhador,
consideramos que este método é o que melhor se coaduna com a função
descrita, na medida em que a utilização do método simplificado permite, com
parcos recursos, identificar variadas situações de risco profissional e, a partir da
definição e implementação medidas gestão, eliminar ou controlar os riscos
detectados dentro dos níveis considerados aceitáveis.

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Síntese conclusiva
1. A análise efectuada através do presente trabalho versou essencialmente sobre a
actividade profissional de operador de empilhador;
2. Identificou-se como tarefas mais importantes inerentes a este posto de trabalho o
armazenamento de mercadorias e as operações de carga de descarga das mesmas
através de empilhador. Em cada uma destas tarefas definiu-se como principais perigos
as situações relacionadas com a queda de objectos e/ou cargas em transporte,
colisões, vibrações e ruído. Associados a estes perigos destacam-se principalmente os
danos/efeitos
de traumatismos, fracturas, esmagamento, cortes
e perfurações, afecções crónicas na coluna,
articulações, doenças cardiovasculares e, bem
assim, perda de audição, fadiga, stress e efeitos
fisiológicos;
3. Assim, lançando mão do método simplificado de
avaliação de riscos, verificou-se que é funda-
mental aplicar medidas preventivas baseadas no
melhoramento de infra-estruturas quanto à sina-
lização vertical, horizontal, luminosa e acústica.
Sendo ainda imperativo a limitação da velocidade
de circulação dos empilhadores, bem como a
utilização de EPC´s e EPI´s, ministrar formação
profissional de carácter teórico e práctico ao operador de empilhador.
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Síntese conclusiva (continuação)


4. Da aplicação das medidas preventivas constatou-se com agrado que foi possível
reduzir significativamente a sinistralidade laboral e uma redução acentuada das
lesões dos trabalhadores e, consequentemente, do número de dias de baixa.
Apesar dos bons resultados obtidos, afigura-se-nos que este tipo de política
preventiva deve ser reforçado tendo em vista a realização de um controlo cada
vez mais eficaz e rigoroso.
5. Conclui-se, assim, que a avaliação dos riscos, a adopção de medidas destinadas
a prevenir ou a controlar os riscos, a informação, a formação dos trabalhadores, o
acompanhamento regular dos riscos e das medidas de controlo e a vigilância
adequada da saúde têm uma importância fundamental na prevenção dos riscos
para a saúde dos trabalhadores.

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Obrigado pela atenção!

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