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PERIGOSOS
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LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA
Considerando que o objetivo deste curso não abrange uma análise aprofundada da legislação
que rege a movimentação e manuseio de produtos perigosos citamos a legislação abaixo
para conhecimento geral, a saber:
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Decreto nº 96.044, de 18 de maio de 1988: Regulamento para Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos (RTRPP);
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Legislação Ambiental:
−
− Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto
99.274, de 06 de junho de 1990.
− Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998: Lei de Crimes Ambientais.
•
Regulamentos Técnicos do INMETRO
Normas do CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear):
−
− CNEN 5.01 – Regulamenta o transporte de materiais radioativos;
− CNEN 2.01 – Regulamenta a proteção física de Unidades de Operacionais de
área nuclear.
•
R 105 – Regulamento do Ministério do Exército: Regulamenta a fiscalização de produtos
controlados.
Art. 1.º O transporte, por via pública, de produto que seja perigoso ou represente risco para
a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, fica submetido às
regras e procedimentos estabelecidos neste Regulamento, sem prejuízo do disposto em
legislação e disciplina peculiar a cada produto.
Art. 11. As autoridades com jurisdição sobre as vias poderão determinar restrições ao seu uso,
ao longo de toda a sua extensão ou parte dela, sinalizando os trechos restritos e assegurando
percursos alternativos, assim como estabelecer locais e períodos com restrição para
estacionamento, parada, carga e descarga.
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Art. 28. As operações de transbordo em condições de emergência deverão ser executadas em
conformidade com a orientação do expedidor ou fabricante do produto e, se possível, com a
presença de autoridade pública.
TRANSPORTE MARÍTIMO
TRANSPORTE FERROVIÁRIO
W Decreto 98.973, de 21 de fevereiro de 1990 - Regulamenta o Transporte Ferroviário de
produtos controlados.
OBJETIVOS:
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CONCEITOS
PRODUTO PERIGOSO
É toda substância sólida, líquida ou gasosa que, quando fora de seu recipiente, pode produzir
danos às pessoas, propriedades ou meio ambiente.
CARGA PERIGOSA
É o mau acondicionamento ou a arrumação física deficiente de uma carga ou volume
que venha a oferecer riscos de queda ou tombamento, podendo gerar outros riscos.
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
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Mas, o que é explosão?
A classe 1 é uma classe restritiva porque apenas as substâncias e artigos listados na relação
de produtos perigosos podem ser aceitos para o transporte. Entretanto, o transporte para fins
especiais dos produtos não incluídos naquela relação pode ser realizado sob licença especial
das autoridades competentes.
Gás é uma substância que a 50ºC tem a pressão de vapor superior a 300 KPa, ou, ainda,
é completamente gasoso na temperatura de 20ºC e na pressão normal de 101,3 KPa.
A Classe 2 está dividida em três subclasses, com base no risco principal que os gases
apresentam durante o transporte:
• Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis;
• Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos: São gases asfixiantes ou
oxidantes;
• Subclasse 2.3 - Gases tóxicos.
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Sempre quando se tratar de gases deve-se analisar o risco principal do produto pelo 2º
número. Por exemplo, os gases venenosos (tóxicos) poderiam ser incluídos na
subclasse 6.1, porque seu caráter venenoso é o risco principal, porém está definido
com o n.º de risco 26.
Quando o gás apresentar outros riscos, tipo inflamabilidade e toxidez, utilizar-se-á no rótulo de
risco o n.º 2 com a inscrição “Gás Inflamável” e “Gás Tóxico”.
Os gases têm a característica de aumentar de pressão quando aquecidos, podendo provocar
explosão. Portanto, devemos evitar a exposição a altas temperaturas. O fenômeno conhecido
como BLEVE é o mais perigoso e devemos estar atento às suas características.
Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos contendo sólidos em solução
ou suspensão, que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5ºC, em teste de
vaso fechado, ou até 65,5ºC em teste de vaso aberto.
Um caminhão tanque que tenha descarregado um líquido inflamável
continua com risco de inflamabilidade por ainda conter uma mistura de
gases inflamáveis.
Nas manobras de carregamento e descarregamento deve-se utilizar cabo-terra em todas as
partes metálicas envolvidas, para que não ocorram centelhas em virtude da eletricidade
estática.
