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FRATURAS EXPOSTAS
Definição: É a solução de continuidade de pele e de tecidos moles adjacentes que permitem a
comunicação óssea direta ou de seu hematoma fraturairio com o meio exterior. Nem sempre em
uma fratura exposta você vai ver o osso.
Mecanismos de trauma:
De dentro para fora: primeiro o osso quebra e depois o fragmento ósseo fraturado
perfura as partes moles e a pele, e se expõe. Nessas situações o osso pode sair da pele e,
na continuidade da lesão, voltar para dentro. Aqui é um trauma de menor energia.
De fora para dentro: quando algum agente externo provoca lesão inicialmente de pele e
partes moles e depois causa fratura óssea. Pode ate culminar com amputação
traumática. Ex: lesão por arma de fogo. Aqui temos uma maior energia, temos lesão
de pele maior
Fratura exposta oculta: quando o osso se expõe para alguma cavidade interna do
organismo (como anus, vagina), não estando prontamente visível aos nossos olhos.
Então, é importante estar atento a essa possibilidade, principalmente em pacientes
envolvidos em acidentes automobilísticos ou com trauma de bacia. Por esse motivo, o
toque retal faz parte da avaliação inicial do politraumatizado e, muitas vezes, se houver
sangramento evidente é necessária a realização de toque vaginal também.
Ex: uma espicula de uma fratura da pelve pode romper a vagina , o ânus , o trato grastro-
intestinal e pode provocar um sangramento que está vindo do osso .Esse é um caso especial
em que eu tenho lesão de mucosa intestinal, vaginal , anal e etc.
O mecanismo de trauma é o primeiro dado que temos que buscar na avaliação desses
pacientes: qual foi o tipo de acidente? Qual o grau de energia envolvido nesse trauma? Muitas
vezes o paciente não vai ser capaz de transmitir essa informação, então temos que busca-la
com algum parente ou com o socorrista. Quanto maior a energia envolvida no trauma, maior vai
ser a energia dissipada para os tecidos e consequentemente as lesões vão ser mais graves e
mais complexas.Lesões de dentro para for a tendem a ser de menor energia e traumas de fora
para dentro tendem a ser de maior energia.
*Obs: Se eu tenho uma lesão cutanea na mesma topografia de uma fratura, ela é considerada
exposta até que se prove o contrario. Mas se eu tenho uma fratura no braço ,exemplo, e uma
lesão cutanea na perna isso não é fratura exposta.
*Obs: quando eu perco partes moles, eu perco uma importante estrutura de nutrição óssea
( perioesteo).
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser óbvio, mas nem sempre se apresenta de forma evidente. Toda
paciente vítima de trauma com dor no segmento do membro tem que ser submetido a
Suellen Casotti Scoqui e Beatriz Rivera
um exame radiográfico (somente após a estabilização).
Regra: membro com uma ferida, mesmo que seja puntiforme, com sangramento
pequeno providenciar o tratamento do paciente o mais rapido possivel porque o
grau de sequela que o paciente vai ter depende do tempo em que a
intervenção
a intervenção medica sera feita.
Classificação:
O dado das partes moles é o mais importante e é com base nele que iremos decidir a terapêutica
do paciente. DECORAR A CLASSIFICAÇÃO!!
1º)Abordagem Inicial
Quando o paciente chega na emergência a primeira coisa que temos que fazer é o
controle do dano, ou seja, evitar a piora da lesão de partes moles. Você vai tentar uma
imobilização, um realinhamneto ....
Profilaxia do tétano
Profilaxia de infecções secundarias
Promover as condições favoráveis à consolidação óssea. Relembrando que para a
consolidação acontecer é necessário suprimento sanguíneo adequado (biologia)e
estabilidade (mecânica).
Avaliação do paciente com fratua exposta Seguir a rotina do ATLS, com a avaliação do ABCDE.
“E”-exposição :
Deficit neurovascular /partes moles
Realinhar( tentar colocar o membro no melhor lugar, mas sem objetivo de colocar no
lugar fidediguino )
Fazer a imobilização provisoria
Não explorer a ferida na emergência , pois a emergencia é um local contaminado
Cobertura da ferida : curativo esteril
Então, isso é só para lembrar que mesmo se aparecer alguém com o pé pendurado na
emergência, a avaliação é essa! Só após o ABCD é que avaliamos a lesão.
