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Fraturas Expostas

Fracturas Expostas e
sua subclassificacao
INTRODUÇÃO

 Estas fracturas são sempre muito


mais graves, pois acompanham-se de
lesões musculares ,nervosas e arteriais
e arteriais com por vezes hemorragias
severas .Mas o aspecto mais importante
duma fractura exposta é que ela esta
contaminada.
Fraturas expostas

 Há 100 anos uma fratura exposta significava


amputação ou morte. Depois conseguiu-se
preservar o membro. Com o advento da assepsia
e dos quimioterápicos foi possível prevenir a
infecção. Hoje no século XXI é possível restaurar
a função em 86% dos casos.
Fracturas expostas; Definição:

 Fractura exposta ou aberta e aquela


que apresenta uma ferida na pele
que comunica com o foco da
fractura.

Após 6 horas = fratura infectada.


 Até 6 horas = fratura contaminada.
EPIDEMIOLOGIA

 A incidência de fratura expostas varia, de acordo


com cada região, do tamanho da
cidade, sua atividade econômica, entre outras
variantes. Court-Brown et al (1996)
relatam a incidência de 21,3% de fraturas
expostas de ossos longos. Nesse estudo o
osso mais afetado foi a tíbia, com 21,6%, seguida
do fêmur, com 21,1% das fraturas
expostas.
Fraturas expostas

 Fisiopatologia:
 1- Fase inflamatória: há necrose tecidual e
alimento para infecção importância do
desbridamento (ou desbridamento).
 2 – Fases proliferativa e reparativa: formação
de tecido de granulação e posteriormente
cicatricial.
CLASSIFICACAO SEGUNDO
GUSTILLO

 Danos dos tecidos moles


 Mecanismo de lesão;
 Grau de envolvimento ósseo.
Tipo I
Fractura esposta com ferida puntiforme menos de 1
cm. A perfuracao da pele e feita de dentro para fora
por um dos topos da fractura, pouca contaminacao.
TIPO II
Fractura exposta
TIPO II

 Fractura exposta com laceração com


mais de 1 cm. Sem lesão extensa dos
tecidos moles , com uma componente de
esmagamento mínimo a moderado, com o
mínimo de cominuição
Tipo III
 IIIA-adequada cobertura da fractura por
tecidos moles
 Fractura exposta com dano extenso dos
tecidos moles (musculo,pele e estruturas
neurovasculares) com grnde contaminacao
 IIIB- perda dos tecidos moles com
levantamento periostico exposicao ossea
muitissimo contaminada
 IIIC-exposicao ossea com lesao arterial
tecidos moles
FRATURAS EXPOSTAS (GUSTILO)
Classificação de Gustillo e Anderson
Tipo Ferida Contaminação Lesão de partes moles

I < 1 cm LImpa Mínima

II < 1 cm Moderada* Moderada

IIIA > 10 cm Contaminada Grave + cobertura cutânea possível

IIIB > 10 cm Contaminada Grave + perda cobertura cutânea.

IIIC > 10 cm Contaminada Lesão vascular que requer reparo


DIAGNOSTICO

 Clinico

 Radiologico
Quadro Clinico
 1) Sintomas seguros de fractura:
 Fragmentos expostos no ferimento;
 Evidente desvio do eixo do osso;
 Crepitação óssea notoria;
 Movimentação anormal da região atingida
ou do membro afecto;
 2) Sintomas de provável fractura:
 Edema, dor, impotência funcional
MECANISMO DAS
FRACTURAS
 Geralmente produzem-se apos um tramatismo
violente;
 Acidente de viacao, agressao fisica,queda.
PRINCIPIO DE TRATAMENTO
DAS FRACTURAS
 Objetivo do tratamento: prevenção de
infecção, obtenção de consolidação e
cicatrização de partes moles.
 Conceito: comunicação óssea ou de seu
hematoma com o meio externo. Lembrar das
fraturas que se comunicam com a boca,
vagina e ânus!
 Quando ocorre fratura e ferida no mesmo
membro é exposta até prove contrário!
TRATAMENTO

 Limpeza cirúrgica –urgente meticulosa


 Inicialmente pode se ampliar a incisão
de pele(2-5 cm)
 Lavagem da ferida com grande
quantidade de agua ou solução salina,
para remover toda sujidade
contaminante.
CONT.

