Você está na página 1de 19

ROTEIRO DAS AULAS PRÁTICAS

LÂMINAS HISTOLÓGICAS

CURSO: __________________

ESTUDANTE:____________________SEMESTRE:_____

PROFESSORA: Lilian Medina


1) MICROSCOPIA ÓPTICA E TÉCNICA HISTOLÓGICA BÁSICA

1.1) Considerações sobre a microscopia óptica:

1. A imagem proporcionada pelo MO é aumentada, virtual e invertida em relação ao


objeto examinado.
2. Calcula-se o aumento da imagem obtida ao MO multiplicando-se o valor do
aumento da ocular pelo valor do aumento da objetiva.
3. Campo microscópico é a área da preparação que se está observando ao MO. Quanto
maior o aumento da imagem, menor é a abrangência do campo.
4. Em virtude do último item, sempre se inicia a observação ao MO com uma
combinação de lentes que proporcione o menor aumento, a fim de se ter uma visão
panorâmica da região que se quer observar com maior aumento.

1.2) Partes do Microscópio Óptico (MO)

Fixas e móveis:

● pé
● braço
● tubo ou canhão
● revólver
● platina
● charriot
● parafusos para ajuste macro e micrométrico do foco

Sistema de aumento:

● lentes oculares
● lentes objetivas (4x, 10x, 40x, 100x)

Sistema de iluminação:

● espelho
● condensador
● diafragma
● filtro

1.3) Manejo do Microscópio Óptico

1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação.


2. Abrir totalmente o diafragma e colocar o sistema condensador - diafragma na
posição mais elevada, pois é aquela que permite melhor iluminação
3. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de menor aumento (4X).
4. Tomar a lâmina com a lamínula para cima e colocá-la na platina, prendendo-a com
os grampos.
5. Movimentar o charriot, fazendo com que o preparado fique em baixo da objetiva.
6. Com o parafuso macrométrico, elevar a platina ao máximo, observando que a
objetiva não toca na lamínula, pois poderá quebrá-la.
7. Focalizar a preparação para a obtenção de uma imagem nítida, movimentando o
parafuso macrométrico e abaixando a platina até que se possa visualizar a imagem.
8. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1. Nossos microscópios possuem lentes parafocais. Isto significa que, uma vez obtido o
foco com a objetiva de menor aumento (4x), basta girar o revólver, posicionar a
objetiva e ajustar o foco apenas com o parafuso micrométrico.
2. Procede-se da mesma forma, ao focalizar a objetiva 40X, desde que a imagem esteja
em foco com a objetiva 10X.
3. A objetiva de 100X é chamada de imersão e seu uso será explicado posteriormente
em aula prática.

ATIVIDADE: Observe na figura abaixo uma representação esquemática de um


microscópio óptico. Compare com os microscópios em sala de aula prática e
evidencie suas partes enumeradas.
1.4) Técnica histológica básica para obtenção de lâminas para microscopia de luz
1. Colheita do material - é a obtenção da peça, por biópsia ou necropsia.

2. Fixação - visa impedir a destruição das células por suas próprias enzimas (autólise)
ou bactérias. Este tratamento é feito imediatamente após a retirada do material
(biópsia), ou até antes (fixação por perfusão do animal). A fixação visa ainda endurecer
os tecidos, tornando-os mais resistentes e favoráveis às etapas subsequentes da
técnica histológica. Resumindo, pode-se dizer que a fixação é o tratamento da peça
histológica a fim de que possamos observar ao microscópio os componentes teciduais,
com a morfologia e a composição química semelhantes às existentes no ser vivo. A
fixação pode ser feita por processos físicos ou químicos. A fixação química, mais usada
em histologia, é feita por fixadores que podem ser simples ou compostos. Como
exemplo de fixador simples temos o formol e, de composto, citamos o líquido de Bouin
(uma mistura de formol, ácido pícrico e ácido acético).

3. Desidratação - visa retirar a água dos tecidos, a fim de permitir a impregnação da


peça com parafina. Para isto, a peça é submetida a banhos sucessivos em álcoois de
teor crescente (ex.: álcool a 70%, 80%, 90% e 100%).

4. Diafanização - visa impregnar a peça com um solvente de parafina. O mais usado é o


xilol.

