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MEDICINA NUCLEAR

COLÉGIO TÉCNICO EDUCACIONAL VISÃO


AULA 7 – PROTEÇÃO RADIOLÓGICA.
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• Utilização de blindagens estruturais –
• As dependências de um serviço de Medicina Nuclear requerem um estudo denominado
cálculo de blindagens estruturais, que visa determinar quais ambientes necessitam de
blindagens adicionais em paredes, portas, visores e lajes. O
• objetivo da utilização de blindagens adicionais é reduzir a magnitude das irradiações nas
vizinhanças.
• Os materiais mais comumente utilizados como blindagens adicionais são o chumbo e o
concreto para paredes e lajes, o chumbo para portas, e vidros plumbíferos para visores;
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• Utilização de aventais de chumbo e protetores de tireoide –
• O uso destes acessórios plumbíferos tem por objetivo minimizar a
magnitude das irradiações em situações como o posicionamento e
acompanhamento de pacientes na sala de exames, a preparação e a
administração de radiofármacos, e a assistência a pacientes internados
submetidos a procedimentos terapêuticos;
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• Utilização de superfícies
impermeáveis –
• Superfícies das bancadas de
manipulação de radioisótopos, pisos
e paredes são confeccionadas ou
revestidas com materiais
impermeáveis, visando facilitar
processos de descontaminação
radioativa;
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• Utilização de forrações impermeáveis em procedimentos terapêuticos –
• Nos procedimentos terapêuticos os pacientes ingerem quantidades significativamente
maiores de materiais radioativos, comparadas aos procedimentos diagnósticos.
• Isso significa que estes pacientes se tornam “mais radioativos” e que suas secreções
(fezes, urina, saliva e suor) podem gerar contaminações significativas.
• Para evitar que as superfícies do quarto de internação sejam contaminadas, além das
impermeabilizações de pisos e paredes, utiliza-se forrações impermeáveis, tais como
plásticos sobre interruptores, maçanetas, telefones, colchões, travesseiros, vasos
sanitários, torneiras, etc.;
PROCEDIMENTOS GERAIS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• Utilização de acessórios de chumbo –
• Há inúmeros acessórios de chumbo utilizados em Medicina Nuclear,
cuja finalidade é diminuir a magnitude das irradiações.
• Alguns exemplos: cofres de chumbo para armazenamento de rejeitos
radioativos, blocos de chumbo e visores de chumbo para áreas de
manipulação, carrinhos de transporte de fontes, porta seringas, etc.;
MONITORAÇÃO

• Qualquer uso que se faça de fontes emissoras de radiação ionizante requer


um sistema de detecção.
• A proteção radiológica, para atingir seus objetivos, não é exceção.
• Seja como ferramenta para avaliar a intensidade das irradiações, seja como
ferramenta para investigar a ocorrência de contaminações, os sistemas de
detecção são essenciais em proteção radiológica.
AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE IRRADIAÇÕES

• Uma das situações que requer essa avaliação é a checagem da eficiência


de blindagens, sejam estruturais, sejam de acessórios.
• Para a checagem da eficiência de blindagens estruturais faz-se um
conjunto de medidas denominadas levantamento radiométrico.
• Esse levantamento pode ser efetuado utilizando-se um detetor do tipo
Geiger-Muller ou uma câmara de ionização.
AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE IRRADIAÇÕES

• O objetivo é medir os níveis de radiação que atravessam as blindagens


estruturais de uma sala (paredes, portas, lajes, visores) com o intuito de
verificar se essas blindagens oferecem proteção considerada adequada.
• De maneira similar podem ser testadas as eficiências de acessórios
utilizados como blindagens (aventais de chumbo, protetores de seringa,
etc.), e verificar qual o grau de proteção que oferecem.
AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE IRRADIAÇÕES

• Outra situação que requer o conhecimento da intensidade das irradiações é


a monitoração pessoal.
• Este tipo de monitoração objetiva conhecer as taxas de dose equivalente a
que se submetem os indivíduos ocupacionalmente expostos de uma
instalação.
• Este tipo de monitoração fornece um controle da qualidade do exercício
das atividades com possibilidade de exposição.
AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE IRRADIAÇÕES

• Um acréscimo não previsto no


valor da taxa de dose equivalente
em determinado período é
indicativo da ocorrência de algum
erro operacional ou de
planejamento, que pode ser
corrigido antes que os níveis de
dose atinjam valores intoleráveis.
INVESTIGAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE
CONTAMINAÇÕES

• O trabalho com fontes radioativas não seladas gera, inevitavelmente, contaminações.


