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GUIA PARA AS AULAS PRÁTICAS DE

HISTOLOGIA I
(Parte 1)

José Ferreira da Silva


Mário Soares de Pinho

Edição de 2022/23
Lisboa
ÍNDICE

Resumo da técnica histológica de rotina ........................................................ 3

Tecido epitelial de revestimento .................................................................... 7

Tecido epitelial glandular ............................................................................... 17

Tecidos conjuntivos (propriamente ditos) ...................................................... 26

Tecido adiposo ............................................................................................... 37

Tecido cartilagíneo ……………………………………………………………………………………….. 40

2
RESUMO DA TÉCNICA HISTOLÓGICA DE ROTINA

1 - COLHEITA DE MATERIAL
Usar um gume cortante regular (faca, bisturi) em toda a sua extensão para se obter um
fragmento de órgão com a espessura de cerca de 4 mm (para o fixador penetrar o mais
rapidamente possível); as faces de maior área podem medir 1 cm2 ou mais (se a espessura for
respeitada!).

2 - FIXAÇÃO
2.1 - O QUE É A FIXAÇÃO?
É a operação destinada a insolubilizar e imobilizar de uma forma estável e permanente as
estruturas tecidulares num estado o mais próximo possível do da matéria viva, impedindo o
desenrolar da cadaverização (ver adiante).
Logo, a fixação deve fazer-se o mais rapidamente possível após a morte do animal. Como é
muito difícil imobilizar-se o principal constituinte dos tecidos - a água (70 a 80% em média) -
imobiliza-se (insolubiliza-se) o material que está em segundo lugar - as proteínas (em média,
12%).

2.2 - JUSTIFICAÇÃO DA FIXAÇÃO


O fragmento de órgão não recebe oxigénio  o abaixamento do teor em O2 na célula torna
as membranas dos lisossomas permeáveis  estes libertam os seus enzimas no seio da célula
 autodigestão celular (autólise) com destruição das estruturas celulares.
Mais tarde, o fragmento é colonizado por bactérias que acabam de destruir as estruturas
tecidulares (putrefacção). A fixação impede a cadaverização (autólise + putrefacção).

2.3 - FIXADOR MAIS UTILIZADO


É o formol a 10%, onde o fragmento é mergulhado.
Formaldeído, aldeído fórmico ou metanal - gás (CH2O) solúvel em água.
Formol comercial - solução aquosa saturada de formaldeído (contém cerca de 40% de
formaldeído em peso).
Formol a 10% (para Histologia) - 1 volume de formol comercial + 9 volumes de água
destilada (contém cerca de 4% de formaldeído em peso).
NOTA: não confundir formaldeído com formol (solução aquosa de formaldeído).

3
2.4 - MECANISMO DE FIXAÇÃO DAS PROTEÍNAS
O formol fixa as proteínas tecidulares por criação de pontes metilénicas bivalentes (-CH2-)
entre elas. Há, pois, uma gelificação do citoplasma.

2.5 - VOLUME DE FORMOL A UTILIZAR


Deve ser de 10 a 20 vezes superior ao volume do fragmento (regra muitas vezes esquecida
no caso de envio de material procedente de necrópsias para o laboratório).

2.5 - TEMPO DE FIXAÇÃO


Pelo menos, 24 horas.

3 - 1ª NOTA
Para poder ser observado ao microscópio fotónico, o fragmento tem de ser cortado em
fatias com 5 m de espessura. Para isso, é necessário infiltrar e rodear o fragmento com
parafina.
O formol é uma solução aquosa.
A parafina é hidrófoba, isto é, não se dissolve nem se mistura com a água; logo, é preciso
retirar a água do fragmento.
A operação que se segue à fixação é a desidratação.

4 - DESIDRATAÇÃO
Utiliza-se o etanol ou álcool etílico, em concentrações crescentes: banhos sucessivos de
álcool a 70º, a 80º, a 90º e absoluto.
A água que está no fragmento é substituída por álcool.

5 - 2ª NOTA
O álcool não é miscível com a parafina.
É preciso mergulhar o fragmento num líquido que seja, simultaneamente, miscível com o
álcool e com a parafina.
A operação que se segue à desidratação é o esclarecimento ou diafanização.

6 - DIAFANIZAÇÃO
Mergulha-se o fragmento em xilol (xileno), que é ao mesmo tempo miscível com o álcool e
com a parafina.

4
Porque não se passou directamente da fixação para a diafanização?
Porque o xilol não é miscível com a água e, como já se viu, o fragmento sai hidratado da
fixação.
O xilol substitui o álcool no interior do fragmento e este está pronto para seguir para a
operação seguinte: a inclusão.

7 - INCLUSÃO
Consiste em impregnar e rodear o fragmento com parafina fundida, que depois solidifica à
temperatura ambiente.
A parafina e o fragmento formam um bloco, que é duro, plástico (isto é, não quebradiço) e
de consistência homogénea, logo, com uma textura que permite fazer cortes de 5 m de
espessura.

8 - CORTES
São feitos num aparelho especial, o micrótomo, que contém três peças essenciais:
a) Uma faca.
b) Um porta-blocos - suporta o bloco.
c) Um dispositivo que permite a obtenção de vários cortes seguidos a partir do bloco, com
uma mesma espessura pré-seleccionada.

9 - COLAGEM DO CORTE À LÂMINA


Estende-se o corte num banho-maria a 37-40ºC e coloca-se aquele sobre a lâmina, que vai
para uma estufa a 37ºC, para que se dê a colagem do corte à lâmina.