CLASSE 4 – SÓLIDOS INFLAMÁVEIS
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• Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas à combustão espontânea – Elas são sujeitas
a aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou aquecimento em
contato com o ar, podendo inflamar-se.
• Subclasse 4.3 - Substâncias que em contato com a água emitem gases
inflamáveis – São aquelas que, por interação com a água, podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas.
Subclasse 6.1 - Substâncias Tóxicas - São substâncias capazes de provocar a morte, injúrias
sérias ou danos à saúde humana, caso sejam ingeridos, inalados ou que entrem em contato
com a pele. Ex. : ácido arsênico, pentacloreto de sódio,iodeto de benzila
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.;
Subclasse 6.2 - Substâncias Infectantes - São aquelas que contêm microorganismos viáveis
às suas toxinas, os quais provocam, ou há suspeita que possam provocar doenças em seres
humanos ou animais. Produtos Biológicos acabados são pertencentes a esta subclasse.
São substâncias que liberam energia através da quebra dos núcleos de seus átomos. As
substâncias desta classe devem ser protegidas e isoladas (embalagens especiais revestidas
com chumbo), porque a radioatividade é nociva aos tecidos humanos, podendo causar a morte.
Ex.: carbono 14, césio 137, cobalto 56, rádio 226 e 228, urânio 232 etc..
A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN estabelece normas que controlam a
produção, o comércio, o transporte e o armazenamento do material radioativo em todo território
nacional.
São substâncias que, por ação química, causam sérios danos, quando em contato com tecido
vivo ou, em caso de vazamento, danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o veículo,
podendo ainda apresentar outros riscos.
Ex. : ácido sulfúrico, ácido acético, ácido clorídrico etc.. Podem der divididos em três grupos de
riscos:
Grupo 1 - Substâncias muito perigosas - provocam visível necrose da pele após um período
de exposição inferior a três minutos;
Grupo 2 - Substâncias que provocam risco médio - provocam visível necrose da pele
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após um período de exposição superior a três minutos e inferior a sessenta minutos;
Grupo 3 - Substâncias de menor risco, incluindo: aquelas que provocam visível necrose da
pele num período de contato inferior a 4 horas; aquelas com uma taxa de corrosão em superfícies
de aço ou alumínio superior a 6,25mm por ano, a uma temperatura de teste de 55ºC.
Algumas substâncias desta classe se tornam mais corrosivas depois de reagirem com a água.
Esta reação libera gases corrosivos, irritantes, facilmente visíveis pela formação de fumaça.
CLASSE 9 – SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS
São todas as substâncias que, durante o transporte, apresentam um risco não coberto
pelas outras classes.
Ex.: Dióxido de carbono, nitrato de amônia, resíduos.
FORMAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS
• Painel de Segurança
• Rótulo de Risco
• Ficha de Emergência
• Nota Fiscal
• Diamante de Hommel
PAINEL DE SEGURANÇA
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Este painel de segurança (placa laranja) deve ser afixado nas laterais, traseira e dianteira
do veículo. É constituído de quatro algarismos (número da ONU) e o número de risco.
Exemplo:
Proibição de água
NÚMERO
DE RISCO
NÚMERO
DA ONU
NÚMERO DE RISCO
Este número é constituido por dois ou três algarismos e se necessário a letra “X”.
Quando for expressamente proibido o uso de água no produto perigoso deve ser cotada
a letra X, no início, antes do número de identificação de risco.
O número de identificação de risco permite determinar de imediato:
• O risco principal do produto = 1º algarismo
• Os riscos subsidiários = 2º e/ou 3º algarismos
•
SIGNIFICADO DO PRIMEIRO ALGARISMO (RISCO PRINCIPAL DO PRODUTO)
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7 Radioativo
8 Corrosivo
9 Perigo de reação violenta
OBSERVAÇÕES:
− Na ausência de risco subsidiário deve ser colocado como 2º algarismo o zero.
− No caso de gás nem sempre o 1º algarismo significa o risco principal.
− A duplicação ou triplicação dos algarismos significa uma intensificação do risco.
