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Leitura
Módulo 2
Tumor benigno que apresenta proliferação de vasos sanguíneos e que será abordado no modulo de lesões proliferativas.
2
Material para
Leitura exames complementares
TIPOS DE BIÓPSIA:
INCISIONAL/PARCIAL:
Caracteriza-se pela remoção de um
fragmento da lesão, o qual será submetido
ao exame histopatológico (avaliação
microscópica). Indicada em lesões múltiplas,
lesões extensas e lesões com suspeita de
neoplasia maligna. Neste último exemplo,
a opção por este tipo de procedimento se
justifica pelo fato de o paciente precisar Figura 1. Desenho esquemático demonstrando fragmento de tecido
de um tratamento subsequente, que será obtido em uma biópsia parcial. Fonte: Pippi et al. (2006)
realizado por algum profissional da área
médica, sendo importante uma avaliação da
lesão por esse profissional.
Sugere-se que a área de eleição da região a ser biopsiada e a extensão (quantidade de tecido
removido) envolvam tecido sadio da margem da lesão, permitindo a visualização da relação da lesão
com os tecidos vizinhos e evitando áreas de necrose. Em casos de lesões friáveis (lesões em que o tecido
se rompe com facilidade), deve-se tomar cuidado para não lesar o espécime e lança-se mão de sutura
na borda de tecido normal, facilitando o controle de sangramento local e melhor fechamento da área.
ORIENTAÇÕES GERAIS
Fragmento de tecido indesejável: incisão rasa, remoção muito superficial da lesão sem poder
verificar a relação com tecido vizinho sadio (neoplasias malignas invadem tecido vizinho, neoplasias
benignas não invadem).
Fragmento de tecido desejável: incisão estreita e profunda, removendo uma margem de tecido sadio.
Figura 2. Exemplos de casos em que as lesões têm indicação de biópsia incisional (parcial). A) Nota-se extensas placas brancas
entremeadas com áreas atróficas em bordo lingual. As hipóteses de diagnóstico foram de leucoeritroplasia (desordem potencialmente
maligna que será discutida nos módulos 3 e 9) x carcinoma espinocelular (lesão maligna que será abordada nos módulos 4 e 10). B)
Múltiplos nódulos com aspecto moriforme (aspecto superficial que lembra uma amora) localizados em palato, cuja hipótese foi de
lesão granulomatosa (infecciosa) x carcinoma espinocelular. Em ambos os casos a biópsia incisional foi indicada tanto pela extensão
da lesão quanto pela presença do carcinoma espinocelular no diagnóstico diferencial.
Material para
Leitura exames complementares
BIÓPSIA EXCISIONAL:
Exame complementar com finalidade
de obtenção do diagnóstico onde se retira
toda a lesão para exame histopatológico.
Cabe ressaltar que o objetivo é estabelecer o
diagnóstico, mas acaba-se tratando a lesão
concomitantemente, pois ela é removida.
Indicada para lesões isoladas, pequenas, sem
suspeita de malignidade (neoplasias benignas
e lesões inflamatórias). Para lesões reacionais
(causadas por agente irritativo3 como trauma)
deve-se remover o agente causal evitando a
recidiva da lesão.
Figura 3. Desenho esquemático demonstrando fragmento de tecido
obtido em uma biópsia parcial. Fonte: Pippi et al. (2006)
ORIENTAÇÕES GERAIS
Biópsia indesejável: bordas laterais e/ou profundas comprometidas, deixando lesão residual.
Biópsia desejável: remoção total da lesão, bordas laterais e profundidade adequadas. Incisões
elípticas, profundidade suficiente removendo a lesão como um todo.
Figura 4. Exemplos de lesões com indicação de biópsia excisional (total). Em ambas as imagens nota-se lesão nodular, única, de limites
bem definidos, cujas hipóteses de diagnóstico são de lesões de natureza benigna, como fibroma, hiperplasia fibrosa e granuloma
piogênico, assuntos do módulo 6.
3
Agente irritativo: o hábito de morder repetidamente a bochecha, um dente ou prótese fraturados que fiquem machucando bochecha,
língua ou outra parte da boca podem ser considerados fatores irritativos, ou seja, agentes que produzem lesão na boca.
4
Vasoconstritores: substâncias que atuam promovendo o fechamento dos vasos sanguíneos de forma a aumentar o efeito anestésico e
auxiliar no controle do sangramento (hemostasia). Diferentes substâncias podem ser incluídas no anestésico para obter esse efeito. A
adrenalina (epinefrina) é uma das substâncias mais utilizadas, sendo indicadas pelo nome vasoconstritor adrenérgico.
Material para
Leitura exames complementares
Instrumental para biópsia
• Odontoscópio
• Pinça
• Sonda exploradora
• Seringa carpule
• Descolador (sindesmótomo) - Pode ser espátula de cera nº7
• Cabo de bisturi
• Pinça hemostática (curva e reta)
• Pinça Allis
• Pinça de Adson (com dente e sem dente) mais delicada
• Pinça Backhaus
• Porta agulha delicado (com videia)
• Tesoura Metzembaum (ponta romba)
• Tesoura (ponta fina)
• Cureta de Lucas
• Cubeta metálica
Embora não permita a avaliação morfológica dos tecidos, pode ser a responsável por
definições e decisões terapêuticas decisivas no prognóstico dos pacientes. Não é muito
utilizada na rotina de Estomatologia, tendo indicação bem específica.
Material para
Leitura exames complementares
Após esse processamento, o patologista terá condições de realizar o exame anatomopatológico
(ou histopatológico). Para isso, será utilizado um microscópio de luz, em que será estudada a intimidade
do tecido. A partir do exame e dos dados fornecidos na ficha, o patologista emitirá um parecer. O laudo
final será enviado para o clínico solicitante que deverá entregar uma via do exame para o paciente e
registrar no prontuário do paciente, o diagnóstico histopatológico e número do exame.
CONCLUSÃO:
Para chegar ao diagnóstico definitivo, o clínico avalia a consistência do diagnóstico do patologista
com as manifestações clínicas. Então, quanto melhor a realização da biópsia e o preenchimento da
ficha, maior a probabilidade de receber um laudo conclusivo e de o diagnóstico definitivo ser alcançado
com tranquilidade. O diálogo entre o clínico/cirurgião com o patologista é extremamente válido na
condução do caso. Não podemos esquecer que, apesar da distância entre o clínico e o patologista,
o processo diagnóstico consiste em um trabalho de equipe, onde desempenhar o nosso papel com
generosidade só aumenta a probabilidade de obtermos resultados favoráveis.
REFERÊNCIAS
COLEMAN, C. C.; NELSON, J. F. Princípios de diagnóstico bucal. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koo-
gan, 1996.
MARCUCCI, G. Fundamentos de odontologia: estomatologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,
2005.
PIPPI, R. Technical notes about soft tissues biopsies of the oral cavity. minerva stomatol., torino, v. 55, n. 10,
p. 551-566, 2006.
Equipe Responsável
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do Núcleo de
Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS-UFRGS) e do Programa Nacional de
Telessaúde Brasil Redes.
TelessaúdeRS-UFRGS
Coordenação Geral Projeto Gráfico
Marcelo Rodrigues Gonçalves Luiz Felipe Telles