10 - COLORAÇÃO
Utiliza-se um corante nuclear (hematoxilina) e um corante citoplásmico (eritrosina). Estes
corantes estão em solução aquosa.
O corte do fragmento do órgão está impregnado e rodeado de parafina. É, pois preciso
eliminar a parafina, não miscível com a água, e hidratar o corte.
O corte passa sucessivamente por: xilol, álcool a concentrações decrescentes (absoluto; a
70º) e água destilada.
Cora-se depois pela hematoxilina; lava-se em água da torneira (até o corte ficar azulado);
lava-se com água destilada; cora-se pela eritrosina; lava-se com água destilada.

5
A hematoxilina é um corante básico; liga-se ao núcleo, pois este encerra ácidos nucleicos. O
núcleo, ácido, atrai corantes básicos, sendo portanto basófilo.
A eritrosina é um corante ácido; liga-se a proteínas citoplásmicas básicas. O citoplasma (da
maioria das células), básico, capta corantes ácidos, sendo portanto acidófilo.

11 - 3ª NOTA
Depois da coloração é preciso proteger o corte de elementos exteriores adversos e torná-lo
suficientemente transparente para uma boa observação microscópica. Coloca-se por cima do
corte o meio de montagem (Entellan - resina sintética) e uma lamela. O meio de montagem
deve impregnar o corte para que ele seja bem visível ao microscópio.
O Entellan é hidrófobo, pelo que é preciso retirar a água do corte (desidratação do corte),
visto que os corantes estão em solução aquosa. Desidratam-se os cortes com álcool em
concentrações crescentes (70º; 90º; absoluto). O Entellan não é miscível com o álcool, logo, é
preciso passar o corte, depois de desidratado, por um líquido que seja ao mesmo tempo
miscível com o álcool e com o Entellan. Esse líquido é o xilol. Depois de se passar a lâmina com
o corte pelo xilol, procede-se à operação de montagem da preparação microscópica.

12 - MONTAGEM
Coloca-se uma gota de Entellan sobre o corte ainda humedecido pelo xilol. Sobre ela
deposita-se a lamela. Obtém-se uma preparação microscópica, formada pela lâmina, lamela,
objecto (o corte) e meio de montagem. O Entellan endurece e dá uma grande estabilidade à
preparação microscópica.

RESUMO – Passos da Técnica Histológica:

1 – COLHEITA
2 – FIXAÇÃO
3 – DESIDRATAÇÃO
4 – ESCLARECIMENTO (ou DIAFANIZAÇÃO)
5 – INCLUSÃO
5.1 – IMPREGNAÇÂO
5.2 – INCLUSÃO (propriamente dita)
6 – MÉTODO DOS CORTES
7 – COLORAÇÃO
8 - MONTAGEM

6
TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO

Preparações histológicas:

A 1 - Rim
Observe a zona cortical do órgão e
procure encontrar estruturas de forma 
globosa - os corpúsculos renais. Dirija a sua
atenção para uma destas estruturas e
repare que ela é delimitada por uma única 
camada de células achatadas, assente sobre
uma delgada camada de tecido conjuntivo.

Trata-se do folheto parietal da cápsula de
Bowman, exemplo de um epitélio simples
pavimentoso (setas). Entre os corpúsculos
renais observam-se tubos revestidos por 
epitélio simples cúbico ().
Obj. 40 

A2 - Hipófise
Percorrendo a preparação com uma
objectiva de pequena ampliação, encontrará
numerosos capilares sanguíneos com
eritrócitos (corados de laranja) no seu
interior. Estes capilares, tal como os restantes
vasos sanguíneos do organismo, são
revestidos internamente por um epitélio
simples pavimentoso designado por
endotélio (setas). Com a objectiva de 40 ,
poderá identificar as células endoteliais da
parede capilar pela forma achatada dos seus
Obj. 40 
núcleos (os núcleos das células endócrinas da hipófise são arredondados).
A 3 – Córtex renal (Homem)
A maioria dos tubos renais é revestida por um epitélio simples cúbico. Na preparação
poderá observar também o epitélio simples pavimentoso que forma a camada parietal da
cápsula do corpúsculo renal.

A 4 - Ovário
Dirija a sua atenção para a superfície do ovário e
repare que este órgão é revestido por uma camada
contínua de células cubóides formando um epitélio
simples cúbico (seta).

Obj. 40 

A 5 – Intestino delgado (corte longitudinal de vilosidades)


As vilosidades intestinais (V) são revestidas por um
V
epitélio simples prismático (cilíndrico ou colunar;
setas). O ápice livre das células epiteliais olha para o
V
interior da cavidade intestinal. Os núcleos alongados
situam-se na base das células.
V

V
V
Obj. 40 

8
A 6 – Intestino delgado (corte transversal de vilosidades)
A superfície das vilosidades é revestida pelo
epitélio intestinal, um epitélio simples prismático
(cilíndrico ou colunar) (setas) constituído por células
altas, de núcleo alongado situado em geral junto à
base da célula. O eixo das vilosidades é ocupado por
tecido conjuntivo (tc). tc

Obj. 40 
A 7 - Tuba Uterina
Corte transversal da tuba uterina onde pode observar uma mucosa muito pregueada,
revestida por um epitélio simples cilíndrico (ep) no qual se evidenciam células ciliadas (as
predominantes) e células não ciliadas.

ep

ep

Obj. 4  Obj. 40 

A 8 - Língua
O epitélio de revestimento da língua é um
exemplo típico de epitélio estratificado
pavimentoso (ep). Repare que as células
epiteliais sofrem um progressivo achatamento à
medida que pertencem a camadas mais ep
superficiais.

