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MÓDULO IV
SALVAMENTO AQUÁTICO
Técnicas de Salvamento Aquático
Créditos e Informações
CONTEÚDO REVISADO
E ATUALIZADO EM:
2014
Colaboradores:
8º Grupamento de Bombeiros (Manual de Salvamento Aquático 2014)
Conteudista: 1º Ten. QOBM Alexis Iverson Martins - BM/3 (2014)
Diagramação: 1º Ten. QOBM Jonatas Barrionuevo Theodoro (2014)
Ajude você também a melhorar os conteúdos! ccb-bm3-ensino@bm.pr.gov.br
Para um guarda-vidas experiente, a maioria dos salvamentos é considerada mera rotina, no en-
tanto, mesmo sendo, alguns deles, realmente, simples, todos devem representar uma resposta
cuidadosamente planejada para cada uma das circunstâncias que podemos encontrar.
• Reconhecimento;
• Alerta;
• Deslocamento;
• Abordagem;
• Avaliação e Estabilização;
• Sinalização;
• Retirada;
• Reavaliação;
• Encaminhamento;
• Registro.
Antes que um guarda-vidas inicie o processo de deslocamento e entre na água, é importante que
mais alguém dentro do sistema de prevenção e salvamento aquático saiba que uma operação de
resgate está em andamento e que um guarda-vidas está exposto a potenciais riscos e poderá vir
a necessitar de apoio. Esse alerta irá disparar procedimentos que garantirão que a área coberta
pelo guarda-vidas em operação estará coberta e que, em caso de necessidade, apoio suplementar
será acionado.
Antes de adentrar ao mar, o guarda-vidas dará um silvo longo, como sinal de resgate ou afoga-
mento em andamento. Neste caso, as equipes dos postos de guarda-vidas próximos e as equipes
de ronda devem, imediatamente, certificar-se da origem do silvo, verificar a necessidade ou não
de apoio e fazer o acompanhamento tático do desenrolar da operação de salvamento.
Nesse ponto, o incidente pode evoluir rapidamente do processo de pânico e angústia da vítima para o
processo de submersão, assim, velocidades de reação e de deslocamento são extremamente importantes
e os seguintes procedimentos deverão ser adotados para que o tempo de chegada à vítima seja o menor
possível:
De modo geral, a mera presença de uma pessoa na água, que transmita calma e confiança à vítima, terá
efeito bastante positivo na resolução do incidente. Os últimos momentos do processo de abordagem de-
verá se dar com o guarda-vidas entregando o equipamento flutuador (CSA) à vítima e adotando posição
defensiva, prevenindo a situação da vítima se agarrar a ele e haver a necessidade de uso de força física
e adoção de medidas extremas para liberta-se.
Pode-se a uns dois metros da vítima empurrá-lo para que ela o agarre, retirando antes a alça que o pren-
de a você, e, depois de acalmá-la, prender o cinto;
O guarda-vidas deve realizar a avaliação primária e, dependendo das condições que o meio oferecer e do
estado da vítima, ele deve começar a reanimação pulmonar ainda na água.
No caso de uso de CSA, após a vítima ter agarrado o flutuador, a estabilização se dará pelo ato de execu-
tar o fechamento do cinto de salvamento ao redor do tronco da vítima, clipando o fecho no olhal adequa-
do ao seu porte físico, reduzindo a possibilidade de a vítima vir a se desprender do CSA.
O fechamento do cinto de salvamento será sempre feito às costas da vítima, mantendo-a em posição de
decúbito dorsal, visando a dar maior sensação de segurança e a evitar que vítima fique de frente para a
água e venha a se apavorar e sofrer episódios de afogamento durante o procedimento de retirada.
Para isso, o resgatista poderá fazer uso de alguns poucos sinais simples e de uso internacionalmente
aceito e difundido.
Sob Controle:
Necessidade de apoio:
A saída deverá ser realizada pela área mais segura possível do cenário do incidente, nadando para longe
de costões de pedra, contornando as correntes de retorno e evitando, o máximo possível, zonas de impac-
to de arrebentação.
