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INTRODUÇÃO À

ORTOPEDIA E
TRAUMATOLOGIA

Profª Dra. Aliceana Menezes; Profª


Ms. Simone Torquato
TRAUMATOLOGIA ORTOPEDIA
Lesões traumáticas que causam fraturas,
O étimo do vocábulo
luxações, lesões ligamentares, tendinosas,
(orthopédieem francês) é o
musculares, meniscais, entorses, entre
grego orthós, "reto, direito",
outros
e país, paidós, "crianças". 

Médico francês Nicolas Andry


de Boisregard (1658 – 1742)

"a árvore de Andry"


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os
acidentes de trânsito matam quase 1,2 milhão de pessoas
em todo o mundo a cada ano, sendo a segunda causa de
morte entre as pessoas de 5 a 25 anos.

Existem dois tipos de acidentes: o evitável e o não evitável.


O primeiro é aquele em que você deixou de fazer tudo que
razoavelmente poderia ter feito para evitá-lo, enquanto o
segundo é aquele em que se esgotando todas as medidas para
impedi-lo, este veio a acontecer.
Lesão Primária: agudas

Lesão Secundária: é a resposta


inflamatória que ocorre com a lesão
primária.
DEFINIÇÃO DO TRAUMA
Macrotraumáticas: (trauma agudo) fraturas, luxações,
subluxações, entorses, distensões e contusões.

Microtraumáticas: Fraturas por


estresse
REPARAÇÃO APÓS DANO
TECIDUAL
LESÕES LIGAMENTARES
Macro ou Micro

“A entorse é uma lesão em um ligamento


que proporciona estabilidade a articulação”

Tríplice função:
Estabilidade para a articulação;
Controle da posição do osso no movimento articular;
Proporcionar informações proprioceptivas
BIOMECÂNICA

“ Quando se aplica pressão a uma


articulação forçando além dos seus
limites articulares”.
GRAUS DE ENTORSE

 Grau I: estiramento de fibras, ou talvez, ruptura das


fibras com pouca ou nenhuma instabilidade articular. Dor
leve, pouco edema e rigidez articular;
 Grau II: ruptura parcial, instabilidade moderada. Dor
moderada, edema e rigidez articular;
 Grau III: ruptura total, grande instabilidade articular. Dor
intensa, seguida de ausência de dor pelo rompimento total
das fibras nervosas;
CICATRIZAÇÃO DO LIGAMENTO

“Os ligamentos extra-articulares reparados por cirurgia


cicatrizam com menor formação de cicatriz e em geral se
tornam mais fortes”.
“A formação de tecido fibroso pode levar ao aumento
longitudinal do tendão e um certo grau de instabilidade”.
“ Para restaurar a estabilidade articular, as demais estruturas
circundantes, principalmente músculos e tendões,
precisam ser trabalhadas”.
LESÕES EM ESTRUTURAS
MUSCULOTENDÍNEAS
“Distensões: são lesões provocadas pelo
superestiramento ou pela contração
forçada com grande resistência,
excedendo os limites de extensibilidade
da unidade musculotendínea”.

 Grau I: algumas fibras são estiradas e


rompidas, movimento doloroso, arco
completo;
 Grau II: algumas fibras rompidas, contração
ativa dolorosa, depressão no local da lesão;
 Grau III: rompimento total das fibras, perda
total do movimento, dor intensa no início,
mas diminui rapidamente devido a total
separação das fibras nervosas.
LESÕES MUSCULARES
CONTUSÃO: é uma lesão provocada por um impacto que proporciona a
compressão dos tecidos moles contra a estrutura óssea.
Agravante: choques cíclicos resultam em miosite ossificante.
CICATRIZAÇÃO MUSCULAR
“Envolve processos similares dos demais tecidos,
na fase fibroblástica observa-se a formação de
células mioblásticas que levam à regeneração de
novas miofibrilas”.
LESÕES MÚSCULOESQUELÉTICA

