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Introdução a Histologia

Introdução
O que é Histologia?

• Estudo das células e dos tecidos do corpo


e de como essas estruturas se organizam
para construir órgãos.

• Dimensões – Microscópio (µm)

• Abordar métodos para preparação de


células, tecidos e órgãos – microscopia
Histórico
• Robert Hooke (1665) - Aperfeiçoamento de conjuntos
ópticos para observação planetária.

• Inverteu as lentes → identificou estruturas pequenas,


impossíveis de se ver a olho nu.
• Observou a cortiça sob essa nova perspectiva.

• Compartimentos vazios
• Cellulas (latim) – pequenos
compartimentos fechados

• Nascia o microscópio rudimentar


• E o termo célula.
Histórico
• Médico do papa e filósofo italiano, Marcello Malpighi.
• Realizou a primeira publicação que continha microscopias:
fígado, baço, rins e pele – 4 anos pós Hooke.

• Lecionada na Universidade de Bologna e Pisa – primeira


descrição de célula animal.

• Constantemente lembrado por ter


seu nome ligado aos corpúsculos
renais.

• Camada média da epiderme


(camada Malpighiana).
Histórico
• Anton Van Leeuwenhoek – Trabalhava em uma loja atacadista e usava vidro polido
para cortar peças de pano – Adquiriu habilidade de polir o vidro, dando-lhe curvaturas
• 1674 - Iniciou a parte experimental – 1ª pessoa no mundo
a descrever uma bactéria

• Identificou e descreveu grande variedades de amostras vegetais e animais (sangue,


esperma) em 1700 – pai da histologia.
Histórico
Histórico
“Point” da ciência – Séc. 18 Histórico
• Iniciou-se a saga do mundo “minúsculo” – anatomia microscópica
começou a ser considerada ciência básica.

• Nesse período – microscópios produzidos industrialmente em toda


Europa.
• Alemanha – Meio acadêmico > grande salto científico.

• Matthias Scheleiden – 1º a considerar o núcleo celular


associado ao processos mitótico.

• Responsável pela compreensão do conceito de que a célula é


uma unidade viva.
• Diversas estruturas unidades = tecidos.
1838
• Organização= diversos órgãos. Pessoas leigas
Histórico
• Rudolf Virchow – Doenças, as estruturas morfológicas normais se
alterava.
• Evolução nas ciências da saúde e marcou a importância da histologia.
• Normal X Doença.

• Enorme avanço nos estudos de ciências pré-clínicas.


• Sincronismo entre: Anatomia, histologia, Fisiologia, Patologia, Farmacologia.
Histórico
• Diagnóstico – Profissional de saúde avalia o paciente
e realiza exames físicos (macroscópico).

• Diagnóstico definitivo – Auxílio de exames

• Patologia clínica: microscopia e análises bioquímicas;

• Imagenologia: Radiografia, Ultrassonografia, Tomografia computadorizada,


ressonância magnética;

• Patologia celular;

• Patologia molecular.
Histórico
• August Mayer - 1819. Termo histologia (estudo dos tecidos e órgãos)
• Grego: tissu (tecido) / logos (estudo).
• Objetivo: lâmina histológica – pequena placa retangular de vidro.
• O corte é disposto sobre a lamina e coberto por uma lâmina delgada.

• Microscópio de luz.
Biópsia
• Procedimento cirúrgico – obtém amostra de tecido por meio de incisão

• A1: Cabo para bisturi


• A2: Laminas de aço estéreis

• B: Bisturi elétrico. Cauteriza


área cortada e diminui
hemorragias

• C: Punch – cilíndrico com borda cortante.

• D: Tem borda cortante em sua


extremidade e ser longo.
• Saca-bocado é muito útil em áreas de
acesso indireto
Tipos de Biópsia
• Depende do tamanho da amostra e sua relação com os tecidos vizinhos.
• Incisionais - Nas quais parte do tecido ou do órgão é removida.
• Excisionais - Todo segmento ou lesão é removida.
• A céu aberto - Obtenção da peça
cirúrgica (grandes amostras),
membros ou órgãos
Necropsia
• Uma sequência de ações e exames minuciosos em um cadáver para descobrir o
momento e a causa de sua morte.
• Envolvem:
• Exames físicos superficiais;
• Exames das cavidades;
• Remoção/amostras de órgãos;
• Fechamento do corpo.
Acondicionamento e identificação de amostra
• Independente da técnica – Tecido maleável no momento da remoção.
• Quando imerso em líquido fixador (endurece).

