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Seção 3.

2 – Fratura
Exposta
Profª Ludmilla L. Miranda
Doutoranda UEL
Situação inicial

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) recebe um chamado de um homem que


participava de uma partida de futebol e relatou que seu amigo Erik, sem perceber, acabou
afundando seu pé direito em um buraco, lesionando-se seriamente. Seus colegas ficaram muito
assustados, pois conseguiam ver uma parte do osso “para fora” e ouviam seus gritos de dor.
Fratura Exposta
A fratura é a perda da continuidade do osso por algum acidente, partindo-se em dois. Contudo a
fratura exposta é mais preocupante, pois ocorre o rompimento da pele, expondo o osso ao meio
externo, contudo essa amostra não é obrigatória.
Como fraturas na área do crânio que segue para a boca, ou da pelve seguindo a fratura para a
parede vaginal. Assim, pode a fratura exposta, ir para regiões contaminadas como: boca, tubo
digestivo, vias aéreas, vagina e ânus.
A fratura exposta compromete, além do osso, outras partes corporais, como tecidos muscular,
articulações, vasos sanguíneos e pode até afetar órgãos.
Sabia!

Devido ao aumento da violência e dos acidentes de trânsito, a incidência de fraturas expostas é


cada vez maior. Por isso o aprimoramento no atendimento e na recuperação da vítima é de
extrema importância
Diferenciação da Fratura
A recuperação depende da diferenciação.
A fratura extrema leva ao risco de infecção.
A diferenciação pode ser complicada devido a lesão pode ser pequena ou estar distante da
fratura.
Até confirmar que a fratura e exposta, se houver lesão, deve ser considerado exposta.
Na maioria dos casos o tratamento é cirúrgico: devido à sutura da lesão.
Quanto mais informações, melhor será o prognóstico.
Prognóstico e Periósteo

Prognóstico: é uma previsão feita nas possibilidades terapêuticas de acordo com a duração e
evolução de uma doença ou quadro clínico de um indivíduo que se encontra sob cuidado e
orientação, ou seja, como vai evoluir e quais as chances de uma total recuperação.

Periósteo: membrana que reveste a superfície externa do osso, exceto na cartilagem.


A classificação utilizada é a de Gustillo e
Anderson:
▪Tipo I: ferida de pele de até 1 cm com descolamento mínimo de periósteo/ partes moles.
Contaminação mínima. Fratura transversa ou oblíqua curta. Lesão de dentro para fora (inside
out).
▪Tipo II: ferida na pele entre 1 cm e 10 cm. Descolamento periósteo/partes moles de moderado a
extenso (retalhos). Esmagamento mínimo ou moderado. Contaminação moderada. Fratura
transversa ou oblíqua curta ou contaminação mínima da fratura.
▪Tipo III: ferida maior que 10 cm. Extensa lesão de partes moles e descolamento periosteal e/ou
esmagamento. Contaminação significativa. Trauma de alta energia.
Queixas principais da Fratura:

▪ Algia;
▪ Edema;
▪ Incapacidade parcial ou total de mobilidade;
▪ Pode ocorrer deformidades no local;
▪ Hematoma;
▪ Lesão cutânea.
Em caso de lesão na pele, devemos...
➢ Higienizar o local com água ou soro e cobrir com gaze ou material limpo;
➢ Remover objetos estranhos que não estejam penetrando na pele;
➢Realizar a imobilização do local afetado com talas, utilizando materiais que sirvam de apoio.
Esse procedimento irá minimizar os danos.
➢ Na imobilização tente poupar a vítima das lesões que as bordas ósseas podem causar, pois são
bem afiadas e podem causar lesão ao músculo, aos nervos, à artéria ou veia.
➢Imobilização do membro deve ser utilizado atadura ou tecido, com cautela na compressão
devido à circulação.
➢Nos casos em que ocorre algum tipo de hemorragia – um sangramento intenso –, realize uma
compressão no local, mas não no membro todo. Esta é uma medida apenas para estancar a
hemorragia!
Em caso de lesão na pele, NÃO
devemos...

➢ Não realizar manipulação do membro e nem de fragmentos ósseos, se houver.


➢ Se houver algum objeto perfurado na pele, não remova, pois isso pode causar
complicações sérias e uma grande hemorragia.
➢Não realize maiores procedimentos, porque somente o especialista possui conhecimento para
que não prejudique a recuperação da vítima.
Tratamento

➢ Objetivo principal – restaurar a funcionalidade.


➢ Cirurgião – deve prevenir infecção, restaurar tecidos moles, obter união óssea, evitar
consolidação viciosa, instituir movimentação articular e reabilitação muscular precoce.
➢ Mais importante: EVITAR A INFECÇÃO!!! PODE COMPROMETER A CONSOLIDAÇÃO!!!
➢Atendimento antes de completar 10 horas do instante do acidente, pois a ferida é considerada
contaminada e, se não for tratada, ela pode ser considerada infectada
Feridas?! SIM FERIDAS!!!
➢ Ferida infectada: que sofre a invasão de microrganismos patogênicos que causam infecção.
➢ Ferida contaminada: é recente, de origem acidental e encontra-se aberta.

ATENÇÃO
Profilaxia do TÉTANO com a vacina ANTITETÂNICA!!!
Uso de antibiótico será uma recomendação médica, mas para fim terapêutico, apenas para
tratamento, e não profilático de fim preventivo, pois como vimos a ferida já é considerada
contaminada por uma possível bactéria.
Situação Inicial e Solução!
Um homem que participava de uma partida de futebol relatando que seu amigo Erik, sem
perceber, acabou afundando seu pé direito em um buraco, lesionando-se seriamente. Seus
colegas ficaram muito assustados, pois conseguiam ver uma parte do osso “para fora” e ouviam
seus gritos de dor.
Até a chegada do socorro, adote as seguintes medidas:
➢ Faça uma higienização no local com água ou soro e cubra com gaze ou material “limpo”.
➢ Remova qualquer tipo de objeto ou corpo estranho que não esteja penetrando na pele.
➢ Realize a imobilização do local afetado com o intuito de minimizar danos maiores à vítima.
➢ O membro deve ser imobilizado por atadura ou tecido, porém, cuidado com a compressão,
pois a falta de circulação pode levar a uma necrose.
➢ Se houver um sangramento intenso, faça uma compressão somente no local.

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