Sumário • A descoberta das células • Teoria celular • Microscópio óptico (MO) • Microscópio eletrônico (ME) • Células Procarióticas • Células Eucarióticas • Célula animal x Célula vegetal A descoberta das células • Um artesão holandês chamado Anton von Leeuwenhoek, em 1660, necessitava aperfeiçoar o sistema de lentes para aferir a qualidade de tecidos. O aumento produzido por este sistema de lentes era cerca de 270 vezes mais potente que a capacidade do olho humano e sua resolução era capaz de perceber corpos de até 0,003 mm. • Um dia, por curiosidade, Leeuwenhoek passou também a observar e desenhar corpos microscópicos de uma amostra de sêmen que se mexiam no líquido diante de seu microscópio. Estava descobrindo, na verdade, as primeiras células da ciência que iria se chamar Citologia. A descoberta das células • Em 1667, um cientista inglês chamado Robert Hook, ao observar um pedaço de cortiça, batizou aqueles compartimentos minúsculos comparados ao favo de uma colmeia de “células”. • A partir daí, muitos cientistas foram pesquisando e descrevendo novas células nas mais diferentes amostras. Eis que em 1858, um cientista chamado Virchow, somando os estudos sobre células animais de um médico e zoologista (Schwwann, 1810) e sobre células vegetais de um ex-advogado e botânico (Schleiden, 1839), elabora a chamada Teoria Celular. Teoria Celular • Essa Teoria Celular tem muito a ver com os 3 critérios para se definir a vida, estudados em nossa introdução, pois compõe-se de 3 postulados que dizem o seguinte: 1º) Todos os seres vivos são formados por células (unicelulares ou pluricelulares); 2º) A célula é a menor unidade de vida (local onde se promove o metabolismo); 3º) Toda célula só surge de outra pré-existente (multiplicação e hereditariedade). Teoria Celular • De todos os 3 postulados da Teoria Celular, o que mais causava espanto na sua época de divulgação era o 3º, pois a crença vigente ainda era na Teoria da Abiogênese, na qual a vida surgia a partir da matéria inanimada e até receitas haviam para tentar comprovar esta Teoria. • Precisou um cientista chamado Louis Pasteur (em 1860) para por fim à Teoria da Abiogênese com seu experimento com frasco boca de cisne, comprovando enfim, o 3º postulado de Virchow e implementando a Teoria da Biogênese. Microscópio óptico (MO) • O olho de um ser humano normal é capaz de ver no máximo um ovo de alevino na ordem de 1 mm, o equivalente a um traço menor da régua milimetrada. • Os microscópios ópticos atuais são capazes de observar objetos cerca de 1000 vezes menores, ou seja, numa escala que chamamos de micrometro: 0,0001 mm = 1 μm • Há 2 aspectos a se definir quando falamos de instrumentos ópticos: poder de aumento e poder de resolução. Vejamos a diferença deles a seguir. Microscópio óptico (MO) • Poder de aumento é o máximo do zoom dado pelo instrumento ao focar em um objeto. É claro que para isso, não há de se perder a nitidez do mesmo. • Poder de resolução é a distância mínima na qual é possível se distinguir com nitidez um objeto minúsculo. • Os microscópios ópticos atuais conseguem atingir aumento de 1000 a 1700 vezes e poder de resolução na base de 2 μm. • Isto é, os MO de hoje são cerca de 5 vezes mais potentes que o instrumento aperfeiçoado por Leeuwenhoek. Microscópio óptico (MO) • O MO atua com um sistema de lentes convergentes na qual se incluem as lentes oculares (próximas dos olhos) e as lentes objetivas (próximas do objeto a ser focado). • Oculares apresentam um aumento de 10x e objetivas têm aumentos que podem variar de 4x, 10x, 40x e 100x, dependendo do tipo de célula que vai ser observada. • Essa amplificação do objeto então varia entre 10x4 a 10x100, pois as duas lentes agem em conjunto. Microscópio óptico (MO) • O objeto a ser focado em um MO deve ser “emoldurado” em resina ou parafina, cortado em ultramicrótomo (fatiador ultrafino) e chapado em uma lâmina