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UNIC MEDICINA

VETERINÁRIA
CMFV - I
Profa. Andréia Stragliotto
Médica Veterinária
Esp. Clínica e Cirurgia, Dermatologia, Acupuntura Veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias
HISTOLOGIA
Métodos de Estudo em
Histologia
CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS I

ANATOMIA
HISTOLOGIA
EMBRIOLOGIA
FISIOLOGIA
FARMACOLOGIA
HISTOLOGIA - Noções Básicas
• Histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo) é
o estudo dos tecidos biológicos de animais e plantas,
sua formação, estrutura e função

• A Histologia desenvolveu-se após a invenção do


microscópio óptico. Posteriormente, o
desenvolvimento do microscópio eletrônico e de
técnicas, como por exemplo cultura de células,
permitiram um grande avanço na área
HISTOLOGIA - Importância
A histologia ocupa lugar central na educação e na
pesquisa médica. Ao tratar das inter-relações
entre as células, os tecidos e a estrutura e
composição dos órgãos, a histologia representa o
elo entre a bioquímica, fisiologia, genética, por
um lado e, por outro, os processos patológicos e a
clínica.
TECIDOS
• O conjunto de células com características morfológicas
semelhantes foram descritas como tecido, tendo sido
estes divididos em quatro tipos:
• TECIDO EPITELIAL, formado por células que revestem
superfícies, cavidades corporais ou formam glândulas;
• TECIDO CONJUNTIVO, constituído por células e
abundante matriz extracelular, com a função de
preenchimento ou sustentação;
• TECIDO MUSCULAR, constituído por células com
propriedades contráteis;
• TECIDO NERVOSO, constituído por células que formam o
cérebro, medula nervosa e nervos.
HISTOLOGIA - Noções Básicas
• O método mais comum para estudar os tecidos é
realizado por meio da preparação de lâminas
histológicas

• Resumidamente, tal preparação envolve processos


físicos e químicos de corte, fixação, desidratação,
diafazinação (ou clareamento) e coloração, os quais
envolvem diversos instrumentos e compostos físicos
MÉTODOS DE ESTUDO EM HISTOLOGIA
(TÉCNICAS HISTOLÓGICAS)
MÉTODOS DE ESTUDO EM HISTOLOGIA

• A observação de tecidos ao microscópio óptico é feita


por transparência
• É necessário que o tecido seja submetido a cortes
finíssimos, através da sua inclusão num bloco de
parafina, para ser cortado num micrótomo
• Depois de cortado, é retirada a parafina e colocado
numa lâmina de vidro, o corte é fixado (para não se
deteriorar) e corado
• É comum a utilização de corantes que destacam
determinadas partes das células
• Essas lâminas então podem ser finalmente observadas
ao microscópio óptico
Técnicas Histológicas

Técnicas Histológicas de rotina: conjunto de procedimentos realizados para


obtenção de cortes histológicos para estudo microscópico.
Etapas :
-OBTENÇÃO DO MATERIAL
-FIXAÇÃO
-DESIDRATAÇÃO
-DIAFANIZAÇÃO
-IMPREGNAÇÃO
-INCLUSÃO
-CORTE
-COLORAÇÃO
-MONTAGEM
OBTENÇÃO DO MATERIAL
a) Biópsia cirúrgica – obtenção da amostra de tecido ou órgão
através de uma incisão cirúrgica.
b) Biópsia endoscópica – usada para órgãos ocos (estômago,
intestino, etc) através de endoscopia.
c) Biópsia por agulha – a amostra é obtida pela punção do órgão
(fígado, pulmão), sem precisar abrir a cavidade natural.
d) Cirurgias amplas (radicais) – a amostra corresponde a peças
grandes (ex. tumores) ou órgãos (ex. mama, útero).
e) Necrópsia – procedimento utilizado para estudo anatômico
de todos os órgãos ou tecidos, no animal morto.
OBTENÇÃO DO MATERIAL

