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DD e BIÓPSIA

Nem sempre quando se tem uma lesão é necessário realizar uma biópsia!!

1º Realiza-se a história da lesão, quanto tempo, se dói


2º Exame Físico – como é a lesão fisicamente
Para depois se fazer o diagnóstico histológico (técnica de biópsia)

O que é importante??? Que se tenha uma suspeita de algo, e a partir daí define se é necessária
uma biópsia ou não!
Caso precise, com a biópsia se terá um diagnóstico definitivo de uma determinada lesão.
Existe doenças bucais que são reflexo de doenças sistêmicas
EX: tumor marrom (ocorre em pacientes que tem hipertireoidismo)

Quanto tempo a lesão está presente?

Tamanho da lesão

Mudança das características (bolha que evolui para ulcera ex: úlcera)

Sintomas (ausente ou presente)

Exemplos onde não necessita realizar uma biópsia

1 - Paciente com paratireoidismo e que tinha um granuloma bucal, mostrando que não havia
necessidade de fazer biópsia, pois já se tinha o diagnóstico da paciente! Então, partiu para o
tratamento, que foi acompanhar os exames de cálcio, paratormônio, fosfatase alcalina e
fosforo)

2- Mieloma múltiplo que são lesões radiolúcidas, que será avaliado laboratorialmente dando o
diagnóstico e o tratamento será clinico!!

3- Lesões brancas (eritema multiforme) que é uma reação alérgica, não necessita de biópsia,
pois trata-se de uma lesão inflamatória (reação alérgica). Então deve-se primeiro investigar a
lesão para não realizar a biópsia indevidamente!

4- Estomatite nicotínica, também é uma reação inflamatória, então não é necessária biópsia.

Exame físico->> a localização da lesão ajudará a definir o tipo de lesão, mas também
o tipo de biópsia

-Se está perto de estruturas nobres (perto do seio, NAI), perto da carótida
-Tamanho e forma -

Importante: A biópsia serve para o diagnóstico da doença, mas não serve para o
planejamento. Por exemplo se a lesão encontra-se na vestibular, lingual, precisa de um exame
tomográfico !!
Então:

Biópsia = suficiente para diagnóstico x Outros exames = planejamento da


cirurgia

-Lesões solitárias ou múltiplas ->


-Avaliar Cor -> amarelada, avermelhada, etc.,
-Limites -> se tem limites definidos ou não (infiltrativa)
-Consistência -> Mais ou menos consistente Ex: abcesso é mole; Celulite é duro
-Pulsação -> Frente a uma lesão vascular ou uma lesão não vascular
-Presença ou não de linfonodos comprometidos - > através da palpação da cadeia de
linfonodos, pode se detectar infecção quando linfonodos são palpáveis

Lesões elementares

Mancha, Mácula, Pápula, Nódulo, Bolha, Vesícula (liquido no interior)


Cicatriz (em cirurgia de 3molares forma-se uma cicatriz) Fissura, Físsula, Pústula
Tumor, Cisto (circunscrito com epitélio ao redor)

Exames por imagem e laboratoriais


Exames de imagens –radiografias convencionais (periapical, oclusal, panorâmica, extra-bucais),
tomografia computadorizada, ressonância magnética, sialografia (exames de glândulas
salivares) cintilografia (glandular ou óssea), Ecografia ou ultrassonografia

Cintilografia óssea – injeta-se um isótopo na corrente sanguínea do paciente (que tem


afinidade por osso por exemplo) e ele se difunde pelo osso do paciente, e depois faz-se uma
radiografia da área que deseja analisar. As células que estão em constante crescimento elas
captam os isótopos. Então se tem um tumor ósseo vai ficar mais escuro na radiografia, porque
estão em constante divisão celular.

Não é indicado fazer cintilografia em crianças, pois estão em constante crescimento, então no
exame vai mostrar áreas bem escuras nos ossos que estão em desenvolvimento, podendo
mascaras as lesões quando presentes.

Professora deu um exemplo de um paciente que tinha um aumento de volume no lado


esquerdo (apareceu em 1 semana, ou seja, crescimento rápido) na radiografia panorâmica
observou uma lesão óssea no côndilo (pode ser oesteoma, osteossarcoma. Etc.)
Pediu-se uma tomografia óssea (feita em cortes), mas também uma cintilografia óssea,
identificando uma área bem escura na região de côndilo!
Com isso, a suspeita foi de osteossarcoma e osteoma!
Então é necessário a realização de uma biópsia nesse paciente. Foi feito anestesia geral,
incisão no fundo de vestíbulo, incisando até chegar ao côndilo, tirando um pedaço do côndilo.
Diagnóstico = Osteossarcoma

Ressonância – identifica inflamações nas articulações (joelho, atm, Cotovelo)

Ultrassonografia – da a proximidade de uma artéria com uma veia. Usada para no momento
de a cirurgia não lesionar nenhum tecido sadio e não para fins diagnósticos.

Quando realizar uma biópsia? Indicações


- Qualquer lesão que persista por mais de 2 semanas sem base etiológica. Ex = dente quebrado
com uma ulcera do lado, lesão persiste por causa do dente quebrado, então não necessita de
biópsia. Mas quando se tem uma lesão que dure por mais de 2 semanas, realiza-se uma
biópsia.

- Qualquer lesão inflamatória que não responda a tratamento após 10 a 14 dias da remoção da
causa. Ex: removeu o dente, e a lesão persistiu, necessita biópsia

- Alterações hiperceratóticas persistentes

- Qualquer tumefação persistente visível ou palpável sobre tecido relativamente normal.