de vidro. • Além disso, na maioria das amostras de tecidos celulares, faz-se necessário o uso de corantes para dar contraste seja para destacar componentes do citoplasma, como a eosina rosa ou componentes do núcleo, como a hematoxilina roxa. • Como essa lâmina de vidro será transpassada por uma luz incandescente difusa, o MO é também dito Microscópio de Luz. Microscópio óptico (MO) • Se o material celular está envolto em resina, está morto e pode ser fixado por longo período à lâmina com uso de álcool ou mesmo formol e recoberto por uma lamínula. • Se o material celular é de uma amostra de água ou solo e está vivo, não se usa resina ou fixadores neste caso. Essa lâmina então é descartada após a visualização. Microscópio óptico (MO) Microscópio eletrônico (ME) • Este instrumento foi desenvolvido em 1939 para a Ciência dos Materiais e só foi utilizado pelos pesquisadores das Ciências Naturais a partir de 1950, quando começaram a surgir descobertas importantes sobre as células. • Seu poder de aumento é de 300 mil vezes e sua resolução chega a 10-4 μm o equivalente a uma outra medida ínfima chamada ângstron (Å). A sua resolução atinge 2 Å ou mais de 1 milhão de vezes a capacidade do olho humano. • Essa medida tão pequena permitiu conhecer os vírus e até moléculas pertencentes às membranas celulares, que pelo MO não eram visualizáveis. Microscópio eletrônico (ME) • Sua tecnologia dispensa lentes oculares, a luz incandescente difusa, a lâmina de vidro, a resina e os corantes e fixadores, pois apenas utiliza um tubo com feixe de elétrons e um computador para visualizar e colorir artificialmente o objeto focado. • Há dois tipos de ME, um que o feixe de elétrons atravessa o material translúcido e dá uma vista do interior da célula, dito ME de transmissão ou MET; e outro em que o feixe de elétrons rebate no material e dá uma vista de superfície da célula, dito ME de varredura ou MEV. Microscópio eletrônico (ME) • Em ambos os tipos de ME, há o inconveniente de terem uma manutenção muito cara e só poderem visualizar células mortas, pois como trabalham no sistema à vácuo, uma única gota de umidade no tubo do feixe de elétrons ou mesmo na sala ao redor, o danificaria. • Há 2 aparelhos de ar condicionado se revezando dia e noite em uma sala sem janelas e com porta dupla, na qual apenas 2 técnicos podem entrar por vez e o material biológico, que pode ser até uma abelha inteira, tem que estar completamente seco em estufa por pelo menos 1 a 2 semanas. Microscópio eletrônico (ME) Células Procarióticas • Os seres procariontes são todos os microrganismos que não apresentam um núcleo verdadeiro no interior de sua célula, ou seja, sem a chamada carioteca, que se trata de uma membrana que envolve o material genético, o DNA. • Com a ME em alta, foi possível ter clareza de que os grupos de células procarióticas pertenciam somente aos das bactérias e outros representantes deste Reino. • Todos os demais grupos de seres vivos tinham a chamada carioteca e então, como o núcleo estava bem delimitado no interior da célula, o chamaram de eucariontes. Células Eucarióticas • Protozoários, algas, fungos, plantas e animais eram portadores de células eucarióticas. • Além desse envoltório nuclear do DNA, os seres eucariontes foram sendo desvendados com mais outras estruturas componentes do seu citoplasma que os procariontes não possuíam. • Sem nos aprofundarmos no momento nestas estruturas, vamos ver as principais diferenças observadas através do MET entre células animais e células vegetais. Células Procariótica e Eucariótica Células Animais x Células Vegetais • Existem diferenças marcantes entre células animais e células vegetais que até mesmo com uso de MO é possível notar. • Há muitas semelhanças e diferenças entre ambas as células e o MET ajudou a esclarecer todas essas coisas. Vejamos as figuras legendadas a seguir. Células Animais x Células Vegetais