EXEMPLOS:
30 = INFLAMÁVEL;
33 = MUITO INFLAMÁVEL;
333 = ALTAMENTE INFLAMÁVEL
RÓTULO DE RISCO
CORES SIGNIFICADO
Laranja
Vermelho
Verde
Branco
Azul
Amarelo
Preto/Branco
Amarelo/Branco
Vermelho/Branco Listrado
OBSERVAÇÕES:
• Os painéis de segurança devem ser de cor laranja e os números de identificação de
risco e de produto perigoso (número da ONU) devem ser indeléveis de cor preta.
• O painel de segurança e o rótulo de risco, se destacáveis, devem ter seus versos
pintado na cor preta, e os números citados no painel não devem ser removíveis.
• Os algarismos do painel de segurança devem ter altura de 10 cm e largura de 5,5 cm.
• No Brasil, os símbolos convencionais e seu dimensionamento são estabelecidos
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• pela NBR 7500, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, de Mar/2000 –
Símbolo de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais.
CLASSE 1 = EXPLOSIVOS
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efeitos gerados a partir do contato com substâncias tóxicas estão relacionados com o seu
grau de toxidade e o tempo de exposição e dose.
CLASSE 7 = MATERIAIS RADIOATIVOS
São substâncias que, por ação química, causa severos danos em contato com tecidos
vivos. Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentem estas
propriedades, os ácidos e as bases.
CLASSE 9 = SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS
Substância que apresenta um risco não coberto por qualquer das outras classes.
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
CLASSE 2 – GASES
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CLASSE 5 – SUBSTÂNCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGÂNICOS
CLASSE 6 – E SUBSTÂNCIAS
INFECTANTES)
CLASSE 8 - CORROSIVOS
CLASSE 1 – EXPLOSIVOS
CLASSE 2 – GASES
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CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS
CLASSE 8 – CORROSIVOS
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Classe Líquido inflamável
Classe 4 Sólidos inflamáveis, substâncias passíveis
de
combustão espontânea, substâncias que, em
DIAMANTE DE HOMMEL
VERMELHO – INFLAMABILIDADE
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AZUL – PERIGO PARA SAÚDE
4 – Produto Letal
3 – Produto severamente perigoso
2 – Produto moderadamente perigoso 1 –
Produto levemente perigoso
0 – Produto não perigoso ou de risco mínimo
AMARELO – REATIVIDADE
4 – Capacidade de detonação ou decomposição com explosão à temperatura
ambiente
3 – Capacidade de detonação ou decomposição com explosão quando exposto à fonte de
energia severa
2 – Reação química violenta possível quando exposto a temperaturas e/ou pressões
elevadas
1 – Normalmente estável, porém pode se tornar instável quando aquecido 0 –
Normalmente estável
BRANCO – RISCOS ESPECIAIS
w - Evite o uso de água - Material radioativo ALK - Base forte OXY - Oxidante
forte ACID - Ácido forte
OBJETIVO DO MANUAL
O manual foi desenvolvido pelo departamento de transporte dos Estados Unidos, sendo
adaptado pela Associação Brasileira de Indústria Química (ABIQUIM) ao Brasil, visando
direcionar os atendimentos às características dos produtos químicos que são produzidos e
transportados em solo brasileiro. O Manual está em observância com o ERG 2000
(Emergency Response Guidebook), sendo o mesmo aplicado nos Estados Unidos, Canadá
e México. O conteúdo apresentado é baseado na 5ª edição do manual de emergência da
ABIQUIM, de 2006.
O Manual de Emergências da ABIQUIM é uma fonte de informação inicial, somente para os
primeiros 30 minutos do acidente. Utilize suas recomendações para orientar as primeiras
medidas na cena de emergências, até a chegada de técnicos especializados, evitando riscos
e a tomada de decisões incorretas.
AS SEÇÕES DO MANUAL
O manual para atendimento a emergência com produtos perigos possui cinco seções:
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SEÇÃO BRANCA: A seção branca aborda informações gerais acerca do manual, bem
como dados referentes aos números de risco e suas características, além da tabela de
códigos de riscos.
SEÇÃO AMARELA: A seção amarela classifica os produto perigosos pelo número da ONU,
relacionando o número ao nome do mesmo, atribuindo com isso a sua classe de risco e a
respectiva guia de emergência. Nesta seção estão organizados os produtos perigosos em
ordem numérica crescente, de acordo com a designação da ONU.
