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Caderno de Histologia

(Centésima turma de Medicina da Universidade Federal do Maranhão)

Editado pela turma 101 Comentado [L1]: Lukenia e Caroline Rebelo


Índice
TÉCNICAS HISTOLÓGICAS ............................................................................................................1
TECIDO EPITELIAL.........................................................................................................................6
1. TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO ...........................................................................................6
2. TECIDO EPITELIAL DE SECREÇÃO OU GLANDULAR ..........................................................................10
TECIDO CONJUNTIVO ................................................................................................................13
1. FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO................................................................................................13
2. TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO ..................................................................................14
3. TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS .......................................................................16
HISTOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ..........................................................................35
CLASSIFICAÇÃO, ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS ARTÉRIAS ......................................................................35
VEIAS, CAPILARES E ARTERÍOLAS ............................................................................................36
CORAÇÃO ...............................................................................................................................38
ÓRGÃOS LINFÓIDES ...................................................................................................................40
1- LINFONODO .......................................................................................................................40
2- BAÇO: .................................................................................................................................41
3- TIMO ..................................................................................................................................42
TÉCNICAS HISTOLOGICAS
Mateus Victor Pereira Lima

O QUE É A HISTOLOGIA?

É a ciência que estuda as células e material extracelular que constituem os tecidos


do organismo, assim como o modo como estes se organizam para constituir os
órgãos.

Existem quatro tipos fundamentais de tecidos:

✓ Epitelial
✓ Conjuntivo
✓ Muscular
✓ Nervoso

Sendo os mesmos, de uma forma simplificada, constituídos por células e matriz


extracelular.

COMO SÃO FEITAS ASLÂMINAS HISTOLÓGICAS : Preparação do tecido para


exame microscópico (Cortes Histológicos)

O Método mais utilizado em histologia é aquele que permite a obtenção de


preparados histológicos permanentes (Lâminas) para o estudo ao microscópio
óptico. Nesse instrumento os objetos são examinados por transparência , no
entanto, como órgãos muito delgados são raros, a maioria dos tecidos precisa ser
reduzida a cortes finos, suficientemente transparentes para serem examinados ao
microscópio. O aparelho responsávelpor esses cortes é o micrótomo. Entretanto
antes de serem cortados os tecidos devem passar por uma série de tratamento; são
eles:

1. FIXAÇÃO:

Etapa utilizada logo que o material (tecido ou órgão) é retirado do corpo. Esse
processo tem por finalidade:

✓ Evitar a digestão dos tecidos por enzimas presentes nas próprias células
(autólise);
✓ Impedir a atividade e proliferação de bactérias;
✓ Preservar em grande parte a estrutura e a composição molecular dos
tecidos.

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✓ Endurecer os fragmentos para que resistam melhor às etapas seguintes da
técnica citológica e aumentar a afinidade das estruturas pelos corantes,
facilitando a coloração.

A fixação pode ser realizada por agentes físicos como o calor. Mas,em geral, realiza-
se a fixação química através de substâncias fixadoras como: ÁLCOOL ETÍLICO,
ÁCIDO ACÉTICO, ÁCIDO PÍCRICO e FORMALDEÍDO A 4% (fixador mais utilizado na
microscopia óptica). Sendo que a escolha do fixador dependerá do tipo de material
e coloração que serão utilizados.

OBS:

1-Um dos fixadores mais comuns para microscopia de luz é uma substância
isotônica tamponada de formaldeído a 4%. Formaldeído e glutaraldeído, outro
fixador extensamente usado, são conhecidos por reagir com os grupos amina
(NH2) das proteínas.

2-Devido à alta resolução oferecida pelo microscópio eletrônico, é necessário um


cuidado maior na fixação para preservar os detalhes da ultraestrutura das células e
da matriz. Para esta finalidade uma fixação duplaglutaraldeído tamponado, seguida
por uma segunda fixação em tetróxico de ósmio, tornou-se um procedimento
padrão para estudos ultra estruturais.

2. INCLUSÃO:

Processo no qual os fragmentos dos tecidos e órgãos, apósa fixação, devem ser
incluídos (impregnados/infiltrados) com substâncias que lhes proporcionem uma
consistência rígida.

As substâncias mais utilizadas são:

✓ Parafina (M.O.)
✓ Resinas de Plático (Araldite) [M.O e M.E.]

As etapas que precedem a Etapa de Inclusão:

Desidratação: a água é extraída dos tecidos por meio de banhos de etanol com
concentrações crescentes. De 70%, até etanol puro -100%.

Clareamento ou Diafanização: utiliza-se substância miscível tanto em etanol como


no meio escolhido para inclusão (parafina/xilol – M.O.). Os fragmentos são
embebidos no Xilol e ficam transparentes ou translúcidos.

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A seguir os materiais são colocados em parafina derretida e quente (56-60°C) e levados
para a ESTUFA - o calor causa a evaporação do solvente orgânico, e os espaços
existentes dentro dos tecidos ficam preenchidos com parafina. Depois dos fragmentos
serem retirados da ESTUFA a parafina solidifica e eles se tornam rígidos. Os blocos de
parafina que contêm os tecidos são então levados a um micrótomo.

1. MICROTOMIA:

É a realização de cortes muito finos em aparelhos especializados, denominados


micrótomos. No micrótomo os blocos de parafina são seccionados por uma lâmina
(de aço ou de vidro) de modo a fornecer cortes de 1-10 micrômetros de espessura.
Após serem seccionados, os cortes são colocados para flutuar sobre uma superfície
de água aquecida e depois colocados sobre lâminas de vidro, onde aderem e onde
serão depois corados.

2. COLORAÇÃO:

Quase todas as organelas e estruturas celulares são transparentes e incolores, o


que dificulta a observação ao microscópio óptico. Para resolver esta questão foram
criadas numerosas técnicas para a coloração dos tecidos. Diversos preparados com
sentidos de cortes e colorações diferenciadas devem ser feitos para se conhecer e
evidenciar todos os constituintes celulares. A coloração se dá pela combinação dos
corantes com as proteínas ou outras moléculas orgânicas que constituem as
organelas.

A maioria dos corantes comporta-se como base ou ácido. Os corantes ácidos se


combinam com moléculas básicas ou acidófilas. São ácidos os corantes: eosina;
orange G e fucsina. Os corantes básicos se combinam com moléculas ácidas ou
basófilas. São básicos os corantes: azul-de-toluidina; azul-de-metileno e
hematoxilina.

5. MICROSCOPIA:

No microscópio, consideram-se duas partes: Mecânica e Óptica. Aparte mecânica e


seus componentes podem ser observados abaixo:

Já a parte óptica consiste em 3 sistemas de lentes: o condensador, a objetiva e a


ocular.

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Figura 1: Microscópio Óptico.

CARACTERÍSTICAS DAS LENTES OBJETIVAS

✓ Poder de resolução é a capacidade de discernimento entre dois pontos


adjacentes: característica maias marcante da lente objetiva (0,2µ)
✓ Limite de resolução é a menor distância que pode existir entre 2 pontos para
que possam ser distinguidos como tal.
✓ A qualidade de uma lente objetiva não está tanto relacionada no seu poder de
aumentar uma imagem mas no seu poder de resolução.

OS PRINCIPAIS TIPOS DE MICROSCOPIA SÃO:

MICROSCOPIA DE LUZ (ÓPTICA) - Meios de inclusão: parafina, paraplastr ou


histosecr; resina.

MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO - Meios de inclusão: resina (epon,


spurr), araldite.

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MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA - Varredura da superfície do tecido
ou injeção de resina plástica nos vasos sangüíneos, para observação da
microvascularização.

