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Introdução à Biologia Celular e Molecular

Biologia celular, também denominada de citologia, é o ramo da biologia responsável


pelo estudo das células. As células são as unidades básicas estruturais e funcionais dos
organismos. Assim, a biologia celular estuda a parte estrutural delas bem como suas
funções. O estudo das células tem avançado à medida que surgem novas tecnologias.

Importância da biologia celular


A biologia celular, pelo estudo da estrutura e do funcionamento das células, assim como
da interação entre elas, permite maior compreensão do funcionamento dos
organismos. A biologia celular atua de forma integrada a outros ramos do
conhecimento, como bioquímica, biologia molecular, genética e imunologia, o que
contribui para um avanço nas mais diversas áreas de atuação, como a medicina.

o material de estudo da biologia celular

As células são as unidades básicas estruturais e funcionais dos organismos. Alguns


deles são constituídos por apenas uma célula, sendo denominados unicelulares,
como bactérias, protozoários e alguns fungos e algas. Já outros organismos apresentam
mais de uma célula, sendo denominados multicelulares, como animais, plantas e alguns
fungos e algas. As células podem ser classificadas em dois tipos: procarióticas e
eucarióticas. As células procarióticas não apresentam um sistema de endomembranas,
assim, seu núcleo não é delimitado e seu material genético encontra-se disperso no
citosol, além disso, não apresenta organelas membranosas. No seu citoplasma estão
presentes os ribossomos, estruturas celulares responsáveis pela síntese de proteínas.
Essas células são encontradas em bactérias e cianobactérias.

As células eucarióticas apresentam um sistema de endomembranas, assim, seu núcleo,


onde se encontra o material genético, é delimitado; apresentam também diversas
organelas celulares, como mitocôndria e complexo golgiense. Essas células estão
presentes em algas, protozoários, fungos, animais e plantas.

A história da biologia celular

A construção dos microscópios óticos foi um passo decisivo para a descoberta das
células, e acredita-se que o primeiro tenha sido inventado em 1592, por Jeiniere da Cruz
e seu pai, Zacharias Jansen, dois holandeses fabricantes de Óculos. No ano de 1930, os
cientistas alemães Matthias Jakob Schleiden e Theodor Schwann propuseram a teoria
celular, na qual afirmam que a célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos
os seres vivos, e que todas as células originam-se de células preexistentes. Muitos
autores consideram esse fato como o marco do nascimento da biologia celular.

Entretanto, muitos anos antes, outros pesquisadores também realizaram importantes


estudos nessa área e que merecem destaque, como é o caso do estudo de Robert Hooke,
que, no ano de 1665, publicou o primeiro trabalho usando a microscopia como uma
ferramenta de análise do material biológico.

É importante destacar que Hooke foi quem utilizou primeiramente o termo


“célula”, dando esse nome aos espaços vazios que observava em um material de cortiça.
O que Hooke observava, na verdade, eram as paredes celulares de células, estando elas
mortas; por isso, o espaço vazio. No entanto, tempos depois, descobriu-se que aqueles
espaços vazios continham material vivo, e a célula passou a ser considerada uma
estrutura viva.

Além de Hooke, podemos destacar Antonie van Leeuwenhoek, pesquisador holandês,


que relatou a descoberta dos protozoários, no ano de 1674; além da descoberta dos
glóbulos vermelhos sanguíneos em peixes, anfíbios e alguns mamíferos, como o ser
humano, em 1675; também desenvolveu uma série de microscópios e lentes especiais,
entre outras contribuições.

A primeira organela celular descrita foi o núcleo celular. Alguns autores creditam essa
descrição ao pesquisador botânico Robert Brown, que visualizou o núcleo de células de
orquídeas no ano de 1836. Entretanto, outros autores creditam essa descoberta ao
pesquisador Antonie van Leeuwenhoek, que já havia visualizado o núcleo
em hemácias de salmão (diferentemente das hemácias em mamíferos, nos salmões elas
são nucleadas), em seus trabalhos realizados no século XVII.

A microscopia na biologia celular

Os primeiros microscópios eram bastante simples, constituídos apenas por uma lente, o
que restringia bastante os resultados dos trabalhos realizados. Apenas no final do
século XIX surgiram os primeiros microscópios binoculares e com um conjunto de
lentes objetivas que permitiam uma melhor visualização do material estudado.
Com o passar dos anos, surgiram novos aparelhos, no entanto, para a visualização de
diversas estruturas, era necessária a utilização de corantes na célula, o que acabava por
levá-la à morte. A criação do microscópio de contraste de fases, em 1932, pelo físico
holandês Frits Zernike, foi um grande marco para a biologia celular, pois a tecnologia
desse novo instrumento permitia a visualização de algumas estruturas celulares sem
o uso de corante e, assim, o estudo da célula viva. Frits Zernike recebeu o prêmio
Nobel de física, no ano de 1953, por sua criação.

Durante muito tempo, apenas microscópios ópticos eram utilizados nos mais diversos
estudos. Nesse tipo de microscópio, a luz visível passa através do material de estudo e,
em seguida, por lentes de vidro que refratam a luz, de modo que a imagem do material é
aumentada à medida que é projetada para dentro do olho ou de uma câmera. O
microscópio óptico tem a capacidade de aumentar, de forma eficaz, até mil vezes o
tamanho do material que está sendo analisado.

