Você está na página 1de 127

Professor : Tohnson Sales

• Até aqui estudamos hipóteses de como a vida poderia ter


se originado.
• No entanto, para podermos entender como a vida se
manifesta e até mesmo como se originou, precisamos
entender a estrutura e funcionamento de sua unidade
básica, a célula, que constitui todos os seres vivos
• A grande maioria das células são
invisíveis a olho nu. Portanto,
a descoberta e o estudo das células
foi possível graças
ao desenvolvimento de tecnologias
que possibilitaram a visualização
ampliada de estruturas.

• Veremos a seguir como aconteceu


a descoberta das células, quais são
os tipos de células e as estruturas
que apresentam.
• A descoberta da Célula

O conhecimento científico, muitas


vezes, desenvolve-se a partir da
criação de novas tecnologias.
A descoberta da célula é um bom
exemplo disso: a grande maioria
das células é microscópica
(invisível a olho nu), portanto só
foi possível tomarmos
conhecimento de sua existência e
das estruturasque a compõem
com o desenvolvimento dos
microscópios.
• Cabe aqui definir quantitativamente o que é
algo microscópico. O olho humano
normalmente tem uma acurácia de até 0,1 mm
(milímetros), ou seja, se dois pontos estiverem
separados por menos de 0,1 mm, não
conseguimos distinguir dois pontos, vemos
apenas o que parece ser apenas um ponto.
• O primeiro microscópio com acurácia e
precisão para a observação microscópica
foi desenvolvido pelos holandeses Hans e
Zacharias Janssen em 1591.
• O cientista inglês Robert Hooke
aperfeiçoou o microscópio óptico
composto por duas lentes e realizou
diversas observações que, em 1665,
foram publicadas no livro chamado
Micrographia.

• Dessa publicação, destacam-se 26


descrições de animais e partes de
animais, como os piolhos ou o olho
composto da mosca, observações de
neve e gelo, de carvão e fósseis vegetais.
• Hooke observou numerosas
cavidades microscópicas, as quais
chamou “poros” ou “células”, e
que lembram a disposição de um
favo de mel.
• Hooke foi o primeiro a usar o termo
célula. Porém, ele não anteviu a
natureza individual da célula nem de
seu conteúdo, o que observou foram
apenas as paredes esqueléticas de
células vegetais mortas.
• Outro grande nome da microscopia biológica foi Antoni van Leeuwenhoek. O
comerciante se tornou um notável naturalista ao desenvolver o próprio microscópio com
apenas uma lente convergente bem pequena, que tinha poder de ampliação de 200
vezes. Observou e descreveu a estrutura dos espermatozoides, dos glóbulos vermelhos
do sangue dos protozoários e das células vegetais, e chamou as células de "glóbulos".
• As observações e os trabalhos de Hooke e
Leeuwenhoek deram início ao estudo dos
microrganismos e das células. A partir de
então, outros naturalistas passaram a
explorar o mundo microscópio, mas o passo
seguinte foi dado por uma dupla que será
abordada no próximo tópico.
• Nos séculos XVIII e XIX, vários cientistas
passaram a estudar a célula e sua relação
com o funcionamento dos diferentes
organismos.

• Em meados do século XIX, com base nos


conhecimentos obtidos até o momento e
em nos próprios estudos, o botânico
Matthias Schleiden propôs que todos os
vegetais eram formados por células.

• Um ano mais tarde, o zoólogo Theodor


Schwann estendeu a proposição aos
animais
• Estava posta a teoria celular, que afirma
em linhas gerais que a célula é a unidade
morfológica e funcional de todos os seres
vivos. Morfológica, pois todos os seres
vivos são formados por células. Funcional,
pois toda a atividade metabólica vital
acontece dentro das células.
• Em 1855, alemão Rudolf Virchow acrescentou
a essa teoria que toda célula é gerada a partir
da reprodução de uma célula preexistente (no
latim: Omnis cellula e cellula). Na década de
1950, com a descoberta do DNA (ácido
desoxirribonucleico) e do RNA
(ácido ribonucleico), constatou-se que toda
célula é portadora de material genético. Cada
célula apresenta as características hereditárias
de todo o organismo.
• Um caso relevante e polêmico é o
dos vírus, que são estruturas
biológicas, pois apresentam RNA ou
DNA envolto por uma cápsula
protéica, mas não estrutura celular.
Portanto, são acelulares. Por isso,
dependem de uma célula para que
possam expressar seus genes, sendo
parasitas celulares obrigatórios.