• Evitar dano à amostra: Frasco com solução


fixadora deve ter boca larga.

• Frasco deve ser totalmente vedado;

• Solução fixadora mais comuns são alcoólicas;

• Caso não recoberta: Sofrer autólise.


• Identificação: Feita a lápis ou com etiqueta protegida por material plástico
Processamento histológico de rotina
• Procedimento mais utilizado no estudo de tecidos é o microscópio de luz.

• A imagem se forma a partir dos raios luminosos de


um feixe de luz que atravessa a amostra (tecido).

• Observação em microscópio: Células vivas;


camadas delgadas de células/tecidos, membranas
transparentes de animais vivos.

• Tecidos espessos?
• Antes de examinar, devem ser fatiados em secções/cortes
histológicos delgados.

• Cortes são realizados por meio do micrótomo – pós tratamento.


Fixação
• Pós-biópsia – submetido ao processo de fixação.
• Objetivo: Preservar a morfologia do tecido após sua remoção. Evitar digestão dos
tecidos por enzimas existentes na própria célula (autólise), ou bactérias/fungos.

• Pode ser realizada por métodos físico/químicos – Sol. fixadora


• Procedimento: tecido imerso em solução de agentes desnaturante ou agentes que
estabilizam moléculas
Fixação
• Tempo: Difundir completamente no interior dos fragmentos –
Cortar fragmentos menores antes da imersão?
Fixadores mais utilizados
• Formaldeído a 4-5%
• Glutaraldeído tamponado.
• Fixação dupla.
• Seguida de fixação em tetróxido de ósmio (preserva e fornece contraste aos lipídeos e
proteínas)
• Solução de Bouin (ácido pícrico, ácido acético e formaldeído a 40%)
Ou
Carnoy, Zenker
• Duboscq-Brasil (solução aquosa é substituída por álcool).
e Helly
Inclusão
• Para obter seções via micrótomo – fragmentos de
tecido/órgão, devem ser infiltrados com substancias que
proporcionem consistência.
• Substâncias: Parafinas e algumas resinas de plástico.
• Parafina: microscopia de luz • Resinas: microscopia de luz/eletrônica
Inclusão
• Impregnação com parafina = inclusão ou embebição em parafina.
• 2 etapas: Desidratação e Clareamento.

• Água contida nos tecidos – extraída pela


adição de concentrações crescentes de etanol.
• 70 a 100%.

• Após desidratação – álcool é substituto por substância


intermédia (solvente orgânico).
• Ex: Xilol e o toluol – Ficam transparentes/translúcidos
Inclusão
• Adiciona-se parafina derretida (56 a 60°C) – Calor causa
evaporação do solvente e é substituído por parafina → Solidifica
(rigidez).
• Blocos são levados ao micrótomo.
• Seccionados por uma lamina de aço ou vidro
• 1 a 10 µm de espessura: 0,001 mm = 10–6 m
Inclusão
• Fixação física por congelação
• Submeter os tecidos a um congelamento rápido (N2).
• Prontos para secção – sem desidratação/inclusão.

• Micrótomos especiais:
• Criostato;
• Criomicrótomo.

• Enzimas não inativam.


Coloração
• Em poucas exceções, os tecidos são incolores.
• Coloração envolve a célula e a MEC.
• Muitos corantes interagem com substâncias de caráter ácido ou básico;
• Tecidos que coram com corantes básicos (basófilos);
• Com corantes ácidos (acidófilos).
Coloração

• Corantes básicos: Azul de toluidina; azul de metileno; hematoxilina → células/tecidos.


• Componentes do tecido que reagem com corantes básicos se devem a sua composição
ácida.
• Ex: ácidos nucléicos; glicosaminoglicanas; glicoproteínas ácidas.

• Corantes ácidos: Orange G; Eosina; Fucsina ácida – coram componentes acidófilos no


tecido.
• Ex: mitocôndria; grânulos de secreção; proteínas citoplasmáticas e colágeno.
Coloração
• Dentre os corantes anteriores: H&E são os mais comumente usados.