Na emergência o que temos que fazer é uma avaliação inicial e cobrir com um curativo
estéril, começar antibioticoprofilaxia e profilaxia para o tétano. Assim que o paciente estiver
estabilizado e estiver em condições, ele vai ser encaminhado para o exame de imagem.
Então, não é para tentar cobrir o osso com a pele, lavar com soro fisiológico, etc. Pode ser
feita uma imobilização provisória.
Esse paciente depois de ter feito essa estabilização inicial , você leva o paciente para o
centro cirurgico.
Obs: o realinhamento que você faz na emergencia é so para colocar o membro no lugar ,
isso para diminuir traumas de partes moles,permitir retorno venoso , permitir que sangue
arterial chegue nas extremidades , diminuir o edema e a tortuosidade ( ex: se o membro
esta torto os vasos tambem podem estar, então você coloca pelo menos alinahdo com o
restante do corpo ).Já a redução visa realinhar de forma mais fidediguena, tem obejetivo
terapeutico .
Obs *: se tiver na area rural , mas foi uam lesão pequena / um trauma de baixa energia você
vai fazer cefalosporina + penicilina. Fazemos aminoglicosideo somente em traumas mais
extensos .
Profilaxia do tétano
Imunização nos últimos 10 anos: Imunização ativa 0.5 mL toxóide tetânico IM
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Mais de 10 anos ou história desconhecida: imunização ativa com 0,5mL toxóide tetânico
IM e imunização passiva : 4 U/K globulina imune tetânica humana.
Exemplo : agora paciente que chegou com lesões tipo I ai sim eu posso fazer o tratamento
definitvo, pois ele tem cobertura de partes moles.
A consolidação óssea secundaria ocorre em fases. O primeiro evento, que começa a acontecer
no momento da fratura, é a formação do hematoma fraturario . A partir dele começa a haver a
diferenciação de células pluripotenciais e formação de citocinas. Desse hematoma surge um
calo mole em até 2 semanas , pela ação dos fibroblastos. Depois e 2 semanas começa a poduzir
um calo duro. Esse processo continua com a remodelação óssea ,então depois de 6 à 8 meses
temos o osso totalmente consolidado , voltando para sua forma normal ,reabosrveendo os
excessos de calo osseo .
Um excesso de movimento no local da fratura ou alguma alteração vascular podem gerar uma
deficiência na consolidação óssea. Doenças endócrinas, idade, estado nutricional e falhas no
tratamento (como falta de cooperação do paciente) também podem contribuir para a falha na
consolidação. ".
1.3)CONSOLIDAÇÃO VICIOSA
Quando a consolidação acontece com fragmentos desalinhados, ou seja, paciente fica com
algum grau de deformidade. Às vezes acontece encurtamento do membro e dor mecânica.
Ex: consolidação com desvio em varo (quando o vértice da consolidação se afasta da linha
media). Existe uma sobrecarga do compartimento medial do joelho, podendo opaciente
apresentar dor na parte medial do joelho.O tratamento pode ser feito de forma conservadora,
quando o paciente aceita a deformidade e quando vemos que a articulação tem uma amplitude
de movimento muito grande, sendo capaz de compensar a deformidade. Ex: o ombro tem uma
amplitude muito grande então, geralmente, o paciente não tem muita queixa. Se a fratura da
tíbia fosse no plano sagital, o paciente provavelmente não teria muita queixa.O tratamento
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cirúrgico pode ser feito com uma correção imediata, com a placa (realinhando o osso e
estabilizando) ou pode ser uma correção progressiva, com o fixador externo (usado quando as
deformidades são muito grandes)
Fatores envolvidos nas complicações da consolidação ( retardo e pseudoartrose)
Instabilidade do foco de fratura ( mecânica )
Vascularzaçaõ deficient dos fragmentos ( biologica)
-Região anatômica da fratura
-Tipo de trauma
-Traço de fratura
-Método de tratamento escolhido
-Presença de uma infecção
-O fato de ser uma fratura exposta
-A própria lesão de partes moles.
EX: A vascularização do escafoide é dada pelo ramo dorsal da artéria radial e ocorre de distal
para proximal. Então, quando ha uma fratura completa/ transversal do escafoide, ocorre uma
interrupção do fluxo sanguíneo para o seguimento proximal. Isso é uma causa de
pseudoartrose do escafoide.