9
A 9 - Olho, córnea (Homem)
A superfície externa da córnea é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso (ep)
com cerca de cinco camadas de células. O epitélio repousa sobre uma membrana basal (mb)
particularmente espessa, à qual se segue um estroma constituído por múltiplas camadas de
fibras colagénicas.

ep

mb

Obj. 40 

A9A + A 10 Pele
A porção superficial da pele - epiderme - é formada por um epitélio estratificado
pavimentoso em que as camadas superficiais sofreram queratinização. Este processo conduz à
morte das células dos referidos estratos, que acabam por se mostrar acelulares - epitélio
estratificado pavimentoso queratinizado.
Camada
Camada córnea
córnea

A 9A; Obj. 40  A 10; Obj. 10 

10
A 10 A - Lábio
Nesta preparação poderá observar igualmente um epitélio estratificado pavimentoso (ep)
que, consoante a zona, é ou não queratinizado.

Não queratinizado
Queratinizado

ep

Obj. 4 

A 10 B- Plano rostral (Leitão)


Observe o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que reveste a pele. A camada
córnea, a mais superficial, é muito espessa nesta região da pele.

Camada córnea

Epitélio

Obj. 4 

11
A 11 - Glândula salivar
Procure identificar os canais excretores interlobulares de maior calibre e repare que estes
ductos são revestidos por um epitélio estratificado em que as células da camada mais
superficial têm uma forma colunar. É um exemplo de epitélio estratificado colunar.

Obj. 40 
Obj. 10 

A 12 - Pele. Glândulas sudoríparas.


Observe o epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que reveste a pele. Em
seguida, dirija a sua atenção para o tecido conjuntivo subjacente à epiderme e procure
encontrar as glândulas sudoríparas. Os ductos excretores destas glândulas são revestidos por
um epitélio com duas ou três camadas de pequenas células de forma cúbica. É um exemplo de
epitélio estratificado cúbico.

Obj. 10  Obj. 40 

12
A 13 - Bexiga
O epitélio de revestimento deste órgão é
constituído por diversas camadas de células
sobrepostas (3 a 4 nesta preparação). Repare nas
células do estrato superficial, as mais características, e
verificará que são de forma globosa, maiores que as
células dos estratos mais profundos e a sua superfície
apical é convexa e saliente (setas). Muitas apresentam
nucléolo proeminente e algumas são binucleadas. É um
exemplo de epitélio de transição.
Obj. 40 

A 13A - Ureter
O ureter é igualmente revestido por um epitélio de transição (ep). Repare que nesta
preparação as células superficiais do epitélio apresentam um bordo luminal denso (seta).

ep

ep ep

Obj. 10  Obj. 40 

A 14 - Traqueia (Suíno)
O epitélio de revestimento da traqueia é constituído por uma única camada de células
apoiadas na membrana basal, das quais umas são altas e atingem a superfície e outras baixas
sem chegarem até lá. Os núcleos respectivos encontram-se a diferentes níveis, conferindo
assim a este epitélio um falso aspecto de estratificação. Repare que a maioria das células altas
exibe na sua superfície numerosos cílios. É um exemplo de epitélio pseudo-estratificado
ciliado.

13
A 15 - Epidídimo
Nesta preparação, pode observar, para além do testículo, o epidídimo em vários planos de
corte. Este tubo é revestido internamente por um epitélio pseudo-estratificado. Repare que da
superfície livre deste epitélio se projectam para o lúmen do órgão estruturas filamentosas,
alongadas e relativamente espessas, os estereocílios.

Testículo

Epidídimo

Obj. 4  Obj. 40 

A 16 - Mexilhão (manto)
Procure identificar o epitélio ciliado presente no corte.

Cílios

Obj. 40 

14
A 17- Traqueia e Esófago
Nesta preparação pode observar a traqueia e o esófago em corte transversal. A traqueia, de
lúmen amplo, é revestida internamente por um epitélio pseudo-estratificado ciliado (seta). O
esófago apresenta um lúmen de contorno irregular devido às pregas da sua parede. É revestido
por um epitélio estratificado pavimentoso.

Traqueia Esófago Esófago

Obj. 10  Obj. 10  Obj. 40 

A 18 – Estômago
O estômago é revestido internamente por um epitélio simples colunar (seta) constituído
por uma população uniforme de células mucíparas (produtoras de muco) de citoplasma claro e
núcleo basal.

Obj. 40 

15
A 19 – Glândula salivar
Com a objectiva de 4 observe o aspecto geral desta glândula exócrina. O parênquima
encontra-se organizado em lóbulos, delimitados por septos de tecido conjuntivo. No seio dos
septos conjuntivos, entre os lóbulos, pode observar canais excretores formados por duas ou
três assentadas de células cúbicas ou cilíndricas (epitélio estratificado cúbico ou colunar; setas
finas). No seio dos lóbulos, envolvidos por menor quantidade de tecido conjuntivo e de lúmen
menos amplo do que os antecedentes, encontrará canais excretores intralobulares de epitélio
simples cúbico ou colunar (setas largas).

Obj. 40  Obj. 40 

A 20 – Bexiga (equídeo)
A bexiga é revestida internamente por um epitélio de transição. Repare que as células do
estrato superficial, as mais características, são de forma globosa e apresentam um bordo
luminal espessado.

16
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR

As glândulas exócrinas são constituídas por unidades secretoras e ductos. A unidade


secretora é um conjunto de células secretoras que delimitam um lúmen; um ducto é um tubo
epitelial que conduz a secreção da unidade secretora para uma superfície epitelial.
Nas glândulas endócrinas não existem ductos e a secreção é lançada em capilares
sanguíneos.