5. Impregnação pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a obtenção de


cortes suficientemente finos para serem observados ao microscópio. Para isso os
tecidos devem ser submetidos a banhos de parafina a 60°C, no interior da estufa. Em
estado líquido, a parafina penetra nos tecidos, dando-lhes, depois de solidificada, certa
dureza.

6. Inclusão - é a passagem da peça que estava na estufa para um recipiente retangular


(forma) contendo parafina fundida que, depois de solidificada à temperatura
ambiente, dá origem ao chamado “bloco de parafina”. A inclusão pode também ser
feita com celoidina, gelatina ou resina epóxi, sendo estas últimas usadas para
microscopia eletrônica.

7. Microtomia - é a etapa em que se obtêm delgadas fatias de peças incluídas na


parafina, através de um aparelho chamado micrótomo, que possui navalha de aço. A
espessura dos cortes geralmente varia de 5 a 10 μm (micrômetros). (1 μm = 0,001
mm).

8. Extensão - os cortes provenientes da microtomia são “enrugados”. Para desfazer


estas rugas, são esticados num banho de água a 58°C, e “pescados” com uma lâmina.
Leva-se então, à estufa a 37°C, por 2 horas, para que se dê a colagem do corte à
lâmina.

9. Coloração - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos tecidos,


tornando-os visíveis e destacados uns dos outros. Para realizá-la, são observados 3
itens: a) Eliminação da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou
toluol.
b) Hidratação - é executada quando o corante utilizado é solúvel em água. Deve ser
gradativa, com álcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos.
c) Coloração - os corantes são compostos químicos com determinados radicais ácidos
ou básicos que possuem cor e apresentam afinidade de combinação com estruturas
básicas ou ácidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante básico que
se liga aos radicais ácidos dos tecidos, e eosina, corante ácido que tem afinidade por
radicais básicos dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes ácidos
são chamados acidófilos e os componentes que se combinam com corantes básicos
são chamados basófilos. Por exemplo, os núcleos das células, onde predominam
substâncias ácidas (DNA), são basófilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante
básico de cor roxa); por sua vez, o citoplasma, onde predominam substâncias básicas
(proteínas estruturais), é acidófilo, corando-se pela eosina (corante ácido de cor rosa).

10. Desidratação - visa retirar a água, quando os corantes utilizados forem soluções
aquosas, a fim de permitir perfeita visualização dos tecidos, pois a água possui índice
de refração diferente do vidro, e ainda prevenir a difusão dos corantes. Para isto usam-
se banhos em álcoois de teor crescente.

11. Diafanização - a diafanização é feita com xilol, a fim de tornar os cortes


perfeitamente transparentes.

12. Montagem - é a etapa final da técnica histológica, e consiste na colagem da


lamínula sobre o corte, com bálsamo do Canadá, que é solúvel em xilol e insolúvel em
água. A lamínula impede que haja hidratação do corte pela umidade do ar ambiente,
permitindo então que estas lâminas se mantenham estáveis por tempo indefinido.
Após a montagem, levam-se as lâminas à estufa para secagem do bálsamo do Canadá.
2) TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO
LÂMINA A2 OU B3 – Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado (PELE, HE)

No corte observa-se o epitélio estratificado


pavimentoso queratinizado, apresentando várias
camadas celulares, com células apresentando
diferentes formatos. Neste epitélio as células vão
se tornando mais achatadas ao se aproximarem
da superfície, caracterizando um epitélio
pavimentoso. A superfície deste epitélio está
revestida por queratina, um material acidófilo e
filamentoso com função protetora em epitélios
estratificados de superfícies secas, por esse motivo
é considerado queratinizado (40x). Além da
camada de queratina, outras três camadas podem
ser visualizadas: a camada de células basais ou
germinativas que fica em contato com o tecido
conjuntivo subjacente; logo acima a camada de
células escamosas, sendo essa a mais espessa e,
por último, a camada granulosa que possui esse
nome por conta dos grânulos de querato-hialina
das células que a compõe.

Aumento:
Check-list:

 Diferenciar o tecido epitelial do tecido conjuntivo;


 Classificar o epitélio quanto ao número de camadas e quanto ao formato celular;
 Perceber a justaposição das células epiteliais e a ausência de vascularização;

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. O que é lâmina basal? Qual a sua importância em relação ao epitélio?


