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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - INBIO

Estudo Prático de Histologia Básica

Disciplina: Histologia Básica


Curso: Medicina Veterinária
Professor: Júlio César de Oliveira Santana
Autoria: Simone Bertozi de Souza Vasconcelos

CAMPO GRANDE – MS
2019/1º semestre
OBJETIVOS GERAIS

Caracterizar morfofuncionalmente os tecidos fundamentais, bem como sua distribuição nos


diversos órgãos que compõem os vários sistemas do organismo.
Realizar diagnóstico microscópico diferencial dos diversos tecidos e dos vários órgãos que
compõem os sistemas, para futura e correta interpretação de alterações patológicas.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA DISCIPLINA

1.Métodos e Técnicas Histológicas:


Preparação de lâminas permanentes - Interpretação de cortes - Tipos de microscópios.
2. Tecido Epitelial de Revestimento:
Característica Gerais - Classificação.
Tipos de células - Especialização de membranas - Especialização celular.
3. Tecido Epitelial Glandular:
Tipos de glândulas - Ocorrências - Distribuição - Classificação.
4. Tecido Conjuntivo :
Componentes - Tipos de fibras - Células - Substância fundamental.
Variedades - Histofisiologia - Regeneração - Edema.
5. Tecido Adiposo:
Tecido adiposo unilocular - Tecido adiposo multilocular.
6. Tecido Cartilaginoso:
Cartilagem hialina - Cartilagem elástica - Cartilagem fibrosa.
7. Tecido Ósseo:
Componentes - Perióstico e endósteo – Tipos de Ossificação
Histogênese - Reparação de fraturas - Articulações.
8. Tecido Muscular :
Músculo estriado esquelético - Músculo estriado cardíaco.
Músculo liso - Histofisiologia - Inervação.
9. Tecido Nervoso:
Neurônios - Neuroglia - Histofisiologia.
Sistema Nervoso Central - Cérebro - Cerebelo - Medula nervosa.
Sistema Nervoso Periférico - Gânglios nervosos - Nervos.
Sistema nervoso autônomo - Simpático e parassimpático
Degeneração e Regeneração.
10. Sistema Circulatório:
Vasos sangüíneos - Estrutura geral - Coração - Vasos linfáticos.
11. Sangue:
Eritrócitos - Leucócitos granulócitos - Leucócitos agranulócitos.
Plaquetas - Coagulação.
12. Hemocitopoese e Medula: Eritropoese- Granulopoese - Agranulopoese.

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1. Noções de microscopia.

O microscópio constitui-se de uma parte mecânica:


parafuso macrométrico, parafuso micrométrico, pilar
ou braço, pé ou base, platina ou mesa, charriot,
diafragma; lâmpada, tubo, revólver. E uma parte
óptica formada por três sistemas de lentes: o
condensador, a objetiva e a ocular.

O condensador projeta um cone de luz sobre as


células a serem observadas, após atravessar as
células esse feixe luminoso em forma de cone
penetra na objetiva que por sua vez, projeta uma
imagem aumentada no plano focal da ocular que
novamente a amplia. A ampliacão total dada por um
microscópio é igual ao aumento da objetiva
multiplicado pelo aumento da ocular.

A capacidade de um sistema óptico separar detalhes


é seu poder de resolução que é expresso pelo limite
de resolução determinado como a menor distância
que deve existir entre dois pontos para que eles
apareçam individualizados, que determina a riqueza
de detalhes da imagem fornecida.

O limite de resolução (LR) depende essencialmente


da objetiva ou seja de sua abertura numérica (AN).

A abertura numérica é uma medida do tamanho ou


ângulo do cone de luz liberado pelas lentes de
iluminação do condensador para o plano do objeto e
do cone de luz que emerge do objeto que é coletado
pelas lentes objetivas.

É dado pela fórrmula:


LR = k X 
AN
Sendo k uma constante estimada em 0,61 e  o
comprimento da luz empregada que é de 0.55 m
(faixa do verde-amarelo).

