Você está na página 1de 39

Profª: Rosiane Miranda

E-mail: rosiane.miranda@xerem.ufrj.br
Professores
• Luiz Gustavo Feijó Dubois

• Juliany Cola Fernandes Rodrigues

• Rosiane A. Miranda/ Substituto

Monitoras: Thais Vieira e Julia Moura


Horários

Segunda-feira 10:00h – 12:00h

Terça-feira 8:00h – 12:00h


Bibliografia
Complementares

ALBERTS, Bruce et al. Biologia molecular ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia celular I e II CECIERJ
da célula. Artmed Editora, 2010. Biologia Celular-4. Artmed Editora, 2006.
Conteúdo, trabalhos, testes e provas

Trabalho Pós-testes Provas


Notas
Nota 1
➢Trabalho sobre métodos de estudo da célula → 2,0 pontos
➢ Pós-Testes: 0,5 ponto/teste → 3,0 pontos
Obs: São 7 pós-testes. Serão consideradas as 6 maiores notas, totalizando no máximo 3,0 pontos.
➢ Avaliação 1: 5,0 pontos
Calculo da Nota 1: Trabalho + Pós-Testes + Avaliação 1

Nota 2
➢ Pós-Testes: 1 ponto/teste → 10,0 pontos
Obs: São 10 pós-testes.
➢ Seminário: 10,0 pontos
➢ Avaliação 2: 10,0 pontos
Calculo da Nota 2: (1x Pós-Testes) + (2x Seminário) + (3x Avaliação 2)/ 6

NOTA FINAL: Média (Nota 1 + Nota 2)


O que estudamos em Biologia Celular?
Métodos de estudo da célula
O primeiro problema a enfrentar no estudo das células é o seu tamanho: as células são pequenas demais para
serem observadas a olho nu. Por esse motivo, as primeiras células foram observadas e descritas apenas no
século XVII, quando foi inventado o microscópio óptico.

https://pt.khanacademy.org/science/biology/structure-of-a-cell

Imagem: https://pt.khanacademy.org/science/biology/structure-of-a-cell
Breve histórico
No século XVII, foram construídos os primeiros microscópios.

Robert Hooke
(1635 – 1703)

https://pt.khanacademy.org/science/biology/structure-of-a-cell

Imagem: Biologia celular I CECIERJ


Breve histórico

https://pt.khanacademy.org/science/biology/structure-of-a-cell

Antony van Leeuwenhoek


(1632-1723)

Seus microscópios, embora dotados de uma única lente, eram capazes de aumentar até em 200
vezes os objetos. Por outro lado, a iluminação era deficiente e sua manipulação bastante
desconfortável para o observador.

Imagem: Biologia celular I CECIERJ


Métodos de estudo da célula

Além de pequenas, as células possuem outras


características que tornam difícil sua observação:

1. em geral, são transparentes;


2. são muito hidratadas e frágeis;
3. quando em órgãos ou tecidos, precisam ser
cortadas em lâminas finas que permitam a
passagem do feixe luminoso
Microscópio óptico
Em todos os microscópios ópticos, atuais e antigos,
teremos uma fonte de luz que é concentrada por um
sistema de lentes condensadoras sobre uma amostra
montada sobre uma lâmina. O feixe luminoso atravessa a
amostra e é captado por uma lente objetiva que produz
uma primeira imagem ampliada do objeto, que será em
seguida captada pela lente ocular que projetará a imagem
final na retina do observador

Imagens: Biologia celular I CECIERJ


Quanto aumenta um microscópio óptico?

O aumento final é o resultado da multiplicação do aumento


dado pela lente objetiva pelo aumento da lente ocular.
Como existem várias lentes objetivas num mesmo
microscópio, uma grande variedade de aumentos pode ser
facilmente atingida, bastando girar o revólver.
Assim, se utilizamos uma objetiva de 20x e uma ocular de
10x, o aumento final será de 200x (10x20=200)
O limite de resolução
Se dependêssemos apenas de nossos olhos, não conseguiríamos enxergar nada que medisse menos de 0,2mm.
Este é o limite de resolução de nossos olhos. Graças aos microscópios ópticos, pudemos distinguir objetos que
medem até 1 milésimo desse valor, isto é, o limite de resolução dos microscópios ópticos é de 0,2µm.

• Separar detalhes;
• Produzir imagens separadas de
partículas muito próximas;
• É a menor distância que deve
existir entre dois pontos para que
eles apareçam separados
Preparo de amostras
Para que possam ser guardadas por muito tempo, as amostras de células e tecidos precisam em geral de um
tratamento químico que garanta sua preservação. Esse tratamento inclui várias etapas.

