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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Ciências da Saúde


Departamento de Biomorfologia
Disciplina de Histologia Médica I

ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS


1º SEMESTRE

*** RELAÇÃO DAS LÂMINAS***

Aluno:__________________________ Turma prática:_____ Data: _______

Professores:

Profa. Dra. Caroline Brandi Schlaepfer Sales – Coordenador


Profa. Dra. Deise Souza Vilas Bôas

Este roteiro vem sendo revisto e atualizado a cada ano e foi inicialmente elaborado pelos
Professores Dr. Márcio Cajazeira Aguiar e Dra. Maria Isabela Guimarães Campos em 2004,
com a colaboração dos monitores Ana Luiza Vilar Guedes, Daniel Carvalho, Felipe Renê
Garcia, Gustavo Andrade Tedesqui, Igor Teixeira Brito, Júlio César de Oliveira Leal, Marcella
Flores, Priscila Fonseca L. Jorge, Rachel Oliveira Santos Haine, Ramon Campos
Nascimento, Rodrigo Castro Guimarães, Sávio Pastor, Tássia Joana Carvalho Lopes, Thaynã
Souto S. de Santana e Vinícius Oliveira Novais.
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1) MICROSCOPIA E TÉCNICA HISTOLÓGICA BÁSICA

Microscópio Óptico (M.O.) - Partes


1. Pé
2. Braço
3. Tubo ou canhão
4. Revólver
5. Platina
6. Charriot
7. Parafusos para ajuste macro e/ou micrométrico do foco

Óptica
Sistema de aumento:
- oculares (10x)
- objetivas (4x, 10x, 40x, 100x)
Sistema de iluminação:
- espelho
- condensador
- diafragma
- filtro
Observações:
1. A imagem proporcionada pelo M.O. é aumentada, virtual e invertida em relação ao objeto
examinado.
2. Calcula-se o aumento da imagem obtida ao M.O. multiplicando-se o valor do aumento da
ocular pelo valor do aumento da objetiva.
3. Campo microscópico é a área da preparação que se está observando ao M.O. Quanto
maior o aumento da imagem, menor é a abrangência do campo.
4. Em virtude do último item, sempre se inicia a observação ao M.O. com uma combinação
de lentes que proporcione o menor aumento, a fim de se ter uma visão panorâmica da
região que se quer observar com maior aumento.

Manejo do Microscópio
1. Acender a lâmpada do sistema de iluminação.
2. Abrir totalmente o diafragma e colocar o sistema condensador - diafragma na posição
mais elevada, pois é aquela que permite melhor iluminação.
3. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de menor aumento (4X).
4. Tomar a lâmina com a lamínula para cima e colocá-la na platina, prendendo-a com os
grampos.
5. Movimentar o charriot, fazendo com que o preparado fique em baixo da objetiva.
6. Com o parafuso macrométrico, elevar a platina ao máximo, observando que a objetiva
não toque na lamínula, pois poderá quebrá-la.
7. Focalizar a preparação para a obtenção de uma imagem nítida, movimentando o
parafuso macrométrico e abaixando a platina até que se possa visualizar a imagem.
8. Aperfeiçoar o foco com o parafuso micrométrico.
9. Colocar a região do preparado que se quer ver com maior aumento bem no centro do
campo visual da lente.
10. Movimentar o revólver, colocando em posição a objetiva de 10X (aumento médio).
11. Repetir o procedimento do item 6.
12. Para focalizar a nova imagem, repetir o procedimento do item 7.
13. Repetir o item 8.
14. Repetir o item 9.
15. Colocar a objetiva de 40X (maior aumento) em posição e repetir os itens 6, 7 e 8.
16. A objetiva de 100X é chamada de imersão e seu uso será explicado posteriormente.
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OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1. A maior parte de nossos microscópios possuem lentes parafocais. Isto significa que, uma
vez obtido o foco com a objetiva de menor aumento, basta girar o revólver, colocar a objetiva
10X em posição e acertar o foco apenas com o parafuso micrométrico.
2. Procede-se da mesma forma, ao focalizar a objetiva 40X, desde que a imagem esteja em
foco com a objetiva 10X.