Dor muscular de início Micro traumas mecânicos


tardio (DMIT): dor que
parece 12h depois da
Reação inflamatória
atividade física, torna-se
mais intensa depois de
24 e 48 horas, quadro Aumento as secção transversal
álgico cessa
gradualmente de 3 a 4
dias.
Hipertrofia
LESÕES TENDÍNEAS
 Relacionadas ao esforço
repetitivo, como: CICATRIZAÇÃO:
Tendinites; Agravante: síntese de
Tenossinovites; colágeno excessiva
 Relacionadas a grandes provocando FIBROSE.
traumas
LESÃO NO TECIDO NERVOSO
“Geralmente envolvem contusões ou
inflamações, podendo serem provocadas por
esmagamentos ou rupturas completas”.

ASSOCIADA A ALGUMA FRATURAS


TIPOS DE LESÕES DO TECIDO
NERVOSO
Neuropraxia – Interrupção da condução nervosa por uma lesão
da bainha de mielina do nervo
Axonotmese - Bloqueio na condução nervosa devido a perda de
continuidade do axônio, porém o epineuro continua intacto
Neurotmese – Quando o bloqueio da condução nervosa é dado
por uma solução de continuidade completa do nervo, sendo esta
forma a mais grave.

CICATRIZAÇÃO:
“Cicatrização lenta, de três a
quatro milímetros por dia, a
fibroplasia excessiva também
pode ser um agravante”.
LESÕES ARTICULARES
SUBLUXAÇÃO
LUXAÇÃO
FRATURAS ÓSSEAS
Classificadas como: expostas e fechadas.
TIPOS DE
FRATURAS
Transversa;
Oblíqua;
Espiral;
Cominutiva;
Impactada;
Por avulsão;
Em galho
verde;
Por estresse.
TIPOS DE DESLOCAMENTOS
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
 
Choque – Varia de acordo com a extensão das lesões, posição
dos fragmentos, idade do paciente e circunstâncias do trauma.
Dor – Idem ao 1.
Deformidade – É notável quando há deslocamento dos
fragmentos ósseos.
Edema – É localizado imediatamente após a lesão, após torna-se
mais extenso.
Sensibilidade local acentuada
Espasmo muscular
Movimento anormal e Creptação
Perda da Função
Fratura Exposta Segundo Anderson-Gustillo
Tipo Ferida Nível de Lesão de partes moles Lesão óssea
contaminação
I < 1 cm Limpa Mínima Simples, mínima cominuição
II > 1 cm Moderada Moderada, alguma lesão Moderada cominuição
muscular
III A Usual-mente > Alta Grave com esmagamento Normalmente cominuta, possível
10 cm cobertura do osso com partes moles
III B Usual-mente > Alta Perda muito grave da Pobre cobertura óssea, requer
10 cm cobertura cirurgia reconstrutiva de partes
moles
III C Usual-mente > Alta Perda muito grave da Pobre cobertura óssea, requer
10 cm cobertura e lesão cirurgia reconstrutiva de partes
vascular que exige reparação moles
TRATAMENTO CONSERVADOR
 Rígido (madeira, plástico, metal, estruturas
metálicas, órteses);
 Flexível (inflável, tipóia, faixa)

FECHADA (incruenta): Sem


deslocamento/estável
TRAÇÃO CUTÂNEA: é realizada com esparadrapo e
atadura elástica
TIPOS DE REDUÇÃO
Placas;
ABERTA (cruenta):
Parafusos;
deslocada/angulada/instável
Fios de Kirschner;
Hastes intramedulares;
Ilizarov.
INDICAÇÕES DO TRATAMENTO
CIRÚRGICO (CRUENTO)