Preparações histológicas:

B 1 – Intestino grosso (coloração para as glicoproteínas)


As células caliciformes, de núcleo basal e
citoplasma corado de azul, são extremamente
numerosas nos tubos glandulares da mucosa do
intestino grosso. Cada uma destas células pode
ser considerada uma glândula unicelular.

Obj. 10 
B 2 - Intestino grosso (Hematoxilina - Eosina)
Nesta preparação as células caliciformes têm o citoplasma apical com um aspecto
vacuolizado devido à secreção aqui armazenada (muco) ser fracamente corável pela H.E.

Obj. 10  Obj. 40 
B 3 - Duodeno

Na mucosa do duodeno pode encontrar numerosas


invaginações tubulares do epitélio para a lâmina própria
(tecido conjuntivo subjacente ao epitélio). São as criptas
ou glândulas de Lieberkühn e constituem um exemplo
de glândulas tubulosas simples (setas).

Obj. 20 

B 4 - Útero

No útero, o epitélio de revestimento forma também


invaginações tubulares para o tecido conjuntivo
subjacente. Tais invaginações epiteliais constituem
glândulas tubulosas simples (setas). Na região mais
profunda do tecido conjuntivo, estas glândulas
aparecem com frequência em cortes transversais.

Obj. 4 
B 5 - Estômago. Região fúndica

Repare que o estômago é revestido


internamente por um epitélio simples
colunar constituído por uma população
uniforme de células mucíparas (produtoras
de muco) de citoplasma claro e núcleo basal.
Este epitélio constitui no seu conjunto uma
superfície epitelial secretora (setas). No seio
da mucosa, poderá encontrar, em corte
longitudinal, numerosas glândulas tubulosas
simples (glândulas gástricas) apertadas e *
encostadas umas de encontro às outras.
Obj. 10 

19
B 6 - Pele (Homem). Glândulas sebáceas e sudoríparas

No tecido conjuntivo subjacente ao epitélio (derme), poderá encontrar glândulas


sebáceas e sudoríparas. As glândulas sebáceas (Gseb) têm aspecto característico, sendo
constituídas por ácinos com células de forma arredondada, citoplasma vacuolizado e, em geral,
com limites celulares bem visíveis. Geralmente, vários ácinos abrem-se num ducto curto que
desemboca num folículo piloso (FP). As glândulas sebáceas são assim um exemplo de glândulas
acinosas simples ramificadas. Por sua vez, as glândulas sudoríparas (Gsud) são um exemplo de
glândulas tubulosas simples enoveladas. O facto de possuírem porções secretoras enoveladas
faz com que surjam nos cortes histológicos como tubos cortados segundo vários planos.

FP

Gsud

Gseb

Obj. 10  Obj. 10 

B 7 - Estômago (Piloro)

No tecido conjuntivo que constitui a lâmina


própria do piloro poderá encontrar numerosos perfis
circulares que representam cortes transversais de
glândulas tubulosas simples. Estas glândulas
raramente aparecem em corte longitudinal devido ao
enovelamento das suas unidades secretoras. São
glândulas ramificadas, isto é, possuem várias
unidades secretoras que convergem para o fundo de
uma mesma cripta gástrica. Este aspecto pode no
entanto ser difícil de visualizar no corte. As glândulas Obj. 4 
pilóricas são assim exemplo de glândulas tubulosas simples ramificadas.

20
B 8 + B 9 - Pele. Glândulas sebáceas

No tecido conjuntivo subjacente ao epitélio (derme), poderá encontrar glândulas sebáceas


de aspecto característico. Cada glândula é composta por vários ácinos que se abrem num único
ducto, nem sempre visível na preparação. Cada ácino é constituído por células de forma
arredondada, citoplasma vacuolizado e, em geral, com limites celulares bem visíveis. As
glândulas sebáceas são um exemplo de glândulas acinosas simples ramificadas.

B 8; Obj. 10  B 8; Obj. 40  B9; Obj. 10 

B 10 - Pâncreas

A porção exócrina do pâncreas é um exemplo de glândula acinosa composta. Assim, entre


os numerosos ácinos que constituem a glândula, poderá encontrar alguns ductos excretores
(D). Estes podem ser de diferentes diâmetros, mas possuem sempre um lúmen evidente.

Obj. 10 

21
B 11 - Pâncreas

Repare que as células dos ácinos pancreáticos


possuem na sua porção apical citoplasma
eosinófilo (seta fina) e na porção basal
citoplasma basófilo (seta grossa). O núcleo, de
forma arredondada, situa-se na metade inferior
da célula. As células dos ácinos pancreáticos
apresentam, pois, as características morfológicas
típicas das células serosas.

Obj. 40 
B 12 - Glândula sub-lingual

É um exemplo de glândula túbulo-acinosa composta.


Os adenómeros (unidades secretoras) são constituídos
quase exclusivamente por células mucosas de citoplasma
pouco corado e núcleo achatado situado junto à base da
célula. Coloração pelo método tricrómico de Masson –
colagénio corado de verde.