• Hematoxilina: Cora azul/violeta o núcleo das


células e outras estruturas ácidas (porção
citoplasmáticas ricas em RNA), MEC da
cartilagem hialina.

• Eosina: Cora cor-de-rosa o citoplasma e o


colágeno.
Coloração
• Imunocitoquímica: Precipitação ou corante fluorescente (células e seus limites não
são visíveis) – 12 h a 2 dias.
• Nesse caso, usa-se um contracorante – mostrar núcleo e a célula.
• Pode-se usar impregnação por metais (prata ou ouro)
Microscopia de Luz
• Também chamado de microscópio óptico – São examinadas
por iluminação que atravessa o espécime (transluminação).

• Partes Mecânicas
Microscopia de Luz
Microscopia de contraste de fase e de interferência
• Observa-se células e cortes não corados.
• Geralmente transparentes e difíceis de serem observados com detalhes
• Microscópio de contrastes de fase: usa sistema de lentes que produz imagens
visíveis de objetos quase transparentes.
Microscopia de contraste de fase e de interferência
• Microscopia de contraste diferencial (Microscopia de Nomarski).
• Produz uma imagem aparentemente 3D.

• Sempre são vistas em preto e branco, e tons de cinza


Microscopia confocal
• Geralmente as imagens do microscópios não são compostas por um único plano.
• Existem sobreposições de vários planos – causa certo grau de deterioração da
imagem.
• Microscopia confocal: torna possível focalizar um plano muito delgado do espécime

• O espécime é iluminado por


um feixe de luz muito estreito.

• A imagem coletada do
espécime deve passar por um
orifício muito pequeno.
Microscopia confocal
• Consequência desse arranjo? Imagem do plano focalizado alcança o detector.
• Imagens dos planos anteriores e posteriores são bloqueadas.

• Luz fora do plano – eliminada


• Objeto focalizado torna-se melhor
observável.

• Os planos são focalizados de cada


vez, é possível reunir e depois
montar um plano 3D.
Microscopia de fluorescência
• Quando substâncias são irradiadas por luz em um determinado comprimento de onda
– emitem luz com comprimentos mais longos – Fluorescência.
• Mic. de fluorescência: São iluminadas por fonte de luz de mercúrio sob alta pressão.

• Filtros especiais permitem


selecionar o comprimento de
onda – excitando as moléculas a
serem sondadas no espécime.

• São observadas como objetos brilhantes e coloridos.


Microscopia de fluorescência
• Alaranjado de acridina – Combina-se com DNA e RNA (emite cor verde-amarelada)

• Quando combina-se com RNA (emite cor


Vermelho-amarelada)
Microscopia de fluorescência
• Também usa-se o isotiocianato de
fluoresceína – FITC

• Se ligam especificamente a
componentes da célula e dos tecidos –
fluorescência
Microscopia de transmissão
• Se baseiam na interação entre elétrons e componentes dos tecidos.
• Mic. Eletrônico de transmissão – produz imagens que possibilitam alta resolução.
• Ampliações de 400 mil vezes – visto em detalhes.

• Só pode ser usado em partículas ou moléculas isoladas, pois cortes de células e


tecidos podem ser observados com detalhes em até 120 mil vezes
Microscopia de transmissão

• Configuração semelhante ao microscópio de


luz – No entanto, o trajeto de elétrons
ocorra de cima para baixo.
Microscopia
Introdução
de varredura
• A microscopia eletrônica de varredura fornece imagens pseudotridimensionais das
superfícies de células, tecidos e órgãos.
Exercícios
• 1 - O que é Histologia?

• 2 - Na histologia/patologia, é importante se obter o material para análises. Para


isso, são utilizados determinados tipos de equipamentos. Assim, descreva quais
são os tipos de equipamentos utilizados na biópsia e quais as variações de
biopsia são empregadas para obtenção do material.

• 3 - Descreva como é realizado o acondicionamento e identificação das amostras


para a histológicas iniciais.

• 4 - Discorra sobre os processos de: Fixação; Inclusão; Coloração.

• 5 - Faça uma síntese sobre os diferentes tipos de microscopia descritas na aula.

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