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HISTOLOGIA I
(Parte 1)
Edição de 2022/23
Lisboa
ÍNDICE
2
RESUMO DA TÉCNICA HISTOLÓGICA DE ROTINA
1 - COLHEITA DE MATERIAL
Usar um gume cortante regular (faca, bisturi) em toda a sua extensão para se obter um
fragmento de órgão com a espessura de cerca de 4 mm (para o fixador penetrar o mais
rapidamente possível); as faces de maior área podem medir 1 cm2 ou mais (se a espessura for
respeitada!).
2 - FIXAÇÃO
2.1 - O QUE É A FIXAÇÃO?
É a operação destinada a insolubilizar e imobilizar de uma forma estável e permanente as
estruturas tecidulares num estado o mais próximo possível do da matéria viva, impedindo o
desenrolar da cadaverização (ver adiante).
Logo, a fixação deve fazer-se o mais rapidamente possível após a morte do animal. Como é
muito difícil imobilizar-se o principal constituinte dos tecidos - a água (70 a 80% em média) -
imobiliza-se (insolubiliza-se) o material que está em segundo lugar - as proteínas (em média,
12%).
3
2.4 - MECANISMO DE FIXAÇÃO DAS PROTEÍNAS
O formol fixa as proteínas tecidulares por criação de pontes metilénicas bivalentes (-CH2-)
entre elas. Há, pois, uma gelificação do citoplasma.
3 - 1ª NOTA
Para poder ser observado ao microscópio fotónico, o fragmento tem de ser cortado em
fatias com 5 m de espessura. Para isso, é necessário infiltrar e rodear o fragmento com
parafina.
O formol é uma solução aquosa.
A parafina é hidrófoba, isto é, não se dissolve nem se mistura com a água; logo, é preciso
retirar a água do fragmento.
A operação que se segue à fixação é a desidratação.
4 - DESIDRATAÇÃO
Utiliza-se o etanol ou álcool etílico, em concentrações crescentes: banhos sucessivos de
álcool a 70º, a 80º, a 90º e absoluto.
A água que está no fragmento é substituída por álcool.
5 - 2ª NOTA
O álcool não é miscível com a parafina.
É preciso mergulhar o fragmento num líquido que seja, simultaneamente, miscível com o
álcool e com a parafina.
A operação que se segue à desidratação é o esclarecimento ou diafanização.
6 - DIAFANIZAÇÃO
Mergulha-se o fragmento em xilol (xileno), que é ao mesmo tempo miscível com o álcool e
com a parafina.
4
Porque não se passou directamente da fixação para a diafanização?
Porque o xilol não é miscível com a água e, como já se viu, o fragmento sai hidratado da
fixação.
O xilol substitui o álcool no interior do fragmento e este está pronto para seguir para a
operação seguinte: a inclusão.
7 - INCLUSÃO
Consiste em impregnar e rodear o fragmento com parafina fundida, que depois solidifica à
temperatura ambiente.
A parafina e o fragmento formam um bloco, que é duro, plástico (isto é, não quebradiço) e
de consistência homogénea, logo, com uma textura que permite fazer cortes de 5 m de
espessura.
8 - CORTES
São feitos num aparelho especial, o micrótomo, que contém três peças essenciais:
a) Uma faca.
b) Um porta-blocos - suporta o bloco.
c) Um dispositivo que permite a obtenção de vários cortes seguidos a partir do bloco, com
uma mesma espessura pré-seleccionada.
10 - COLORAÇÃO
Utiliza-se um corante nuclear (hematoxilina) e um corante citoplásmico (eritrosina). Estes
corantes estão em solução aquosa.
O corte do fragmento do órgão está impregnado e rodeado de parafina. É, pois preciso
eliminar a parafina, não miscível com a água, e hidratar o corte.
O corte passa sucessivamente por: xilol, álcool a concentrações decrescentes (absoluto; a
70º) e água destilada.