A luz visível (microscopia óptica)


permite distinguir detalhes de 0,2 m ,
porém a forma de objetos menores não
é visível.
O microscópio eletrônico emprega um
feixe de elétrons produzidos devido ao
aquecimento, no vácuo, de um
filamento de tungstênio. O seu limite de
resolução é de 0,001 m.

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Os elétrons passam por uma lente magnética chamada
condensadora que os dirige em feixe uniforme na direção do
objeto, após atravessar o objeto muitos elétrons são
desviados passando por nova lente que corresponde à
objetiva do microscópio óptico. Uma terceira lente projeta os
elétrons sobre uma tela fluorescente (revestida por sulfeto de
zinco substância que emite luz ao ser excitada pelos elétrons)
onde se forma uma imagem visível ou sobre um filme
fotográfico que posteriormente sofre ampliação de 2 a 4
vezes.
As diferentes estruturas da célula desviam os elétrons
aparecendo em escuro, sendo chamadas elétron densas. Se
um componente celular desvia pequena percentagem de
elétrons aparecerá em tonalidade de cinza.

2. Métodos de Estudo e Técnicas Histológicas.

2.1 Processamento dos tecidos para o corte histológico

As amostras de tecidos podem ser provenientes de biópsias, peças cirúrgicas ou de necropsias


coletadas com auxílio de bisturi ou tesoura, cada fragmento não deve ter mais de 1 cm de
espessura.
O processamento do material obedece a seguinte seqüência: fixação, inclusão, microtomia,
coloração e montagem.

Fixação

A fixação tem a finalidade de evitar a autólise (autodigestão) das células, impede a ação de
bactérias, endurece o material para o processamento, possibilita uma afinidade das estruturas das
células pelos corantes.
A fixação é realizada através de fixação física ou química. A solução de formalina neutra
tamponada a 10 % é a mais utilizada, consiste de 10 volumes de formol comercial (40%
formaldeído em água) e 90 volumes de solução-tampão fosfato. O volume do fixador deve ser 10
vezes maior do que o volume fixado, e deve ser fixado por 24 a 48 horas.
Vários outros fixadores são utilizados conforme as estruturas a ser estudadas, assim como o
álcool etílico, ácido acético, ácido pícrico (Líquido de Bouin), ácido crômico, ácido ósmico, cloreto
de mercúrio. O fixador de Bouin formado por uma mistura de ácido pícrico, formaldeído a 40% e
ácido acético glacial é melhor e tem fixação mais rápida (4 a 6 horas), entretanto, é mais caro e
mais difícil de se preparar.
O tetróxio de ósmio e o glutaraldeído são os fixadores mais usados em microscopia eletrônica
porque coagulam as proteínas, causando modificações mínimas na estrutura celular.
Após a fixação seleciona-se fragmentos de 1 a 2 cm por 2 a 3 mm.
A amostra é desidratada em concentrações crescentes de álcool até o álcool absoluto. Em
seguida o tecido é diafanizado em xilol que é solúvel no agente desidratante, substituindo-o.

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Inclusão

O fragmento diafanizado é embebido em uma substância denominada massa de impregnação, a


mais utilizada é a parafina que se funde a 58 oC.
Em microscopia eletrônica a massa de inclusão são as resinas epóxi (epon, araldit, maraglás),
solúvel em acetona.
Uma vez impregnada o fragmento é montado em um bloco da mesma substância impregnante
dissolvida que se solidificará (parafina) ou se polimerizará (epóxi).

Microtomia

Os blocos de parafina são montados num micrótomo, aparelho capaz de realizar cortes finos
possibilitando estudar minúcias e detalhes dos tecidos e das células. Os cortes finos são
realizados a espessura de 3 a 6 m, cortes semifinos apresentam a espessura de 0,5 a 1,0 m e
os ultrafinos espessura abaixo de 0,5 m ( 0,02 a 0,1 m para a microscopia eletrônica).
Quando se deseja estudar lipídios se emprega o micrótomo de congelação onde o tecido é
endurecido por congelação, permitindo a obtenção rápida de cortes que não passam pelas outras
etapas em que o etanol e xilol atuariam como solventes de lipídios retirando-os dos tecidos.