 A ferida deve permanecer aberta e coberta com


gaze esterilizada
 Remover todo o tecido morto, desvitalizado e
todo material estranho
 Profilaxia do tétano
 Antibioterapia (penicilina + gentamicina ou
outros antibióticos apropriados
 As fracturas expostas devem ser logo recobertas
assepticamente para evitar infecções
secundarias.
Classificação de Gustillo e Anderson

 OBS:
 Casos de fraturas segmentares, provocadas por
PAF de alta energia ou em ambiente rural são
classificadas como IIIA.
Classificação de Tscherne

 Fraturas expostas:
 Grau 1: ferimento simples por fragmento perfurante,
nenhuma ou pouca contusão de pele, fratura simples.
 Grau 2: laceração cutânea com contusão simultânea
circunscrita, contusão de partes moles moderada,
contaminação qualquer tipo de fratura.
 Grau 3: grave lesão de partes moles. Freqüente lesão
vasculonervosa, isquemia. Fraturas graves, áreas rurais e/ou
contaminadas, síndrome compartimental.
 Grau 4: amputação traumática parcial ou total. Lesão
vascular requer reparo para viabilidade do membro.
Fraturas expostas

 Tratamento:
 1 – Atendimento pré-hospitalar: curativos estéreis
e imobilização. Índices de infecção de 3,5% em
trabalhos de Tscherne em 1984.
 2 – Fase hospitalar: ATLS, curativos estéreis e
imobilização adequada caso não tenham. Lembrar
que a sala de atendimento é potencialmente
contaminada! Fazer documentação visual se
possível. Radiografias. Antibiótico + profilaxia
antitetânica.
Fraturas expostas

 Tratamento cirúrgico: desbridamento é o ato


médico mais eficaz para alguns. Feito no centro
cirurgico!
 Ver sinais de vitalidade do osso ou os 4C: cor,
consistência, circulação e contratilidade.
 Osso sem vascularização = osso no lixo! Mesmo
que fique gap.
INDICAÇÕES DA FIXAÇÃO INTERNA:

  Nas fraturas intrarticulares.


  Em fraturas associadas com lesões vasculares.
  No idoso.
  Em fraturas expostas grau I
 A utilização dos fixadores externos vem sendo
cada vez mais freqüente por ser eficiente e mais
seguro nas estabilizações das fraturas expostas.
INDICAÇÕES DOS FIXADORES
EXTERNOS
  Nos casos de lesão extensa dos tecidos moles, a
estabilização das fraturas expostas tem vantagens
reais. Sua aplicação distante do foco fraturário e dos
tecidos moles lesados, não prejudica a circulação já
deficiente. Consegue-se uma estabilização rígida dos
fragmentos fraturários permitindo uma mobilização
35precoce das articulações, sem a implantação de
material estranho na área da ferida.
  Em fraturas muito cominutivas.
  Nas fraturas expostas grau III
IMOBILIZAÇAO COM GESSO:

Os aparelhos gessados tem limitações no tratamento


das fraturas expostas porque:
  Torna difícil o acesso a ferida.
  Pode causar SÍNDROME
COMPARTIMENTAL
Não fornece a estabilidade da fratura
CONT.

 QUANDO USAR O GESSO?


 Em fraturas expostas grau I, o uso do gesso é
principalmente em crianças .
 PINOS E GESSO:
 Após o aparecimento dos fixadores externos esse
procedimento praticamente não é mais
empregado como método de imobilização das
fraturas expostas.
TRAÇÃO TRANS-ESQUELÉTICA:

 É raro que as trações sejam utilizadas como


método definitivo no tratamento das
 fraturas, uma vez que necessitam de
hospitalização prolongada.
Fraturas expostas

 Indicações de amputação:
 Imediatas: politrauma, idade, choque.
 Tardias: sepse incontrolável, contraturas graves,
áreas externas insensíveis, dor crônica e quando a
prótese é melhor que o membro.
COMPLICACAO

 As complicacoes das fracturas podem classificar-


se em 2 grupos:
 Complicacoes relacionadas com a propria
fractura (intrinsecas)
 Infeccao,atraso de consolidacao,
pseudoartrose,necrose avascular, consolidacao
viciosa e encurtamento.
COMPLICACAO

 Complicacoes relacionadas com as


lesoes associadas (extrinsecas)
 Lesoes dos grandes vasos sanguineos,
lesoes nervosas ,lesoes
viscerais ,lesoes tendinosas, lesoes e
afeccoes pos-traumaticas das
articulacoes e embolia gorda.
BIBLIOGRAFIA

 BURRI, C. (1978)Cirurgia de trauma EPU S.


Paulo
 Manual de fracturas (1997)Ministerio de Saude
 VAZ, Fernando(1992)Manual de cirurgias para
Hospitais Rurais

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