2. Definir lâmina própria. Qual a sua importância em relação ao epitélio?
3. Qual a diferença entre estroma e parênquima?
4. Quanto à origem, qual a relação entre epitélio de revestimento e o epitélio
glandular?
5. Diferencie as formas de secreção glandular.
3) TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO
LÂMINA B3 – Fibras colágenas (PELE, HE)
Na região mais superficial do preparado, nota-se a epiderme, constituída por epitélio
estratificado pavimentoso queratinizado.
A derme da pele fica adjacente à epiderme e é dividida em 2 zonas: derme papilar,
mais superficial e delgada, e derme reticular, mais profunda e extensa (4x).
A derme papilar imediatamente abaixo da epiderme
é constituída de tecido conjuntivo frouxo, sem
predominância de componentes, e no qual as fibras
colágenas se dispõem em filamentos finos
acidófilos, dando ao tecido um aspecto delicado e
homogêneo. As células mais comuns são os
fibroblastos identificados pelos núcleos basófilos e
alongados (40x).
Na derme reticular há predominância das fibras
colágenas que se organizam em feixes grossos
acidófilos dispostos em todas as direções, por isso
esse tecido é denominado de denso não modelado.
Este tecido é menos celularizado e tem um aspecto
mais grosseiro se for comparado ao conjuntivo
frouxo da derme papilar. As células mais freqüentes
também são os fibroblastos. É importante ressaltar
que as fibras elásticas também estão presentes
neste tecido conjuntivo, apesar de não serem
identificadas nos preparados de pele corados com

Aumento:
LÂMINA B1 – Fibras elásticas (PELE, ORCEÍNA)

Para adequada visualização das fibras elásticas o preparado foi corado aqui com
orceína. Notar a presença de fibras delgadas, ramificadas e de coloração púrpura. As
fibras podem se apresentar em cortes longitudinais ou em cortes transversais (40x).
Além disso, nesta lâmina de pele, encontram-se fibras colágenas coradas mais
fracamente e mais espessas que as elásticas, além de pequenos capilares menos
conservados.

LÂMINA B2 – Fibras reticulares (FÍGADO, PRATA)

Essa lâmina de fígado foi corada por sais de prata (impregnação argêntica),
Evidenciando em negro as fibras reticulares. As outras estruturas não podem ser bem
diferenciadas. Observar que elas formam uma rede delicada e emaranhada que
sustenta o parênquima hepático e é mais densa na cápsula e nos espaços-porta.
Essas fibras podem ser vistas em corte longitudinal ou transversal (40x).
Check-list:
 Notar a abundância de matriz extracelular e vasos sanguíneos;
 Notar diferenças entre tecido conjuntivo frouxo e denso;
 Observar as diferentes espessuras entre as fibras colágenas, elásticas e reticulares.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1- Diferencie ultra-estruturalmente o fibrócito do fibroblasto ativo.


2- Qual a função das fibras elásticas na derme da pele?
3- Qual a função das fibras reticulares e cite 2 outros órgãos onde podem ser
encontradas.
4- Qual a diferença funcional entre derme papilar e reticular?
4) TECIDOS CARTILAGINOSO, ÓSSEO E ADIPOSO
LÂMINA E1 – Cartilagem hialina (HE)

Esta lâmina possui vários cortes de cartilagem


hialina (4x). Cada corte é envolvido pelo
pericôndrio, no qual observam-se fibroblastos e
células condrogênicas. Adjacente ao pericôndrio,
observa-se a matriz cartilaginosa basófila,
contendo condroblastos e condrócitos, sendo os
últimos localizados no interior de lacunas (40x).
Estes não preenchem totalmente a lacuna devido
à retração que sofrem durante a preparação
histológica. Notar também os grupos isógenos
localizados principalmente no centro da matriz
cartilaginosa. Circundando os condrócitos existe
uma zona estreita e bem basófila, denominada
impropriamente de cápsula. A matriz territorial é
diferenciada da matriz interterritorial pelo fato da
primeira se apresentar com maior basofilia e estar
circundando condrócitos de um mesmo grupo
isógeno.