Cora-se depois pela hematoxilina; lava-se em água da torneira (até o corte ficar azulado);
lava-se com água destilada; cora-se pela eritrosina; lava-se com água destilada.
5
A hematoxilina é um corante básico; liga-se ao núcleo, pois este encerra ácidos nucleicos. O
núcleo, ácido, atrai corantes básicos, sendo portanto basófilo.
A eritrosina é um corante ácido; liga-se a proteínas citoplásmicas básicas. O citoplasma (da
maioria das células), básico, capta corantes ácidos, sendo portanto acidófilo.
11 - 3ª NOTA
Depois da coloração é preciso proteger o corte de elementos exteriores adversos e torná-lo
suficientemente transparente para uma boa observação microscópica. Coloca-se por cima do
corte o meio de montagem (Entellan - resina sintética) e uma lamela. O meio de montagem
deve impregnar o corte para que ele seja bem visível ao microscópio.
O Entellan é hidrófobo, pelo que é preciso retirar a água do corte (desidratação do corte),
visto que os corantes estão em solução aquosa. Desidratam-se os cortes com álcool em
concentrações crescentes (70º; 90º; absoluto). O Entellan não é miscível com o álcool, logo, é
preciso passar o corte, depois de desidratado, por um líquido que seja ao mesmo tempo
miscível com o álcool e com o Entellan. Esse líquido é o xilol. Depois de se passar a lâmina com
o corte pelo xilol, procede-se à operação de montagem da preparação microscópica.
12 - MONTAGEM
Coloca-se uma gota de Entellan sobre o corte ainda humedecido pelo xilol. Sobre ela
deposita-se a lamela. Obtém-se uma preparação microscópica, formada pela lâmina, lamela,
objecto (o corte) e meio de montagem. O Entellan endurece e dá uma grande estabilidade à
preparação microscópica.
1 – COLHEITA
2 – FIXAÇÃO
3 – DESIDRATAÇÃO
4 – ESCLARECIMENTO (ou DIAFANIZAÇÃO)
5 – INCLUSÃO
5.1 – IMPREGNAÇÂO
5.2 – INCLUSÃO (propriamente dita)
6 – MÉTODO DOS CORTES
7 – COLORAÇÃO
8 - MONTAGEM
6
TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO
Preparações histológicas:
A 1 - Rim
Observe a zona cortical do órgão e
procure encontrar estruturas de forma
globosa - os corpúsculos renais. Dirija a sua
atenção para uma destas estruturas e
repare que ela é delimitada por uma única
camada de células achatadas, assente sobre
uma delgada camada de tecido conjuntivo.
Trata-se do folheto parietal da cápsula de
Bowman, exemplo de um epitélio simples
pavimentoso (setas). Entre os corpúsculos
renais observam-se tubos revestidos por
epitélio simples cúbico ().
Obj. 40
A2 - Hipófise
Percorrendo a preparação com uma
objectiva de pequena ampliação, encontrará
numerosos capilares sanguíneos com
eritrócitos (corados de laranja) no seu
interior. Estes capilares, tal como os restantes
vasos sanguíneos do organismo, são
revestidos internamente por um epitélio
simples pavimentoso designado por
endotélio (setas). Com a objectiva de 40 ,
poderá identificar as células endoteliais da
parede capilar pela forma achatada dos seus
Obj. 40
núcleos (os núcleos das células endócrinas da hipófise são arredondados).
A 3 – Córtex renal (Homem)
A maioria dos tubos renais é revestida por um epitélio simples cúbico. Na preparação
poderá observar também o epitélio simples pavimentoso que forma a camada parietal da
cápsula do corpúsculo renal.
A 4 - Ovário
Dirija a sua atenção para a superfície do ovário e
repare que este órgão é revestido por uma camada
contínua de células cubóides formando um epitélio
simples cúbico (seta).