MICROSCOPIA CONFOCAL Varredura a laser

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Tecido Épitelial
Tais Pinto de Paula , José Álvaro Nascimento Paixão e Caroline Rebelo
Silveira,Lukénia Filipe

1. Tecido Epitelial de Revestimento


Tecido epitelial

✓ Células poliédricas justapostas


✓ Pouca substância extracelular
✓ Avascular (nutrição se dá pelo tecido conjuntivo adjacente)
✓ Células se organizam com folhetos que revestem a superfície externa e as
cavidades do corpo ou que se organizem em unidades secretoras
✓ Pouco espesso (devido à condição de nutrição)

Tipos de epitélio:

✓ Epitélio de revestimento
✓ Epitélio glandular

OBS:

Câncer no epitélio  curável

Se o câncer passar do epitélio e atingir o tecido conjuntivo  maior risco de


metástase, pois o tecido conjuntivo é vascularizado

Principais funções dos epitélios:

✓ Revestimento de superfícies ex: pele


✓ Absorção de moléculas ex: células intestinais
✓ Secreção ex: glândulas
✓ Percepção de estímulos ex: neuroepitélio olfativo
✓ Contração ex: contração exercida pelas células mioepiteliais

Formato das células dos epitélios de revestimento

OBS: o formato do núcleo geralmente acompanha o formato da célula

Membrana Basal

✓ Presente entre o tecido epitelial de revestimento e o tecido conjuntivo


✓ Algumas doenças podem causar espessamento da membrana basal
✓ Dividida em:
o Lâmina basal  mais superficial, não visível ao microscópio óptico
o Lâmina reticular  mais profunda, visível ao microscópio óptico

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Figura 1: Tecido Epitelial.

a) Epitélio pavimentoso simples


✓ Única camada de células achatadas firmemente aderidas
✓ Núcleo saliente e central
✓ Presentes revestindo os alvéolos pulmonares, compondo a alça de Henle e a
camada parietal da cápsula de Bowman do rim, formando o revestimento
endotelial dos vasos sanguíneos e linfáticos, assim como o mesotélio das
cavidades pleural e peritoneal e revestindo o ouvido interno e médio

Funções:

✓ Membrana limitante
✓ Transporte de fluidos
✓ Trocas gasosas
✓ Lubrificação
✓ Redução da fricção (auxiliando na movimentação das vísceras)
✓ Membrana de revestimento

b) Epitélio cuboide simples

✓ Única camada de células poligonais


✓ Células em corte perpendicular à superfície são quadradas com núcleo
arredondado central
✓ Formam os ductos de muitas glândulas do corpo, a cobertura do ovário e
alguns túbulos renais

Funções

✓ Secreção
✓ Proteção

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✓ Absorção

c) Epitélio colunar simples

✓ Única camada de células altas, retangulares, com núcleos ovoides


✓ Encontrado revestindo grande parte do trato digestivo, vesícula biliar,
grandes ductos das glândulas, ductos eferentes dos testículos, útero e
pequenos brônquios
✓ Pode possuir uma bordadura em escova ou microvilosidades (estreitos
prolongamentos digitiformes) que se projetam da região apical das células
✓ Pode apresentar cílios (ex: no útero e nos ductos eferentes dos testículos)

Funções:

✓ Transporte
✓ Absorção
✓ Secreção
✓ Proteção

d) Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado

✓ Espesso, composto por várias camadas de células


✓ As células mais basais têm forma cuboide
✓ As células localizadas no meio do epitélio são polimorfas
✓ As células localizadas na superfície livre são achatadas

OBS: as células mais superficiais do epitélio definem o seu nome

✓ Geralmente é úmido e encontrado forrando boca, faringe oral, esôfago


humano, cordas vocais, epiglote e vagina

OBS: queratinização do esôfago  é uma mudança reversível que ocorre no


epitélio (metaplasia)

Funções:

✓ Proteção
✓ Secreção

e) Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado

✓ Semelhante ao epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, porém


sua camada superficial é composta por células mortas, cujos núcleos e
citoplasmas são substituídos por queratina
✓ Constitui a epiderme da pele, uma camada resistente à fricção e
impermeável à água

Função: Proteção

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f) Epitélio cuboide estratificado

✓ Raro no corpo
✓ Duas camadas de células cuboides
✓ Reveste os ductos das glândulas sudoríparas

Funções:

✓ Absorção
✓ Secreção

g) Epitélio colunar estratificado

✓ Mais de uma camada de células


✓ Camada mais profunda geralmente cuboide
✓ Camada superficial formada por células colunares
✓ Raro no corpo
✓ Encontrado na conjuntiva do olho, alguns ductos excretores grandes e
algumas regiões da uretra masculina

Funções:

✓ Secreção
✓ Absorção
✓ Proteção

h) Epitélio de transição

✓ Muitas camadas de células


✓ Células basais são colunares ou cúbicas
✓ Células mais superficiais da bexiga vazia são grandes e ocasionalmente
binucleadas, e apresentam uma porção superior globosa
✓ Quando a bexiga está cheia, as células tornam-se achatadas e o epitélio
torna-se mais delgado
✓ Encontrado exclusivamente no sistema urinário
✓ Epitélio distensivo com função de proteção

i) Epitélio colunar pseudo-estratificado


✓ Núcleos em diferentes alturas, dando a falsa impressão de haver mais de
uma camada de células
✓ Encontrado na uretra masculina, revestindo a maior parte da traqueia e dos
brônquios primários, na tuba auditiva, nos ductos do epidídimo, em parte
da cavidade timpânica, cavidade nasal e na parede do saco lacrimal
✓ Pode ser ciliado

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Tecidos epiteliais

2. Tecido Epitelial de Secreção ou Glandular

O Tecido epitelial de secreção é constituído por células que se caracterizam pela


produção de secreção fluida. A secreção é um tipo de fenômeno encontrado em
vários epitélios de revestimento. Entretanto, os epitélios glandulares em geral
constituem órgãos especiais chamados glândulas.

Muitas vezes o processo de secreção é acompanhado da síntese intracelular de


macromoléculas. Quase sempre estes produtos elaborados pelas células
glandulares são acumulados dentro do citoplasma sob a forma de pequenas
partículas envolvidas por membranas, os chamados grânulos de secreção.

✓ Origem embriológica das glândulas

Quanto a embriogênese, as glândulas se originam a partir das superfícies epiteliais.


O epitélio prolifera e se aprofunda no conjuntivo subjacente, mantendo ou não
contato com a superfície, diferenciando a glândula em exócrina ou endócrina.
Nas glândulas exócrinas, o produto de secreção vai ter à superfície epitelial livre
através de seus ductos. Nas glândulas endócrinas, o produto de secreção é lançado
nos vasos sanguíneos.

Portanto, as glândulas exócrinas, que são aquelas que possuem canais excretores
que vão se abrir na superfície da pele ou de uma mucosa, podem ser classificadas
em Unicelulares e Multicelulares. A glândula unicelular, também chamada de
caliciforme, é formada por um componente glandular de uma só célula e possui
formato cilíndrico, com citoplasma visível e repleto de grânulos de secreção
glicoproteica, com núcleo próximo a base da célula. A glândula multicelular, que
é formada por componente glandular com mais de uma célula, constitui a maior
parte das glândulas do organismo. Esse tipo de glândula se divide ainda de acordo
com:

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✓ a disposição das células glandulares e com a presença ou ausência de
ramificações dos ductos, em simples (tem ducto único que não se ramifica)
e composta (quando o ducto apresenta ramificações);
✓ quanto à forma da porção secretora, em tubular (porção secretora em
forma de túbulos alongados, estes podendo ainda ser retos, enovelados ou
ramificados), alveolar (porção secretora em forma de bagos de uva, sendo
simples ou ramificados) e tubuloalveolar (chamado também de acinosas,
com formato de saco);
✓ de acordo com a maneira pelo qual o produto de secreção sai das células,
em merócrinas (saem só o produto de secreção), holócrinas (célula toda se
destaca da glândula) e apócrinas (onde o produto de secreção é eliminado
juntamente com pequena parte do citoplasma apical);
✓ e quanto à natureza de secreção que elas produzem, em glândulas mucosas
(que secretam material viscoso com função lubrificante ou protetora. Ex:
caliciforme), glândulas serosas (que possuem secreção aquosa rica em
enzimas. Ex: serosa da língua) e glândulas mistas (contém tanto serosas
quanto mucosas. Ex: submandibular).