SEÇÃO AZUL: A seção azul identifica o produto pelo seu nome comercial, servindo para se
associar o mesmo à sua respectiva guia de emergência e ao número da ONU.
SEÇÃO LARANJA: A seção laranja é composta basicamente de guias, sendo estas
denominadas de guias de emergência, pois compõem todos os procedimentos que devem
ser adotados em um acidente com produtos perigosos.
A seção laranja possui 62 guias, divididas em função dos riscos potenciais, como: fogo ou
explosão e risco à saúde; atribuições da segurança pública, como vestimentas de proteção
e evacuações; e, trás ainda, ações de emergência em caso de vazamento e derramamento,
fogo e os primeiros socorros em caso de vítimas.
Quando não se conhece o conteúdo da carga ou há transporte de vários produtos juntos –
carga mista (desde que sejam compatíveis e dentro da quantidade exigida pela legislação)
– usa-se a guia 111.
SEÇÃO VERDE: A seção verde relaciona:
OBSERVAÇÕES:
• A letra “P” seguida do número da guia indica produtos que podem polimerizar de
forma violenta pelo calor ou por contaminação.
• Polimerização é a denominação dada à reação química que a partir de moléculas
simples (monômeros) produzem macromoléculas (polímeros), normalmente de forma
extremamente exotérmica.
• Os produtos destacados em verde indicam que possuem riscos especiais (tóxicos por
inalação ou em contato com a água produzem gases tóxicos). Requerem um tratamento
especial quanto ao isolamento e distanciamento.
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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
1. Selecionar corretamente a proteção respiratória;
2. Identificar os diferentes níveis de proteção;
3. Selecionar corretamente o EPI.
CONCENTRAÇÃO IPVS
Os filtros químicos não suprem a deficiência de oxigênio, portanto, não devem ser usados
em ambientes fechados e sem ventilação, onde a concentração de oxigênio seja inferior a
19,5%.
NÍVEIS DE PROTEÇÃO
NÍVEL A – MAIOR NÍVEL
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• Equipamento autônomo com pressão positiva;
• Roupa totalmente encapsulada;
• Botas com resistência química;
• Capacetes de uso interno;
• Outros componentes opcionais.
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• Respirador total ou parcial com purificador de ar;
• Macacões quimicamente resistentes;
• Luvas quimicamente resistentes;
• Botas quimicamente resistente;
• Outros componentes opcionais.
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PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA
OBJETIVOS:
ZONAS DE TRABALHO
Toda área de acidente com produto perigoso deverá estar sob rigoroso controle. O método
utilizado para prevenir ou reduzir a migração dos contaminantes é a limitação da cena de
emergência em zonas de trabalho. O emprego de um sistema de três zonas, pontos de acesso
e procedimentos de descontaminação, fornecerá uma razoável segurança contra o
deslocamento de agentes perigosos para fora da zona contaminada ou área de risco.
As zonas de trabalho devem ser delimitadas no local com fitas coloridas e, se possível, também
mapeadas. A dimensão das zonas e os pontos de controle de acesso devem ser do
conhecimento de todos os envolvidos na operação.
A divisão das zonas de trabalho deverá ser constituída da forma que segue:
Zona Quente: Localizada na parte central do acidente, é o local onde os contaminantes
estão ou poderão surgir. A zona de exclusão é delimitada pela chamada linha quente.
Quem fica na Zona Quente?
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Zona Morna: É a região que fica posicionada na área de transição entre as áreas
contaminadas e as áreas limpas. Esta zona é delimitada pelo chamado corredor de redução
da contaminação. Toda saída da zona de exclusão deverá ser realizada por esse corredor.
Quem fica na Zona Morna?
Zona Fria: Localizada na parte mais externa da área é considerada não contaminada.
O posto de comando da operação e todo o apoio logístico ficam nessa área.
Quem fica na Zona Fria?