• Devido a esse fato, muitos


estudiosos não consideram os vírus
como seres vivos.
• Abordamos os primeiros
microscópios, que permitiram o
início do desenvolvimento da
biologia celular. Desde então,
houve diversos avanços
tecnológicos que permitiram o
desenvolvimento de diferentes
tipos de microscópios. Vamos
conhecer um pouco sobre alguns
microscópios utilizados atualmente
e as diferenças entre eles.
• Atualmente, existem muitos tipos de microscópio
de luz.

• Vamos tratar especificamente do


microscópio biológico, constituído por um sistema
de lentes convergentes, que permite a
visualização da amostra com diferentes aumentos.

• Seu poder de resolução é de até 0,2 μm,


lembrando que 1 μm equivale à 10–4 cm.

• Os modelos mais modernos permitem ampliação


de até 2 mil vezes.
•Para ser visualizada por meio de microscópio de
luz, a amostra deve ser suficientemente fina para
ser atravessada pela luz.
•Podem ser observados seres microscópicos
delgados ou amostras de tecidos de seres
pluricelulares cortadas bem finas.
•Como a maioria das células, principalmente as
animais, é translúcida e incolor, devem ser
coloridas
•para que sejam melhor visualizadas. Para isso,
usam-se substâncias denominadas corantes.
•Existem corantes específicos para diferentes
estruturas celulares. As fotografias obtidas por
meio do microscopio de luz são chamadas de
micrografias.
• Os microscópios eletrônicos utilizam,
em vez da luz, um feixe de elétrons
para iluminar a amostra. Sua
capacidade de ampliação é superior à
dos microscópios de luz, com resolução
de 0,2 nanômetros, ou seja, cerca de
mil vezes maior que o microscópio de
luz. Para que as amostras sejam
observadas, devem ser coradas com
sais de metais pesados, como por
exemplo o ouro e o chumbo. Os tipos
principais são:
• O MET permite examinar detalhes ínfimos, pois
amplia o objeto em até um milhão de vezes. Para a
observação nesse tipo de microscópio é necessário
que o material seja cortado em camadas bem finas.
Seu funcionamento consiste na emissão de um feixe
de elétrons que interage com a amostra enquanto a
atravessa.
O MET permite examinar detalhes ínfimos, pois amplia o objeto em até um milhão de
vezes. Para a observação nesse tipo de microscópio é necessário que o material seja
cortado em camadas bem finas. Seu funcionamento consiste na emissão de um feixe
de elétrons que interage com a amostra enquanto a atravessa.
• Estes microscópios ampliam a amostra observada
em até 100 mil vezes e são capazes de
produzir imagens em alta resolução. Nesse caso, os
elétrons não atravessam o material, mas são
refletidos por sua superfície. O resultado é a
visualização de imagens tridimensionais, sendo
bastante utilizados vpara a observação da estrutura
da superfície da amostra
• Com o desenvolvimento tecnológico e o
melhoramento dos microscópios, foi possível
conhecer cada vez mais a complexidade morfo-
funcional de diferentes tipos célulares.
• Apesar da grande diversidade de células, todas
elas apresentam características em comum.
Mas que características são necessárias para um
sistema biológico ser considerado uma célula?
Quais são os elementos comuns a todas as
células?
• Para responder a essas perguntas, devemos ter em mente que para uma
unidade existir é necessário algo que a limite, mantenha sua integridade e, ao
mesmo tempo, permita a comunicação e troca de substâncias entre o meio
interno e o externo. Algo que funcione como uma barreira mas que, ao mesmo
tempo, permita a entrada e saída de substâncias específicas. A estrutura que
desempenha este papel nas células é a membrana plasmática.
• Também é preciso apresentar um meio interno
concentrado de substâncias necessárias para
as atividades químicas vitais (metabolismo), como a
produção de energia, a produção de
substâncias específicas que compõem e estruturam a
célula; e também de substâncias que realizam o
controle e coordenação de todas essas atividades.
Esse meio interno é chamado de hialoplasma ou
citosol, que é uma substância gelatinosa constituída
principalmente de água.
• Um dos compartimentos que pode existir
ou não em uma célula é o núcleo celular,
que é delimitado por uma membrana
chamada carioteca. O núcleo é o
compartimento que abriga o material
genético (DNA).
• É justamente a presença ou não de núcleo delimitado por
membrana que levou os estudiosos a classificar as células em dois
grandes grupos: as procarióticas,que não apresentam núcleo, e as
eucarióticas, que apresentam núcleo.
• Os termos procarióticas e eucarióticas se originam
do termo káryon, que significa núcleo em grego, e pro
– primitivo –, e eu – verdadeiro.
• Os seres vivos que apresentam cada um
dos tipos são chamados, respectivamente, de procari
ontes ou procariotos (como as bactérias)
e de eucariontes ou eucariotos (como as plantas e os
animais).
• As células também apresentam uma
região denominada citoplasma.