Obj. 40
V
V
Obj. 40
8
A 6 – Intestino delgado (corte transversal de vilosidades)
A superfície das vilosidades é revestida pelo
epitélio intestinal, um epitélio simples prismático
(cilíndrico ou colunar) (setas) constituído por células
altas, de núcleo alongado situado em geral junto à
base da célula. O eixo das vilosidades é ocupado por
tecido conjuntivo (tc). tc
Obj. 40
A 7 - Tuba Uterina
Corte transversal da tuba uterina onde pode observar uma mucosa muito pregueada,
revestida por um epitélio simples cilíndrico (ep) no qual se evidenciam células ciliadas (as
predominantes) e células não ciliadas.
ep
ep
Obj. 4 Obj. 40
A 8 - Língua
O epitélio de revestimento da língua é um
exemplo típico de epitélio estratificado
pavimentoso (ep). Repare que as células
epiteliais sofrem um progressivo achatamento à
medida que pertencem a camadas mais ep
superficiais.
9
A 9 - Olho, córnea (Homem)
A superfície externa da córnea é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso (ep)
com cerca de cinco camadas de células. O epitélio repousa sobre uma membrana basal (mb)
particularmente espessa, à qual se segue um estroma constituído por múltiplas camadas de
fibras colagénicas.
ep
mb
Obj. 40
A9A + A 10 Pele
A porção superficial da pele - epiderme - é formada por um epitélio estratificado
pavimentoso em que as camadas superficiais sofreram queratinização. Este processo conduz à
morte das células dos referidos estratos, que acabam por se mostrar acelulares - epitélio
estratificado pavimentoso queratinizado.
Camada
Camada córnea
córnea
10
A 10 A - Lábio
Nesta preparação poderá observar igualmente um epitélio estratificado pavimentoso (ep)
que, consoante a zona, é ou não queratinizado.
Não queratinizado
Queratinizado
ep
Obj. 4
Camada córnea
Epitélio
Obj. 4
11
A 11 - Glândula salivar
Procure identificar os canais excretores interlobulares de maior calibre e repare que estes
ductos são revestidos por um epitélio estratificado em que as células da camada mais
superficial têm uma forma colunar. É um exemplo de epitélio estratificado colunar.
Obj. 40
Obj. 10
Obj. 10 Obj. 40
12
A 13 - Bexiga
O epitélio de revestimento deste órgão é
constituído por diversas camadas de células
sobrepostas (3 a 4 nesta preparação). Repare nas
células do estrato superficial, as mais características, e
verificará que são de forma globosa, maiores que as
células dos estratos mais profundos e a sua superfície
apical é convexa e saliente (setas). Muitas apresentam
nucléolo proeminente e algumas são binucleadas. É um
exemplo de epitélio de transição.
Obj. 40
A 13A - Ureter
O ureter é igualmente revestido por um epitélio de transição (ep). Repare que nesta
preparação as células superficiais do epitélio apresentam um bordo luminal denso (seta).
ep
ep ep
Obj. 10 Obj. 40
A 14 - Traqueia (Suíno)
O epitélio de revestimento da traqueia é constituído por uma única camada de células
apoiadas na membrana basal, das quais umas são altas e atingem a superfície e outras baixas
sem chegarem até lá. Os núcleos respectivos encontram-se a diferentes níveis, conferindo
assim a este epitélio um falso aspecto de estratificação. Repare que a maioria das células altas
exibe na sua superfície numerosos cílios. É um exemplo de epitélio pseudo-estratificado
ciliado.
13
A 15 - Epidídimo
Nesta preparação, pode observar, para além do testículo, o epidídimo em vários planos de
corte. Este tubo é revestido internamente por um epitélio pseudo-estratificado. Repare que da
superfície livre deste epitélio se projectam para o lúmen do órgão estruturas filamentosas,
alongadas e relativamente espessas, os estereocílios.
Testículo
Epidídimo
Obj. 4 Obj. 40
A 16 - Mexilhão (manto)
Procure identificar o epitélio ciliado presente no corte.