Coloração

A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como ácidos ou bases, os


componentes dos tecidos que se coram com corantes básicos são chamados basófilos e os que
se ligam a corantes ácidos, acidófilos.
A coloração dupla pela hematoxilina e eosina (HE) é a mais utilizada, a hematoxilina por ser
básica cora em azul os núcleos celulares e outras estruturas de natureza ácida da célula.
A eosina cora o citoplasma e o colágeno do matriz
extracelular em diversas tonalidades do vermelho.
Os corantes do tipo Romanowsky utilizam o azul de metileno (corante básico) e eosina corando
componentes ácidos de amostras de sangue periférico e medula óssea.
Além dos corantes usa-se a impregnação metálica com sais de prata e ouro, principalmente no
estudo do tecido nervoso.
Na microscopia eletrônica costuma-se impregnar os cortes de tecidos com metais pesados
(ósmio, chumbo e urânio) que desviam o feixe de elétrons aumentando o contraste da coloração e
permitindo mais nitidez.

Montagem

Após a coloração do fragmento, o mesmo é preparado para ficar preservado entre lâmina e
lamínula, montando-se com Entelan. A lâmina assim montada poderá ser guardada por tempo
indefinido.

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2.2 Interpretação dos Cortes

Deve-se interpretar como o corte bidimensional se parece em três dimensões, observando


atentamente para reconstruir mentalmente a imagem tridimensional correta.

O fragmento de tecido cujo comprimento é maior do que a largura, pode ser cortado nos planos:

Longitudinal (paralelo a maior dimensão da estrutura); Transversal (perpendicular a maior


dimensão da estrutura); Oblíquo e Tangencial.

Artefatos

Representam algum tipo de falha causado por erro de técnica. Dentre eles podem ocorrer:
degeneração pós-mortem, retração, precipitados, dentes da navalha do micrótomo, dobras e
pregas.

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3. Tecido Epitelial.
3.1 Tecido Epitelial de Revestimento

Lâmina H11: Intestino Delgado–H.E.


Conteúdo: Epitélio de Revestimento Simples Cilíndrico com borda estriada e células
caliciformes.
Observar: Única camada de células cilíndricas com especializações citoplasmáticas na parte
apical, as microvilosidades são denominadas de borda estriada. A borda estriada é descontínua
no ápice das células caliciformes que se encontram entremeadas entre as células cilíndricas e
não apresentam microvilosidades. A célula caliciforme apresenta forma de cálice com núcleo
achatado e comprimido na base, uma glândula unicelular secretora de muco.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina: Traquéia de Ave–H.E.


Conteúdo: Epitélio de Revestimento Pseudoestratificado Cilíndrico Ciliado com células
caliciformes.
Observar: Única camada de células cilíndricas e basais que tocam a membrana basal, somente
as cilíndricas atingem a luz do órgão. Presença de cílios uma especialização da membrana
citoplasmática que apresenta mobilidade, além de células caliciformes.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina K3: Epidídimo–H.E.
Conteúdo: Epitélio de Revestimento Pseudoestratificado Cilíndrico com estereocílios.
Observar: Única camada de células basais arredondadas e cilíndricas com estereocílios que
são imóveis.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina: Esôfago de Ave –H.E.


Conteúdo: Epitélio de Revestimento Estratificado Pavimentoso
Observar: Várias camadas de células cubóides em que a última camada celular é formada por
células pavimentosas .
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina J2 : Bexiga Urinária –H.E.


Conteúdo: Epitélio de Revestimento Estratificado de Transição
Observar: Várias camadas de células em que as células superficiais apresentam-se globosas se
o órgão está vazio e pavimentosas se está distendido.
Identificar, desenhar e nomear:

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3.2 Tecido Epitelial Glandular.