Obj. 40 
B 13 + B 14 - Glândula salivar mista (cão)

Glândula constituída por unidades


funcionais de células serosas e de células
mucosas ou por unidades em que coexistem
estes dois tipos de células secretoras. Nestes
casos, os elementos serosos estão aplicados
contra a base das células mucosas, formando
um crescente - crescente de Giannuzzi
(setas). Nesta preparação pode também
comparar ductos e unidades secretoras. Os
primeiros exibem lume mais largo e parede
epitelial corada de rosa pela eosina.
Obj. 40 

22
B 15 - Glândulas salivares menores

Nesta preparação pode comparar ácinos serosos e ácinos mucosos situados entre feixes de
fibras musculares esqueléticas (coradas de rosa) e células adiposas. As células mucosas (M) têm
citoplasma pouco corado e núcleo achatado situado junto à base da célula. As células serosas
(S), bem coradas, possuem na sua porção apical um citoplasma levemente eosinófilo e na
porção basal um citoplasma intensamente basófilo. O núcleo, de forma arredondada, situa-se
na metade inferior da célula.

Obj. 10 

B 16 - Glândulas lacrimais

As glândulas lacrimais são semelhantes às glândulas salivares no que diz respeito à


estrutura lobular, ramificação dos ductos excretores e forma túbulo-acinosa das unidades
secretoras. Os elementos glandulares que as constituem são de tipo seroso.

Obj. 10 

23
B 17 + B 18 - Glândulas mamárias (cadela)

Observe os lóbulos glandulares (L) com unidades secretoras constituídas por túbulos e
ácinos de lúmen relativamente largo (alvéolos; A) revestidos por epitélio simples cúbico. O
lúmen de muitas das unidades secretoras contém secreção láctea, eosinófila. No tecido
conjuntivo interlobular poderá encontrar ductos excretores (D) de epitélio bi-estratificado e de
lúmen mais dilatado. As glândulas mamárias são assim exemplo de glândulas exócrinas túbulo-
acinosas compostas.

A
L
A
D
L L
A

Obj. 4  Obj. 20  Obj. 10 

B 19 - Glândulas bulbo-uretrais (coelho)

São glândulas túbulo-acinosas (alveolares) compostas que drenam as suas secreções na


porção inicial da uretra peniana. As unidades secretoras, de lúmen amplo, são revestidas por
epitélio simples cúbico ou colunar. Neste caso, os ductos não são facilmente distinguíveis das
unidades secretoras.

B 20 + B 21 - Glândula suprarrenal

Repare que a suprarrenal é constituída por cordões celulares compactos em contacto com
capilares sanguíneos. Estes são facilmente identificáveis na preparação B 19 onde se
apresentam como espaços claros situados entre as células glandulares. A suprarrenal é um
exemplo de glândula endócrina cordonal.

B 20; Obj. 20  B 21; Obj. 40 


24
B 22 + B 23 (leão-marinho) - Glândula tireóide

Com a objectiva de 4 poderá verificar que a tireóide é constituída por numerosas estruturas
de perfil circular - os folículos. Usando uma objectiva de maior ampliação, repare que cada
folículo é formado por uma camada de células epiteliais glandulares delimitando uma cavidade
que contém o produto de secreção eosinófilo e de aspecto homogéneo. As células glandulares
da tireóide assumem pois uma disposição folicular (vesiculosa).

B 22; Obj. 10 

B 24 – Testículo (varrasco)

Nesta preparação poderá observar cortes de tubos seminíferos (TS) segundo diversos planos.
Repare que no tecido conjuntivo situado entre os tubos existe uma população de células de
dimensões relativamente grandes e de forma arredondada ou poligonal. O seu citoplasma é
ligeiramente eosinófilo e pode conter um número variável de pequenos vacúolos lipídicos. O
núcleo é esférico, volumoso e o nucléolo proeminente. São as células intersticiais ou células de
Leydig (L) que, no seu conjunto, constituem uma glândula endócrina difusa.

TS TS
TS
TS
L
TS

TS TS L TS
TS
TS

Obj. 10  Obj. 40 

25
TECIDOS CONJUNTIVOS (propriamente ditos)

Preparações Histológicas:

C 1 - Tecido conjuntivo
Entre os diversos tipos de células que pode observar, tente identificar fibroblastos,
plasmócitos e linfócitos. Os fibroblastos (F) são as células mais numerosas, distribuindo-se por
quase toda a preparação. Possuem núcleo grande, claro, de forma ovóide e com cromatina fina.
Os plasmócitos e os linfócitos são mais facilmente
identificáveis em zonas de pouca densidade celular. Os
linfócitos (L) possuem núcleo pequeno, redondo,
intensamente corado e rodeado apenas por um L
pequeno halo citoplasmático. Os plasmócitos (P) são F
células de citoplasma abundante e basófilo, núcleo P
grande e arredondado ocupando uma posição
excêntrica na célula. Em geral, é possível observar-se
no citoplasma dos plasmócitos uma área clara peri-
Obj. 100 X
nuclear correspondente à zona onde se situa o aparelho de Golgi.

C2 - Tecido conjuntivo (ferida cutânea)

Os fibroblastos activos (F) são


facilmente demonstráveis nas feridas em
cicatrização, como neste corte. Os núcleos
são grandes, ovóides e com nucléolos F
proeminentes. O citoplasma é abundante e
ramificado. Entre os fibroblastos observam- F
se neutrófilos de núcleo multilobulado.

Obj. 40 X

26
C 3 - Tecido conjuntivo (ferida cutânea)

Nesta preparação, além de numerosos


fibroblastos, poderá encontrar, nalgumas zonas,
N
células de núcleo bilobado contendo no seu N
citoplasma grânulos fortemente eosinófilos - são os
eosinófilos (E). Atenção, não confunda os eosinófilos,
com as suas granulações de cor vermelha, com os E
eritrócitos igualmente presentes na preparação.
Lembre-se que estes últimos são células anucleadas.
Em alguns campos microscópicos poderá também
observar neutrófilos (N) de núcleo multilobado.
Obj. 100 X

C 4 - Útero (burra)
No tecido conjuntivo laxo da mucosa uterina, entre as glândulas, poderá identificar
eosinófilos (E) e fibroblastos (F). Não confunda os eosinófilos com eritrócitos, também
presentes na preparação. Estes últimos são células anucleadas e aparecem no interior de vasos
sanguíneos.