Diagnóstico
Historia e exame fisico
Dor e sensibilidade
Natureza da lesão ( energia do trauma, fratura exposta)
Procedimentos já realizados
Mobilidade do foco da fratura
Condições de partes moles
Infecção?
Exames de imagem
Aspectos radiologicos :calo ausente ou hipertrofico; alargamento do traço fraturario;
esclerose nas extremidades da fratura.
Bacteriologico : caso ele tenha uma osteomielite , uma historia de fratura passada .
Achados laboratorias NÃO AJUDAM !!
O diagnostico é feito basicamente com historia e exame físico. Lembrar que a fratura tem que
ter pelo menos 6 a 8 meses de evolução. No exame físico observamos o movimento do foco
de fratura, entretanto, em alguns segmentos do corpo isso pode ser complicado de se
fazer.Exames de imagem confirmam. Achados laboratoriais permitem pesquisa da causa da
pseudoartrose.No exame físico podemos ver dor e instabilidade, cicatrizes, lesões de partes
moles, perdas teciduais e infecção. Há alargamento do traço de fratura e esclerose das
extremidades da fratura.
Obs IMPORTANTE PROVA: Se o osso ficar fino , como ponta de lapis ,falta biologia , ou seja, é
falta de vascularização, que levou a falta de osteoblasto ( pseudoartrose atrofica). Mas se o
osso ficar parecido com uma pata de elefante é porque a falha é mecâncica/ estabilidade e a
vascularização está boa (pseudoartrose hipertrofica).
Pseudoartrose asseptica : não possui foco infeccioso associado.Aqui pode ser tanto
falaha mecânica como falaha biologica.
Pseudoartrose septica :possui um foco infeccioso no foco da fratura
Pseudoartrose sinovial : A sinovial também é muito rara, além de ser crônica. Há a
formação de uma pseudocapsula, no local da pseudoartrose, que passa a produzir
líquido sinovial.Resulta da persistencia prolongada de movimento no local da fratura
( bem vascularizada). Mais comum em : úmero, femur, e tibia.
Tratamento
O objetivo é obter a consolidação. Pode ser cirúrgico ou não cirúrgico. Se o problema for de
estabilidade ou mecânico , por exemplo, podemos atuar nesses casos sem necessidade de
cirurgia.Se o problema for biologico ,no caso das atróficas a cirurgia se faz necessária, para
cruentizar o foco da pseudoartrose , ou pode ser feito uma auto-enxertia óssea com células
da medula óssea no foco de fratura, além de células tronco e plasma rico em plaquetas.A
compressão do foco de fratura aumenta a estabilidade.
O tratamento é uma URGENCIA e é feito uma fasciotomia (incisões das facias ): deixa aberto e
vai cicatrizar por segunda intenção.
4º)Tromboembolismo
Outra complicação de fraturas. É muito comum em fraturas de ossos da pelve , fêmur e tíbia
(ossos maiores).Provoca é a tríade de virchow: coagulabilidade aumentada, estase e lesão
endotelial.
2/3 das tromboses são assintomáticas. Quando assintomáticas cursam com alteração de cor
e temperatura, edema, dor e distenção venosa.
A USG tem alta sensibilidade e especificidade em pcts que tem sintomas. Mas em
assintomáticos não ajuda muito (logo em quem a gente precisa).A USG ela não é recomendada
para triagem. Ela identifica trombos, mas é incapaz de prever quais provocarão TEP.
LESÕES FISÁRIAS
placa fisaria = fise
São as fraturas que acontecem na criança.O osso de uma criança tem a parte metafisária, a
placa de crescimento (fise) – que permite o crescimento longitudinal do osso , e a epífise.O
crescimento do osso se dá a partir da epífise, então próximo a ela existe a camada germinativa
(camada de cartilagem de repouso. Essas células sofrem um processo de proliferação e de
hipertrofia). Na camada hipertrófica existe a menor quantidade de matriz extracelular - camada
mais frágil da placa fisária, onde ocorrem as lesões.
Tipo I: destacamento da epífise e da metáfise. Muito fácil a visualização no RX. Tipo II: o
fragmento da epífise leva junto com ele a fratura da metáfise. É a mais comum e pode