3.2.1 Glândulas Exócrinas

Lâmina G2 – Pele Pilosa: Glândula Sebácea –H.E.


Conteúdo: Glândula Exócrina simples acinosa ramificada holócrina
Observar: vários ácinos ou alvéolos cujas células arredondadas apresentam gotículas de
gordura e desembocam em um único ducto curto com epitélio estratificado no folículo piloso. Na
secreção holócrina, a célula se destaca junto com o produto de secreção.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina H16: Glândula Salivar Submandibular - H.E.


Conteúdo: Glândula exócrina composta tubulo-acinosa ramificada merócrina mista.
Observar:
• Porção secretora: adenômeros em forma de ácinos e túbulos cujas células apresentam
secreção mucosa, e em adenômeros mistos observa-se as semiluas serosas.
- Células serosas apresentam citoplasma basofílico e granular (grânulos acidofílicos) e
núcleo arredondado e claro, organizam-se dando origem a semillua serosa que envolve o
ácino mucoso.
- Células mucosas caracterizam–se pela presença de grânulos de secreção grandes e
pouco corados deslocando o núcleo achatado para a base da célula que se organizam formando
túbulos e ácinos.
Na secreção merócrina apenas o produto da secreção é liberado da célula por exocitose.
• Ductos de vários calibres com epitélio cúbico ou cilíndrico simples com luz evidente.

Identificar, desenhar e nomear:

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3.2.2 Glândulas Endócrinas

Lâmina M3: Glândula Adrenal –H.E.


Conteúdo: Glândula Endócrina Cordonal
Observar: Células poliédricas, núcleo com cromatina difusa e posição central, citoplasma com
vacúolos, dispostas em cordões circundados por capilares sanguíneos.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina M2 : Glândula Tireóide –H.E.


Conteúdo: Glândula Endócrina Folicular
Observar: Folículo apresenta colóide acidofílico e o epitélio secretor é cubóide ou pavimentoso
simples, capilares sanguíneos envolvem os folículos tireoideanos para a captação da secreção
hormonal produzida pelas células do epitélio folicular.
Identificar, desenhar e nomear:

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4.Tecido Conjuntivo

Lâmina : Língua – Tricrômico de Gomori.


Conteúdo: Fibras Colágenas
Observar: Lâmina própria de tecido conjuntivo, localizada abaixo do epitélio de revestimento da
língua, contendo feixes de fibras colágenas coradas em verde, pela coloração especial
denominada tricrômico de Gomori.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina B7 : Artéria Elástica - Orceína


Conteúdo: Tecido Conjuntivo Elástico
Observar: Preparação especial para evidenciar fibras elásticas que aparecem como estruturas
onduladas coradas em negro, as fibras agrupam-se formam lâminas na parede da artéria.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina F3 : Linfonodo – Reticulina


Conteúdo: Tecido conjuntivo reticular
Observar: Componente de sustentação do órgão apresentando fibras finas, delicadas coradas
em negro pela impregnação pela prata, circundando espaços que constituem o arcabouço das
células do linfonodo.
Identificar, desenhar e nomear:

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4.2 Células do tecido conjuntivo

Lâmina B3 Mesentério : Mastócito – Azul de Toluidina


Conteúdo: Mastócito
Observar: Célula globosa, grande, núcleo esférico e central mascarado por grânulos
citoplasmáticos corados em vermelho, apresentando metacromasia, ou seja, modificam a
coloração do azul de toluidina pela presença de radicais ácidos.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina B4: Granuloma - H.E.


Conteúdo: Célula Gigante tipo corpo estranho
Observar: Célula multinucleada apresentando núcleos em posição periférica, formada pela
fusão de macrófagos presentes no processo inflamatório.
Identificar, desenhar e nomear:

4.3 Tipos de Tecido Conjuntivo

Lâmina L12 : Cordão Umbilical–H.E.