Aumento:

LÂMINA D1- Osso esponjoso (DESMINERALIZADO, HE)

A técnica de desmineralização permite somente a visualização da parte orgânica do


osso. Neste corte observam-se inúmeras trabéculas de osso esponjoso. Sua matriz de
aspecto acidófilo, por conta da sua composição de colágeno, comporta inúmeras
lacunas com células de morfologia amendoada denominadas de osteócitos. Os
osteoblastos e os osteoclastos não podem ser vistos nessa lâmina. Notar a presença
dos sistemas de Havers com lamelas concêntricas ao redor do canal de Havers (plano
transversal) e também os canais de Volkman (plano longitudinal).

Check-list:
 Justificar a basofilia da matriz extracelular hialina;
 Identificar matrizes territorial e interterritorial da cartilagem hialina;
 Perceber a ausência de vascularização na cartilagem hialina.

QUESTÕES PARA ESTUDO:


1. Conceitue grupos isógenos.
2. Diferencie a fibrocartilagem do tecido conjuntivo denso.
3. Defina matriz osteóide.
5) TECIDO NERVOSO

LÂMINA I1 – Cerebelo (HE)


Nesta lâmina pode-se observar córtex
cerebelar (substância cinzenta) que
forma uma série de pregas profundas
sustentadas por uma medula central de
substância branca (4x). O córtex
cerebelar é constituído por 3 camadas
descritas a seguir. A camada molecular é
a mais externa e composta por numerosas
fibras amielínicas (acidófilas), alguns
núcleos de células da glia (menores e
basófilos) e outros núcleos de neurônios
(maiores e mais claros, com nucléolo bem
evidente) (40X). Em seguida, encontra-se
a camada de células de Purkinje,
constituída por neurônios de pericários
grandes dispostos em uma fileira única.

Aumento:

Estas células apresentam dendritos ramificados que se estendem para a camada


molecular. Entre a camada de Purkinje e a substância branca, observa-se a camada
granular, rica em pequenos neurônios, que são os menores do corpo humano. O
córtex cerebelar é sustentado por uma medula central de substância branca que é
formada por fibras mielínicas (acidófilas) e células gliais. Notar que acima da camada
molecular, aparece a pia-máter.

LÂMINA I1 – Cerebelo (Prata)


Nesta lâmina corada por prata, os prolongamentos neuronais, axônios e dendritos,
podem ser facilmente evidenciados pela afinidade com o corante.
Check-list:
 Identificar as três camadas do córtex cerebelar;

 Diferenciar corpos neuronais de células da glia.

QUESTÕES PARA ESTUDO:


1. Porque os neurônios apresentam nucléolo evidente?
2. No que consiste o líquido cefalorraquidiano e qual a sua função?
6) TECIDO MUSCULAR

LÂMINA H1 – Músculo esquelético e Músculo liso (Língua, HE)

Subjacente ao tecido conjuntivo observa-se o


tecido muscular esquelético. As fibras
musculares estão envolvidas por uma bainha de
tecido conjuntivo, o endomísio que é de difícil
visualização, enquanto que o perimísio, mais
visível, reveste cada feixe de fibras (10X). Esses
tecidos conjuntivos fornecem vascularização e
inervação ao músculo. Em corte transversal,
evidenciam-se células com núcleos periféricos e
pontos acidófilos no sarcoplasma que
representam as miofibrilas. Em corte
longitudinal, observam-se células alongadas,
cilíndricas, não ramificadas, multinucleadas e
com estriações transversais que aparecem
como linhas escuras e claras intercaladas,
características da organização das miofibrilas
(40X). Cabe notar a presença de amplos espaços
endomisiais devido à retração do tecido
durante o preparo histológico.
Aumento:

Identifica-se uma artéria muscular, principalmente constituída por músculo liso. As


fibras musculares lisas aparecem longitudinalmente (100X). É difícil identificar seu
formato fusiforme devido à proximidade entre as células, entretanto o núcleo único e
central acompanha o formato da fibra.