TÉCNICA PARA OBTENÇÃO DE LÂMINAS


(preparados histológicos permanentes)

1. Colheita do material - é a obtenção da peça, por biópsia ou necropsia.

2. Fixação - o tratamento assim denominado visa impedir a destruição das células por suas
próprias enzimas (autólise) ou bactérias. Este tratamento é feito imediatamente após a
retirada do material (biópsia), ou até antes (fixação por perfusão do animal). A fixação visa
ainda endurecer os tecidos, tornando-os mais resistentes e favoráveis às etapas
subsequentes da técnica histológica. Resumindo, pode-se dizer que a fixação é o tratamento
da peça histológica a fim de que possamos observar ao microscópio os componentes
teciduais, com a morfologia e a composição química semelhantes às existentes no ser vivo.
A fixação pode ser feita por processos físicos ou químicos. A fixação química, mais usada
em Histologia, é feita por fixadores que podem ser simples ou compostos. Como exemplo de
fixador simples temos o formol e, de composto, citamos o líquido de Bouin (uma mistura de
formol, ácido pícrico e ácido acético).

3. Desidratação - visa retirar a água dos tecidos, a fim de permitir a impregnação da peça
com parafina. Para isto, a peça é submetida a banhos sucessivos em álcoois de teor
crescente (ex.: álcool a 70%, 80%, 90% e 100%).

4. Diafanização - visa impregnar a peça com um solvente de parafina. O mais usado é o xilol.

5. Impregnação pela parafina fundida - tem a finalidade de permitir a obtenção de cortes


suficientemente finos para serem observados ao microscópio. Para isso os tecidos devem
ser submetidos a banhos de parafina a 60°C, no interior da estufa. Em estado líquido, a
parafina penetra nos tecidos, dando-lhes, depois de solidificada, certa dureza.

6. Inclusão - é a passagem da peça que estava na estufa para um recipiente retangular


(forma) contendo parafina fundida que, depois de solidificada à temperatura ambiente, dá
origem ao chamado “bloco de parafina”. A inclusão pode também ser feita com celoidina,
gelatina ou resina epóxi, sendo estas últimas usadas para microscopia eletrônica.

7. Microtomia - é a etapa em que se obtêm delgadas fatias de peças incluídas na parafina,


através de um aparelho chamado micrótomo, que possui navalha de aço. A espessura dos
cortes geralmente varia de 5 a 10 m (micrômetros). (1 m = 0,001 mm)

8. Extensão - os cortes provenientes da microtomia são “enrugados”. Para desfazer estas


rugas, são esticados num banho de água a 58°C, e “pescados” com uma lâmina. Leva-se
então, à estufa a 37°C, por 2 horas, para que se dê a colagem do corte à lâmina.

9. Coloração - tem a finalidade de dar contraste aos componentes dos tecidos, tornando-os
visíveis e destacados uns dos outros. Para realizá-la, são observados 3 itens:
a) Eliminação da parafina - por meio de banhos sucessivos em xilol, benzol ou toluol.
b) Hidratação - é executada quando o corante utilizado é solúvel em água. Deve ser gradativa,
com álcoois de teor decrescente, para evitar o rompimento dos tecidos.
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c) Coloração - os corantes são compostos químicos com determinados radicais ácidos ou
básicos que possuem cor e apresentam afinidade de combinação com estruturas básicas ou
ácidas dos tecidos. Rotineiramente, usa-se hematoxilina, corante básico que se liga aos
radicais ácidos dos tecidos, e eosina, corante ácido que tem afinidade por radicais básicos
dos tecidos. Os componentes que se combinam com corantes ácidos são chamados
acidófilos e os componentes que se combinam com corantes básicos são chamados
basófilos. Por exemplo, os núcleos das células, onde predominam substâncias ácidas
(DNA), são basófilos, ou seja, coram-se pela hematoxilina (corante básico de cor roxa); por
sua vez, o citoplasma, onde predominam substâncias básicas (proteínas estruturais), é
acidófilo, corando-se pela eosina (corante ácido de cor rosa).

10. Desidratação - visa retirar a água, quando os corantes utilizados forem soluções
aquosas, a fim de permitir perfeita visualização dos tecidos, pois a água possui índice de
refração diferente do vidro, e ainda prevenir a difusão dos corantes. Para isto usam-se banhos
em álcoois de teor crescente.