• Nas células procarióticas, o citoplasma


consiste em toda a região interna da
célula que é é envolvida pela membrana
plasmática.

• No caso de células eucarióticas, o


citoplasma é a região entre a membrana e
o núcleo.
• Todas as células também apresentam material genético, que é composto
por DNA. Nas células procarióticas, o DNA não se encontra em um
compartimento específico, mas livre no citoplasma.
• A membrana plasmática é o envoltório comum a todas as
células. Ela mantém o meio intracelular diferente do extracelular,
pois apresenta permeabilidade seletiva, controlando a entrada e
a saída de substâncias.
• Uma característica relevante da membrana plasmática é o fato ser fluída e
ao mesmo tempo íntegra, ou seja, tem alta flexibilidade e ao mesmo tempo
grande resistência. O modelo que explica a estrutura da membrana plasmática
está relacionado com a afinidade das moléculas que a formam com a água. Para
compreender esse modelo, devemos entender o que é polaridade de uma
molécula e como isso se relaciona com a afinidade com a água.
• A membrana plasmática é constituída
basicamente por fosfolipídios, moléculas
que apresentam uma porção polar e uma
apolar. Portanto, são mistas quanto à
afinidade com a água (anfipáticas). A cauda
dos fosfolipídios é formada por lipídios –
parte apolar ou hidrofóbica –, que não tem
afinidade com substâncias polares e não se
dissolve na água. A cabeça da molécula é
composta de fosfato – parte polar ou
hidrofílica –, que tem afinidade com
substâncias polares e se dissolve na água.
•Os fosfolipídios apresentam uma camada
dupla (bicamada). Na camada externa, os
fosfolipídios as cabeças de fosfato ficam
voltadas para o meio externo à célula. Na
camada interna, as cabeças de fosfato ficam
voltadas para o citoplasma. Isso ocorre
porque tanto o meio intracelular quanto
o extracelular são ricos em água. Já as caudas
lipídicas das duas camadas, que não
apresentam afinidade com a água, ficam
voltadas umas para as outras.
Além dos fosfolipídios, a membrana plasmática contém proteínas em sua estrutura. Essas
proteínas ficam “mergulhadas” nos fosfolipídios e podem se movimentar entre eles. As
proteínas podem estar voltadas para o lado de fora, para o lado de dentro, ou podem
atravessar a camada bi-lipídica, como representadas na imagem a seguir.
O modelo de como se estrutura a membrana é chamado de mosaico fluido. Esse nome
se deve à aparência das proteínas dispersas pela bicamada lipídica, que parece um
mosaico, e ao fato de as proteínas e os fosfolipidios fluírem pela membrana.
Além das proteínas e dos fosfolipídios, há também o chamado glicocálix ou glicocálice.
São estruturas de natureza glicídica (carboidratos) que podem estar aderidas às proteínas
ou aos lipídios da membrana, formando glicoproteínas ou glicolipídios, respectivamente.
• O glicocálix reveste a célula e
tem papel importante no
reconhecimento celular, que é a
capacidade de uma célula
diferenciar quais substâncias são
estranhas ou não a um
determinado organismo, e
na proteção da célula.
• Trata-se de uma estrutura externa à
membrana plasmática, que a está presente na
maioria dos organismos procariontes, em alguns
eucariontes unicelulares e em todas as plantas e
fungos.

• É uma estrutura resistente que restringe o formato


da célula e lhe confere sustentação e proteção.
• A composição da parede celular
difere de acordo com o tipo de
organismo. A parede celular de
bactérias é composta
principalmente de peptidoglicanos.

• Nos fungos, é constituída de


quitina.

• Já nas plantas, o
principal componente é a celulose,
por isso também é
denominada parede celulósica.
• O citoplasma de células
procarióticas é diferente do de
células eucarióticas.