Check-list:

 Identificar diferentes planos de corte da fibra muscular estriada esquelética;


 Visualizar as estriações transversais e justificar a sua presença.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Por que são observadas as estriações transversais nas fibras musculares


esqueléticas?
2. Cite 2 locais onde pode ser encontrado o músculo liso.
7) SANGUE
LÂMINA I1 – Esfregaço Humano (Romanowski modificado)

Para esta observação, utilizamos a objetiva de imersão (100x), que resulta em


um aumento final de 1000x, necessário para a identificação dos elementos figurados
do sangue.
Quando se focaliza com a objetiva de imersão, existe o risco de que esta se encoste na
lâmina, causando avarias em uma delas ou em ambas (no esfregaço de sangue não
utilizamos lamínula). Para se evitar isto, coloca-se em posição a objetiva de imersão,
afastada do preparado, e em seguida, sobre a lâmina, exatamente abaixo da objetiva
em posição, coloca-se uma gota de óleo de imersão. Agora, olhando pelo lado,
aproxima-se a platina até que a objetiva encoste apenas no óleo.
Observando-se pela ocular, utiliza-se o parafuso micrométrico, até que o
campo entre em foco.

1. Hemácias ou eritrócitos (de 4,5 a 5,5 milhões/mm3)

Não possuem núcleo, quando coradas e vistas de cima tem a sua parte central mais
clara, isto decorre do fato da hemácia ser mais delgada nesta área em virtude da
forma de disco bicôncavo que apresenta.

2. Leucócitos (de 5 a 9 mil/mm3 )

2.1 Polimorfonucleares

a) Neutrófilos (de 55 a 65%): o núcleo de um neutrófilo apresenta até 5 lóbulos,


unidos por finas pontes de cromatina. Quando a célula é muito jovem, o núcleo
não é segmentado em lóbulos, possuindo a forma de bastonete curvo. Neste
caso, o neutrófilo é chamado de bastonete. O citoplasma apresenta
granulações bastante discretas.

b) Eosinófilos (de 1 a 4%): a maioria apresenta núcleo bilobulado. No citoplasma,


notam-se granulações acidófilas.

c) Basófilos (0,5 a 1%): são os mais difíceis de serem encontrados, devido à sua
pequena porcentagem no sangue de indivíduos normais. O núcleo volumoso e
irregular tem forma de “S”, sendo totalmente mascarado pelas granulações
citoplasmáticas grandes, irregulares e intensamente basófilas.
2.2. Mononucleares

a) Linfócitos (de 25 a 35%): são os menores leucócitos, sendo que seu núcleo
ocupa quase toda a célula, ficando uma pequena porção de citoplasma à sua
volta que geralmente não é visível. O núcleo é esférico e apresenta intensa
basofilia devido à condensação da cromatina.
b) Monócitos (de 3 a 8%): são as maiores células sanguíneas. Apresentam núcleo
grande e em posição excêntrica. Normalmente o núcleo apresenta uma
indentação, de modo a ficar com um aspecto de ferradura. O núcleo
apresenta-se menos corado e o citoplasma mais extenso se comparado com o
linfócito.

3 . Plaquetas (de 250 a 300 mil/mm3)


As plaquetas são fragmentos do citoplasma de grandes células da medula
óssea, denominadas megacariócitos. São corpúsculos anucleados esféricos, ovais ou
alongados. Nos esfregaços corados sua forma não é vista claramente, e com
freqüência se apresentam em aglomerados.

Aumento:
Check-list:

 Estabelecer a ordem de tamanho entre as células sanguíneas;

 Diferenciar morfologicamente a série dos polimorfonucleares.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Diferencie histologicamente a medula óssea hematógena da amarela.


2. Qual a função das plaquetas e dos eritrócitos?
8) SISTEMA CARDIOVASCULAR
LÂMINA G2– Músculo estriado cardíaco (coração - HE)

Na região de miocárdio, o músculo cardíaco pode ser observado em 2 cortes:


longitudinal e transversal (100X). No primeiro, as fibras musculares se dispõem em
uma rede resultante de anastomoses
irregulares, apresentam um ou dois núcleos
ovóides, estriações transversais e discos
intercalares (400X). Em corte transversal,
percebe-se a morfologia poligonal das fibras
com núcleos esféricos centralmente
localizados. Pode-se observar também a
intensa presença de vasos sanguíneos
mergulhados no tecido conjuntivo entre as
fibras.
Aumento:
Na região de pericárdio, identifica-se uma
artéria e veia de médio calibre, nas quais a
musculatura lisa é o principal componente da
túnica média. Notar que em função da
diferença de pressão interna dos vasos, a
artéria apresentar espessura de parede mais
desenvolvida em proporção ao diâmetro da
luz do vaso, quando comparada à veia.

