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Microscópios e lentes

Embora as células variem em tamanho, em geral, elas são bastante pequenas. Por
exemplo, uma hemácia humana típica tem aproximadamente oito micrômetros
(0,008 milímetros) de diâmetro. Para se ter uma ideia, a cabeça de um alfinete tem
cerca de 1 milímetro de diâmetro, de modo que é possível alinhar
aproximadamente 125 hemácias transversalmente na cabeça de um alfinete. Salvo
raras exceções, as células individuais não podem ser vistas a olho nu, então, os
cientistas precisam usar microscópios (micro- = "pequeno"; -scópio = "olhar") para
estudá-las. O microscópio é um instrumento que amplia objetos minúsculos,
produzindo uma imagem na qual o objeto aparece maior. A maioria das fotografias
de células é tirada usando-se um microscópio, e essas fotografias também podem
ser chamadas de microfotografias.

Considerando a definição acima, pode parecer que o microscópio é apenas um tipo


de lupa. Na verdade, as lupas podem ser consideradas microscópios; como elas têm
apenas uma lente, elas são chamadas microscópios simples. Os instrumentos mais
sofisticados, normalmente considerados microscópios, são microscópios
compostos; ou seja, eles têm múltiplas lentes. Por causa da forma com que essas
lentes são organizadas, eles podem encurvar a luz para produzir uma imagem muito
mais ampliada do que a de uma lupa.
Num microscópio composto de duas lentes, a organização das lentes tem uma
consequência interessante: a orientação da imagem que você vê é invertida em
relação ao objeto que está sendo examinado. Por exemplo, se você examinar um
pedaço de jornal com a letra "e", a imagem que você verá no microscópio é “ə.” Os
microscópios compostos mais complexos não produzem a imagem invertida porque
eles têm uma lente adicional que "reinverte" a imagem à posição normal.

O que diferencia um microscópio comum de uma máquina poderosa usada em


laboratório de pesquisa? Há dois parâmetros especialmente importantes na
microscopia: ampliação e resolução

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Ampliação é a medida de quanto maior um microscópio (ou conjunto de
lentes dentro do microscópio) consegue mostrar um objeto. Por exemplo, os
microscópios óticos normalmente usados nas escolas e faculdades ampliam
cerca de 400 vezes o tamanho real. Então, algo que possua 1 mm de largura na
vida real terá 400 mm de largura na imagem microscópica.

A resolução de um microscópio ou lente é a menor distância na qual dois


pontos podem estar separados e ainda ser distinguidos como objetos distintos.
Quanto menor for este valor, maior o poder de resolução do microscópio e

melhor a clareza e detalhe da imagem. Se duas células bacterianas estiverem


muito próximas em uma lâmina, elas podem parecer um único ponto borrado
num microscópio com baixo poder de resolução, mas podem parecer distintas
num microscópio com alto poder de resolução.
[O que determina o poder de resolução?]

Tanto a magnificação quanto a resolução são importantes se quisermos uma


imagem clara de algo muito pequeno. Por exemplo, se um microscópio tiver alta
magnificação, mas baixa resolução, tudo o que você verá é uma versão maior de
uma imagem embaçada. Tipos diferentes de microscópios diferem em sua
magnificação e resolução.

Microscópios de luz

A maioria dos microscópios de estudantes é classificada como microscópios de


luz. Em um microscópio desse tipo, a luz visível passa pelo espécime (a amostra
biológica que está sendo analisada) e é desviada pelo sistema de lentes, permitindo
ao observador ver uma imagem ampliada. Uma vantagem do microscópio de luz é
que ele pode ser utilizado na visualização de células vivas, assim é possível
observar o comportamento normal das células (por ex., migração ou divisão).
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Os microscópios de laboratório de ensino geralmente são microscópios de campo
e significa que a luz visível passa através da amostra e forma a imagem
diretamente, sem qualquer modificação. As formas de microscopia ótica um pouco
mais sofisticadas usam truques óticos para realçar o contraste, facilitando a
visualização dos detalhes das células e tecidos.

Ex: azul de metileno

Um outro tipo de microscopia ótica é a microscopia de fluorescência, que é usada


para gerar imagem de amostras que fluorescem (absorvem um comprimento de
onda da luz e emitem outro). A luz de um determinado comprimento de onda é
usada para excitar as moléculas fluorescentes, e a luz de um outro comprimento de
onda diferente emitida por elas é coletada e usada para formar a imagem. Na
maioria dos casos, a parte da célula ou tecido que queremos examinar não é
naturalmente fluorescente, por isso precisa ser marcada com algum pigmento ou
etiqueta fluorescente antes de ir para o microscópio.

A imagem da folha no início do artigo foi obtida usando um tipo especializado de


microscopia de fluorescência chamado microscopia confocal. O microscópio
confocal utiliza um laser para excitar uma fina camada da amostra e coleta somente
a luz emitida pela camada de interesse, produzindo uma imagem nítida e sem
interferência das moléculas fluorescentes das camadas adjacentes4.

Microscópios eletrônicos
Alguns tipos de microscopia de luz mais avançados (além das técnicas que
discutimos acima) podem produzir imagens de resolução muito alta. No entanto, se
você quer visualizar algo muito pequeno em uma resolução muito alta, você pode
querer usar uma técnica diferente, testada e aprovada: a microscopia eletrônica.

Os microscópios eletrônicos diferem de microscópios de luz por produzirem uma


imagem de uma amostra usando um feixe de elétrons em vez de um feixe de luz.
Os elétrons têm um comprimento de onda muito menor que a luz visível, e isso
permite que os microscópios eletrônicos produzam imagens de alta resolução
melhor que as de microscópios de luz padrão. Os microscópios de eletrônicos
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podem ser usados para examinar não apenas a célula, mas também as estruturas
subcelulares (organelas) e seus compartimentos.

Uma limitação, no entanto, é que as amostras da microscopia eletrônica devem ser


colocadas sob vácuo (e normalmente são preparadas através de um processo
extensivo de fixação). Isso significa que células vivas não podem ser fotografadas
na microscopia eletrônica.

Na imagem acima, é possível comparar a aparência da bactéria Salmonella em uma


micrografia (esquerda) com uma imagem produzida por uma microscópio eletrônico
(direita). A bactéria aparece como pequenos pontos roxos na imagem do
microscópio de luz, enquanto na eletromicrografia, é possível ver claramente sua
forma e textura da superfície, bem como os detalhes das células humanas que as
elas estão tentando invadir.

Existem dois tipos principais de microscopia eletrônica. Na microscopia


eletrônica de varredura (MEV), um feixe de elétrons move-se para a frente e
para trás através da superfície de uma célula ou tecido, criando uma imagem
detalhada da superfície 3D. Este tipo de microscopia foi usado para realizar a
imagem da bactéria Salmonella mostrada à direita, acima.

Na microscopia eletrônica de transmissão (MET), ao contrário, a amostra é


cortada em fatias extremamente finas (por exemplo, usando uma borda de
diamante) antes da visualização, e o feixe de elétron atravessa a fatia ao invés de
percorrer sobre sua superfície5. O MET é muitas vezes usado para obter imagens
detalhadas das estruturas internas das células.
Os microscópios eletrônicos, como o descrito acima, são significativamente mais
volumosos e mais caros do que os microscópios óticos convencionais, e isso não é
surpreendente se considerarmos as partículas subatômicas que são examinadas!
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