E F

Obj. 40 

27
C 5 – Macrófagos (linfonodo)
Entre os numerosos linfócitos e plasmócitos presentes no linfonodo, procure identificar uns
elementos celulares maiores contendo no citoplasma umas granulações castanhas. São
macrófagos (M). O pigmento é um produto de digestão intracelular da hemoglobina
proveniente de glóbulos vermelhos fagocitados pelo macrófago.

Obj. 40 

C 6 – Macrófagos (pulmão)
Nesta preparação, os macrófagos são facilmente identificados pela sua carga de partículas
negras que, por vezes, impedem o reconhecimento do núcleo. Estas partículas são poeiras e
partículas de carvão, pelo que estas células são conhecidas como células de poeiras.

Obj. 40 

28
C 7 – Glândula mamária neoplásica (cadela)

Procure identificar plasmócitos (P) e linfócitos no tecido conjuntivo (estroma) da glândula


mamária. No interior de alguns vasos sanguíneos poderá observar também neutrófilos (N) com
núcleo lobulado.

P N

Obj. 40  Obj. 40 

C 8 - Pele. Mastocitoma (cão; coloração pela hematoxilina-eosina)

Os mastócitos são células relativamente grandes e ovóides com núcleo arredondado. Estas
células são geralmente reconhecidas pelos seus grandes grânulos citoplasmáticos, os quais
podem não estar presentes nos cortes histológicos de rotina já que se dissolvem facilmente em
água. Em condições normais, o mastócitos são encontrados em pequeno número no tecido
conjuntivo da pele. No entanto, no mastocitoma cutâneo, um tumor resultante da proliferação
de mastócitos, o seu número aumenta consideravelmente. É o que se verifica nesta preparação,
em que o tecido conjuntivo da derme se encontra infiltrado por numerosos mastócitos. FP:
Folículo piloso.
FP

FP

Obj. 10  Obj. 40 
29
C 9 - Pele. Mastocitoma (cão; coloração pelo azul de toluidina)

Os grânulos dos mastócitos podem ser demonstrados com técnicas especiais de fixação e
coloração. Quando corados com certos corantes básicos, como o azul de toluidina, os grânulos
ligam-se ao corante modificando a sua cor (metacromasia). Repare como neste corte obtido do
mesmo bloco da preparação C8, as granulações dos mastócitos se apresentam tingidas de roxo.

Obj. 10  Obj. 40 

C 10 - Pele (hematoxilina-eosina)

As fibras colagénicas são acidófilas corando-se de rosa pela eosina. No tecido conjuntivo
da pele (derme), estas fibras aparecem agrupadas em feixes de disposição compacta, sem
orientação fixa.

Obj. 10 

30
C 11 – Pólipo fibroepitelial (hematoxilina-eosina)

Tal como na preparação C10, as fibras colagénicas apresentam-se cordas de rosa pela
eosina e aparecem agrupadas em feixes de disposição compacta, sem orientação definida
(tecido conjuntivo denso irregular).

C 12 - Pele (Homem; impregnação pelo nitrato de prata). Fibras reticulares (fibras argirófilas)
A impregnação pelo nitrato de prata permite evidenciar as fibras reticulares coradas de
negro. Por causa da sua afinidade por sais de prata, estas fibras recebem também o nome de
argirófilas.

Obj. 10 x Obj. 40 x

C 13 - Fígado (impregnação pelo nitrato de prata). Fibras reticulares

As fibras reticulares (setas) são fibras


delgadas que formam entre si redes
flexíveis. Sublinhe-se que as fibras
reticulares, diferentemente das fibras
colagénicas formadas por colagénio de tipo
I, são compostas por colagénio de tipo III.
Repare como, nesta preparação, as fibras
reticulares formam uma rede de
sustentação dos hepatócitos.

Obj. 40 

31
C 14 - Pele (Homem; coloração orceína). Sistema elástico
A orceína, tal como a fucsina-resorcina de Weigert, é uma coloração específica para as
fibras elásticas, corando-as de negro, castanho-escuro ou vermelho-escuro. Repare na
distribuição das fibras elásticas no tecido conjuntivo derme (D) e veja como elas se concentram
na parede dos vasos sanguíneos (VS). Ep, epiderme.

Ep

VS

Obj. 20 x Obj. 40 x

C 15 - Artéria muscular (corte transversal; coloração para a elastina)

A elastina, neste caso, não forma fibras, mas constitui


lâminas que se dispõem concentricamente na parede da
artéria. Neste tipo de artéria, as lâminas de elastina, coradas
A
de roxo escuro, concentram-se na adventícia do vaso (A).

Obj. 40 x

C 16 – Embrião. Tecido conjuntivo mesenquimatoso

Tente encontrar na preparação o tecido


conjuntivo mesenquimatoso. Este caracteriza-se
pelo predomínio de substância fundamental,
pouco corada, e pela presença de células
mesenquimatosas de forma estrelada, com
prolongamentos citoplasmáticos.

Obj. 10 x
32
C 17 – Crista de galo. Tecido mucoso
A forma mais primitiva de tecido conjuntivo é representada pelo mesênquima
embrionário (preparação C 11) ou pelo tecido mucoso. Este último é um tipo de tecido raro no
adulto, podendo ser encontrado na crista do galo. Caracteriza-se por possuir grande quantidade
de substância fundamental e células ramificadas. As fibras colagénicas são raras e finas.