Aumento:

Check-list:
 Observar o aspecto morfológico ramificado dos cardiomiócitos;

 Localizar discos intercalares entre os cardiomiócitos;

 Observar as estriações transversais dos cardiomiócitos;

 Notar diferenças histológicas entre os cardiomiócitos típicos e as fibras de Purkinje.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. No que consistem os discos intercalares do músculo cardíaco?


2. Qual o papel das membranas elásticas na túnica média da aorta?
3. Comparando-se uma artéria e uma veia de grande calibre, em qual os vasa vasorum
são mais numerosos? Por quê?
9) SISTEMA RESPIRATÓRIO
LÂMINA J1 – Pulmão (HE)
Neste corte de pulmão pode-se observar alvéolos, bronquíolos e um brônquio em
corte transversal (4x).

O brônquio apresenta-se internamente


revestido por epitélio pseudo-estratificado
ciliado entremeado por inúmeras células
caliciformes. Este epitélio encontra-se
apoiado em uma lâmina própria constituída
de tecido fibroelástico, contendo
fibroblastos, linfócitos e glândulas
seromucosas. Uma camada descontínua de
músculo liso separa a lâmina própria da
submucosa. A submucosa consiste em
tecido frouxo, com poucas glândulas
seromucosas e se funde com o pericôndrio
das placas de cartilagem hialina (40x).

Aumento:

O bronquíolo apresenta-se revestido internamente por epitélio simples cúbico, com


células caliciformes que podem aparecer em pequeno número ou mesmo estarem
ausentes.
O epitélio está apoiado sobre uma delgada faixa de lâmina própria, que normalmente
não é visualizada. Adjacente à lâmina própria, observa-se uma camada contínua de
músculo liso. Externamente, nota-se a camada adventícia, constituída de tecido
conjuntivo frouxo, que é contínua com os alvéolos (40x).

Check-list:
 Identificar brônquios e bronquíolos no corte histológico;

 Identificar os septos alveolares;

 Identificar células de poeira ou macrófagos alveolares.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Quais as principais diferenças histológicas entre brônquios e bronquíolos?


2. No que consiste o septo alveolar?
10) SISTEMA URINÁRIO

LÂMINA O1 – Rim (HE)


O rim é um órgão com forma de grão de feijão,
sendo constituído por uma cápsula de tecido
conjuntivo, zona cortical e zona medular (4x).
Na zona cortical encontra-se o corpúsculo renal
e os túbulos contorcidos proximal e distal. No
corpúsculo renal observa-se o folheto parietal
da cápsula de Bowman (epitélio pavimentoso
simples), espaço urinário ou capsular e o
glomérulo. No glomérulo podem ser
observados citoplasma e núcleos de células
endoteliais, podócitos e células mesangiais,
sendo difícil a distinção entre elas (40x).
O túbulo contorcido proximal apresenta
epitélio cúbico simples, com células grandes e
intensamente acidófilas, enquanto que o
túbulo contorcido distal apresenta células
menores e menos acidófilas (40x). Nas
proximidades do corpúsculo renal, o túbulo
contorcido distal apresenta um segmento da
sua parede modificado, com células cilíndricas
apresentando núcleos mais corados e próximos
uns dos outros, esta região é chamada mácula
densa (40x).

Aumento:

Na zona medular são observados a alça de Henle e os túbulos coletores. A porção


delgada da alça de Henle pode ser facilmente identificada por apresentar um epitélio
pavimentoso simples. Enquanto que a porção espessa da alça e os túbulos coletores
são dificilmente diferenciados, já que ambos apresentam epitélio cúbico simples (40x).