Quanto às glândulas endócrinas, são glândulas que não possuem canais


excretores, mas possuem um eficiente sistema de irrigação sanguínea, de modo
que o produto de excreção é lançado diretamente na corrente sanguínea. Existem
dois tipos morfológicos distintos de glândula: Cordonal e Folicular. Nas glândulas
cordonais, as células se dispõem em fileiras paralelas entre si, formando cordões,
deixando entre eles espaços ocupados por capilares sanguíneos (Ex: adrenal,
paratireoide.). Nas glândulas foliculares, as células se dispõem formando vesículas,
delimitadas por pequenos sáculos, estando entre eles os capilares sinusóides (Ex:
tireoide).

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Tecido Conjuntivo
Raphael Oliveira Lima Silva, Jean Victor Martins Trovão, Wellington Alves Serra,
Josiel Paiva Vieira Juior, Eduardo B. Burrowes, Estevão Andrade Fonseca,Caroline
Rebelo Silveira

O tecido conjuntivo é caracterizado por conter pouca quantidade de célula, no


entanto, há uma grande variabilidade, além de um grande volume de matriz
extracelular, que inclui fibras, substância fundamental amorfa. Possui origem
mesodérmica.

1. Fibras do Tecido Conjuntivo


Fibras Colágenas: são formadas a partir de uma unidade estrutural do colágeno,
chamada de tropocolágeno. São constituídas por três cadeias alfa, entrelaçadas.
Possuem uma grande resistência à tração, são flexíveis e não são distensíveis.
Estão presentes nos tendões, ligamentos, túnica de média de vasos. Ao MO
aparecem como estruturas acidófilas, onduladas, de largura variável e de
comprimento indeterminado.

Figura 1: Fibras colágenas

Fibras Elásticas: formadas por elastina, compõem os principais componentes da


parede das artérias, bronquíolos, cartilagem elástica. São chamadas de fibras
amarelas.

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Figura 2: Fibras Elásticas

Fibras Reticulares: compostas por fibras colágenas, específicas de órgãos


reticulares (Baço, Timo, Linfonodo). Ao MO, quando corada com prata apresenta-se
escura, ao ser corada com H.Ecora-se de vermelho.

Figura 3: Fibras reticulares

2. Tecido conjuntivo propriamente dito


Há duas classes de tecido conjuntivo propriamente dito: o frouxo e o denso.

✓ Frouxo

O tecido conjuntivo frouxo suporta estruturas normalmente sujeitas a pressão e


atritos pequenos. É um tecido conjuntivo muito comum que preenche espaços
entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em
torno dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na

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hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e
pleurais e nas glândulas. Formam a lâmina própria das mucosas.

O tecido conjuntivo frouxo contém todos os elementos estruturais típicos do tecido


conjuntivo propriamente dito, não havendo, entretanto, nenhuma predominância
de qualquer dos componentes. As células mais numerosas são os fibroblastos e
macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também
estão presentes, além de fibras do sistemas elástico e colágeno. O tecido conjuntivo
frouxo tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito
resistente a trações.

Figura 4: Tecido conjuntivo frouxo.

✓ Denso

O Tecido conjuntivo denso é adaptado para oferecer resistência e proteção aos


tecidos. É formado pelos mesmos componentes encontrados no tecido conjuntivo
frouxo, entretanto, existem menos células e uma clara predominância de fibras
colágenas. O tecido conjuntivo denso é menos flexível e mais resistente à tensão
que o tecido conjuntivo frouxo. Quando as fibras colágenas são organizadas em
feixes sem uma orientação definida, o tecido chama-se denso não modelado.
Neste tecido, as fibras formam uma trama tridimensional, o que lhes confere certa
resistência às trações exercidas em qualquer direção. Este tipo de tecido é
encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele.

O denso modelado apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos outros e


alinhados com o fibroblasto. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras
colágenas em resposta às forças de tração exercidas em um determinado sentido.
Neste caso, os fibroblastos, em resposta a forças que normalmente atuam sobre os

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tecidos, orientam as fibras que produzem de modo a oferecer o máximo de
resistência a estas forças.

Os tendões representam o exemplo típico de conjuntivo modelado. São estruturas


alongadas e cilíndricas que conectam os músculos estriados aos ossos. Em virtude
de sua riqueza em fibras colágenas, os tendões são estruturas brancas e
inextensíveis. Eles são formados por feixes densos e paralelos de colágeno
separados por muito pouca quantidade de substância fundamental. As células do
tendão podem ser morfologicamente classificadas como fibrócitos, uma vez que
contêm núcleos alongados paralelos às fibras de colágeno e o citoplasma delgado
com poucos prolongamentos, os quais frequentemente envolvem feixes de
colágeno.

Os feixes de colágeno do tendão (feixes primários) se agregam em feixes maiores


(feixes secundários) que são envolvidos por tecido conjuntivo frouxo contendo
vasos sanguíneos e nervos. Finalmente, o tendão é envolvido externamente por
uma bainha de conjuntivo denso. Em alguns tendões esta bainha é dividida em
duas camadas: uma presa ao tendão e a outra ligada a estruturas adjacentes. Entre
essas duas camadas forma-se uma cavidade revestida por células achatadas de
origem mesenquimal, que contém um líquido viscoso semelhante ao líquido
sinovial das articulações, o qual contém água, proteínas, glicosaminoglicanos,
glicoproteínas e íons. Esse líquido atua como lubrificante que facilita o
deslizamento do tendão no interior da bainha.

Figura 5: A. Tecido Conjuntivo Denso não modelado. B. Tecido Conjuntivo Denso


Modelado

3. Tecido Conjuntivo de Propriedades Especiais

a) Tecido Ósseo

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O tecido ósseo é altamente rígido e resistente e suas funções estão relacionadas à
sustentação e proteção de órgãos vitais do organismo. Proporciona apoio
aos músculos esqueléticos, traduzindo suas contrações em movimentos, além de
ser um depósito de cálcio, fosfato e mais alguns íons, liberando-os no organismo de
forma controlada.

Este tecido é formado por células e material extracelular calcificado, chamado


de matriz óssea. A nutrição de uma das células formadoras do tecido ósseo
(osteócitos) depende dos canalículos presentes na matriz, que possibilitam as
trocas de íons e moléculas entre os capilares e estas células ósseas. Os ossos são
recobertos na sua face interna (endósteo) e externa (periósteo) por uma camada
de tecido que possui células osteogênicas.

Células que compõe o tecido ósseo:

✓ Osteócitos

Ficam localizados em cavidades na matriz óssea, chamadas de lacunas, sendo que


cada uma abriga apenas um osteócito. Por entre os canalículos estas células se
comunicam e trocam moléculas e íons pelas junções gap (junções celulares).
Possuem um formato achatado, semelhantes a amêndoas, possuem certa
quantidade de retículo endoplasmático rugoso, complexo de Golgi pequeno e
núcleo com cromatina condensada. São células de extrema importância na
manutenção da matriz óssea.