Cílios
Obj. 40
14
A 17- Traqueia e Esófago
Nesta preparação pode observar a traqueia e o esófago em corte transversal. A traqueia, de
lúmen amplo, é revestida internamente por um epitélio pseudo-estratificado ciliado (seta). O
esófago apresenta um lúmen de contorno irregular devido às pregas da sua parede. É revestido
por um epitélio estratificado pavimentoso.
A 18 – Estômago
O estômago é revestido internamente por um epitélio simples colunar (seta) constituído
por uma população uniforme de células mucíparas (produtoras de muco) de citoplasma claro e
núcleo basal.
Obj. 40
15
A 19 – Glândula salivar
Com a objectiva de 4 observe o aspecto geral desta glândula exócrina. O parênquima
encontra-se organizado em lóbulos, delimitados por septos de tecido conjuntivo. No seio dos
septos conjuntivos, entre os lóbulos, pode observar canais excretores formados por duas ou
três assentadas de células cúbicas ou cilíndricas (epitélio estratificado cúbico ou colunar; setas
finas). No seio dos lóbulos, envolvidos por menor quantidade de tecido conjuntivo e de lúmen
menos amplo do que os antecedentes, encontrará canais excretores intralobulares de epitélio
simples cúbico ou colunar (setas largas).
Obj. 40 Obj. 40
A 20 – Bexiga (equídeo)
A bexiga é revestida internamente por um epitélio de transição. Repare que as células do
estrato superficial, as mais características, são de forma globosa e apresentam um bordo
luminal espessado.
16
TECIDO EPITELIAL GLANDULAR
Preparações histológicas:
Obj. 10
B 2 - Intestino grosso (Hematoxilina - Eosina)
Nesta preparação as células caliciformes têm o citoplasma apical com um aspecto
vacuolizado devido à secreção aqui armazenada (muco) ser fracamente corável pela H.E.
Obj. 10 Obj. 40
B 3 - Duodeno
Obj. 20
B 4 - Útero
Obj. 4
B 5 - Estômago. Região fúndica
19
B 6 - Pele (Homem). Glândulas sebáceas e sudoríparas
FP
Gsud
Gseb
Obj. 10 Obj. 10
B 7 - Estômago (Piloro)
20
B 8 + B 9 - Pele. Glândulas sebáceas
B 10 - Pâncreas
Obj. 10
21
B 11 - Pâncreas
Obj. 40
B 12 - Glândula sub-lingual
Obj. 40
B 13 + B 14 - Glândula salivar mista (cão)
22
B 15 - Glândulas salivares menores
Nesta preparação pode comparar ácinos serosos e ácinos mucosos situados entre feixes de
fibras musculares esqueléticas (coradas de rosa) e células adiposas. As células mucosas (M) têm
citoplasma pouco corado e núcleo achatado situado junto à base da célula. As células serosas
(S), bem coradas, possuem na sua porção apical um citoplasma levemente eosinófilo e na
porção basal um citoplasma intensamente basófilo. O núcleo, de forma arredondada, situa-se
na metade inferior da célula.
Obj. 10
B 16 - Glândulas lacrimais
Obj. 10
23
B 17 + B 18 - Glândulas mamárias (cadela)
Observe os lóbulos glandulares (L) com unidades secretoras constituídas por túbulos e
ácinos de lúmen relativamente largo (alvéolos; A) revestidos por epitélio simples cúbico. O
lúmen de muitas das unidades secretoras contém secreção láctea, eosinófila. No tecido
conjuntivo interlobular poderá encontrar ductos excretores (D) de epitélio bi-estratificado e de
lúmen mais dilatado. As glândulas mamárias são assim exemplo de glândulas exócrinas túbulo-
acinosas compostas.
A
L
A
D
L L
A
B 20 + B 21 - Glândula suprarrenal
Repare que a suprarrenal é constituída por cordões celulares compactos em contacto com
capilares sanguíneos. Estes são facilmente identificáveis na preparação B 19 onde se
apresentam como espaços claros situados entre as células glandulares. A suprarrenal é um
exemplo de glândula endócrina cordonal.
