LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA

VISUALIZAÇÃO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS

VISUALIZAÇÃO DE CÉLULAS
SANGUÍNEAS

O sangue é um tecido conjuntivo especializado que desempenha importantes

funções no organismo dos animais, tais como o transporte de oxigênio, a defesa do
organismo contra agentes agressores e a participação na coagulação sanguínea.

A fração líquida do sangue, também conhecida como plasma, é formada

principalmente por água, sais minerais e proteínas, tais como a albumina. No entanto,
as principais funções do sangue são executadas pelas células, que consistem nos
glóbulos vermelhos (ou eritrócitos), nos glóbulos brancos (ou leucócitos) e nas
plaquetas. As células constituem cerca de 45% do volume sanguíneo.

As hemácias, também conhecidas como eritrócitos, representam cerca de 99%

das células sanguíneas e atuam no transporte de oxigênio e de dióxido de carbono entre
os tecidos. Morfologicamente, são caracterizadas pela ausência de núcleo e por
possuírem um formato em disco bicôncavo, semelhantes a discos achatados. A
morfologia da hemácia em uma distensão sanguínea pode ser observada na figura a
seguir.

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Figura 1 – Micrografia de luz de distensão sanguínea apresentando hemácias. Fonte: Shutterstock, 2021.

Os leucócitos ou glóbulos brancos são as células sanguíneas envolvidas na defesa

do organismo, sendo classificados em granulócitos e agranulócitos, de acordo com a
presença ou ausência de grânulos específicos no citoplasma. Os granulócitos são
aqueles que possuem grande quantidade de grânulos em seu citoplasma; dentre eles,
podemos destacar os neutrófilos, os eosinófilos e os basófilos.

Os neutrófilos compõem a maioria dos granulócitos e possuem como principal

função de defesa do organismo a fagocitose de microorganismos e resíduos celulares.
Nos esfregaços sanguíneos, os neutrófilos são caracterizados por apresentarem núcleo
multilobulados e grande quantidade de grânulos em seu citoplasma. A morfologia dos
neutrófilos em uma distensão sanguínea pode ser observada na figura a seguir.

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Figura 2 – Micrografia de luz de distensão sanguínea apresentando o neutrófilo entre as hemácias. Fonte:
Shutterstock, 2021.

Os eosinófilos granulócitos, ou simplesmente eosinófilos, são menos frequentes

nos esfregaços sanguíneos. Sua característica mais evidente é a morfologia do núcleo,
com formato bilobular, semelhante a fones de ouvido. Esses leucócitos estão envolvidos
nas reações alérgicas ou em invasões parasitárias. A morfologia dos eosinófilos em uma
distensão sanguínea pode ser observada na figura a seguir.

Figura 3 – Micrografia de luz de distensão sanguínea apresentando o eosinófilo entre as hemácias. Fonte: Ross, M.
H. Atlas de histologia descritiva. Porto Alegre: Artemed, 2012, p. 63.

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Os basófilos são granulócitos mais raros, representando cerca de 0,5 a 1% dos

leucócitos circulantes. Apresentam morfologia arredondada e núcleo na forma de “S”,
podendo ser de difícil visualização nos esfregaços se encobertos pelos grânulos
citoplasmáticos, que apresentam maior granulosidade, quando comparados aos outros
granulócitos.

Os leucócitos são agranulócitos, ou seja, não possuem grânulos específicos no

citoplasma. Dentre esses leucócitos, podemos citar os linfócitos e os monócitos.

Os linfócitos são células envolvidas na resposta imunológica celular e humoral

dos organismos. Ao observar um esfregaço sanguíneo, os linfócitos apresentam
morfologia celular arredondada e tamanho inferior aos outros tipos de leucócitos,
apresentando cerca de 7m de diâmetro. O núcleo dessas células possui formato
arredondado, com predominância de heterocromatina e ocupando a grande maioria do
volume citoplasmático, restando somente um pouco de citoplasma na periferia das
células. Alguns núcleos podem apresentar uma chanfradura. A morfologia dos linfócitos
em uma distensão sanguínea pode ser observada na figura a seguir.

Figura 4 – Micrografia de luz de distensão sanguínea apresentando os linfócitos entre as hemácias. Fonte:
Shutterstock, 2021.

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Os linfócitos são classificados em dois principais subtipos, os linfócitos T e os

linfócitos B. A observação microscópica desses subtipos celulares com a utilização de
técnicas de coloração, tais como panótico rápido, não possibilita a distinção dessas
células. Para tal, é necessário utilizar uma técnica que reconheça os receptores
celulares, tais como as imunohistoquímicas.

Os monócitos são os maiores leucócitos circulantes, apresentando cerca de 16 a

20m de diâmetro. Eles apresentam núcleo excêntrico, em formato de rim e com menor
quantidade de heterocromatina, quando comparado ao núcleo dos linfócitos. Essas
células, ao serem recrutadas no sangue, sofrem diapedese e se diferenciam em
macrófagos nos tecidos, atuando na defesa do organismo, auxiliando na resposta
imunológica inata. A morfologia dos monócitos em uma distensão sanguínea pode ser
observada na figura a seguir. Observe o tamanho das células e o formato do núcleo,
quando comparado a um neutrófilo.

Figura 5 – Micrografia de luz de distensão sanguínea apresentando um monócito e um neutrófilo entre as hemácias.
Fonte: Shutterstock, 2021.

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As plaquetas são fragmentos celulares dos megacariócitos presentes na medula

óssea e atuam no processo de coagulação sanguínea em caso de lesões nos vasos
sanguíneos. As plaquetas podem ser identificadas pelos pequenos fragmentos celulares
arredondados entre as hemácias (Figura 5).

Baseado nas características morfológicas descritas acima, no laboratório virtual

você irá coletar o sangue por punção digital, realizar a distensão sanguínea em uma
lâmina histológica e a coloração dessas células para o destaque dos componentes
celulares, com a coloração rápida de panótico, técnica bastante utilizada em
diagnósticos hematológicos, que consiste na utilização de corantes que possuem
afinidades químicas pelas estruturas celulares, tornando-as visíveis ao microscópio de
luz, por adquirirem diferentes colorações. Na sequência, você irá identificar os
diferentes tipos celulares sanguíneos com a utilização de um microscópio de luz.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAIN, B. J. Células sanguíneas: um guia prático. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.

ROSS, M.H.; PAWLINA, W.; BARNASH, T.A. Atlas de Histologia Descritiva. 1. Ed. Porto
Alegre: Artmed, 2012.

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