11. Diafanização - a diafanização é feita com xilol, a fim de tornar os cortes perfeitamente
transparentes.

12. Montagem - é a etapa final da técnica histológica, e consiste na colagem da lamínula


sobre o corte, com bálsamo do Canadá, que é solúvel em xilol e insolúvel em água. A lamínula
impede que haja hidratação do corte pela umidade do ar ambiente, permitindo então que
estas lâminas se mantenham estáveis por tempo indefinido. Após a montagem, levam-se as
lâminas à estufa para secagem do bálsamo do Canadá.
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2) TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO E GLANDULAR

LÂMINA M6 – Epitélio cilíndrico simples e Glândula exócrina tubulosa simples


(junção reto-anal, HE)

A mucosa do reto é revestida por células cilíndricas absortivas, pois apresenta uma
única camada de células, e estas possuem forma e núcleo alongados (40x). Este epitélio
pode também ser chamado de colunar ou prismático simples. Observar que estas células
epiteliais são polarizadas (40x), possuindo seus núcleos no pólo basal que é o pólo nutritivo
da célula. Abaixo desse epitélio existe a lâmina própria ou córion constituído por tecido
conjuntivo frouxo.
Na lâmina própria são observadas inúmeras glândulas exócrinas tubulares
simples. Cada glândula tem uma única luz tubular, dentro da qual os produtos de secreção
são liberados (observar que neste espécime a luz das glândulas pode estar obliterada).
Cada glândula é um tubo circundado de tecido conjuntivo, que desemboca no epitélio de
revestimento. Dentre as células epiteliais que constituem esta glândula, destacam-se as
células caliciformes, cuja porção apical do citoplasma não é corada e os núcleos se
localizam na porção basal (40x). Nesta preparação as glândulas aparecem em cortes
longitudinais (semelhantes a um dedo de luva) e em cortes transversais (aspecto
circular).
Ainda nesta lâmina, observa-se o epitélio estratificado pavimentoso não
queratinizado. Neste existem várias camadas celulares, as células epiteliais justapostas à
lâmina basal são cilíndricas ou cúbicas e constituem a camada germinativa ou basal.
Acima desta, as camadas intermediárias são formadas por células poligonais ou
poliédricas que vão se tornando mais achatadas ao se aproximarem da superfície.
Finalmente, as células achatadas da camada mais superficial caracterizam o epitélio
denominado pavimentoso. A superfície deste epitélio não está revestida por queratina, por
esse motivo é considerado não queratinizado (40x).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Epitélio colunar ou prismático simples
( ) Glândulas exócrinas tubulares com presença de células caliciformes
( ) Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado e queratinizado

Lâmina M6 – Epitélio simples pavimentoso (junção reto/anal, HE)


O tecido conjuntivo apresenta vasos sanguíneos que estão preenchidos por hemácias.
Esta estrutura está limitada por uma camada única de células epiteliais com núcleo achatado,
ou seja, um epitélio pavimentoso simples, que nos vasos é denominado de endotélio
(40x).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Epitélio pavimentoso simples (endotélio)
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Lâmina J1 – Epitélio estratificado pavimentoso
queratinizado (pele / nervo periférico, HE)
Observa-se um epitélio estratificado, ou seja, várias
camadas que recebem nomenclatura específica. No estrato
basal as células apresentam morfologia cúbica ou
cilíndrica e têm a função germinativa. Em seguida, no
estrato escamoso as células assumem forma poligonal
com núcleo central. As células pavimentosas mais
superficiais constituem o estrato granuloso e
apresentam grânulos basófilos em seu citoplasma
(40x).
Externamente, pode-se observar uma espessa
camada de material acidófilo e filamentoso, constituída de
queratina e denominada estrato córneo.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste Objetiva:
preparado histológico)
( ) Estrato basal cúbico ou cilíndrico
( ) Estrato escamoso (espinhoso)
( ) Estrato granuloso
( ) Estrato córneo

QUESTÕES:

1. O que é lâmina basal?


2. Qual a importância da camada basal no epitélio?
3. Dentre as lâminas observadas, justifique a presença da queratina apenas na lâmina de pele.
4. Definir lâmina própria. Qual a sua importância em relação ao epitélio?
5. Qual a diferença entre estroma e parênquima?
6. Diferencie as formas de secreção glandular.
7. Quanto à origem, qual a relação entre epitélio de revestimento e o epitélio glandular?
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3) TECIDOS CONJUNTIVOS PROPRIAMENTE DITO E ADIPOSO

LÂMINA B3 – Fibras colágenas (pele, HE)


A derme da pele fica adjacente à epiderme e é
dividida em 2 zonas: derme papilar, mais superficial e
delgada, e derme reticular, mais profunda e extensa (4x).
A derme papilar, imediatamente abaixo da
epiderme, é constituída de tecido conjuntivo frouxo,
sem predominância de componentes, e no qual as fibras
colágenas se dispõem em filamentos finos acidófilos,
dando ao tecido um aspecto delicado e homogêneo. As
células mais comuns são os fibroblastos, identificados
pelos núcleos basófilos e alongados (40x).