Obj. 20 x

C 18 – Mesentério. Tecido conjuntivo membranoso

Nesta preparação, o mesentério foi distendido entre a lâmina e a lamela. Não está assim
a observar um corte histológico, mas a estudar o mesentério através da sua transparência
natural. Observe as fibras elásticas (E), E
electivamente coradas (finas e ramificadas,
formando uma rede de malhas relativamente
largas), as fibras colagénicas (C) (mais espessas,
C
não ramificadas e coradas tenuamente), os
vasos sanguíneos (VS) com eritrócitos no seu VS
interior e os núcleos de vários tipos celulares.
Sendo o mesentério uma membrana, já que
possui uma espessura reduzida, o tecido
conjuntivo que entra na sua constituição é
designado por tecido conjuntivo membranoso. Obj. 40 x

33
C 19 – Pele (Homem)

Observe o tecido subcutâneo (hipoderme) e repare que é constituído por uma variedade
de tecido conjuntivo em que as fibras colagénicas, de aparência ondeada e orientação irregular,
estão arranjadas de forma folgada. Por entre as fibras e as células existe uma matriz amorfa,
incolor, sem estrutura aparente. Este tecido conjuntivo da hipoderme é classificado como
tecido conjuntivo laxo. Em certas zonas da preparação é possível observar-se também tecido
conjuntivo denso e adipócitos uniloculares.

Laxo Denso
Obj. 10 x

Obj. 10 x Obj. 20 x

C 20 – Mama (Mulher). Tecido conjuntivo denso

Nesta preparação, nota-se essencialmente um tecido conjuntivo exibindo uma pobreza de


células e de substância fundamental e uma predominância de feixes de fibras colagénicas (coradas de
verde) com disposição irregular. Este tecido é classificado como tecido conjuntivo denso irregular. O
epitélio dos ductos excretores da mama aparece corado de amarelo (Ep).

Ep

Obj. 40 x 34
C 21 - Tendão (coloração de Van Gieson).

O tecido conjuntivo que constitui o tendão - tecido conjuntivo tendinoso - contém feixes de
fibras colagénicas dispostos paralelamente uns aos outros (tecido conjuntivo denso regular) e,
entre os feixes, núcleos achatados de fibrócitos. TCL, tecido conjuntivo laxo vascularizado entre
os feixes colagénicos.

TCL

C 22 - Centro frénico do diafragma (coelho). Tecido conjuntivo aponevrótico

A parte central do diafragma, ou centro


frénico, é formada por um tecido duro e
resistente (aponevrose) constituído por fibras
colagénicas formando feixes entrecruzados
perpendicularmente. O tecido conjuntivo
aponevrótico, tal como o tendinoso, é um
exemplo de tecido conjuntivo denso regular.

Obj. 4 x

C 23 - Ligamento suspensor do boleto (equídeo)

Os ligamentos têm uma estrutura semelhante à dos tendões, apresentando feixes de fibras
colagénicas paralelos uns aos outros. Assim, o tecido conjuntivo que constitui os ligamentos é
um exemplo de tecido conjuntivo denso regular. Entre os feixes colagénicos mais espessos
pode observar tecido adiposo unilocular.

35
C 24 - Corpúsculos de Vater-Pacini. Tecido conjuntivo lameloso

Procure os corpúsculos sensitivos de Vater-Pacini com a objectiva de 4 no tecido adiposo


que rodeia o linfonodo (LN). Repare que estas estruturas são formadas por um conjunto de
lamelas dispostas concentricamente em redor de uma terminação nervosa. As lamelas são
constituídas por fibras colagénicas, substância fundamental amorfa (ambas visíveis na
preparação), fibras reticulares e elásticas (não visíveis). À superfície das lamelas pode observar
os núcleos achatados dos fibrócitos. Este tecido é um exemplo de um tecido conjuntivo cujos
elementos se dispõem de uma forma ordenada, em lamelas. Daqui resulta a designação de
tecido conjuntivo lameloso.

LN

Obj. 4 x Obj. 10 x

36
TECIDO ADIPOSO

Preparações Histológicas:

D 1 + D 2 - Tecido adiposo amarelo ou unilocular (inclusão em parafina e coloração com a


hematoxilina - eritrosina)
Nos cortes de tecidos incluídos em parafina e que, portanto, sofreram a acção de agentes
que solubilizam as gorduras (etanol, xilol), o tecido adiposo apresenta um aspecto esponjoso
com as suas células parecendo grandes vacúolos. A gordura estava acumulada numa grande
gota, que enchia quase por completo a célula adiposa, empurrando o citoplasma para a
periferia e reduzindo-o a uma delgada faixa que se espessa numa região onde se aloja o núcleo
achatado.

Obj. 10x Obj. 40 x

D 3 - Almofadinha plantar (cão)


Repare como na hipoderme há
abundante tecido adiposo unilocular (A)
disposto em lóbulos limitados por tecido
conjuntivo. Note a presença de tecido
conjuntivo denso abaixo da epiderme e de S
glândulas sudoríparas (S) na derme e TC A
hipoderme.

Obj. 10 x
37
D 4 - Tecido adiposo unilocular (coloração pelo Sudan III)

O Sudan III é um corante indiferente, isto é, cora por processos puramente físicos:
solubiliza-se nos lípidos conferindo-lhes a sua cor (laranja). As células adiposas apresentam-se,
assim, como círculos corados de laranja. Neste caso, a gordura não foi solubilizada.