Com a objectiva de 4 poderá verificar que a tireóide é constituída por numerosas estruturas
de perfil circular - os folículos. Usando uma objectiva de maior ampliação, repare que cada
folículo é formado por uma camada de células epiteliais glandulares delimitando uma cavidade
que contém o produto de secreção eosinófilo e de aspecto homogéneo. As células glandulares
da tireóide assumem pois uma disposição folicular (vesiculosa).
B 22; Obj. 10
B 24 – Testículo (varrasco)
Nesta preparação poderá observar cortes de tubos seminíferos (TS) segundo diversos planos.
Repare que no tecido conjuntivo situado entre os tubos existe uma população de células de
dimensões relativamente grandes e de forma arredondada ou poligonal. O seu citoplasma é
ligeiramente eosinófilo e pode conter um número variável de pequenos vacúolos lipídicos. O
núcleo é esférico, volumoso e o nucléolo proeminente. São as células intersticiais ou células de
Leydig (L) que, no seu conjunto, constituem uma glândula endócrina difusa.
TS TS
TS
TS
L
TS
TS TS L TS
TS
TS
Obj. 10 Obj. 40
25
TECIDOS CONJUNTIVOS (propriamente ditos)
Preparações Histológicas:
C 1 - Tecido conjuntivo
Entre os diversos tipos de células que pode observar, tente identificar fibroblastos,
plasmócitos e linfócitos. Os fibroblastos (F) são as células mais numerosas, distribuindo-se por
quase toda a preparação. Possuem núcleo grande, claro, de forma ovóide e com cromatina fina.
Os plasmócitos e os linfócitos são mais facilmente
identificáveis em zonas de pouca densidade celular. Os
linfócitos (L) possuem núcleo pequeno, redondo,
intensamente corado e rodeado apenas por um L
pequeno halo citoplasmático. Os plasmócitos (P) são F
células de citoplasma abundante e basófilo, núcleo P
grande e arredondado ocupando uma posição
excêntrica na célula. Em geral, é possível observar-se
no citoplasma dos plasmócitos uma área clara peri-
Obj. 100 X
nuclear correspondente à zona onde se situa o aparelho de Golgi.
Obj. 40 X
26
C 3 - Tecido conjuntivo (ferida cutânea)
C 4 - Útero (burra)
No tecido conjuntivo laxo da mucosa uterina, entre as glândulas, poderá identificar
eosinófilos (E) e fibroblastos (F). Não confunda os eosinófilos com eritrócitos, também
presentes na preparação. Estes últimos são células anucleadas e aparecem no interior de vasos
sanguíneos.
E F
Obj. 40
27
C 5 – Macrófagos (linfonodo)
Entre os numerosos linfócitos e plasmócitos presentes no linfonodo, procure identificar uns
elementos celulares maiores contendo no citoplasma umas granulações castanhas. São
macrófagos (M). O pigmento é um produto de digestão intracelular da hemoglobina
proveniente de glóbulos vermelhos fagocitados pelo macrófago.
Obj. 40
C 6 – Macrófagos (pulmão)
Nesta preparação, os macrófagos são facilmente identificados pela sua carga de partículas
negras que, por vezes, impedem o reconhecimento do núcleo. Estas partículas são poeiras e
partículas de carvão, pelo que estas células são conhecidas como células de poeiras.
Obj. 40
28
C 7 – Glândula mamária neoplásica (cadela)
P N
Obj. 40 Obj. 40
Os mastócitos são células relativamente grandes e ovóides com núcleo arredondado. Estas
células são geralmente reconhecidas pelos seus grandes grânulos citoplasmáticos, os quais
podem não estar presentes nos cortes histológicos de rotina já que se dissolvem facilmente em
água. Em condições normais, o mastócitos são encontrados em pequeno número no tecido
conjuntivo da pele. No entanto, no mastocitoma cutâneo, um tumor resultante da proliferação
de mastócitos, o seu número aumenta consideravelmente. É o que se verifica nesta preparação,
em que o tecido conjuntivo da derme se encontra infiltrado por numerosos mastócitos. FP:
Folículo piloso.