1. Fixação: é o tratamento da amostra com substâncias químicas, como o formol, que preservam sua forma
original.
2. Desidratação: é a substituição da água presente dentro e fora das células por um solvente orgânico, como o
etanol ou metanol. Esse solvente tanto pode ser removido deixando a lâmina secar quanto pode ser
substituído por parafina ou outra resina que torne o tecido rígido, permitindo que seja fatiado.
3. Microtomia: tecidos como fígado ou músculo são muito espessos e precisam ser cortados em fatias mais
finas, que permitam a passagem parcial da luz. Uma vez embebidos em parafina, deixa-se solidificar, e o
tecido pode ser cortado (fatiado).
4. Coloração: como a maioria das células e seus componentes não são naturalmente coloridos, uma série de
corantes foi testada e, devido a sua afinidade química por determinados componentes celulares, são
empregados, ajudando na identificação dos diferentes compartimentos celulares. O azul de metileno é um
desses corantes. Mais detalhes sobre as técnicas de preparo de amostras para microscopia óptica, você terá
em outra disciplina.
Microscópio óptico de campo claro ou microscópio
simples
É o microscópio “padrão”. Em geral, requer que a amostra seja fixada e corada antes da observação.
Entretanto, desde que a iluminação seja ajustada fechando-se um pouco mais a passagem de luz pela
condensadora, é possível observar células a fresco, isto é, sem coloração prévia.

Tireoides de ratos Wistar coradas com Hematoxilina & Eosina


Espermatozoides de rato Wistar (sem coloração
MIRANDA, Rosiane Aparecida et al. Thyroid redox imbalance in adult Wistar rats that were exposed to nicotine during
breastfeeding. Scientific reports, v. 10, n. 1, p. 1-12, 2020.
(imagens e vídeo por Miranda, R. A.)
Microscópio óptico de campo escuro
Alguns raios luminosos incidem na amostra e são captados pela lente objetiva, o que gera imagens luminosas em
um fundo escuro, por isso o nome dessa técnica. Apenas a luz que foi dispersa ou refratada pelas estruturas na
amostra alcançam a lente. É o mesmo princípio que nos permite ver as estrelas a noite ou as partículas de pó no
feixe de luz em um projetor numa sala escura.

Indicada para amostras com pouco contraste. Na prática clínica, o microscópio de campo escuro serve para examinar a existência de cristais na urina, como os de ácido úrico e oxalato,
e identificar bactérias como espiroquetas, em particular Treponema pallidum, microrganismo responsável pela sífilis.
Microscópio de contraste de fase
Dispensa o uso de corantes, permitindo a observação de células vivas. Um sistema de filtros (anéis de fase)
interfere no trajeto da luz, criando um contorno claro/escuro em torno das estruturas celulares. Esse contraste
permite a observação de células vivas, mas se elas estiverem muito aglomeradas, a imagem se torna confusa,
requerendo um sistema óptico mais elaborado.

Dispositivo de contraste de fase

A luz, ao interagir com um sólido (= célula), tem sua trajetória atrasada, criando um contraste em relação à luz que não https://youtu.be/UGEa8qQn-10
encontrou nenhum obstáculo (a) (esquema à esquerda). Esse é o princípio do microscópio de contraste de fase
Microscópio de contraste interferencial
Também utiliza filtros para criar contraste a partir de diferenças no trajeto da luz. A imagem final é mais agradável para o observador,
mas o sistema é menos comum, pois é mais caro que o contraste de fase. Também permite observar células vivas. Quando essas
células estão dispostas em camadas, pode-se focalizar apenas um plano, obtendo-se assim cortes ópticos sem que o tecido seja
cortado.
Células epiteliais (comparação entre os dois microscópios de contraste

contraste de fase contraste interferencial


Imagemns: Biologia celular I CECIERJ
Microscópio de fluorescência
Utiliza uma fonte de luz ultravioleta e requer o uso de corantes fluorescentes que se ligam a componentes
específicos das células. Esses corantes são capazes de absorver luz de um determinado comprimento de onda
(ultravioleta, por exemplo) e emitir num outro, dentro do espectro visível.

Imagem: https://www.euroimmun.com.br/eurostarIIIplus/
HUANG, Bo; BATES, Mark; ZHUANG, Xiaowei. Super-resolution fluorescence microscopy. Annual
review of biochemistry, v. 78, p. 993-1016, 2009.
Microscópio confocal de varredura a laser
O microscópio confocal possui, além de uma fonte de luz visível, uma fonte de luz ultravioleta e uma fonte de
raio laser. O feixe de laser incide sobre a amostra; um sistema de filtros e aberturas especiais captura
sucessivamente a fluorescência emitida de vários planos focais.

Imagens: https://www.medicalexpo.com/pt/prod/olympus-microscopy-europa/product-84543-765586.html
Microscópio Eletrônico de Transmissão
(MET)
Os microscópios eletrônicos são instrumentos fundamentais no estudo da célula. Foram
desenvolvidos na primeira metade do século XX, sendo contemporâneos da televisão e dos
aparelhos de raios-X.