• Em células procarióticas, o
citoplasma é composto
basicamente pelo citosol e por
estruturas não membranosas
dispersas no meio gelatinoso,
como os ribossomos e o
material genético.
• Em células eucarióticas, o citoplasma
pode ser dividido em citosol
e citoesqueleto, parte fibrosa que
abordaremos mais adiante. Ele também
é repleto de outros compartimentos ainda
mais especializados, denominados
organelas.
• O citosol é o meio ideal para a
ocorrência dos processos vitais.
Apresenta grande quantidade de
substâncias, como enzimas, coenzimas,
lipídios, proteínas e carboidratos
mergulhados em um meio aquoso, no
qual as substâncias interagem e
sofrem transformações essenciais ao
organismo.
Também é o local em que
substâncias com função de
reserva energética são
armazenadas, como os
carboidratos amido (em
vegetais) e glicogênio (em
animais).
Organelas ou organoides são estruturas celulares envolvidas por membrana que separa seu meio interno do
citosol. Desempenham uma ou mais funções específicas na célula. Há uma grande diversidade de organelas
nas células eucariontes, como retículo endoplasmático, complexo golgiense, lisossomos,
vacúolos, peroxissomos, mitocôndrias, cloroplastos.
• O retículo endoplasmático é uma
organela membranosa formada por uma rede
interligada de bolsas e canais. Pode ser de dois
tipos: retículo endoplasmático granuloso,
também chamado de rugoso, e retículo
endoplasmático não granuloso, também
chamado de liso.

• A principal diferença entre eles é a presença


de ribossomos aderidos à face externa da
membrana do retículo granuloso, o que lhe dá
aspecto granular.

• Outra diferença estrutural é que as bolsas no


retículo granuloso são mais achatadas,
enquanto no retículo não granuloso são mais
tubulares.
• Os dois tipos de retículo endoplasmático têm função de produzir,
transportar, exportar e armazenar substâncias na célula. O retículo
granuloso, por ter ribossomos aderidos em sua estrutura, tem como função
específica a síntese de proteínas, em sua maioria para a exportação (para o
meio extracelular).
•O retículo não granuloso tem a função de síntese de lipídios, como o colesterol e os
hormônios esteroides (sexuais) testosterona, progesterona e estrógeno. Também é
função do retículo não granuloso a desintoxicação, pois dentro dele as substâncias
tóxicas são transformadas em substâncias não nocivas. Um exemplo disso é
degradação de medicamentos e do álcool contido em bebidas alcoólicas
• O fígado – órgão responsável pela
degradação de substâncias tóxicas em nosso
organismo– apresenta certas células com
grande quantidade dessas organelas.
• O complexo golgiense (antes
chamado de aparelho de Golgi ou
complexo de Golgi) é caracterizado por
um conjunto de estruturas
membranosas que se assemelham a
bolsas ou sacos empilhados.

• Na maioria das células, o complexo


golgiense costuma se localizar próximo
ao núcleo.

• A função principal dessa organela é o


empacotamento, armazenamento,
modificação e exportação de
substâncias, sendo responsáveis pela
secreção celular.
Um exemplo clássico é a secreção de
enzimas digestivas pelas células do pâncreas
dos seres humanos. Essas células
apresentam grande quantidade de complexo
golgiense, que atua conjuntamente com o
retículo endoplasmático granuloso para
realizar uma função importante na
digestão dos nutrientes ingeridos.
• As enzimas, que são proteínas, são produzidas no retículo
granuloso. São transportadas em vesículas de transporte
para o complexo golgiense, onde são modificadas.
Em seguida, são formadas vesículas secretórias que saem
das organelas cheias de enzimas.