FP
FP
Obj. 10 Obj. 40
29
C 9 - Pele. Mastocitoma (cão; coloração pelo azul de toluidina)
Os grânulos dos mastócitos podem ser demonstrados com técnicas especiais de fixação e
coloração. Quando corados com certos corantes básicos, como o azul de toluidina, os grânulos
ligam-se ao corante modificando a sua cor (metacromasia). Repare como neste corte obtido do
mesmo bloco da preparação C8, as granulações dos mastócitos se apresentam tingidas de roxo.
Obj. 10 Obj. 40
C 10 - Pele (hematoxilina-eosina)
As fibras colagénicas são acidófilas corando-se de rosa pela eosina. No tecido conjuntivo
da pele (derme), estas fibras aparecem agrupadas em feixes de disposição compacta, sem
orientação fixa.
Obj. 10
30
C 11 – Pólipo fibroepitelial (hematoxilina-eosina)
Tal como na preparação C10, as fibras colagénicas apresentam-se cordas de rosa pela
eosina e aparecem agrupadas em feixes de disposição compacta, sem orientação definida
(tecido conjuntivo denso irregular).
C 12 - Pele (Homem; impregnação pelo nitrato de prata). Fibras reticulares (fibras argirófilas)
A impregnação pelo nitrato de prata permite evidenciar as fibras reticulares coradas de
negro. Por causa da sua afinidade por sais de prata, estas fibras recebem também o nome de
argirófilas.
Obj. 10 x Obj. 40 x
Obj. 40
31
C 14 - Pele (Homem; coloração orceína). Sistema elástico
A orceína, tal como a fucsina-resorcina de Weigert, é uma coloração específica para as
fibras elásticas, corando-as de negro, castanho-escuro ou vermelho-escuro. Repare na
distribuição das fibras elásticas no tecido conjuntivo derme (D) e veja como elas se concentram
na parede dos vasos sanguíneos (VS). Ep, epiderme.
Ep
VS
Obj. 20 x Obj. 40 x
Obj. 40 x
Obj. 10 x
32
C 17 – Crista de galo. Tecido mucoso
A forma mais primitiva de tecido conjuntivo é representada pelo mesênquima
embrionário (preparação C 11) ou pelo tecido mucoso. Este último é um tipo de tecido raro no
adulto, podendo ser encontrado na crista do galo. Caracteriza-se por possuir grande quantidade
de substância fundamental e células ramificadas. As fibras colagénicas são raras e finas.
Obj. 20 x
Nesta preparação, o mesentério foi distendido entre a lâmina e a lamela. Não está assim
a observar um corte histológico, mas a estudar o mesentério através da sua transparência
natural. Observe as fibras elásticas (E), E
electivamente coradas (finas e ramificadas,
formando uma rede de malhas relativamente
largas), as fibras colagénicas (C) (mais espessas,
C
não ramificadas e coradas tenuamente), os
vasos sanguíneos (VS) com eritrócitos no seu VS
interior e os núcleos de vários tipos celulares.
Sendo o mesentério uma membrana, já que
possui uma espessura reduzida, o tecido
conjuntivo que entra na sua constituição é
designado por tecido conjuntivo membranoso. Obj. 40 x
33
C 19 – Pele (Homem)
Observe o tecido subcutâneo (hipoderme) e repare que é constituído por uma variedade
de tecido conjuntivo em que as fibras colagénicas, de aparência ondeada e orientação irregular,
estão arranjadas de forma folgada. Por entre as fibras e as células existe uma matriz amorfa,
incolor, sem estrutura aparente. Este tecido conjuntivo da hipoderme é classificado como
tecido conjuntivo laxo. Em certas zonas da preparação é possível observar-se também tecido
conjuntivo denso e adipócitos uniloculares.