ZONAS DE TRABALHO
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• Zona 1: Zona de Exclusão – Quente
• Zona 2: Zona de Redução de Contaminação – Morna
• Zona 3: Zona de Suporte – Fria
Para que todas as ações de emergência sejam tomadas o mais rápido possível e de maneira
ordenada e sistematizada é necessária uma abordagem integrada da situação, onde várias
ações pré-determinadas são desempenhadas simultaneamente por diferentes membros da
equipe com um objetivo comum, minimizar os efeitos danosos do acidente. De maneira geral a
missão dos Bombeiros nessas ocorrências passa por:
COORDENADOR DO SCO
Esta é a função do Comandante da Operação, deve ser ocupada por quem tem a maior
responsabilidade sobre a ocorrência. O COORDENADOR DO SCO desenvolve as seguintes
atividades:
Permanecer no posto de comando:
O comandante da Operação deve estabelecer o SCO o mais breve possível e, seguindo a
doutrina do SCO, deve permanecer no posto de comando para de lá poder gerenciar a
ocorrência mantendo todas as atividades sob seu conhecimento.
Realizar a busca de novas informações sobre o produto:
Com o intuito de subsidiar as ações tomadas na emergência, este deverá buscar novas
informações sobre o produto envolvido, para tal pode lançar mão da ficha de emergência,
entrevista com o motorista ou ainda internet e outros meios de comunicação.
Realizar contato com demais órgãos:
Normalmente toda ocorrência envolvendo Produtos Químicos Perigosos envolve uma
diversidade de agências, além de empresas envolvidas direta e indiretamente com a carga.
Essas agências e empresas precisam de um elo comum de comunicação e, normalmente, sua
presença é extremamente necessária para um bom desfecho da ocorrência. Sendo assim, a
figura do Coordenador do SCO funciona como esse elo. Uma atenção especial à imprensa
também deve ser dada, já que não queremos que eles busquem informações
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com pessoas despreparadas e desinformadas, portanto, o próprio Coordenador ou alguém por
ele designado, deve dar sempre atenção à imprensa presente no local.
OPERAÇÕES
O produto envolvido deve ser identificado antes que qualquer ação seja tomada, pois é muito
provável que estejamos frente a um problema muito sério e, muitas vezes, mortal. Se o acidente
envolve fogo, a reação natural dos bombeiros é tentar apagar este fogo. Todavia, em muitas
emergências com produtos perigosos, é expressamente proibido o emprego de água, pois esta
pode reagir com o produto químico e formar gases combustíveis ou explosivos. Como exemplo,
citamos o Carbureto de Cálcio e o Sódio Metálico.
Existem várias maneiras de se identificar o produto perigoso:
• Consultando os documentos de embarque. Na nota fiscal deve constar o nome do
produto como também o Número da ONU relativo.
• Consultando a ficha de emergência que também deve estar no veículo, dentro do
envelope para transporte.
• Observando o que consta nos painéis de segurança, de cor laranja, com números
pretos que, obrigatoriamente, devem estar afixados na frente, na traseira e algumas
vezes nas laterais dos veículos.
• Prestando atenção aos rótulos de risco que estão pintados ou colados nas
carrocerias, nos tanques e embalagens.
Coordenar as atividades:
As atividades da zona quente, morna e fria devem ser coordenadas pelo Operações, somente
dele devem emanar as ordens para os bombeiros que estão atuando na ocorrência. Ele deve
fazer valer o Princípio da Unicidade de Comando, onde cada bombeiro recebe ordens de
apenas um superior. É importante que o Operações permaneça em um local de fácil acesso
para seus comandados e onde tenha uma boa visão de tudo o que está acontecendo na
ocorrência.
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EQUIPE DA ZONA QUENTE
Realizar o Círculo Interno:
Após o atendimento à(s) vítima(s) a equipe de zona quente deverá concentrar esforços na
operação de controle do vazamento / derramamento do produto perigoso. Os casos em que
o grau de avaria da embalagem ou meio de transporte seja elevado e impossibilite
o controle, a equipe deve manter o produto confinado, restringindo seus efeitos ao menor
espaço possível no meio ambiente.
Este passo da atividade emergencial pode necessitar ou não de equipamentos específicos,
pois, em diversas situações, a embalagem que contém o produto sofre avarias graves que não
permitem o ajuste adequado de equipamentos de uso comum.
Em alguns casos, para que um vazamento seja eliminado, pode ser necessário apenas o
rolamento de um tambor, o fechamento de uma válvula ou o desligamento de uma bomba.