- Lesões ósseas não identificadas

- Toda lesão com características de malignidade (crescimento rápido, lesões avermelhadas ou


esbranquiçadas)

Tipos de biópsia
- Citologia esfoliativa
- Biópsia por aspiração
- Biópsia incisional (parcial)
- Biópsia excisional (completa)

Citologia esfoliativa consiste em uma espátula ou escova, e passa (´´raspa´´), semelhante ao


preventivo ginecológico, onde você passa removendo algumas células e coloca na lâmina para
ser examinado.
Coloração Papanicolau classe 1 – normal – citoplasma grande, núcleo pequeno, sem nada ao
redor
Coloração Papanicolau classe 2 – inflamação – células normais com linfócitos e neutrófilos
Coloração Papanicolau classe 3 -malignidade citoplasma grande, células com 3 núcleos

Outras colorações – Agenor, que é uma coloração feita pela prata, que fica umas bolinhas
dentro do núcleo, que são núcleos de organização celular, que são formadas na mitose, ou
seja, quanto mais bolinhas tem, mais células estão dividindo que serão detectadas em lesões
malignas.

Biópsia por aspiração – Pega-se uma agulha, em uma lesão com massa e fura a lesão puxando.
Então, fica células dentro da agulha, posteriormente coloca-se numa lâmina as células
retiradas do paciente. (geralmente opta-se por essa biópsia devido ao difícil acesso) conserva-
se o tecido em álcool, diferente das biópsias incisional e excisional que são em formol.

Cisto epidermóide, perfura a lesão, obtendo células das lesões, e daí obtém-se a informação se
a lesão é benigna ou maligna.

Biópsia incisional – Quando se retira uma parte da lesão. Os motivos para optar por essa
biópsia = quando a lesão é muito grande, localização da lesão (melhor tirar um pedaço) e
quando suspeitar de malignidade (lesões brancas, avermelhadas, acastanhadas).

Pergunta!!! Porque se faz uma biópsia incisional e não excisional num tumor
maligno???

R= imagina uma lesão no côndilo, se você remover o côndilo inteiro, aí descobre que não é um
osteoma e sim um osteossarcoma, então você não pode remover uma lesão inteira, pois você
irá perder os parâmetros para operar o paciente posteriormente!

Então toda vez que suspeitar de uma lesão maligna, a biópsia é incisional. A única excisional é
o melanoma, pois tem uma discussão pois suspeitam que tenha células do melanoma que
pode se espalhar na corrente.

Exemplo = nódulo com suspeita de cisto epidermóide ou pode ser um Tumor odontogênico
adenomatóide.

O cisto epidermóide remove ele inteiro, o TOA é tratado tbm removendo inteiro. Então pode
realizar a biópsia excisional, pois o tratamento será o mesmo.

Paciente tem ceratocisto ou amelo? Ceratocisto o tratamento é curetagem, e o amelo tira-se a


mandíbula inteira! as 2 suspeitas tem tratamento diferentes. Se o tratamento é o mesmo faz-
se pode ser feito biópsia excisional, agora se o tratamento for diferente a biópsia é incisional...
Isso se chama conduta frente a lesão.

Existe 2 formas de corte na biópsia incisional!


Ambas os Corte são no formato de cunha (em V) – pega-se o bisturi fazendo 2 cortes e os
cortes tem que se encontrar, para não formar tecido morto no final!

1a forma - Cunha rasa e larga-

2ª forma - Cunha estreita e profunda - o ideal é que se pegue mais camadas para pegar
tecidos sadios e não sadios.

Formato de elipse – semelhante a feito na bucha na clinica de CBMF 1

Quando é feito incisional e deixa-se um espaço no tecido, faz-se a divulsão do tecido para ter
área para suturar a região

Biópsia excisional - Remoção de toda a lesão

Formol para conservar os tecidos da biópsia incisional e excisional

Quais são as contra-indicações relativas e absolutas das biópsias incisionais?

-Melanoma
- Lesões vasculares (lesão com muitos vasos, não se tira a lesão, deve-se cortar os vasos
ligando-os, e depois incisionar a lesão)
- Lesões glandulares (pq se cortar glândula ela não cicatriza)
- Lesões pigmentadas que se suspeita de melanoma

Quais são as indicações de biópsia excisional?

- Lesões pequenas
- Lesões vasculares, lesões glandulares lesões pigmentadas (todas benignas)

Exemplo de um papiloma
Características – lesão benigna, pequena e localização superficial (na pele da face) então faz-se
a anestesia, depois incisão em elipse e em cunha.

Cuidados com as biópsias incisional e excisional:


-Pote compatível com a lesão
-Formol tem que cobrir a lesão inteira (ideal formol 20x maior que a lesão
-Não pode comprimir a lesão (boca compatível com a lesão)
-Fazer identificação (nome do paciente, idade, que tipo de tecido, data que foi realizada a
biópsia)
- Colocar uma ficha acompanhando a lesão (raça, história clínica, se tem sintomatologia, pulsa
ou não, formato da lesão, etc...) e se tiver imagens (panorâmica por ex) anexar com a ficha
Biópsia seriadas – São biópsias que são realizadas em intervalos regulares, que são para
controle de um paciente. Ele determina o progresso e a resposta a um tratamento Ou seja, em
lesões que se fazem acompanhamento em longo prazo.

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