✓ Osteoblasto

Estas células produzem a parte orgânica da matriz óssea. Possuem a capacidade de


armazenar fosfato de cálcio, participando na mineralização da matriz. Encontram-
se dispostas lado a lado na superfície óssea e, quando estão em alta atividade de
síntese apresentam formato cubóide, com citoplasma basófilo; quando em estado
de pouca atividade, tornam-se achatados e o citoplasma se torna menos basófilo.
Quando esta célula passa a ficar aprisionada na matriz óssea, torna-se um
osteócito.

✓ Osteoclasto

São células gigantes, móveis, muito ramificadas, contendo inúmeros núcleos, com
citoplasma granuloso, certas vezes com vacúolos, pouco basófilos nas células
jovens e acidófilos nas células mais velhas. As lacunas cavadas na matriz óssea,
pelos osteoclastos, recebem o nome de lacunas de Howship. Os osteoclastos
apresentam prolongamentos vilosos, ao redor desta área de prolongamento existe
uma zona citoplasmática, chamada zona clara que é pobre em organelas, porém
rica em filamentos de actina. Esta zona é um local de adesão do osteoclasto com a
matriz óssea e cria um ambiente fechado, onde ocorre a reabsorção óssea.

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Classificação do tecido ósseo:

✓ Osso compacto

Não possui espaço medular, mas possui canais que abrigam nervos e vasos
sanguíneos, conhecidos como canais de Volkmann e canais de Havers. Presente,
quase que na totalidade da diáfise de ossos longos, na periferia de ossos curtos, nos
ossos chatos formando duas camadas que recebem o nome de tábuas interna e
externa.

✓ Osso esponjoso

Apresenta amplos espaços medulares, formados por diversas trabéculas,


conferindo ao osso, um aspecto poroso, abrigando a medula óssea. É encontrado na
parte mais profunda da diáfise de ossos longos, no centro de ossos curtos e
separando as tábuas interna e externa dos ossos chatos.

✓ Tecido ósseo primário ou imaturo

É o primeiro tecido ósseo que aparece no osso, sendo substituído aos poucos por
tecido ósseo lamelar. Em adultos, persiste apenas perto das suturas dos ósseos do
crânio, nos alvéolos dentários e em algumas regiões de inserção dos tendões.

✓ Tecido ósseo secundário ou lamelar

Geralmente é encontrado nos adultos, sendo que sua característica principal reside no
fato de possui fibras colágenas organizadas em lamelas, paralelas, ou dispostas de
forma concêntrica ao redor dos canais e vasos, dando origem aos sistemas de Havers.
Essa classificação é de ordem macroscópica, pois quando essas partes são observadas
no microscópio nota-se que ambas são formadas pela mesma estrutura histológica. A
estrutura microscópica de um osso consiste de inúmeras unidades, chamadas sistemas
de Havers. Cada sistema apresenta camadas concêntricas de matriz mineralizada – as
lamelas - depositadas ao redor de um canal central onde existem vasos sanguíneos e
nervos que servem o osso, além de lacunas que correspondem os espaços em que os
osteócitos se localizam, e também canalículos, interconectando essas estruturas.

✓ Canais de Havers

Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a


superfície externa do osso por meio de canais transversais ou oblíquos, chamados
canais perfurantes (canais de Volkmann). O interior dos ossos é preenchido pela
medula óssea, que pode ser de dois tipos: amarela, constituída por tecido adiposo,
e vermelha, formadora de células do sangue.

OBS: Osso Seco x Osso Descalcificado (à luz do microscópio óptico)

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Um lâmina de osso seco mostra um osso que passou por uma técnica de desgaste,
sendo conservado apenas os componentes inorgânicos, dessa forma, identifica-se,
nessa lâmina, os componentes do sistema de havers: canal de havers, lacunas,
canalículos, lamelas, canais de Volkman. Já uma lâmina de um osso descalcificado,
revelará a matriz orgânica desse osso, sendo identificável os componentes
celulares como os osteócitos, osteoclastos, osteoblastos, é possível identificar
vasos sanguíneos também.

Figura 6: Osso Descalcificado.

Figura 7: Osso Desgastado.

b) Tecido Cartilaginoso

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É uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Suas
funções são: suportar os tecidos moles, revestir superfície articulares (absorver
choques e facilitar os deslizamentos) e é essencial para a formação e crescimento
dos ossos longos. Esse tecido não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das
cavidades articulares. É também desprovido de vasos linfáticos e de nervos, tendo
metabolismo baixo. Apesar de vários vasos poderem passar pela cartilagem, eles
não formam redes de capilares.

Pericôndrio

É a bainha conjuntiva que gradualmente se continua com a cartilagem por


uma face e com o conjuntivo adjacente pela outra. Ele inexiste nas cartilagens
articulares e nas peças decartilagem fibrosa e é vascularizado. As substâncias
necessárias para a manutenção dos condrócitos se difundem dos vasos sanguíneos
do pericôndrio através da matriz para chegar aos condrócitos. Fornece condrócitos
para o crescimento da cartilagem e é responsável pela sua nutrição e metabolismo.

Células da cartilagem:

Quatro tipos de células são característicos da cartilagem em desenvolvimento e


madura.

✓ Células do pericôndrio: são stem cells que formam a parte celular do


pericôndrio. É a população germinativa das células que vão originar os
condroblastos e estes os condrócitos e são semelhantes aos fibroblastos.
✓ Condroblastos: população de células da cartilagem imatura; formam uma
camada de células na superfície da cartilagem, sintetizam e secretam a
matriz cartilaginosa; ao tornar-se completamente envolvido pela matriz,
passa a ser denominado de condrócito.
✓ Condrócito: são células maduras da cartilagem que retêm atividade
mitótica; continuam a secretar matriz, aumentando o compartimento
extracelular. Estando totalmente envolvidos pela matriz da cartilagem
passam a ocupar cavidades denominadas lacunas. Essas podem conter um
ou mais condrócitos. Esses podem estar distantes um dos outros ou podem
ocorrer em grupos, os quais provêm da divisão de condrócitos
preexistentes e são chamados de grupos isógenos. A formação destes
grupos é o primeiro passo para o crescimento intersticial e é seguido pela
secreção de matriz adicional.
✓ Condroclastos: são células associadas a reabsorção da cartilagem. Durante
a ossificação os condroclastos removem a cartilagem calcificada que é
substituída por osso e têm estrutura e função semelhantes às dos
osteoclastos (tecido ósseo).

Matriz da cartilagem

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Forma a maior parte da massa da cartilagem. Constituída por fibras e substância
fundamental (colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com
macromoléculas de proteoglicanas). Há subcompartimentos da Matriz. O primeiro
é a matriz territorial: zona da matriz próxima aos condrócitos ou aos grupos de
condrócitos, intensamente basófilos. O outro é a matriz interterritorial: zona mais
afastada dos condrócitos que se coram menos intensamente. São constituídas por
fibrilas colágenas maiores e sua acidofilia pode mascarar a basofilia da substância
fundamental.

Tipos de Cartilagem

Existem três tipos de cartilagem, cada uma com características singulares.

✓ Cartilagem hialina

É o tipo mais frequentemente encontrado no corpo humano e mais amplamente


distribuído. Forma o primeiro esqueleto do embrião, que posteriormente é
substituído por um esqueleto ósseo. É encontrado nos anéis da traqueia,
brônquios, parede das fossas nasais, extremidade ventral das costelas,
superfíciesarticulares das juntas sinoviais e os modelos dos ossos em formação na
ossificação endocondral.