Obj. 20 x

D 5 + D 6 Tecido adiposo castanho ou multilocular (rato; hematoxilina-eosina)

Repare que nesta variedade de tecido adiposo, a gordura, em vez de formar uma só gota
grande no interior da célula, está repartida por numerosas gotículas de diferentes dimensões. O
núcleo das células adiposas multiloculares é, em geral, de forma arredondada e encontra-se
rodeado por uma quantidade significativa de citoplasma eosinófilo. Na preparação D5 o tecido
adiposo multilocular ocorre junto a um corte da artéria aorta.

D5; Obj. 40 x

38
D 7 - Tecido adiposo unilocular e multilocular (rato; hematoxilina-eosina)

Nesta preparação pode observar as duas variedades de adipócitos.

Unilocular

Multilocular

Obj. 20 x

D 8 - Tecido conjuntivo laxo e tecido adiposo unilocular (Homem; hematoxilina-eosina)

Nesta preparação, nota-se essencialmente um tecido conjuntivo laxo com vasos


sanguíneos e áreas de gordura.

39
TECIDO CARTILAGÍNEO

Preparações histológicas:

E1 + E 3 + E 4 + E 5 - Cartilagem hialina (Traqueia)


Identifique a(s) peça(s) de cartilagem hialina.
Repare na existência de numerosas cavidades no seio
da matriz cartilagínea (lacunas ou condroplastos),
dentro das quais existem células, os condrócitos. Estes
possuem núcleo redondo e, na sua maioria,
apresentam o citoplasma retraído, sem preencher toda
a lacuna. Tal aspecto deve-se a um artefacto resultante
da técnica histológica. Veja como, em vários locais, os
condrócitos se associam em grupos - os grupos
E 3; Obj. 40 x
isogénicos coronários. Em torno das lacunas poderá
verificar que a basofilia da matriz é mais intensa do
que no resto da matriz. Esta área mais corada constitui
o território capsular ou matriz territorial (TC). A matriz P
mais afastada dos condroplastos e de menor basofilia é
apelidada de território intercapsular ou matriz
interterritorial (TI). Note que a matriz do tecido
cartilagíneo é basófila e não parece conter fibras,
embora existam, mascaradas, fibrilas de colagénio de
tipo II. Na periferia da cartilagem poderá identificar o E 4; Obj. 40 x

pericôndrio (P), constituído por tecido conjuntivo fibroso.

TI

TC
TC
TI

E 5; Obj. 40 x E 5; Obj. 40 x

40
E 6 – Cartilagem hialina (suíno)
Observe os grupos isogénicos de condrócitos. Veja como as células apresentam o
citoplasma retraído, sem preencher toda a lacuna. Tal aspecto deve-se à retracção dos
condrócitos em consequência da perda de glicogénio e lípidos durante a preparação do
tecido.

Obj. 40 x

E 7 – Pulmão (suíno). Cartilagem hialina


Nesta preparação observa um corte de pulmão. Procure, com a objectiva de 4 , as
peças cartilagíneas que entram na constituição da parede dos brônquios. Observe-as com
maior ampliação e identifique nelas os aspectos atrás mencionados.

Obj. 4 x Obj. 20 x

41
E 8 - Bifurcação traqueo-brônquica (suíno)

Cartilagem hialina.

E 9 – Cartilagem hialina (coelho)

Identifique a cartilagem hialina e observe nela os aspectos mencionados nas outras


preparações.

E 10 - Pavilhão auricular (leitão). Cartilagem elástica. Coloração pela H&E


Identifique, com pequena ampliação, a cartilagem elástica (C). Seguidamente, com
maior ampliação, verifique que os seus condrócitos são idênticos aos da cartilagem hialina,
encontrando-se, da mesma forma, alojados em lacunas. A matriz extracelular não se
apresenta, todavia, homogénea, devido à presença de fibras elásticas.

Obj. 10 x Obj. 40 x

E 11 + E 12 - Pavilhão auricular. Cartilagem elástica


Verifique a existência de um fino entrançado de fibras elásticas, coradas electivamente
pela fucsina-resorcina de Weigert, à volta dos grupos isogénicos de células cartilagíneas.

Obj. 40 x

42
E 13 - Epiglote (leitão). Cartilagem elástica. Coloração pela H&E
Os componentes essenciais da
cartilagem, isto é, a matriz contendo
feixes de fibras elásticas e os
condrócitos, são evidentes. A rede de
fibras elásticas (coradas de rosa vivo)
é particularmente densa na
adjacência imediata dos condrócitos
que, por sua vez, são mais
compactados do que na cartilagem
hialina. Na preparação, à volta da
cartilagem, poderá observar
glândulas, bem como tecido
Obj. 20 x
conjuntivo com adipócitos
uniloculares. Note a presença de um
epitélio estratificado pavimentoso a
revestir a superfície da epiglote.

E 14 - Disco intervertebral. Fibrocartilagem


Nesta preparação existem
outras estruturas além da
fibrocartilagem do disco
intervertebral. Assim, deve
pesquisar o corte com uma
objectiva de fraca ampliação de
modo a encontrar a
fibrocartilagem. Caracteriza-a a
existência de numerosas fibras
colagénicas (coradas neste caso de
amarelo-acastanhado), que
formam feixes dispostos entre
fiadas de pequenas células
cartilagíneas. Obj. 20 x

43
E 15 - Disco da articulação temporomandibular (ovino). Fibrocartilagem
Na porção central do disco articular poderá verificar a presença de feixes de fibras
colagénicas (setas) entremeados de condrócitos (C) rodeados por matriz basófila de aparência
homogénea.

Obj. 20 x

44

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