Objetiva:

Na derme reticular há predominância das fibras colágenas que se organizam em feixes


grossos acidófilos dispostos em todas as direções, por isso esse tecido é denominado de
denso não modelado. Este tecido é menos celularizado e tem um aspecto mais grosseiro
se for comparado ao conjuntivo frouxo da derme papilar. As células mais frequentes também
são os fibroblastos. É importante ressaltar que as fibras elásticas também estão presentes
neste tecido conjuntivo, apesar de não serem identificadas nos preparados de pele corados
com HE.
Abaixo da derme reticular, encontra-se a hipoderme constituída, sobretudo de tecido
adiposo unilocular (4x).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Derme papilar (tecido conjuntivo frouxo)
( ) Derme reticular (tecido conjuntivo denso não modelado)
( ) Hipoderme (tecido adiposo unilocular)

LÂMINA B1 – Fibras elásticas (pele, orceína)


Para adequada visualização das fibras elásticas o preparado foi corado aqui com
orceína. Notar a presença de fibras delgadas, ramificadas e de coloração púrpura. As
fibras podem se apresentar em cortes longitudinais ou em cortes transversais (40x). Além
disso, nesta lâmina de pele, encontram-se fibras colágenas coradas mais fracamente e mais
espessas do que as elásticas, além de pequenos capilares menos conservados.

LÂMINA B2 – Fibras reticulares (fígado, prata)


Essa lâmina de fígado foi corada por sais de prata (impregnação argêntica),
evidenciando em negro as fibras reticulares. As outras estruturas não podem ser bem
diferenciadas. Observar que elas formam uma rede delicada e emaranhada que sustenta o
parênquima hepático e é mais densa na cápsula e nos espaços-porta. Essas fibras
podem ser vistas em corte longitudinal ou transversal (40x).

LÂMINA B4 – Tecido conjuntivo denso modelado (tendão, HE)


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Observa-se na lâmina um tecido conjuntivo cujo componente predominante são as
fibras colágenas, daí a sua classificação como denso. Essas fibras são acidófilas e estão
dispostas em feixes paralelos. Esta organização deve-se a resposta do tecido às trações
exercidas sobre ele. Note que o longo eixo das fibras acompanha o longo eixo dos núcleos
dos fibroblastos que se encontram corados pela hematoxilina. A morfologia desses núcleos
pode variar de ovóide (células ativas) a alongada (células pouco ativas), sendo neste caso
classificado como fibrócito (40x).

QUESTÕES:

1. Diferencie ultraestruturalmente o fibrócito do fibroblasto ativo.


2. Qual a função das fibras elásticas na derme da pele?
3. Qual a diferença funcional entre derme papilar e reticular?
4. Qual a função das fibras reticulares e cite 2 outros órgãos onde podem ser encontradas.

4) TECIDOS CARTILAGINOSO E ÓSSEO


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LÂMINA E1 – Cartilagem hialina (HE)
Esta lâmina possui vários cortes de cartilagem
hialina (4x). Cada corte é envolvido pelo
pericôndrio, no qual se observam os
condroblastos. Adjacente ao pericôndrio observa-
se a matriz cartilaginosa basófila, contendo
condrócitos no interior de lacunas (40x). Estes não
preenchem totalmente a lacuna devido à retração
que sofrem durante a preparação histológica. Notar
também os grupos isógenos localizados
principalmente no centro da matriz cartilaginosa.
Circundando os condrócitos existe uma zona estreita
e bem basófila, denominada impropriamente de
cápsula. A matriz territorial é diferenciada da
matriz interterritorial pelo fato da primeira se
apresentar com maior basofilia e estar circundando
condrócitos de um mesmo grupo isógeno. Objetiva:

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Pericôndrio com condroblastos
( ) Matriz cartilaginosa contendo condrócitos em lacunas
( ) Grupos isógenos
( ) Matriz territorial e matriz interterritorial