Entre a diáfise e a epífise dos ossos longos em crescimentoobserva-se o disco


epifisário de cartilagem hialina (responsável pelo crescimento do osso em
extensão) e seus condrócitos se dispõem em fileiras ou colunas e esta cartilagem é
designada de cartilagem seriada. O colágeno tipo II é o tipo de fibra característico
da matriz e essa cartilagem é envolvidas pelo pericôndrio, exceto as cartilagens
articulares.

Figura 8: Cartilagem – estrutura histológica.

✓ Cartilagem elástica

É encontrada no pavilhão auricular, no conduto auditivo externo, na tuba auditiva,


na epiglote e na cartilagem cuneiforme da laringe. Sua constituição é semelhante à

21
cartilagem hialina, porém inclui, além das fibrilas de colágeno (principalmente tipo
II), uma abundante rede de fibras elásticas finas, contínuas com as do pericôndrio.
A presença de elastina confere a este tipo de cartilagem uma cor amarelada,
quando examinada a fresco.

Figura 9: Fibras de colágeno.

Figura 10: Estrutura histológica da cartilagem.

✓ Fibrocartilagem

É um tecido com características intermediárias entre o conjuntivo denso e a


cartilagem hialina. Ele é encontrado nos discos intervertebrais, nos pontos em que
alguns tendões e ligamentos se inserem nos ossos, e na sínfise pubiana. Em sua
constituição há grande quantidade de colágeno tipo I, dispostas em feixes largos e
paralelos, e uma quantidade mínima de substância fundamental que está limitada
ao espaço circundante dos condrócitos. Esse tecido não tem pericôndrio evidente

22
c) Tecido Adiposo

O tecido adiposo é uma classificação do tecido conjuntivo especializado. Trata-se


do maior deposito de energia do corpo, com energia na forma de triglicerídeo. Os
triglicerídeos são mais eficientes como forma de reserva energética porque
fornecem 9,3 Kcal/g contra apenas 4,1 Kcal/g do glicogênio. Além de energético, o
tecido adiposo possui outras funções como o isolamento térmico, absorção de
choques mecânicos (principalmente na planta dos pés e na palma das mãos),
preenche espaço entre outros tecidos.

O tecido adiposo pode ser “tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular”, quando
as células são ocupadas quase que completamente por uma única gotícula de
gordura, este constitui o principal tecido adiposo em humanos adultos. O segundo
tipo é o “tecido adiposo pardo ou mutilocular, formado por células que contêm
numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.

As células adiposas uniloculares são grandes (50-150 µm de diâmetro), se


originam no embrião, a partir de células derivadas do mesênquima, os lipoblastos.
Quando isoladas são esféricas mas pelo compressão no tecido tornam-se
poliédricas. Apresentam septos do tecido conjuntivo com vasos e nervos, deste
septos parte fibras de sustentação das células adiposas, são fibras reticulares, o
colágeno III. Se considerarmos apenas o volume de citoplasma em relação ao
volume sanguíneo, o tecido adiposo é considerado bastante vascularizado. Cada
célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal.

No corte histológico se observa uma célula formada por uma delgada camada de
citoplasma em torno de um espaço vazio. Este espaço deve-se ao fato de que no
processo de preparação do corte histológico, a gotícula lipídica é removida pelos
solventes orgânicos. Para se visualizar o lipídio é preciso usar a técnica de
congelação, sem a passagem dos tecidos nos solventes de lipídios. Ao microscópio
eletrônico é possível observar gotículas lipídicas muito pequenas além da gotícula
principal.

O tecido adiposo unilocular também é secretor. Há a síntese de leptina (um


hormônio que participa da regulação da quantidade de tecido adiposo no corpo) e
de lipase lipoproteica.

Os triglicerídeos armazenados nas células adiposas podem ter origem da glicose,


com a síntese de ácido graxos e glicerol, ou no fígado, de onde serão transportadas
até as células adiposas na forma de lipoproteína de pequeno peso molecular. Há
ainda a forma mais comum de obtenção de lipídio que é pela alimentação quando
há a formação dos quilomícrons nas células epiteliais do intestino que irão
transportar os triglicerídeos até as células adiposas.

Quando há necessidade, os triglicerídeos são hidrolisados por lipases sob


influência da liberação de noradrenalina. O uso de lipídios pelo corpo é feita de

23
forma desigual, inicialmente há o consumo dos depósitos subcutâneos, do
mesentério e do retroperitôneo, enquanto as reservas nos coxins das mão e dos
pés resistem a longos períodos.

O tecido adiposo multilocular ou tecido adiposo pardo possui distribuição no corpo


bem pequena. No feto humano, há áreas muitos específica de presença de tecido
pardo, contudo, como este tecido não cresce acompanhando o crescimento normal
do ser humano, ele representa uma quantidade bem pequena no adulto. Não há
neoformação deste tecido após o parto. Se origina de células mesenquimais que
tornam-seepiteliódes.

O citoplasma deste tecido possui diversas gotículas lipídicas de tamanhos variados


além de muitas mitocôndrias com longas cristas. As células do tecido pardo tem
forma poligonal e são menores do que as do tecido adiposo unilocular. Sua
principal função é a produção de calor, nela a oxidação dos ácidos graxos não
produz ATP, assim a energia gerada pelo fluxo de prótons é dissipada como calor.
Por isso esse tecido é importante para animais que hibernam, nos seres humanos é
útil nos primeiros meses de vida.

Figura 11: Tecido Adiposo Multilocular

24
d) Tecido Muscular

O Tecido muscular é responsável por conferir mobilidade ao corpo humano e junto


com o esqueleto, auxilia na sustentação do organismo. Além disso ,também auxilia
no transporte de substancias pelo corpo humano (musculo liso) e auxilia na
regulação térmica do corpo (produz calor quando contrai).

Tipos de tecido muscular: (Existem três tipos com diferentes funções)

✓ Tecido muscular liso


✓ Tecido muscular Estriado Cardíaco
✓ Tecido Muscular Estriado Esquelético

Tecido Muscular Liso:

Reveste o tubo gastrointestinal as paredes das artérias, segmentos da arvore


respiratória e condutos das vias urogenitais.

Tipo de contração:

✓ Possui contração lenta e involuntária.

Aparência ao microscópio óptico:

✓ (Corte histológico longitudinal)


• núcleos únicos, estreitos e alongados
• citoplasma alongado (se cora em róseo pela eosina).
✓ (Corte transversal)
• fibras de forma arredondada, com ou sem a presença de núcleos
• As fibras musculares lisas são fusiformes , mononucleadas, com
núcleo também fusiforme

Figura 12: Tecido muscular liso.

25
Aparência ao microscópio eletrônico:

Observa-se citoplasma com miofibrilas (responsável pela contração).

Tecido Muscular Estriado Esquelético:

Geralmente encontra-se ligado a ossos e cartilagem por meio de tendões Reveste o


esqueleto dando mobilidade ao organismo. As fibras dispõem-se agrupadas, em
grande número, em feixes envolvidos por tecido conjuntivo. Em corte transversal
distinguem-se nos feixes:

✓ Epimísio: tec. conj. que envolve o músculo.


✓ Perimísio: tec. conj. que envolve o feixe.
✓ Endomísio: tec. conj. que envolve cada fibra.

Figura 12: Tecido muscular estriado esquelético.

Tipo de contração:

✓ Possui contração rápida e voluntaria

Aparência ao microscópio ótico:

✓ (Corte longitudinal)
o célula grande com diversos núcleos dispostos na periferia da célula
o Presença de ESTRIAÇÕES transversais em relação à fibraAs
Miofibrilas não são homogêneas como no músculo liso apresenta-se
constituídas por faixas sobrepostas (alternadamente claros e escuros).