• Essas vesículas se fundem à membrana plasmática e as


enzimas são liberadas por exocitose para os ductos
pancreáticos. Os ductos levarão as enzimas para o duodeno,
onde atuarão na digestão de substâncias como gorduras e
proteínas.
• Os lisossomos são vesículas
membranosas que carregam enzimas
digestivas em seu interior – mas essas
enzimas não são para exportação e sim
para a digestão intracelular. Assim como
as vesículas enzimáticas destinadas
à secreção, os lisossomos se originam
do complexo golgiense.
• A digestão realizada pelos lisossomos pode ter duas funções distintas: a heterofágica e a
autofágica. A heterofágica consiste em digerir partículas que têm origem fora da célula,
como por exemplo aquelas internalizadas por meio da fagocitose.
• Quando a célula fagocita algo,
forma-se o que chamamos de
vacúolo alimentar, composto
pelo elemento fagocitado
envolvido pela membrana
plasmática. O vacúolo alimentar
se funde ao lisossomo.
• Nesse momento, é formado o que chamamos de vacúolo digestivo,
onde ocorre a digestão do material fagocitado a partir da interação com
as enzimas provenientes do lisossomo. Após a digestão, os resíduos que
não foram absorvidos permanecem no que agora passa a chamar
vacúolo residual, que será eliminado posteriormente por exocitose.
A função autofágica refere-se a digestão de material da própria célula, como por exemplo
para a renovação de organelas ou de outras estruturas, ou ainda em processos de
desenvolvimento de organismos pluricelulares, como por exemplo a regressão da cauda dos
girinos
• Existem diversos tipos de
vacúolos, com funções
distintas. Há vacúolos
relacionados a processos de
digestão intracelular, como
os que decorrem do
processo de fagocitose
explicado acima.
• Há também os vacúolos contráteis,
presentes em organismos unicelulares
eucariontes, como protozoários e algas
unicelulares de água doce. Esses
organismos são hipertônicos em
relação ao meio, o que ocasiona a
entrada de água nas células por
osmose.
• O vacúolo contrátil absorve
água de dentro da célula e se
contrai, expelindo o excesso
de água para o meio externo.
Dessa forma, possibilita o
equilíbrio osmótico desses
organismos.
• Os vegetais apresentam vacúolos muito
desenvolvidos, que podem ocupar até 90%
do volume da célula. São chamados
de vacúolo vegetal, vacúolo central ou
vacúolo de suco celular. Podem apresentar
diversos tipos de substâncias, como enzimas
– que participam do processo de digestão
intracelular –, pigmentos – que dão cor às
pétalas das flores, ou substâncias tóxicas –
que proporcionam defesa contra animais
herbívoros.
• Os peroxissomos são organelas membranosas arredondadas que apresentam
uma grande diversidade de enzimas em seu interior. Têm diversas funções, sendo
uma das principais a transformação de substâncias tóxicas em substâncias
inofensivas para a célula.
• Como subproduto de certas
transformações químicas que
ocorrem nessa organela, muitas vezes
são produzidas moléculas de
peróxido de hidrogênio ou água
oxigenada (H2O2). O peróxido de
hidrogênio é tóxico para a célula e,
dentro dos próprios peroxissomos, é
transformado em água e gás oxigênio
por enzimas chamadas de catalases.
• As mitocôndrias são as organelas
em que ocorre o processo de
respiração celular, que
fornece energia para que os
organismos realizem suas
atividades.

• Estruturalmente, a mitocôndria
apresenta uma membrana externa e
uma membrana interna de formato
sinuoso, que formam as cristas
mitocondriais.

• O meio interno às cristas é


chamado de matriz mitocondrial. O
formato da mitocôndria é similar ao
de um grão de feijão.
• Uma característica interessante das
mitocôndrias é que apresentam um
DNA próprio, o DNA mitocondrial. A
presença deste DNA exclusivo aponta
para a hipótese de que as mitocôndrias
eram organismos independentes que
passaram a viver em simbiose com
outras organismos, dentro das células,
dando origem às células eucariontes que
conhecemos atualmente.
• Simbiose é uma relação entre seres vivos de espécies diferentes que vivem
juntos e em que ambos se beneficiam. Esta teoria é conhecida como teoria
endossimbiótica.
• Os cloroplastos são organelas em que ocorre o processo de fotossíntese, que produz
alimento para seres autótrofos. Para isso, os cloroplastos contam com a clorofila, um
pigmento verde capaz de captar a energia luminosa do Sol. Essas organelas são
encontradas apenas em seres eucariontes fotossintetizantes, como plantas e algas.
• O cloroplasto é formado de três estruturas principais: o envelope, o estroma e os tilacoides. O envelope
delimita a organela e é formado por duas membranas, uma externa e outra interna. Ele envolve o estroma,
espaço interno da organela, que é composto por solução com grande quantidade de enzimas e íons, além de
ribossomos e moléculas de DNA e RNA.
No estroma, há estruturas
em forma de discos que ficam
empilhadas umas sobre as
outras, chamadas de
tilacoides, que
contêm moléculas de
clorofila.
•Assim como a mitocôndria, o cloroplasto tem DNA próprio, diferente do DNA contido no núcleo celular.