LÂMINA E3 – Fibrocartilagem (HE)


Possuindo características intermediárias entre a cartilagem hialina e o tecido conjuntivo
denso, a fibrocartilagem apresenta feixes de fibras colágenas, acidófilas, orientadas na
direção das tensões funcionais e substância fundamental escassa exceto próximo às lacunas,
onde há maior quantidade de proteoglicanas (região mais basófila). Os condrócitos estão
dispersos na matriz, no interior das lacunas e se apresentam isoladamente ou em raros grupos
isógenos (40x). Nesse tecido não há pericôndrio.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Matriz extracelular acidófila com feixes de fibras colágenas
( ) Condrócitos isolados

LÂMINA D1- Osso (desmineralizado, HE)

A técnica de desmineralização permite somente a visualização da parte orgânica do osso.


Neste corte observam-se inúmeras trabéculas de osso esponjoso, delimitando espaços que
estão preenchidos pela medula óssea. Sua matriz de aspecto acidófilo comporta inúmeras
lacunas com células de morfologia amendoada denominadas de osteócitos. Os osteoblastos
e os osteoclastos não podem ser vistos nessa lâmina. Na periferia, notar a presença de osso
compacto contendo lamelas concêntricas ao redor do canal de Havers (sistemas de
Havers).

Ainda nesta lâmina é possível observar o tecido adiposo unilocular que constitui a
medula óssea amarela. Os adipócitos são células grandes, esféricas que apresentam os
núcleos achatados na periferia, devido à presença de uma única gotícula lipídica, dissolvida
durante o processamento histológico (40x). Entre as células existe um tecido conjuntivo
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frouxo vascularizado, porém só é possível visualizar os vasos maiores contendo hemácias
acidófilas (40x).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Trabéculas de osso esponjoso
( ) Osso compacto
( ) Sistema de Havers
( ) Medula óssea amarela (adipócitos)

QUESTÕES:

5. Conceitue grupos isógenos.


6. Diferencie a fibrocartilagem do tecido conjuntivo denso.
7. Defina matriz osteóide.
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4) TECIDO NERVOSO

LÂMINA I2 – Cérebro (HE)


É importante ressaltar a diferença entre as
células da neuroglia e os corpos celulares dos
neurônios. Nos neurônios nota-se o corpo celular,
contendo núcleo esférico, grande e claro com nucléolo
evidente. As células da neuroglia possuem núcleo
pequeno e bem corado.
A dura-máter, meninge mais externa, não está
presente. A meninge intermediária, aracnóide,
composta por uma membrana de células achatadas
associadas a uma região mais profunda composta por
fibroblastos modificados que preenche o espaço
subaracnóide. Limitando o tecido nervoso, observa-se
a presença de um tecido conjuntivo muito delgado e
vascularizado. Essa camada constitui a meninge mais
interna, pia-máter.
Objetiva:

Note a presença de um ventrículo revestido por uma camada única de células


ependimárias cúbicas e citoplasma pouco corado, mostrando cílios que proporcionam o
movimento do LCR. No interior do ventrículo observa-se o plexo coróide constituído por
dobras da pia-máter (tecido conjuntivo frouxo) revestidas por células ependimárias
modificadas, que se apresentam com aspecto globoso e citoplasma acidófilo (40x).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Corpo do neurônio e células da neuroglia
( ) Aracnóide e Pia-máter
( ) Células ependimárias cúbicas
( ) Plexo coróide

LÂMINA I1 – Cerebelo (HE)


Nesta lâmina pode-se observar córtex cerebelar (substância cinzenta) que forma
uma série de pregas profundas sustentadas por uma medula central de substância branca
(4x). O córtex cerebelar é constituído por três camadas descritas a seguir. A camada
molecular é a mais externa e composta por numerosas fibras amielínicas (acidófilas), alguns
núcleos de células da glia (menores e basófilos) e alguns núcleos de neurônios (maiores e
mais claros, com nucléolo bem evidente) (40X). Abaixo, encontra-se a camada de células
de Purkinje, constituída por neurônios de pericários grandes dispostos em uma fileira única.
Estas células apresentam dendritos ramificados que se estendem para a camada molecular.
Entre a camada de Purkinje e a substância branca, observa-se a camada granular, rica em
células granulosas, que são os menores neurônios do corpo humano.
O córtex cerebelar é sustentado por uma medula central de substância branca que é
formada por fibras mielínicas (acidófilas) e células da glia. Notar que acima da camada
molecular, aparece a pia-máter.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Córtex cerebelar (substância cinzenta)
( ) Camada molecular do córtex do cerebelo
( ) Camada das células de Purkinje do córtex do cerebelo
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( ) Camada granular do córtex do cerebelo
( ) Medula central (substância branca)