26
✓ Em cortes transversais:

Distinguem-se nos três feixes:

o Epimísio: Tecido conjuntivo que envolve o músculo


o Perimísio: Tecido conjuntivo que envolve o feixe
o Endomísio: Tecido conjuntivo que envolve cada fibra

Aparência ao Microscópio eletrônico:

✓ ESTRIAÇÕES (Constituídas por faixas sobrepostas, alternadamente claras e


escuras)

 Faixas Escuras = Bandas A (banda H)  anisotrópicas à luz polarizada:


são birrefringentes.

Faixas Claras = Banda I (disco Z)  isotrópicas à luz polarizada: são


monorrefringetes.

OBS:

Tanto a banda A como a I são subdivididas por uma banda estreita:

* BANDA H (linha M): banda clara que divide a banda A.

* DISCO Z: banda escura que aparece como uma linha dividindo a banda I

SARCÔMERO = segmento de uma miofibrila situado entre dois discos Z adjacentes

(Constitui a unidade contrátil do músculo estriado)

Tecido Muscular Estriado Cardíaco:

Encontra-se somente no coração formando o Miocárdio (Músculo cardíaco


responsável pelas contrações cardíacas).

Tipo de Contração:

✓ Possui contração rápida e involuntária.

Aparência ao microscópio ótico:

✓ Células com um ou dois núcleos centrais


✓ Nítidas estriações no citoplasma
✓ Fibras se anastomosam entre si formando uma extensa rede que ocupa todo
o coração.

27
Aparência ao Microscópio eletrônico:

✓ Discos Intercalares - Ao M.E é possível visualizar junções que ficam na


interface das células adjacentes.

Figura 13: Tecido muscular estriado cardíaco.

e) Tecido nervoso

O tecido nervoso consiste em apenas dois tipos de células: neurônios e células da


glia, além, é claro de sua matriz. Os neurônios, também chamados de células
nervosas, são as unidades básicas do processamento de informações, sendo
especializados no impulso nervoso. Regulam funções como: sentir, pensar,
lembrar, controlar atividade muscular e regular as secreções glandulares. A
maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções
especializadas, denominadas: corpo celular, ou pericário, dendritos e axônio. O
corpo celular contempla o núcleo, organelas e maior parte do citoplasma.
Conhecido por ser o centro metabólico da célula e regular os processos de
degradação e renovação dos constituintes celulares. Os neurônios estão entre as
menores e as maiores células do organismo, com diâmetro entre 5 e 150 μm. São
formados por um corpo celular, que contém o núcleo e outras organelas e do qual
partem os prolongamentos, que são os dendritos e o axônio. A forma do corpo
celular varia conforme o tipo e a localização do neurônio, podendo ser piramidal
piriforme ou esférica.

O núcleo é grande, esférico ou ovoide e claro, por causa da cromatina frouxa, e tem
um nucléolo proeminente. O retículo endoplasmático rugoso é bem desenvolvido e
há abundância de ribossomos livres, o que confere basofilia ao citoplasma,
inclusive na forma de grânulos. Antes do advento da microscopia eletrônica e,
portanto, da compreensão do que significavam, esses grânulos basófilos foram
denominados substância de Nissl. Essas características estão relacionadas com a
intensa atividade na síntese proteica. Além das proteínas necessárias para manter
a sua estrutura e o seu metabolismo, produzem os neurotransmissores, que são

28
importantes na transmissão das informações. Os dendritos são caracterizados
visualmente por um processo arboriforme que parte do pericário, sendo
geralmente múltiplo, especializado no recebimento dos estímulos e em traduzi-los
em alterações de potencial de repouso da membrana.

As células da glia são compreendidas pela neuroglia, que atuam como reguladores
do espaço e do estado dos neurônios, responsáveis pelo revestimento, proteção,
isolamento, modulação nutrição e defesa desses. Astrócitos são as maiores células
da glia. Possuem um núcleo grande, ovoide ou ligeiramente irregular, com
cromatina frouxa e nucléolo central. Apresentam lâmina basal e prolongamentos,
os quais contêm a proteína ácida fibrilar glial, um filamento intermediário
específico dos astrócitos. Os astrócitos comunicam-se uns com os outros por
junções gap. A morfologia estrelada dessas células não é evidente nos cortes
corados por HE, sendo necessário o uso de métodos especiais de coloração, como a
impregnação por prata pelo método de Golgi ou a imunoperoxidase, que se liga à
GFAP. Os astrócitos são classificados morfologicamente em protoplasmáticos ou
fibrosos segundo a abundância e o comprimento de seus prolongamentos. Os
primeiros apresentam muitos prolongamentos, mas curtos e espessos, com poucos
feixes de GFAP; os segundos, menos prolongamentos e mais longos, ricos em GFAP.

Trata-se de um único tipo de célula, com variações morfológicas determinadas pela


localização: os astrócitos protoplasmáticos são encontrados na substância
cinzenta, e os astrócitos fibrosos, na substância branca. Os astrócitos secretam
interleucinas e fatores de crescimento, como o fator de crescimento de fibroblastos
(FGF), o fator de crescimento epidérmico (EGF) e o fator de necrose tumoral (TNF-
β), que são importantes para a morfogênese dos neurônios vizinhos, para a
diferenciação dos astrócitos e para a 80 resposta dessas células a eventos
traumáticos ou patológicos. Durante o desenvolvimento, a trama de astrócitos guia
a migração dos neurônios, contribuindo para o estabelecimento de sinapses
adequadas. No cérebro desenvolvido, pela presença em torno dos neurônios, os
astrócitos servem de isolante e impedem a propagação desordenada dos impulsos
nervosos. Na superfície do cérebro, os prolongamentos dos astrócitos
protoplasmáticos formam uma camada, a glia limitante. As extremidades dos
prolongamentos dos astrócitos circundam os vasos sanguíneos como placas
achatadas, os pés vasculares. Através deles, nutrientes são levados para os
neurônios e neurotransmissores e íons em excesso, como o K+ decorrente da
intensa atividade neuronal, são retirados do fluido extracelular. Os pés vasculares
modificam a estrutura do endotélio, tornando-o bastante impermeável:
praticamente não ocorre pinocitose, não há poros e estabelecem-se zônulas de
oclusão e uma lâmina basal contínua.

Oligodendrócitos com HE, são reconhecidos pelo núcleo esférico, com um halo
claro ao redor , fruto da sua fragilidade pelos poucos elementos do citoesqueleto.
Com a impregnação pela prata, percebe-se que são menores do que os astrócitos e

29
possuem prolongamentos curtos e finos. Fig 4 - Astrócito protoplasmático fazendo
contato com os dendritos de um neurônio. Um oligodendrócito é apontado. Método
de Golgi. 1.373x. Para sua identificação precisa, pode ser realizada uma coloração
imunocitoquímica para as proteínas relacionadas com a mielina, como a proteína
básica da mielina. São encontrados tanto na substância cinzenta, como na branca
do SNC. Na substância cinzen a, estão próximos aos corpos celulares dos
neurônios. Há uma interdependência no metabolismo destas células: quando um
estímulo provoca alteração química em um neurônio, modificações químicas
também ocorrem nos oligodendrócitos. Na substância branca, os oligodendrócitos,
através de seus prolongamentos, envolvem segmentos de vários axônios (até 200).
Quanto maior o calibre do 81 axônio, mais voltas do prolongamento são dadas. O
citoplasma é empurrado para o corpo da célula, ficando praticamente somente a
membrana plasmática em torno do axônio. Essa membrana é rica em lipídios
especiais, como o glicolipídio galactocerebrosídio. A camada envoltória é a bainha
de mielina.