Conteúdo: Tecido Conjuntivo Mucoso
Observar: espaços lavados entre os vasos sanguíneos com material fibrilar frouxo corado em
róseo com células de núcleos irregulares os fibroblastos. Há predominância da substância
fundamental podendo-se observar fibras colágenas coradas em róseo. Os fixadores não
preservam a matriz aparecendo como espaços lavados no tecido.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina G1 -Pele Espessa ou Glabra : - Derme Papilar -H.E.
Conteúdo: Tecido conjuntivo frouxo
Observar: Situado abaixo do epitélio o tecido apresenta fibras colágenas e elásticas, longas e
de trajeto tortuoso coradas em róseo, espaços lavados correspondem a Substância
Fundamental e células do tecido conjuntivo. Apresenta todos os elementos estruturais do
conjuntivo propriamente dito não havendo predominância de nenhum dos seus componentes.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina G1 - Pele Espessa ou Glabra: - Derme Reticular-H.E.


Conteúdo: Tecido conjuntivo denso desordenado ou não modelado
Observar: Predominância acentuada das fibras colágenas que se apresentam mais espessas e
tortuosas pois formam feixes aparecendo em corte longitudinal, transversal e oblíquo. As células
e a substânicia fundamental são menos numerosas em relação ao tecido conjuntivo frouxo.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina B1 Tendão – H.E.


Conteúdo: Tecido conjuntivo denso modelado
Observar: fibras colágenas distribuídas em feixes paralelos uns aos outros em resposta a
trações exercidas num determinado sentido. Os fibroblastos apresentam núcleos alongados,
citoplasma delgado indefinido com orientação paralela às fibras, existe pequena quantidade de
substancia fundamental.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina B6: Tecido Adiposo – H.E.
Conteúdo: Tecido adiposo unilocular e tecido adiposo multilocular
Observar: Célula adiposa unilocular apresenta o citoplasma lavado pela preparação histológica
com a presença de vacúolo deixado pela gotícula lipídica removida pelo álcool e xilol. São
grandes, esféricas e apresentam o núcleo achatado e deslocado para a periferia.
Célula adiposa multilocular que é menor, com forma poligonal, o citoplasma apresenta gotículas
lipídicas de vários tamanhos, o núcleo é arredondado geralmente situado no centro da célula.
Identificar, desenhar e nomear:

5. Tecido Cartilaginoso

Lâmina I3: Traquéia – H.E.


Conteúdo: Cartilagem Hialina
Observar: Na periferia, os condroblastos apresentam forma alongada, os condrócitos são
arredondados, e apresentam-se em grupos, sendo denominados grupos isógenos, com aspecto
estrelado pois sofrem retração. Os condrócitos secretam a matriz cartilaginosa basofílica. A
cavidade onde o condrócito esta localizado é denominada lacuna e as regiões estreitas em torno
dos condrócitos, mais basofílicas do que a matriz, são denominadas cápsulas. Com exceção das
cartilagens articulares, as cartilagens hialinas são envolvidas por uma camada de tecido
conjuntivo denso, o pericôndrio, cujas células semelhantes ao fibroblasto, aquelas que se
encontram situadas próximas à cartilagem, originam o condrócito, sendo caracterizadas como
condroblasto.

Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina I 5: Epiglote – H.E.
Conteúdo: Cartilagem Elástica
Observar: Apresenta aspecto semelhante à cartilagem hialina, apresentando todos os seus
componentes, com fibras elásticas contínuas com a do pericôndrio, coradas em róseo.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina B2: Coluna Vertebral– H.E.


Conteúdo: Cartilagem Fibrosa ou Fibrocartilagem
Observar: Disco intervertebral formado por uma parte central derivada da notocorda, o núcleo
pulposo e o anel fibroso constituído por cartilagem fibrosa. A cartilagem fibrosa é acidófila, por
conter grande quantidade de fibras colágenas, cujos feixes formam camadas concêntricas. A
substância fundamental é escassa e limitada à proximidade das lacunas que contém os
condrócitos.