• Grande parte destas contaminações é prevista, como por exemplo, as contaminações das seringas
utilizadas para a injeção de radiofármacos em pacientes.
• Há, entretanto, contaminações não previstas, que ocorrem com frequência em serviços de Medicina
Nuclear. Podem ser pequenos respingos ou derramamentos de material radioativo, que são dificilmente
perceptíveis a olho nu, mas que podem gerar múltiplas contaminações se não detectados e removidos.
• Uma maçaneta de porta, acidentalmente contaminada por algum indivíduo que estava com a luva
contaminada, pode ser tocada por outros indivíduos, que passarão a ter suas mãos contaminadas e assim
propagarão a contaminação em cada objeto que tocarem.
INVESTIGAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE
CONTAMINAÇÕES

• Para investigar a ocorrência destas contaminações recomenda-se que se faça, frequentemente,


monitorações em todas as áreas sujeitas a contaminações.
• O sistema de detecção mais comumente utilizado para estas investigações em serviços de Medicina
Nuclear é o detetor do tipo Geiger-Muller com sonda específica para investigação de contaminações,
usualmente uma sonda do tipo panqueca.
• Nos serviços de Medicina Nuclear, toda - e qualquer área - pode ser considerada como sujeita a
contaminações e, portanto, merece investigação.
• Há, entretanto, áreas mais sujeitas do que outras, o que permite que se estabeleçam frequências de
monitoração diferentes.
GERENCIAMENTO DE REJEITOS RADIOATIVOS

• Os rejeitos radioativos gerados em serviços de Medicina Nuclear compreendem seringas e acessórios


utilizados na injeção de radiofármacos, papéis e plásticos contaminados utilizados como forração de
superfícies, roupas de cama utilizadas por pacientes, luvas descartáveis utilizadas pelos profissionais
do setor, restos de comida de pacientes internados submetidos a tratamento terapêutico, e toda sorte
de materiais contaminados.
• Estes rejeitos possuem, como característica comum, um tempo de meia vida curto.
• Isso implica que podem e devem aguardar o decaimento radioativo na própria instalação.
• Há inúmeras regras e recomendações para este gerenciamento e a seguir são apresentadas algumas
delas:
GERENCIAMENTO DE REJEITOS
RADIOATIVOS
• Os rejeitos radioativos devem ser segregados por isótopo;
• Os rejeitos radioativos devem ser segregados em sólidos e líquidos;
• Os rejeitos radioativos que apresentarem algum outro risco associado, tal como risco
biológico ou risco químico, devem ser segregados dos demais;
• Rejeitos radioativos devem ser armazenados separadamente de quaisquer outros tipos de
rejeitos;
• Recipientes que contenham rejeitos radioativos devem ser identificados e sinalizados com o
símbolo internacional da presença de radiação ionizante;
GERENCIAMENTO DE REJEITOS
RADIOATIVOS
• Recipientes que contenham rejeitos radioativos devem ser adequados às
características físicas e químicas dos rejeitos;
• Rejeitos radioativos podem ser eliminados no sistema de coleta de lixo
urbano (rejeitos sólidos) ou na rede de esgotos (rejeitos líquidos) somente
quando suas atividades específicas forem inferiores aos limites para
descarte determinados em norma específica da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (norma CNEN-NE-6.05);
LEGISLAÇÃO EM MEDICINA NUCLEAR

• A Comissão Nacional de Energia Nuclear é uma autarquia federal, vinculada ao


Ministério da Ciência e Tecnologia e tem as seguintes finalidades institucionais
(conforme consta no sítio da CNEN – www.cnen.gov.br):
• I - colaborar na formulação da Política Nacional de Energia Nuclear;
• II - executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços
na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos conforme disposto
na Lei nº 7.781, de 27 de junho de 1989; e
• III - regular, licenciar, autorizar, controlar e fiscalizar essa utilização.
NORMA CNEN-NN-3.01

• A norma CNEN-NN-3.01 é denominada Diretrizes Básicas de Proteção


Radiológica.
• É uma norma de caráter geral e é a norma mais importante em Proteção
Radiológica, por apresentar os principais conceitos e diretrizes.
NORMA CNEN-NN-3.01: DEFINIÇÕES E SIGLAS