Células ependimárias são células cúbicas ou colunares, com um núcleo ovoide,


basal e com cromatina condensada. Revestem as cavidades cerebrais (ventrículos)
e o canal central da medula espinhal. No embrião, as células ependimárias são
ciliadas, e algumas se mantêm assim no adulto. Podem possuir também microvilos.
Elas se colocam lado a lado e unem-se por desmossomos, lembrando um tecido
epitelial, mas não se apóiam sobre uma lâmina basal. Possuem prolongamentos
que se colocam no interior do tecido nervoso, mesclando-se com os
prolongamentos dos astrócitos subjacentes. As células ependimárias que revestem
os ventrículos transportam íons e água, produzindo o líquido cerebrospinal (ou
cefalorraquidiano). Os cílios podem facilitar o seu movimento.

Células-satélites e células de Schwann estas células estão localizadas no SNP. As


células-satélites estão ao redor dos corpos dos neurônios nos gânglios nervosos.
São pequenas, com núcleo claro e nucléolo proeminente. Desempenham funções
semelhantes àquelas dos astrócitos. Possui uma cápsula de tecido conjuntivo
denso não modelado. Os corpos dos neurônios pseudounipolares, circundados
pelas células-satélites, predominam na zona cortical, e as fibras nervosas situam-se
na zona medular. Entre os elementos nervosos, há fibroblastos e fibras colágenas.
Os prolongamentos dos neurônios captam estímulos dos ambientes interno e
externo e os enviam para o cérebro pelos nervos cranianos ou para a medula
espinhal pelos nervos espinhais.

O axônio é um prolongamento eferente do neurônio. Ele conduz os impulsos a


outro neurônio, as células musculares ou glandulares. Ele é bem mais longo que os
dendritos, podendo ter mais de 1m de comprimento, e seu diâmetro é constante,
sendo que a espessura está diretamente relacionada à velocidade de condução. Ele
é distinguido dos dendritos por não possuir retículo endoplasmático rugoso e,
portanto, não ter os grânulos basófilos. A região do corpo celular onde nasce o

30
axônio é o cone de implantação. A porção final do axônio é o telodendro. Ele se
ramifica e se dilata nas extremidades, onde há o contato com a célula seguinte
(botões sinápticos). Em alguns neurônios, o corpo celular e a extremidade
proximal do axônio podem possuir uma capacidade sensorial, e, em outros, os
dendritos podem transmitir impulsos. No SNC, há uma segregação entre os corpos
celulares dos neurônios e os seus prolongamentos, de modo que duas porções
distintas sejam reconhecidas macroscopicamente: a substância cinzenta, onde se
situam os corpos celulares dos neurônios e parte dos seus prolongamentos e as
células da glia, e a substância branca, que contém somente os prolongamentos dos
neurônios e as células da glia. A presença da mielina, um material lipídico
esbranquiçado que envolve o axônio, é responsável pela coloração branca.

Figura 14: Tecido Nervoso.

31
Figura 15: Neurônios bipolares

✓ Divisão anatômica:
o SNC ( encéfalo e medula espinal)
o SNP ( nervos e gânglios nervosos)

✓ Segregação entre os corpos celulares dos neurônios e seus prolongamentos:


o SNC= Substância branca: constituída em sua maioria por fibras
mielínicas, juntamente com algumas fibras amielínicas e por células
de glia, não possuem corpos de neurônios
o Substância cinzenta: constituída por agregados de corpos celulares
de neurônios. Dendritos e porções amielínicas dos axônios, bem
como células neuroglias.

✓ Funções:
A- Responder a alterações do meio em que se encontra (Células excitáveis)
B- Detectar, transmitir, analisar e utilizar as informações geradas pelos
estímulos.
C- Organizar e coordenar, direta ou indiretamente, o funcionamento das
funções orgânicas.

• Neurônios:
✓ Constituição:
Corpo celular ou pericárdio
Dendritos
Axônios
Obs: A porção final do axônio é ramificada e termina na célula seguinte por
meio de botões terminais.

32
✓ Dimensão e forma:
Corpo celular:
• Grandes e vistos a olho nú ou pequenos com as células granulosas
do cerebelo
• Esférico, priforme ou anguloso

✓ Classificação:
• Quanto ao tamanho e forma de seus prolongamentos:
A- Neurônios multipolares
B- Neurônios bipolares
C- Neurônio pseudo-unipolar

• Quanto à sua função:


A- Neurônios motores = Controlam órgãos efetores
B- Neurônios sensoriais = Recebem estímulos do meio ambiente e do
organismo
C- Interneurônios = Estabelecem conexões entre outros neurônios

- Dendritos :

• São numerosas na maioria das células nervosas, aumentando a


superfície celular.
• São curtos e ramificados.
• Estrutura: Semelhante ao corpo celular, porém sem o aparelho
de golgi.

- Axônios:

• Estrutura única em cada neurônio, sendo cilíndrico de


comprimento e diâmetro variáveis.
• Citoplasma pobre em organelas, com poucas mitocôndrias e
microtúbulos, porém os neurofilamentos são frequentes.

✓ Sinapses:
- Conceito: Local de contato de um axônio com os dendritos ou pericárdio
de outros neurônios = Transmissão do impulso nervoso.

- Tipo de sinapse:
• Axodendrítica: axônio + dendrito
• Axossomática: axônio + pericário
• Dendrodendrítica: Dendritos
• Axoaxônica: axônios

33
-Membrana Pré-sináptica = terminal axônico

- Membrana Pós-sináptica= dedrito, pericárdio, axônio ou célula efetora

- Vesículas sinápticas = Numerosas vesículas localizadas na porção terminal


do axônio, e contêm os neurotransmissores

• São liberados da membrana pré-sináptica = pós-sináptica (Sinapse


química).
• Sinapse elétrica: Células nervosas unem-se por junções tipo gap e
permitem passagem de íons.

34
Histologia do Sistema Cardiovascular
Ricardo Lima de Sousa e Lukénia Filipe

O sistema cardiovascular é formado pelo coração, órgão responsável pelo


bombeamento de sangue, e pelos vasos sanguíneos (artérias, capilares e veias).
As artérias são vasos que tornam-se cada vez menores à medida que se ramificam,
e sua função é levar o sangue com oxigênio e nutrientes do coração para os tecidos.
Os capilares são vasos muito delgados através dos quais ocorre o intercâmbio de
materiais com as células. As veias surgem da convergência dos vasos capilares e se
encarregam de transportar o sangue de volta dos tecidos para o coração.

A estrutura dos vasos sanguíneos é variável, mas, em geral, eles são constituídos de
três camadas ou túnicas: a túnica íntima (a camada mais interna, formada de tecido
epitelial pavimentoso simples), a túnica média (formada essencialmente por
células musculares lisas, podendo ou não conter tecido elástico) e a túnica
adventícia (camada mais externa, constituída basicamente de colágeno e fibras
elásticas).

Os grandes vasos normalmente contém vasa vasorum (vaso dos vasos), que são
arteríolas, capilares ou vênulas encarregados de suprir de sangue as paredes dos
vasos de maior calibre. Nesses vasos, o sangue que se difunde a partir do lúmen
tem dificuldade de chegar às células das camadas mais afastadas, daí a importância
dos vasavasorum. Os vasa vasorum proveem a túnica adventícia e, em menor
escala, a porção externa da túnica média. Eles são mais freqüentes em veias do que
em artérias.

Os vasos sanguíneos recebem fibras nervosas do sistema nervoso autônomo, tanto


simpático quanto parassimpático. As fibras simpáticas, cujo neurotransmissor é a
noradrenalina (ou norepinefrina), são responsáveis pela vasoconstrição; já as
fibras parassimpáticas, por meio da acetilcolina, determinam a vasodilatação.