Identificar, desenhar e nomear:

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6. Tecido Ósseo

Lâmina A1 Diáfise de osso longo: Osso lamelar – Schmorl


Conteúdo: Osso Lamelar
Observar: A superfície externa envolvida por periósteo apresenta fibras colágenas organizadas
em lamelas que ficam paralelas ou se dispõem em camadas concêntricas em torno de canais
formando o sistema de Havers. Entre as lamelas encontram-se as lacunas de coloração negra
com osteócitos (não preservados) cuja cavidade em que se alojam é denominada lacuna. As
lacunas irradiam canalículos que permitem comunicação entre os osteócitos. É possível
visualizar o canal de Havers no centro do sistema de Havers e canais transversais ou oblíquos,
os canais de Volkmann ligando os sistemas de Havers.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina A2: Epífise do osso longo– H.E.


Conteúdo: Ossificação Endocondral
Observar:
• Zona de repouso- cartilagem hialina sem alteração morfológica.
• Zona de cartilagem seriada ou de multiplicação – os condrócitos dividem-se e formam
fileiras ou colunas paralelas de células achatadas e empilhadas no sentido longitudinal do
osso.
• Zona de Cartilagem hipertrófica- condrócitos muito volumosos, a matriz fica reduzida a
tabiques delgados.
• Zona de cartilagem calcificada - morte dos condrócitos e mineralização dos tabiques de
matriz cartilaginosa.
• Zona de ossificação – aparece o tecido ósseo, capilares sanguíneos e células
indiferenciadas invadem as cavidades deixadas pelos condrócitos.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina A3 : Ossificação intramembranosa – H.E.
Conteúdo: Ossificação intramembranosa
Observar: Diferenciação de células mesenquimais da membrana conjuntiva em osteoblastos, no
centro de ossificação primária ou blastema ósseo. As células mesenquimais fusiformes tornam-
se globosas, com citoplasma basófilo, originando osteoblastos que sintetizam matriz óssea. Os
osteoblastos em intensa atividade são cubóides e tornam-se achatados, com menor basofilia
citoplasmática. Os osteoblastos englobados pela matriz óssea passam a ser denominados
osteócito, observados nas trabéculas ósseas formadas. A parte da membrana conjuntiva que
não sofre ossificação forma o periósteo que recobre o tecido ósseo.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina A4- Articulação Tibiotársica (galinha) – H.E.


Conteúdo: Articulação Sinovial ou Diartrose
Observar: Cápsula- Camada fibrosa de tecido conjuntivo denso, mais externa, e camada ou
membrana sinovial de tecido conjuntivo frouxo associado a tecido adiposo em algumas
articulações.
Membrana Sinovial: pregueada formando pregas sinoviais ou vilos sinoviais (projeções menores
de membrana), revestida internamente por células cubóides ou pavimentosas (semelhantes a
macrófagos e fibroblastos que sintetizam ácido hialurônico e outras proteínas do líquido sinovial
que preenche a cavidade articular) apoiadas em conjuntivo frouxo, conjuntivo denso ou adiposo
unilocular.
Identificar, desenhar e nomear:

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7. Tecido Muscular

Lâmina H6 : Língua – H.E.


Conteúdo: Músculo Estriado esquelético
Observar: Fibra muscular estriada esquelética apresentando vários núcleos periféricos e em
corte longitudinal apresenta estrias transversais. No corte transversal se apresentam acidofílicas
com citoplasma pontilhado (Campos de Conhein) e núcleos periféricos. Tecido conjuntivo
envolvendo cada fibra muscular chamado endomísio; envolvendo um feixe de fibras, perimísio.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina E1 : Coração – H.E.