Fraturas abertas;
Fraturas com lesões vasculares;
Paciente com idade avançada;
Fraturas de difícil redução por método conservador;
Fraturas articulares;
Polifraturados;
Fraturas com retardo de consolidação e pseudo-artrose.
ÂNCORE E PARAFUSOS
ÂNCORAS COM FIOS CIRÚRGICOS
Fios de kirschner
HASTE INTRAMEDULAR
FIXADOR EXTERNO LINEAR
TRAÇÃO TRANSESQUELÉTICA: Fraturas
com cavalgamento.
TRATAMENTO DAS FRATURA
EXPOSTAS

Baseia-se em vários fatores, como:


Idade do paciente e estado nutricional
Natureza da fratura ( intra-articular versus extra-
articular)
Deslocamento e estabilidade da fratura
Grau de cominuição
Gravidade das lesões aos tecidos moles
TRATAMENTO SUPLEMENTAR NOS
CASOS DE FRATURAS EXPOSTAS:
•Profilaxia do tétano
•Antibióticos
ESTABILIZAÇÃO DAS
FRATURAS
NÃO FORMAÇÃO OU DISCRETA DE
CALO ÓSSEO

FORMAÇÃO DE CALO ÓSSEO


ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE
OSMÉTODOS DE ESTABILIZAÇÃO

Fixação Intramedular: ideal para fratura de ossos longos


(fêmur e tíbia). Fraturas com lesões até o tipo III A e
ocasionalmente III B.
Fixação externas: fraturas com lesões tipo III B ou III C.
Fixação Interna com placas e parafusos: É necessário fazer
um desnudamento do periósteo, comprometendo a
vascularização do osso, prolongando o tempo de consolidação e
aumentando o risco de infecções.
Aparelho gessado: É mais utilizado para crianças.
Cobertura com tecido mole: em fraturas expostas de grau
muito elevado.
Enxertos: autógenos e exógenos
COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS
Traumas neurovasculares;
Síndrome compartimental;
Insuficiência Respiratória;
Infecção;
Osteomielite;
Retardo de consolidação ou não consolidação;
Osteonecrose;
Artrite pós-traumática;
Deformidade com o crescimento;
Rigidez articular;
Falha do implante;
Complicações das fraturas
• Necrose avascular - afeta
cerca de 15% do pacientes
com fraturas impactadas e
não desviadas, e cerca de
30% dos pacientes com
fraturas desviadas.
• A lesão do suprimento
arterial é causada pelo
desvio da fratura
impossibilitando que o
sangue passe pela região
afetada.
Lesão de pele
• A fratura pode ser aberta e o ferimento as vezes
precisa ser retirado.
•No caso de fraturas abertas geralmente não se coloca
aparelho gessado, a não ser que o ferimento seja
pequeno e seja feito uma goteira para curativos.
- Podem evoluir com infecções
Embolia Gordurosa
É comum em paciente jovens
com fratura do fêmur.
 Seu aparecimento deve ser
considerado em todos os
casos, pois suas
manifestações são incomuns.
 Nas primeiras 72 horas o
paciente deve ser observado
com freqüência em relação
aos seus sinais clínicos.
Rigidez Articular
• Nas fraturas de diáfise
femoral a complicação que
mais acontece é a rigidez do
joelho.
• Complicação tardia - que é
em larga escala evitável
pelos exercícios ativos
precoces e continuados.
• O músculo quadríceps ou a
patela podem-se tornar
aderentes à extremidade
distal do fêmur e necessitar
de liberação cirúrgica
Pseudoartrose
A definição de não-união ou pseudoartrose varia entre
diferentes centros ortopédicos.
 Para a maioria dos centros ortopédicos a cura
normal de uma fratura óssea leva de um a três meses.
O retardo da consolidação está definido como a falha
de união óssea de três a seis meses após a fratura.
Pseudoartrose está definida como a ausência de união
óssea após um período de seis
meses ou mais.
Retardo de Pseudoartrose
Consolidação
Pseudoartrose
INTRODUÇÃO À
ORTOPEDIA E
TRAUMATOLOGIA

Profª Dra. Aliceana Menezes; Profª


Ms. Simone Torquato

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