LÂMINA J1 – Nervo periférico (HE)

Os feixes nervosos cortados longitudinalmente se caracterizam pelo trajeto


ondulado das fibras nervosas acidófilas, não sendo possível diferenciá-las das fibras
colágenas do endoneuro. Observam-se ainda núcleos de células de Schwann (mais
ovóides) e núcleos de fibroblastos (mais basófilos e achatados). Em volta de cada feixe
nervoso, nota-se a presença de uma bainha de várias camadas de células justapostas, o
perineuro.
Nos feixes nervosos cortados transversalmente, o perineuro também é visível.
Nesse corte, os axônios são vistos como pontos acidófilos irregulares podendo ou não estar
circundado por uma área clara (referente à bainha de mielina perdida durante o
processamento histológico) e mais externamente por um pequeno anel acidófilo (referente
ao limite citoplasmático da célula de Schwann).

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)

Secção longitudinal
( ) Perineuro
( ) Disposição em zigue-zague da bainha de mielina e o axônio

Secção transversal
( ) Perineuro
( ) Endoneuro
( ) Área clara referente à bainha de mielina circundando axônios acidófilos

QUESTÕES:

1. Qual o significado do aspecto ondulado das fibras nervosas cortadas longitudinalmente?


2. No que consiste o LCR e qual a sua função?
3. Porque os neurônios apresentam nucléolo evidente?
5) TECIDOS MUSCULARES
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LÂMINA H1 – Músculo estriado visceral (Língua, HE)


Subjacente ao tecido conjuntivo observa-se o tecido muscular estriado visceral. As
fibras musculares estão envolvidas por uma bainha de tecido conjuntivo, o endomísio que
é de difícil visualização, enquanto que o perimísio, mais visível, reveste cada feixe de fibras
(10X).
Em corte longitudinal, observam-se células alongadas, cilíndricas, não ramificadas,
multinucleadas e com estriações transversais que aparecem como linhas escuras e
claras intercaladas, características da organização das miofibrilas (40X). Em corte
transversal, as mesmas assumem um formato poliédrico com núcleos periféricos.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Endomísio e perimísio
( ) Secção longitudinal das células multinucleadas com estriações transversais
( ) Secção transversal das células musculares

LÂMINA H2– Músculo cardíaco (HE)


Neste tecido o músculo pode ser observado em 2 cortes: longitudinal e transversal
(10X). No primeiro, as fibras musculares se dispõem em uma rede resultante de
anastomoses irregulares, apresentam um ou dois núcleos ovóides, estriações
transversais e discos intercalares, (40X). Em corte transversal, percebe-se a morfologia
irregular das fibras com núcleos esféricos centralmente localizados. Pode-se observar
também a presença de tecido conjuntivo intensamente vascularizado.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Fibras musculares ramificadas (anastomoses)
( ) Secção longitudinal das células musculares com estriações transversais
( ) Discos intercalares
( ) Núcleos esféricos e centrais
( ) Secção transversal das células musculares

LÂMINA H3– Músculo liso (HE)


Neste corte de músculo liso, as fibras musculares aparecem seccionadas no sentido
longitudinal e transversal (10X). Em cortes longitudinais, percebe-se o formato fusiforme da
fibra muscular lisa com núcleo único e central, sem a presença de estrias transversais.
Em cortes transversais, as células musculares lisas apresentam-se como estruturas
circulares ou poligonais com núcleo central. A depender da região onde a célula foi
cortada, o núcleo pode apresentar diâmetros variados ou mesmo não ser observado.

✓ Check-List
(Confira se você identificou todas as estruturas importantes neste preparado histológico)
( ) Fibra fusiforme com núcleo central e único (longitudinal)
( ) Fibra circular com núcleo central e único (transversal)
( ) Ausência de estriações

QUESTÕES:

1. Cite dois locais onde o músculo liso pode ser observado.


2. Porque são observadas as estriações transversais nas fibras musculares esqueléticas?
3. No que consistem os discos intercalares do músculo cardíaco?

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