Sacrifício de animais de laboratório: (traumatismo brusco; intoxicação (overdose de


anestésico) perfusão/imersão)
FIXAÇÃO
Os principais objetivos da fixação são:

a) Inibir ou parar a autólise tecidual; impedir


proliferação de microorganismos
b) Preservar os vários componentes celulares e
tissulares;
c) Proteger, através do endurecimento, os tecidos
moles no manuseio e procedimentos técnicos
posteriores;
d) Melhorar a diferenciação óptica dos tecidos;
e) Facilitar a subseqüente coloração.
FIXAÇÃO

• Paralisa o metabolismo celular e preserva as estruturas do tecido


• Evita a autólise celular, impede a proliferação de microorganismos
• Leva ao endurecimento do tecido para que resista a tratamentos posteriores
O fixador inicia a sua ação da periferia para o centro do material.
A boa penetração de qualquer fixador está diretamente relacionada ao tamanho e
espessura do material.
DESIDRATAÇÃO

• Após a fixação com as soluções aquosas de glutaraldeído ou formalina, os


tecidos devem ser desidratados, uma vez que a água presente nos tecidos não é
miscível em substancias apolares como a parafina e as resinas de inclusão.
• A desidratação será feita através de imersão numa bateria de soluções alcoólicas
em concentrações graduais e crescentes (50% a álcool absoluto)
DIAFANIZAÇÃO

Diafanização: processo para retirada de todo o álcool e em seguida, para infiltrar


um solvente da parafina que se encontra impregnada no tecido, tb é clarificante.
IMPREGNAÇÃO

• Após a remoção do álcool, o tecido passa por uma infiltração em parafina líquida,
mantida em estufa a 56°C (ponto de fusão) e posteriormente o mesmo é transferido
para o molde contendo parafina líquida.
• Em poucos minutos a parafina endurecerá e obter-se-á portanto, o "bloco" de parafina
contento o fragmento do tecido em seu interior.
INCLUSÃO
Histotécnico
CORTE

•Os blocos serão levados para a microtomia e consequente obtenção das secções,
que serão então coletadas em lâminas de vidro
Micrótomo
Secções de tecidos em lâminas de vidro para secagem e depois
coloração.
COLORAÇÃO

•Os cortes de tecidos apresentam-se incolores após a microtomia


•A coloração visa contrastar as estruturas teciduais
HEMATOXILINA e EOSINA
Os corantes mais utilizados nos procedimentos
histológicos são a Hematoxilina e a Eosina (HE).
A Hematoxilina é uma base que cora,
preferencialmente, componentes ácidos das células
em um tom azulado escuro. Como os componentes
ácidos mais abundantes são o DNA e o RNA, tanto o
núcleo quanto certas partes do citoplasma se tornam
azulados. Esses componentes são chamados de
basófilos.
A Eosina, ao contrário, é um ácido que cora as
estruturas básicas da célula em tons de rosa. Estas
estruturas são abundantes no citoplasma e são
chamadas de acidófilas (Gartner e Hiatt, 1999).
A hematoxilina é um corante básico que reage com componente
aniônicos das células e tecidos. Estruturas celulares que se coram com
corantes básicos são denominadas basófilas. Estruturas celulares que
podem ser coradas com corantes básicos incluem heterocromatina,
nucléolo, RNA ribossômico, matriz extracelular da cartilagem.

A hematoxilina cora geralmente as estruturas em azul


Corantes ácidos reagem com componentes catiônicos das células e tecidos.
Estruturas celulares que se coram com corantes ácidos são denominadas
acidófilas. Quando usados juntamente com corantes básicos como a
hematoxilina, coram o citoplasma, filamentos citoplasmáticos e fibras
extracelulares.

A eosina geralmente cora as estruturas em vermelho ou rosa.


MONTAGEM

•Após a coloração as lâminas são lavadas e, água corrente montadas ou seja, os


fragmentos são protegidos pela cobertura com lamínulas de vidro.
•A lamínula é colada na lâmina através de substâncias selantes como por exemplo o
Entellan.
•Após a secagem, as lâminas podem ser observadas ao microscópio de luz.
BIBLIOGRAFIA:
DI FIORE, M. S. H. Atlas de Histologia. 7a ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1997.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10a ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
SAMUELSON, D.A Tratado de Histologia Veterinária. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2007.
DELLMANN/BROWN. Histologia Veterinária. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1982.

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