Vítima consciente
O guarda-vidas deverá posicionar-se às costas da vítima, sempre orientado-a com relação aos procedi-
mentos que serão adotados, segurar com uma das mãos o conjunto de mosquetão e argola que fazem o
fechamento do CSA em torno da vítima e, por meio do auxílio do braço contrário e de pernadas laterais ou
do estilo crawl, iniciará o deslocamento em direção à praia.
No caso de não haver indícios de situação de vulnerabilidade ou de não tratar-se de crianças, os critérios
a serem adotados para a decisão acerca dos procedimentos de encaminhamento a serem adotados serão
aqueles definidos para o tratamento de vítimas de incidente em meio líquido, segundo o Algoritmo do
Afogado.
b) Afogamento Grau 1: após a reavaliação, mantêm-se a vítima em observação no local por alguns minutos. Não
se constatando alterações, faz-se a liberação da vítima no local.
d) Afogamento Grau 3: Oxigenoterapia – 15 l/min – máscara facial. Posição lateral de segurança. Cabeça elevada
em relação ao tronco. Encaminhamento a hospital ou pronto-atendimento médico em EMERGÊNCIA.
e) Afogamento Grau 4: Oxigenoterapia – 15 l/min – máscara facial. Observar respiração com atenção. Pode haver
parada isolada. Posição lateral de segurança. Cabeça elevada em relação ao tronco. Há necessidade de adminis-
tração de volumes. Acionamento de apoio para encaminhamento a hospital ou pronto-atendimento médico em
EMERGÊNCIA.
g) Afogamento Grau 6: PCR. Iniciar RCP até a volta das funções cardiopulmonares. Após voltar, tratar como Grau
4. Risco elevado de nova parada em 30 minutos. Monitorar com atenção. Há necessidade de administração de vo-
lumes. Acionamento de apoio para encaminhamento a hospital ou pronto-atendimento médico em EMERGÊNCIA.
Da mesma forma que em qualquer outra atividade profissional, não é possível a tomada de decisão com relação
às políticas de condução de um serviço de guarda-vidas sem a devida análise e avaliação do maior volume pos-
sível de informações acerca dos serviços prestados e registrados.
Sendo assim, é fundamentalmente crítico para o CBMPR que os guarda-vidas façam os devidos registros dos in-
cidentes em meio líquido, com a finalidade de propiciar as informações adequadas à deliberação de quem com-
pete sobre a necessidade de aquisição de novos equipamentos, do aumento da disponibilidade de recursos huma-
nos ou da expansão do alcance dos serviços.
O método a ser empregado em salvamento irá depender das condições da vítima, do guar-
da-vidas e do meio ambiente.
Condições da Vítima
Para realizar o salvamento, o guarda-vidas deverá:
Condições do Guarda-Vidas
Para realizar o salvamento, o guarda-vidas deverá:
A fúria de um mar revolto torna dificultosa a tentativa do nadar para salvar alguém. A víti-
ma não poderá ser vista com clareza e o guarda-vidas precisará de muita habilidade para
realizar o salvamento.
Múltiplas vítimas
De modo geral, as fases de uma ação de salvamento aquático independerão do número de
vítimas, devendo ser adotados todos os procedimentos para cada uma delas.
Em alguns poucos casos, no entanto, é possível que algumas medidas alternativas neces-
sitem ser adotadas quando o número de vítimas for maior do que o número de guarda-vidas
envolvidos na ação, especialmente com relação à abordagem, estabilização e retirada.
SOUZA, Paulo Henrique de. COMPONENTES DO SALVAMENTO AQUÁTICO. In: SOUZA, Paulo
Henrique de, 1970 - (Org.) Manual Técnico de Salvamento Aquático / Corpo de Bombeiros da
Polícia Militar do Paraná. - 1ª Edição. Curitiba : Associação da Vila Militar - Departamento
Cultural, 2014. 340 p.