•Muitos estudiosos acreditam que a origem do cloroplasto pode ser explicada da mesma forma que a da
mitocôndria, ou seja, que eram seres vivos independentes que, em algum momento, foram englobados por
organismos unicelulares, passando a viver em relação de simbiose – teoria endossimbiótica.
• São estruturas compostas por
proteínas e RNA ribossômico. O RNA é
um tipo de ácido nucleico, assim como
o DNA que compõe o material
genético, e será abordado em maiores
detalhes em cadernos posteriores. São
essenciais na síntese de proteínas.
• Nas células procarióticas, encontram- -se dispersos no citoplasma.

• Nas células eucarióticas, além de dispersos no citoplasma, também


se encontram aderidos ao retículo endoplasmático granuloso.
As células eucarióticas apresentam em seu citoplasma estruturas filamentosas e
tubulares que dão sustentação, movimento e resistência para as células. Estes
filamentos são uma estrutura proteica e podem ser de três tipos: microfilamentos,
microtúbulos e filamentos intermediários.
• Os microfilamentos mais conhecidos são os de actina, uma proteína
contrátil, ou seja, capaz de se contrair e distender, muito importante para o
movimento do citoplasma.
• Os microtúbulos ajudam a transportar
substâncias de uma parte da célula à outra.
Também formam os centríolos, que serão
vistos a seguir, e estruturas locomotoras como
cílios e flagelos. Os filamentos intermediários
são formados por vários tipos de proteínas
fibrosas e conferem resistência mecânica às
células.

• Já as células procarióticas apresentam


poucos filamentos proteicos em seu citoplasma
e, portanto, considera-se que apresentam
citoesqueleto pouco desenvolvido.
• Os centríolos são organelas
responsáveis pela produção e
orientação das fibras do fuso,
que orientam o movimento do
material genético durante a divisão
celular. Essas estruturas estão
ausentes em diversos grupos de
plantas, como nas plantas com flores
(angiospermas) e em pinheiros.
• Os centríolos são formados por
um conjunto de nove trincas de
microtúbulos ligadas umas as outras
através de fibras conectivas.
• Todas as células apresentam material
genético, que é composto por um tipo
específico de molécula, o ácido
desoxirribonucleico ou DNA (do inglês:
desoxiribonucleic acid).

• O DNA contém as características genéticas da


espécie e tem a capacidade de se replicar, por
isso tem papel fundamental na reprodução. O
DNA ainda controla as atividades celulares e
desempenha função fundamental na síntese de
proteínas.
• Nas células procarióticas, o
material genético consiste
em uma molécula circular de
DNA que se encontra imersa
no citoplasma, em uma
região denominada
nucleoide. Também pode
haver pequenas moléculas
circulares de DNA dispersas
no citoplasma, denominadas
plasmídeos.
• Nas células eucarióticas, o DNA
encontra-se separado do citoplasma
por uma estrutura membranosa
chamada núcleo.

• O núcleo é formado pelo envelope


nuclear, nucleoplasma, nucléolo e
cromatina.
O envelope nuclear, ou carioteca, é
uma membrana que delimita o núcleo.
Apresenta diversos poros, que permitem
a comunicação entre o núcleo e o
citoplasma.

O nucleoplasma é o meio interno da


organela, formado por solução
aquosa que contém diversos tipos de
enzimas, moléculas e íons.

A cromatina consiste em longos


filamentos compostos por DNA e por
proteínas. O nucléolo é uma estrutura
altamente condensada, formada por RNA.
Ele sintetiza as subunidades
dos ribossomos.
• Vimos até aqui as diversas estruturas que
as células podem apresentar. Cada grupo de
seres vivos apresenta especificidades em suas
células, que serão vistas quando estudados
isoladamente. Neste momento, retomaremos
algumas diferenças entre uma célula de
bactéria – organismo procarionte – e células
animais e vegetais – seres eucariontes.
• Como já visto anteriormente, as células procarióticas não
apresentam núcleo ou organelas membranosas. Além disso, o
citoesqueleto das células procariontes apresenta poucas fibras,
sendo pouco desenvolvido em comparação ao das células
eucarióticas.
• Podemos notar que células
animais apresentam diversas
diferenças em relação às
vegetais. Algumas estruturas
estão presentes exclusivamente
nas células vegetais, como a
parede celulósica, os
cloroplastos e o vacúolo central.
•A ausência de parede
celulósica confere às células
animais uma estrutura menos
rígida.

• Já o centríolo, presente em
todas as células animais, é
ausente em alguns grupos de
plantas.

Você também pode gostar