• Apresenta a definição das grandezas utilizadas em proteção radiológica,


como dose absorvida, dose equivalente, dose efetiva, dentre outras.
• Apresenta as definições de cores e dimensões do símbolo internacional da
presença de radiação ionizante.
NORMA CNEN-NN-3.01: RESPONSABILIDADES GERAIS

• Apresenta as responsabilidades gerais de proteção radiológica


dos diferentes profissionais de uma instalação, incluindo os
titulares ou empregadores e os indivíduos ocupacionalmente
expostos (IOEs).
NORMA CNEN-NN-3.01: PRINCÍPIOS BÁSICOS

• Apresenta os princípios
básicos de proteção
radiológica, incluindo os
limites de dose;
• A tabela a seguir apresenta os
Limites Primários Anuais de
Dose Equivalente para IOEs
e para indivíduos do público:
PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

• O Plano de Proteção Radiológica (PPR) é o documento através do qual a instituição


estabelece junto à CNEN os compromissos que pretende assumir em relação à proteção
radiológica.
• É como se fosse um contrato em que a instituição se compromete a obedecer e fazer
cumprir certas regras e a CNEN, como contrapartida e em caso de concordância com os
termos, concede a autorização para o funcionamento.
• O PPR do Serviço de Medicina Nuclear deve conter, pelo menos, as informações
pertinentes da norma CNEN-NN-3.01 e abordar os seguintes tópicos:
PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

• a) Organização e gerenciamento relacionados com a segurança


radiológica, onde devem ser estabelecidas as obrigações do responsável
pela radioproteção e pelo manuseio do material radioativo;
• b) Seleção e treinamento do pessoal, onde devem ser estabelecidos
critérios de seleção, programas de treinamentos específicos e programas de
reciclagem;
PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

• c) Controle radiológico ocupacional, onde devem ser estabelecidos:


• 1. Os controles relacionados com as fontes de radiação tais como: controle
de acesso e sinalização específica, dispositivos de segurança, dispositivos
e controles administrativos;
• 2. Os níveis de referência; e
• 3. Os programas de monitoração do local de trabalho, individual e
avaliação dos dados;
PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

• d) Controle radiológico do público, onde devem ser identificadas as fontes


potenciais de irradiação do público, e descritos os procedimentos de
radioproteção segundo os critérios de limite de dose para o público. (No
caso de visitas, as exposições voluntárias não obedecem aos limites de
dose, porém as instruções devem contemplar todos os procedimentos
pertinentes);
PLANO DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA

• e) Procedimentos para atuação em emergência contendo a identificação


das situações potenciais de acidente e a avaliação dessas situações;
• f) Descrição do sistema de gerência de rejeitos radioativos, em
conformidade com a Norma CNEN-NE-6.05 - “Gerência de Rejeitos
Radioativos em Instalações Radiativas”, ou outra que a substituir.
REQUISITOS DE RADIOPROTEÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE
RADIOFÁRMACOS

• Proteção individual: Os trabalhadores envolvidos na manipulação dos


radiofármacos devem usar luvas descartáveis e avental ou guardapó, visando
minimizar as probabilidades de contaminação do indivíduo ou de suas roupas;
• Recebimento do material radioativo: as embalagens contendo material radiativo
que cheguem ao serviço de medicina nuclear devem ser monitoradas
externamente e os resultados confrontados com os valores registrados na guia de
monitoração que acompanha o material.
REQUISITOS DE RADIOPROTEÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE
RADIOFÁRMACOS

• Manipulação: A manipulação dos radiofármacos deve ser feita em bancada


lisa, de fácil descontaminação, recoberta com plástico e papel absorvente.
Ao término da jornada de trabalho, deve ser realizada uma monitoração
das superfícies utilizando monitor de contaminação. O mesmo
procedimento deve ser feito nas luvas e nas mãos dos trabalhadores
responsáveis pela manipulação. Este procedimento visa impedir a
propagação de eventuais contaminações.
REQUISITOS DE RADIOPROTEÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE
RADIOFÁRMACOS

• Monitoração: Deve ser realizado um levantamento radiométrico


(medida de taxa de exposição) quinzenal nas áreas restritas. Os
trabalhadores devem ser monitorados de acordo com a Norma
CNEN-NN-3.01.

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