Laxo Denso
Obj. 10 x
Obj. 10 x Obj. 20 x
Ep
Obj. 40 x 34
C 21 - Tendão (coloração de Van Gieson).
O tecido conjuntivo que constitui o tendão - tecido conjuntivo tendinoso - contém feixes de
fibras colagénicas dispostos paralelamente uns aos outros (tecido conjuntivo denso regular) e,
entre os feixes, núcleos achatados de fibrócitos. TCL, tecido conjuntivo laxo vascularizado entre
os feixes colagénicos.
TCL
Obj. 4 x
Os ligamentos têm uma estrutura semelhante à dos tendões, apresentando feixes de fibras
colagénicas paralelos uns aos outros. Assim, o tecido conjuntivo que constitui os ligamentos é
um exemplo de tecido conjuntivo denso regular. Entre os feixes colagénicos mais espessos
pode observar tecido adiposo unilocular.
35
C 24 - Corpúsculos de Vater-Pacini. Tecido conjuntivo lameloso
LN
Obj. 4 x Obj. 10 x
36
TECIDO ADIPOSO
Preparações Histológicas:
Obj. 10 x
37
D 4 - Tecido adiposo unilocular (coloração pelo Sudan III)
O Sudan III é um corante indiferente, isto é, cora por processos puramente físicos:
solubiliza-se nos lípidos conferindo-lhes a sua cor (laranja). As células adiposas apresentam-se,
assim, como círculos corados de laranja. Neste caso, a gordura não foi solubilizada.
Obj. 20 x
Repare que nesta variedade de tecido adiposo, a gordura, em vez de formar uma só gota
grande no interior da célula, está repartida por numerosas gotículas de diferentes dimensões. O
núcleo das células adiposas multiloculares é, em geral, de forma arredondada e encontra-se
rodeado por uma quantidade significativa de citoplasma eosinófilo. Na preparação D5 o tecido
adiposo multilocular ocorre junto a um corte da artéria aorta.
D5; Obj. 40 x
38
D 7 - Tecido adiposo unilocular e multilocular (rato; hematoxilina-eosina)
Unilocular
Multilocular
Obj. 20 x
39
TECIDO CARTILAGÍNEO
Preparações histológicas:
TI
TC
TC
TI
E 5; Obj. 40 x E 5; Obj. 40 x
40
E 6 – Cartilagem hialina (suíno)
Observe os grupos isogénicos de condrócitos. Veja como as células apresentam o
citoplasma retraído, sem preencher toda a lacuna. Tal aspecto deve-se à retracção dos
condrócitos em consequência da perda de glicogénio e lípidos durante a preparação do
tecido.
Obj. 40 x
Obj. 4 x Obj. 20 x
41
E 8 - Bifurcação traqueo-brônquica (suíno)
Cartilagem hialina.
Obj. 10 x Obj. 40 x
Obj. 40 x
42
E 13 - Epiglote (leitão). Cartilagem elástica. Coloração pela H&E
Os componentes essenciais da
cartilagem, isto é, a matriz contendo
feixes de fibras elásticas e os
condrócitos, são evidentes. A rede de
fibras elásticas (coradas de rosa vivo)
é particularmente densa na
adjacência imediata dos condrócitos
que, por sua vez, são mais
compactados do que na cartilagem
hialina. Na preparação, à volta da
cartilagem, poderá observar
glândulas, bem como tecido
Obj. 20 x
conjuntivo com adipócitos
uniloculares. Note a presença de um
epitélio estratificado pavimentoso a
revestir a superfície da epiglote.
43
E 15 - Disco da articulação temporomandibular (ovino). Fibrocartilagem
Na porção central do disco articular poderá verificar a presença de feixes de fibras
colagénicas (setas) entremeados de condrócitos (C) rodeados por matriz basófila de aparência
homogénea.
Obj. 20 x
44