Check-list:
 Identificar zona cortical e medular do rim;

 Diferenciar túbulos contorcidos proximais dos distais;

 Apontar estruturas localizadas na região do córtex e da medula renal.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Por que os túbulos contorcidos proximais são morfologicamente diferentes dos


túbulos contorcidos distais?
11) SISTEMA DIGESTÓRIO
LÂMINA M – Estômago (HE)

Observa-se neste corte toda a espessura da mucosa do estômago, incluindo a


muscular da mucosa e uma pequena porção da submucosa (4x).
As fossetas gástricas, contendo principalmente células mucosas, não foram bem
preservadas neste espécime. Abaixo das fossetas encontram-se as glândulas gástricas
da região de corpo e fundo (10x).
A porção anterior das glândulas (istmo e colo) se apresenta palidamente corada
devido à presença das células mucosas e células parietais (40x).
A base das glândulas apresenta-se intensamente corada devido à
predominância das células principais (ou pépticas) secretoras de pepsina.
As células principais são menores, apresentam um formato piramidal, núcleos
basalmente localizados e acentuada basofilia citoplasmática. Já as células parietais são
bem maiores, arredondadas, apresentam núcleo central e intensa acidofilia
citoplasmática (40x). As glândulas gástricas estão rodeadas por lâmina própria (tecido
conjuntivo frouxo), porém não ultrapassam a muscular da mucosa. Extensões de
músculo liso podem ser encontradas entre as glândulas (40x).

LÂMINA M4 – Intestino delgado (HE)

A mucosa do intestino delgado é


caracterizada pela presença das vilosidades
que apresentam lâmina própria na porção
central e revestimento epitelial cilíndrico
simples (enterócitos entremeados por células
caliciformes). Notar a presença de linfócitos
entre os enterócitos e também na lâmina
própria (40x).
Abaixo das vilosidades, as glândulas
intestinais (de Lieberkühn) são observadas na
lâmina própria. Dentre os diversos tipos
celulares que compõem estas glândulas,
distingue-se neste espécime: as células
caliciformes e as células de Paneth
localizadas na base das glândulas.

Aumento:
As células de Paneth contêm grânulos citoplasmáticos intensamente acidófilos. Notar
que as glândulas não ultrapassam a muscular da mucosa. A camada submucosa
constituída de tecido conjuntivo não está bem preservada neste espécime (40x).
Adjacente à ela, observa-se a camada muscular circular interna (fibras em corte
transversal) e a camada muscular longitudinal externa (fibras em corte longitudinal)
(40x).

Check-list:

 Relacionar a coloração das células da mucosa gástrica com sua função e composição;

 Comparar a estrutura e organização entre as mucosas gástrica e intestinal.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Por que as células parietais apresentam citoplasma intensamente acidófilo?


2. Qual a função da muscular da mucosa?
3. Qual a função das vilosidades no intestino delgado?
12) GLÂNDULAS ANEXAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO

LÂMINA O1 – Fígado (HE)


O corte de fígado é caracterizado pela presença dos
lóbulos hepáticos e espaços porta. O limite
hexagonal irregular dos lóbulos é definido pelos
espaços porta e pelo escasso tecido conjuntivo (4x).
Cada lóbulo apresenta no centro uma vênula
centrolobular (ramo da veia hepática), ao redor
desta os hepatócitos se arranjam em placas que se
ramificam e se anastomosam, lembrando a estrutura
de uma esponja (10x). Os hepatócitos são grandes
células poliédricas, de núcleo esférico, cromatina
dispersa e nucléolo evidente (40x). Entre as placas
de hepatócitos estão localizados os sinusóides
hepáticos, cujas células de revestimento se
distinguem pelos núcleos achatados e citoplasma
pouco evidente (40x).
O espaço porta é caracterizado por conter três
estruturas principais em um estroma fibroso
(tríade porta) (10x).
Aumento:

A maior estrutura é a vênula porta terminal (ramo da veia porta) com uma parede
delgada, revestida por células endoteliais. Vasos de parede espessa e diâmetro menor
são arteríolas decorrentes da artéria hepática. Os ductos biliares apresentam
revestimento epitelial cúbico e têm aproximadamente o mesmo diâmetro das
arteríolas (40x). Vasos linfáticos também estão presentes no espaço porta, porém
como suas paredes delicadas freqüentemente colapsam, são dificilmente identificados.

Check-list:

 Identificar a morfologia dos hepatócitos;

 Delimitar um lóbulo hepático;

 Identificar e diferenciar os componentes da tríade do espaço porta hepático.

QUESTÕES PARA ESTUDO:

1. Por que os hepatócitos apresentam citoplasma intensamente acidófilo?


2. Explique as diferenças de coloração nos citoplasmas apical e basal da célula
secretora do pâncreas exócrino.

Você também pode gostar