Tipos de Células

As células podem ser divididas em dois tipos: as procariontes e eucariontes.

Procariontes

A principal característica da célula procarionte é a ausência de carioteca delimitando o núcleo


celular. O núcleo da célula procarionte não é individualizado.

As células procariontes são as mais primitivas e possuem estruturas celulares mais simples.
Esse tipo celular pode ser encontrado nas bactérias.

Eucariontes

As células eucariontes são mais complexas. Essas possuem carioteca individualizando o


núcleo, além de vários tipos de organelas.

Como exemplos de células eucariontes estão as células animais e as células vegetais.

A teoria celular

A teoria celular é um dos conhecimentos fundamentais da biologia. Agora


universalmente aceita, a teoria celular afirma que todos os seres vivos são compostos
por células, a unidade estrutural e organizacional básica de todos os organismos e que
todas as células vêm de células preexistentes.

Os três princípios da teoria celular são descritos abaixo:

 Todos os organismos vivos são compostos de uma ou mais células;


 A célula é a unidade básica de estrutura e organização nos organismos;
 As células surgem de células preexistentes.

História

A Teoria Celular foi criada por Robert Hooke em 1665. Ela estabelece a célula como a
unidade morfofisiológica dos seres vivos, ou seja, a célula é a unidade básica da vida.
No final da década de 1830, dois cientistas alemães, Matthias Jakob Schleiden, ex-
advogado que abandonou a profissão para estudar a estrutura e fisiologia das plantas,
determinando também que todas as plantas apresentavam organização celular, e
Theodor Schwann, médico dedicado ao estudo da anatomia dos animais, estendeu a
teoria de Matthias aos animais, formulando a hipótese de que todos os seres vivos são
constituídos por células, construindo a base da teoria celular. Todos os seres vivos são
constituídos por células, com exceção dos vírus.

Origem e evolução das células

Provavelmente, as primeiras células surgiram na Terra há cerca de 4 bilhões de anos.


Antes dessa evolução biológica, houve uma evolução química que teve como cenário a
Terra primitiva, com características bem diferentes da atual Terra. Compostos como
metano, amônia, hidrogênio e vapor d’água combinaram-se para formar as primeiras
moléculas orgânicas, que seriam mais tarde os componentes das grandes moléculas
celulares. Posteriormente, com o processo de seleção natural da Terra primitiva, houve
uma combinação vitoriosa dessas grandes moléculas, favorecendo a evolução das
células. Os ácidos nucléicos, por exemplo: conferindo estabilidade, alta capacidade de
guardar informações e replicação e as proteínas com eficiente ação catalítica.
Praticamente toda síntese de qualquer composto pelas células passa pelo comando do
DNA e pela atuação catalisadora das proteínas. Após o surgimento e aglomeração das
primeiras moléculas informacionais, os coacervados ganharam poder de síntese de
compostos orgânicos e de formarem novos coacervados com preservação das
características originais. Nascia, assim, o mecanismo da reprodução e,
conseqüentemente, as primeiras células. A partir de então, com o ganho de uma
estabilidade e fidelidade físico-químicas, as primeiras células estavam prontas para
perpetuarem-se e, por vezes, sofrerem mutações e pressões seletivas do meio, que
desenharam o padrão celular atual. As primeiras células que surgiram eram aquáticas,
procariontes, anaeróbicas, heterotróficas e assexuadas.
Membrana Plasmática
A membrana plasmática separa o meio intracelular do meio extracelular, possui
permeabilidade seletiva e é constituída de uma bicamada de fosfolipídios. Os lipídeos
são os mais abundantes, porém é indiscutível a importância das proteínas e dos
carboidratos na sua constituição e função. O modelo atual e mais aceito é o mosaico
fluido. A membrana plasmática é uma estrutura fluida onde encontramos várias
proteínas "mergulhadas" em sua bicamada de fosfolipídeos.

A maior parte das funções da membrana plasmática está relacionada às


suas proteínas. Encontramos principalmente duas formas de proteínas na
membrana plasmática: proteínas integrais e as periféricas. As proteínas
integrais são as transmembranares, ou seja, atravessam a bicamada de
fosfolipídeos. Algumas dessas proteínas apresentam canais que permitem a
passagem de substâncias hidrofílicas. As proteínas periféricas estão na
superfície interna ou externa da membrana, não estão mergulhadas na
bicamada. As proteínas membranares possuem funções importantíssimas
para as células como:

Transporte de substâncias
a) Transporte passivo (difusão simples, facilitada e osmose): algumas substâncias
podem atravessar a membrana plasmática de forma espontânea, sem gasto de energia;
b) Transporte passivo: a célula pode bombear algumas substâncias para dentro ou para
fora de forma ativa, gastando energia.

Atividades enzimáticas
a) Catalisadores biológicos: aumentam a velocidade das reações químicas;
b) Via metabólica: as proteínas inseridas na membrana plasmática podem desempenhar
funções em uma via metabólica, como é o caso da insulina.
Reconhecimento celular - as células se reconhecem e passam a interagir através de
estruturas presentes na membrana plasmática como o glicocálix, que são estruturas
glicoproteicas.

Ligação intercelular - as células adjacentes podem se manter unidas graças à presença


de estruturas proteicas como os desmossomos e junções do tipo GAP.

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