Conteúdo: Músculo Estriado Cardíaco
Observar: As células musculares são alongadas, anastomosadas irregularmente, apresentam
estriações transversais, um ou dois núcleos centrais e linhas transversais em intervalos
irregulares denominadas discos intercalares ou estrias escalariformes coradas em negro, visíveis
em corte longitudinal da fibra muscular.
Em corte transversal, as fibras musculares não demonstram suas estriações podendo-se
identificar o tecido pela presença de feixes de fibras que apresentam núcleos centrais.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina : Esôfago Ave – H.E.
Conteúdo: Músculo liso.
Observar: Camada muscular em corte longitudinal, formada por células longas fusiformes, sem
estriações transversais, com um único núcleo de forma alongada, localizado no centro da célula.
Em corte transversal os núcleos são esféricos e escuros localizados no centro da célula.
Identificar, desenhar e nomear:

8.Tecido Nervoso

Lâmina D1: Cérebro - Impregnação argêntica – Método de Golgi


Conteúdo: Sistema Nervoso Central
Observar:
• Neurônios Piramidais: multipolares com o pericário de forma triangular.
• Astrócitos protoplasmáticos: são as maiores células, tem muitos prolongamentos e
núcleos esféricos, centrais com citoplasma abundante e prolongamentos muito
ramificados e espessos (espinheiro).
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina D3 : Medula espinhal – H.E.
Conteúdo: Sistema Nervoso Central
Observar :
• Medula espinhal: em corte transversal, a substância branca formada por fibras mielínicas
se localiza externamente e a substância cinzenta, internamente, em forma de letra H ou
borboleta.
O H apresenta um corno anterior ou ventral, mais volumoso, onde observa-se os neurônios
motores e núcleos de células da neuroglia. No corno motor pode-se visualizar os neurônios
motores multipolares, em cujos corpos celulares apresentam os Corpúsculos de Nissl com
aspecto granular e coloração basofílica.
O corno mais afilado é denominado dorsal ou posterior e corresponde a porção sensitiva.
No centro da substância cinzenta encontra-se o canal central da medula revestido pelas células
ependimárias cilíndricas que representa a luz do tubo neural embrionário.
• Envolvendo a medula encontram-se as meninges, de tecido conjuntivo: pia-máter,
membrana conjuntiva vascularizada, em contato com a substância branca; aracnóide,
membrana conjuntiva fina com revestimento de epitélio simples pavimentoso entre a pia-
máter e dura-máter que é a mais externa formada por tecido conjuntivo denso modelado.

Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina D2 : Cerebelo – H.E.
Conteúdo: Sistema Nervoso Central
Observar: As dobras existentes nos lóbulos do cerebelo com uma parte superficial de
substância cinzenta, o córtex cerebelar.
O córtex apresenta três camadas:
• Camada molecular: mais externa, com poucos neurônios e muitas fibras amielínicas.
• Camada das células de Purkinje: única fileira de células grandes com dendritos bastante
ramificados na direção da camada molecular, neurônio piriforme.
• Camada granulosa: grande quantidade de pequenos neurônios, apenas os núcleos são
bem observados.
Região Medular : Eixo central de substância branca, a medula composta por fibras mielínicas e
núcleos das células da glia.

Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina D4 : Nervo - H.E.


Conteúdo: Sistema Nervoso Periférico
Observar Em corte transversal, o tecido de sustentação, constituído pelo epineuro formado por
tecido conjuntivo denso, envolvendo vários feixes de fibras nervosas, por perineuro, tecido
conjuntivo que envolve um único feixe de fibras e pelo endoneuro, tecido conjuntivo que envolve
cada fibra nervosa.
No interior de cada fibra observa-se o axônio central e bainha de mielina em imagem negativa.
Em corte longitudinal, o axônio, a bainha de mielina e um estrangulamento ao longo da fibra
representando um nódulo de Ranvier. A presença de núcleos celulares na periferia das fibras
podendo ser fibroblastos ou núcleos das células de Schwann.
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina D5 : Gânglio Nervoso Sensitivo - H.E.
Conteúdo: Sistema Nervoso Periférico
Observar:: Apresenta neurônios esferoidais, com núcleo grande, nucléolo evidente e citoplasma
basófilo. Envolvendo os neurônios estão núcleos de células satélites. Presença de fibras
nervosas e tecido conjuntivo.
Identificar, desenhar e nomear:

9 Sistema Cardiovascular

Lâmina E2: Artéria Elástica – H.E.