Classificação, Estrutura e Função das Artérias


Os vasos sanguíneos arteriais são classificados com base em seu diâmetro em:

1) Grandes artérias elásticas

As grandes artérias elásticas incluem a aorta e seus ramos. Esses vasos apresentam
grande quantidade de elastina em sua túnica média, que lhes confere grande
complacência e elastância. Sua túnica íntima é maior que a de uma artéria

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muscular, sendo limitada por uma lâmina elástica interna. A túnica adventícia é
relativamente pouco desenvolvida. São importantes para a estabilização do fluxo
sanguíneo.

2) Artérias de diâmetro médio ou artérias musculares

As artérias musculares (ou de diâmetro médio), diferentemente das artérias


elásticas, têm sua túnica média formada essencialmente por células musculares
lisas, sem presença de tecido elástico. A túnica íntima é limitada por uma lâmina
elástica interna. As artérias musculares podem controlar o fluxo de sangue para os
vários órgãos, contraindo ou relaxando o músculo liso de suas paredes.

3) Arteríolas

As arteríolas geralmente têm diâmetro inferior a 0,5 mm e lúmen relativamente


estreito. Assim como os demais tipos de artérias, também são constituídas de três
camadas, entretanto, sua túnica média é bem menos espessa do que a de uma
artéria muscular – enquanto numa artéria muscular a túnica média pode conter
até 40 camadas de células musculares, nas arteríolas a túnica média é formada por
1 ou 2 camadas de células musculares lisas. Além disso, nas arteríolas menores a
lâmina elástica interna da túnica intima está ausente.

VEIAS, CAPILARES E ARTERÍOLAS


As veias podem ser divididas conforme o calibre em: pequena, média e de grande
calibre. A maioria das veias são de pequeno ou médio calibre. As veias tem 3
camadas:

✓ íntima- constituída de uma camada subendotelial;


✓ média - constituída de células musculares lisas, fibras reticulares e fibras
elásticas;
✓ adventícia - constituída de colágeno.

As veias de grande calibre tem a túnica adventícia mais espessa, em sua grande
maioria há válvulas, feitas a partir da túnica íntima (camada=túnica), são
feitas de tecido conjuntivo rico em fibras elásticas.

OBS: (O SLIDE E O LIVRO DO JUNQUEIRA ENTRAM EM CONTRADIÇÃO, O SLIDE FALA QUE SÃO AS
DE PEQUENO E MÉDIO CALIBRE, ENQUANTO O JUNQUEIRA FALA QUE É A DE GRANDE CALIBRE)

As vênulas e os capilares são responsáveis pelas trocas entre o sangue e os tecidos


que o circundam. Os capilares são compostos por endotélio, e as vênulas por tecido
fibroso. Os capilares são classificados em contínuos, fenestrados (tem fendas em
suas paredes) e sinusóides (bastante irregular, o calibre é descontínuo).

36
OBS:As artérias em relaçao as veias são mais grossas.

Figura 1: Artéria e suas camadas (íntima, média e adventícia).

Figura 2: Veias estrutura histológica.

Figura 3: Artérias e Veias.

37
CORAÇÃO
Histologicamente o coração é dividido em 3 camadas: endocárdio miocárdio e
pericárdio ou Épicardio.

O endocárdio é constituído por endotélio que repousa sobre uma camada de


tecido conjuntivo frouxo que contém fibras elásticas e colágenas, bem como células
musculares lisas,e a camada mais interna.

O miocárdio é composto por células musculares cardíacas,é o tecido


muscular,responsável pela contração muscular

Já o pericárdio é dividido em duas camadas o pericárdio fibroso, responsável por


enredar a região mais externa do coração e grandes vasos, a primeira membrana é
parietal, e a segunda denominado pericárdio visceral, que esta em contacto intimo
com o miocárdio,por isso o nome visceral(epicardio).

38
39
Orgaos Linfoides
Rayssa Silveira Okoro e Lukénia Filipe

1- LINFONODO
São estruturas localizadas no trajeto dos vasos linfáticos, cuja função é de filtrar a
linfa e de formar novos linfócitos, além de se constituírem em locais de reações
imunitárias contra antígenos.

✓ CÁPSULA: CONJUNTIVA QUE ENVIA SEPTOS PARA O INTERIOR DO ORGÃO.

Vasos linfáticos, conduzindo a linfa, penetram no Linfonodo através da Cápsula,


perfurando-a. A Linfa ao chegar no interior do linfonodo ganha espaços conhecidos
como SEIOS SUBCAPSULARES OU MARGINAIS. Posteriormente atingem os SEIO
PERIFOLICULARES (situados em torno dos Nódulos) e por fim a região mais
profunda do Linfonodo, a REGIÃO MEDULAR.

✓ REGIÃO CORTICAL (CÓRTEX) DO LINFONODO:

Região periférica onde observamos nódulos linfáticos primários e secundários.

✓ NÓDULOS LINFÁTICOS:

São acúmulo de linfócitos dispostos em forma de NÓDULOS (Forma ovóide ou


circular). Estes Nódulos podem apresentar (Nódulo linfático secundário), ou não
(Nódulo linfático primário), uma área central mais clara (centro germinativo, onde
são formados os linfócitos).

✓ HILO DO ÓRGÃO

Saem vasos linfáticos que conduzem a Linfa.

✓ ESTROMA DO LINFONODO

Constituído por células e fibras reticulares em grande quantidade.

40
Figura 1: Estrutura histológica do linfonodo

2- BAÇO:
É o maior órgão linfático, estando interposto na corrente sanguínea, com função de
filtrar o sangue; remover as hemácias não funcionantes; fabricar bilirrubina;
retirar ferro da Hb; armazenar sangue; ativar linfócitos.

✓ CÁPSULA :

Envia septos (chamados de trabéculas) para o interior do órgão. Entre os Septos


nota-se a presença de Nódulos Linfáticos (Corpúsculos Esplênicos ou de Malpighi),
que apresentam no seu interior uma arteríola. Essas estruturas pertencem a Polpa
Branca

✓ POLPA VERMELHA

Tecido muito mole com cor vermelha escura. Constituída por estruturas alongadas
(Cordões Esplênicos ou de Billroth) e entre eles observa-se Capilares sinusóides ou
Seios Esplênicos.

✓ POLPA BRANCA

Região disseminada pela Polpa Vermelha caracterizada por pequenos


pontos acinzentados ou ligeiramente amarelados - São os Nódulos Linfáticos
(Corpúsculos de Malpighi) que apresentam no seu interior uma Arteríola.

Não existe no Baço uma nítida divisão entre regiões medular e cortical, pois os
nódulos não têm a tendência de se dispor na periferia do órgão (como ocorre no
linfonodo). O arcabouço de sustentação do órgão é constituído por uma malha
tridimensional de fibras reticulares e células reticulares.

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Figura 2: Estrutura histológica do baço.

3 – TIMO
Cápsula de tecido conjuntivo delicada que envia septos para o interior do órgão
dividindo-o em LÓBULOS.

Os LÓBULOS apresentam 2 porções:

✓ ZONA PERIFÉRICA – escura: córtex

Coloração escura é devida a grande população de linfócitos (células pequenas com


pouco citoplasma).

✓ ZONA MEDULAR – clara e interna

População menor de linfócitos muitos dos quais jovens com maior quantidade de
citoplasma.

Na região medular existe um elemento estrutural característico do TIMO, chamado


CORPÚSCULO TÍMICO ou CORPÚSCULO de HASSAL, sendo constituídos por células
achatadas e dispostas concentricamente envolvendo células em degeneração.

As porções cortical e medular apresentam Células Reticulares com núcleo


claro, possuindo prolongamentos citoplasmáticos.

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Figura 3: Estrutura histológica do timo. Porção cortical e medular.

Figura 4: Zona medular – corpúsculo de Hassall

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