Em algumas situações, será necessário o emprego de artifícios mais sofisticados ou até mesmo
de equipamentos altamente especializados.
Entre os equipamentos utilizados, destacam-se os seguintes:
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Batoques: Madeira, Bronze ou Neoprene:
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seus subprodutos no ambiente. Estas medidas de controle podem incluir a extinção de
incêndios, a combustão controlada, a neutralização, a construção de represas
O trabalho dessa equipe existe para dar suporte à equipe da zona quente. Ele é dividido
conforme o tipo de produto envolvido na ocorrência, a saber:
• PRODUTOS PERIGOSOS À SAÚDE;
• POLUENTES (POLUIÇÃO AMBIENTAL);
• LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS.
Também esse assunto será tratado no próximo capítulo quando abordado o resgate
de vítimas.
Providenciar o confinamento do material derramado: Confinamento são as ações que
visam impedir que o produto já derramado se espalhe contaminando outras áreas.
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Realizar a descontaminação do ambiente
Mantas:
Tapetes Microfibras:
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Areia: material extremamente barato. É pobre como
material absorvente, pois realiza apenas uma
absorção superficial em seus grãos. Devido ao peso
e a dificuldade de manipulação e de descarte
posterior não é recomendada, devendo ser utilizada
quando não há outro absorvente disponível.
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Cinzas Vulcânicas: material pesado e não
incinerável. Deve ser utilizados em casos
específicos para reter óleo e derivados de petróleo
em ambientes controlados. Não é utilizado
comumente.
Fibra de celulose reciclada: a celulose reciclada,
quando preparada para ser utilizada como material
absorvente apresenta excelente absorção, com
baixo peso, facilidade de aplicação e custo
acessível. O fator limitante é que a mesma não
pode ser empregada para absorver produtos
reativos, pois entra em decomposição térmica. É
incinerável, produzindo bastante energia (co-
geração) e deixa baixa quantidade de cinzas.
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Líquidos Inflamáveis:
RESGATE DE VÍTIMAS
Havendo vítima(s) devemos fazer a abordagem com rapidez e eficiência,
avaliando se haverá necessidade de uso de equipamento de
desencarceramento. Caso seja possível, este procedimento deve ser feito antes
da entrada da equipe de intervenção na zona quente, de forma a proporcionar
atendimento mais eficaz já de posse dos materiais de primeiros socorros, tais
como, prancha rígida e oxigênio.
A equipe de intervenção deve conduzir a vítima até o limite da zona quente
com a zona morna, deixando os demais procedimentos de primeiros socorros
para a equipe do corredor de descontaminação e, posteriormente, a equipe de
atendimento pré-hospitalar.
Tratando-se de ocorrências com produtos perigosos, este item deve ser tratado
de forma diferenciado das demais situações que exigem o salvamento de
vítimas, pois na ânsia de socorrer pessoas que tiveram contato com o produto,
direta ou indiretamente, devem ser considerados contaminados. Portanto, não
é aconselhável fazer entradas heróicas para resgate de vítimas sem
Equipamentos de Proteção Individual compatíveis.
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Área de
Tratamento:
montada próxima
a saída do CRC.
Deve ter fácil
acesso de VTRs.
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• Os efeitos do produto químico podem ser retardados havendo
necessidade de manter a vítima em observação.
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utilizadas, tamanho das zonas de trabalho e espaço
disponível na área. Sempre que possível, ele deverá ser
em linha reta.
Toda a extensão do CRC deverá ser bem sinalizada, com
restrições para entrada e saída de pessoal, sendo a
chamada “linha quente” obrigatoriamente o seu início.
Temos empregado com sucesso apenas três bases no
CRC, esse número de bases se deve em parte à
quantidade limitada de bombeiros envolvidos na
ocorrência.
1ª BASE / ESTAÇÃO:
• DEPÓSITO DE MATERIAIS
• SACOS PLÁSTICOS
2ª BASE / ESTAÇÃO:
• Reserva de água;
• Lona;
• Piscina;
• Solução química ou detergente;
• 2 ou 3 escovas de pêlos suaves;
• 1 balde;
• 2 Cavaletes;
• Oxigênio.
3ª BASE / ESTAÇÃO:
• Cilindros de ar;
• Bancos;
• Lona.
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