Conteúdo: Artéria Elástica
Observar:
• Artéria Elástica ou de grande calibre: Túnica íntima com endotélio e limitante elástica
interna que se confunde com as lâminas elásticas da túnica média com fibras elásticas
acidófilas, entre as lâminas elásticas observa-se células musculares lisas esparsas e S.F.
Túnica adventícia com vasa vasorum (arteríolas, vênulas e capilares).
Identificar, desenhar e nomear:

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Lâmina E1 Coração: Vasos Sanguíneos – H.E.
Conteúdo: Artérias e Veias
Observar:
• Artérias musculares ou de médio calibre: limitante elástica interna bem desenvolvida,
túnica íntima pregueada formada por endotélio e conjuntivo subendotelial, camada média
com células musculares lisas dispostas concentricamente e a adventícia com vasa
vasorum.
• Arteríolas: endotélio e conjuntivo na túnica íntima, camada média com até 5 camadas de
células musculares lisas, e túnica adventícia sem vasa vasorum.
• Veias de pequeno e médio calibre: apresentam válvulas como pares de dobras da
camada íntima, em forma de semilua que fazem saliência para a luz do vaso, túnica
média delgada com poucas células musculares lisas, túnica adventícia moderadamente
espessa com fibras colágenas e elásticas.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina E1 : Coração- H.E.


Conteúdo: Endocárdio, miocárdio e epicárdio
Observar: endocárdio (endotélio e conjuntivo subendotelial ; fibras de Purkinje no conjuntivo
subendocárdico apresentando citoplasma com aspecto lavado, acidofílico, um ou dois núcleos e
algumas estriações); miocárdio (músculo estriado cardíaco com discos intercalares ou estrias
escalariformes); epicárdio (folheto visceral do pericárdio, epitélio simples pavimentoso -
mesotélio, tecido conjuntivo subepicárdico – conjuntivo frouxo e adiposo, com vasos
sanguíneos).
Identificar, desenhar e nomear:

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10. Tecido Sanguíneo e Hemocitopoese

Lâmina E4: Esfregaço Sanguíneo


Conteúdo: Hemácias, Monócito, Linfócito, Neutrófilo, Eosinófilo e Basófilo
• Hemácias: discos bicôncavos acidofílicos, anucleados nos mamíferos.
• Monócito: maior de todos os leucócitos, citoplasma abundante de tonalidade azulada,
podendo apresentar grânulos azurofílicos semelhantes à poeira. Apresenta núcleo oval,
reniforme ou em forma de ferradura.
• Linfócito: núcleo arredondado com cromatina densa, possuindo freqüentemente uma
pequena edenteação em um lado. O núcleo é circundado por uma fina borda de
citoplasma azul claro.
• Neutrófilo: núcleo lobulado com filamentos de cromatina entre os lóbulos, citoplasma com
pequenos grânulos. Células jovens, os bastonetes, apresentam núcleos não
segmentados no formato das letras V, U ou S.
• Eosinófilo: possuem núcleo bilobulado circundado por grânulos acidofílicos.
• Basófilo: núcleo bilobulado ou de formato irregular com grandes grânulos citoplasmáticos
que variam de tonalidade do azul escuro ao roxo que obscurecem o núcleo corado mais
claramente.
Identificar, desenhar e nomear:

Lâmina A2: Medula Óssea – H.E.


Conteúdo: Hemocitopoese – (H.E.)
Observar: Tecido conjuntivo reticular formando o arcabouço de sustentação da células
hemocitopoéticas não é evidente nesta coloração, presença de capilares sinusóides e
adipócitos. É possível identificar o megacariócito como uma célula grande com núcleo lobulado
com citoplasma acidofílico.
Identificar, desenhar e nomear:

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BANKS, W.J. Histologia Veterinária Aplicada. 2a ed. São Paulo: ed. Manole, 1992, 655p.
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