Utiliza um feixe de elétrons para produzir uma imagem ampliada de um


objeto. Essa família é composta por dois tipos de microscópios: os
microscópios eletrônicos de transmissão e os microscópios eletrônicos
de varredura. Os primeiros se baseiam na capacidade do feixe de
elétrons de atravessar a amostra, enquanto nos segundos o feixe de
elétrons percorre a superfície da amostra gerando um sinal que será
visualizado num monitor.

Ernst Ruska
(1906-1988)
Microscópio Eletrônico de Transmissão
(MET)

http://biologiacelularufg.blogspot.com/2011/04/micro
scopia-eletronica-transmissao-e.html

https://afinkopolimeros.com.br/microscopia-eletronica-transmissao-met/

MIRANDA, Rosiane Aparecida et al. Maternal high-fat diet consumption induces sex-dependent alterations of the endocannabinoid
system and redox homeostasis in liver of adult rat offspring. Scientific reports, v. 8, n. 1, p. 1-12, 2018.
Microscópio Eletrônico de Varredura
No microscópio de varredura um filamento de tungstênio aquecido gera um feixe de elétrons, que também incide sobre
a amostra, mas ao invés de atravessá-la varre a superfície ponto a ponto; porém, nesse caso, ao invés de atravessá-la,
interage com a amostra, extraindo da superfície desta outros elétrons (chamados elétrons secundários) que geram um
sinal luminoso que é convertido numa imagem

Imagens: Biologia celular I CECIERJ


Outros métodos de estudo da célula
Cultura de células
Cultivar células, em princípio, consiste em manter vivas células retiradas de um organismo.

In vitro
Como se faz uma cultura?
Podem ser preparadas diretamente de tecidos retirados de um animal
CULTURA PRIMÁRIA

Grupos de células que são retirados das culturas primárias e continuam a crescer in
vitro
CULTURA SECUNDÁRIA
Linhagens celulares
As linhagens celulares tornaram possível obter uma grande quantidade de
células homogêneas para experimentos. Também podem ser armazenadas
por longos períodos em baixa temperatura, em nitrogênio líquido, sendo
descongeladas e recolocadas em cultivo quando necessário. Existem
verdadeiros “bancos” de células em diversos laboratórios.
Métodos de estudo da célula- Técnicas de Biologia Molecular
Permitem estudar marcadores específicos nas células e/ou tecidos.

• Reação da polimerase em cadeia (PCR);


• Western blotting;
• Sequenciamento;
• Clonagem molecular.
Polymerase Chain Reaction (PCR)
Técnica que permite amplificar seletivamente regiões específicas de DNA repetidas vezes.

Kary B. Mullis
Reação em “Cadeia”: reação cíclica - Produtos de um ciclo são substrato para o ciclo seguinte

Reação enzimática baseada na Replicação


Reação da polimerase em cadeia (PCR)
DNA-Polimerase originalmente utilizada
(extraída de E. coli)

DNA-Polimerase termoestável extraída da


bactéria Thermus aquaticus (Taq-polimerase).
PCR
Iniciadores ou oligonucleotídeos (Primers)

Utilização de pares de iniciadores (um


complementar para cada fita)
Iniciador Senso (Forward): se liga na fita 3’-5’
Iniciador Antissenso (Reverse): se liga na fita 5’-3
PCR
dNTP (matéria prima) (dATP, dTTP, dCTP, dGTP)
PCR
Amostra de DNA
dNTPs

Primers (S e AS)

Enzima DNApol
Mg2+
Tampão da enzima
Termociclador

https://www.youtube.com/watch?v=ZmqqRPISg0g
Western blotting
Western blotting

Anticorpo primário

Anticorpo secundário
Trabalho sobre métodos de estudo da célula
• Você é membro de um laboratório de Pesquisa e precisa desenvolver
experimentos para testar a hipótese do seu projeto de pesquisa. Seu
projeto tem como objetivo: Avaliar amostras de cultura de células expostas
à um tipo de desregulador endócrino.
Vocês devem:
• escolher o tipo de célula
• escolher o composto de exposição
• escolher 4 técnicas para analisar suas amostras, sendo 2 de microscopia e 2 de biologia molecular.
O trabalho deve conter:
• Introdução (explicando seu projeto, com o tipo de célula utilizada (ou tipo de cultura celular), composto
de exposição, etc).
• Descrição das técnicas utilizadas;
• Resultados esperados (o que se espera ver nas suas amostras em cada técnica escolhida);
Desregulador endócrino
aromatase

Phytoestrogens Dioxins Phthalates

Pesticides Organoestânicos
Organotins Bisphenol A

Steroid hormones

Você também pode gostar