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MANUAL DE USO CLINICO

BIÓPSIAS
2024
Universidade da Amazônia
Campus Ananindeua
Bacharelado em Odontologia

Alunos

Áddria Monique Ramos Lopes 04087555


Andreza Oliveira de Pinho 04092755
Deborah Pinheiro Damasceno 04102542
Gabriel Silva Braz 04078111
Leandro Guimarães Costa Farias 04092878
Marcos Martins Beserra 04055330
Maria Efigênia Gomes Iglesias 04093908

Fevereiro de 2024
Página
ÍNDICE
1 Conceito e Anamnese

2 Exame Clínico

3 Documentação Inicial

4 Exames de Imagem

5 Monitoramento Pré Biópsia


5 Técnica do “Esfregaço”

7 Técnica do Incisional

8 Técnica do Excisional

9 Técnica da Aspiração

9 Princípios Cirúrgicos

12 Técnica Intraóssea

13 Cuidados com o Especime

15 Pós-Biópsia
CONCEITO E
ANAMNESE
Conceito
·O termo biópsia indica a remoção de tecido de um ser vivente para exame
diagnóstico microscópico. Este tipo de exame deve ser realizado quando o
diagnóstico definitivo não pode ser obtido por meio de procedimentos menos
invasivos para designar o tratamento adequado.

Anamnese
O questionamento ao paciente que apresenta uma condição patológica deve
incluir o seguinte:

Há quanto tempo a A lesão mudou de


lesão está presente? tamanho?
A. Por exemplo, uma lesão A. Uma lesão agressiva e
que está presente há vários que esteja crescendo
anos pode ser congênita apresenta maior probabilidade
de ser maligna,
e é mais provável que seja
benigna, B. Enquanto uma lesão de
crescimento mais lento sugere
B. Enquanto uma lesão de a possibilidade de doença
desenvolvimento rápido é benigna.
considerada mais
preocupante.

Quais sintomas estão associados à lesão (ex. dor,


alteração na função)? Se dolorosa, a dor é
constante ou intermitente? O que aumenta ou
diminui a dor?
a. As lesões com um componente inflamatório estão mais frequentemente
associadas à dor. Erroneamente, muitos acreditam que os tumores malignos
são dolorosos.
b. Na verdade, eles são, com frequência, assintomáticos, a menos que
estejam infectados secundariamente.
b. Alterações dos nervos sensitivos, como dormência ou formigamento,
frequentemente ocorrem em um processo maligno ou inflamatório, a menos
que outra causa identificável seja averiguada. A disfagia pode sugerir
alterações no assoalho da boca ou nos tecidos para faringeanos.
c. Linfonodos doloridos geralmente indicam uma causa inflamatória ou
infecciosa, mas também podem ser uma manifestação de doença maligna. 01
EXAME
CLÍNICO
Quando uma lesão for identificada
1. Exames clínicos e radiográficos devem ser feitos de maneira cuidadosa.
2. Palpação dos linfonodos cervicais são mandatórios.
3. O exame classicamente descrito inclui a inspeção, a palpação, a
percussão e a auscultação.
Nota: É importante considerar a localização anatômica da lesão. Por exemplo, se uma massa aparece no
dorso da língua, o dentista logicamente consideraria uma origem epitelial, conjuntiva, linfática, vascular,
glandular, neural ou muscular.

Aspecto Superficial da Lesão


A superfície epitelial de uma lesão pode ser lisa, lobulada (verruciforme) ou
irregular. Se uma ulceração está presente, as características da base da
úlcera e de suas margens devem ser registradas.
As margens de uma úlcera podem ser planas, enroladas, elevadas ou
evertidas.
A base de uma úlcera pode ser lisa; granular; ou recoberta por
membrana de fibrina, amolecida com odor fétido (necrótico), com crosta
hemorrágica (cicatriz) ou pode apresentar aparência fungoide, que é
característica de algumas doenças malignas.

Cor da lesão. A cor da superfície de uma lesão pode refletir várias


características e, até mesmo, a origem de muitas lesões.
Um edema azul-violáceo que se torna esbranquiçado sob pressão
sugere uma lesão vascular, enquanto uma lesão de cor azul mais clara
que não se torna esbranquiçada sob pressão pode sugerir um cisto de
retenção de muco.
Uma lesão pigmentada na mucosa pode sugerir uma “tatuagem
traumática” devido à inserção de material restaurador ou uma lesão
melanocítica.
Lesões brancas ceratinizadas podem refletir uma reação ao traumatismo
tecidual local repetitivo ou representar alterações potencialmente pré-
malignas.
Uma lesão eritematosa (ou mista, branca e vermelha) pode representar
um prognóstico ainda mais sombrio com relação a alterações displásicas
do que uma lesão branca.

Nota: Ter uma régua pequena, feita de material que possa ser desinfectado (p. ex., plástico ou metal) para
observar o padrão de crescimento em caso de múltiplas lesões
02
DOCUMENTAÇÃO
INICIAL
Primeiros Registros
Uma vez completado o exame, uma descrição detalhada de todos os
achados objetivos e subjetivos deve ser documentada no prontuário.
A terminologia médica adequada sempre deve ser usada para descrever
os achados clínicos no prontuário, porque uma terminologia leiga pode
ser enganosa e inespecífica.
Termos como “úlcera” ou “nódulo” podem ser interpretados
diferentemente por diferentes examinadores.
Fotografias digitais de boa qualidade podem, também, ser impressas e
anexadas ao espécime de biópsia ou podem ser enviadas por e-mail
separadamente ao patologista. As fotografias são úteis para demonstrar
as características clínicas da lesão.
Ao registrar os achados referentes aos linfonodos, as seguintes cinco
características devem ser rotineiramente documentadas: (1) localização;
(2) tamanho (em centímetros); (3) presença de dor ou sensibilidade; (4)
grau de fixação (fixo ou móvel); (5) textura (mole, firme ou endurecida).

03
EXAMES DE
IMAGEM
Quais exames devem ser feitos e como
identificar?
Exame Radiográfico (periapical, oclusal ou panorâmica).
Tomografia computadorizada (feixe cônico ou cone Beam) ou as
imagens de ressonância magnética.

Por exemplo, um cisto geralmente aparece como uma imagem radio


transparente com bordas bem delimitadas, ao passo que uma imagem radio
transparente com aspecto corroído, de bordas irregulares, pode indicar uma
lesão maligna ou mais agressiva.

MONITORAMENTO
PRÉ-BIÓPSIA
Princípios básicos do acompanhamento e
encaminhamento
Qualquer alteração suspeita deve ser acompanhada por 7 a 14 dias, com ou
sem tratamento local. Se a lesão aumentar de tamanho ou expandir,
desenvolver uma alteração na aparência, ou não responder à terapêutica da
forma esperada, então, geralmente, indica-se a biópsia.

O dentista deve assumir a responsabilidade pela realização do


diagnóstico e encaminhamento de pacientes com suspeita de alguma
lesão patológicas bucal, evitando que haja delegação dessa tarefa para a
equipe auxiliar.
Se o dentista acabar optando por encaminhar o paciente para um
especialista, é necessário que agende-se a consulta de
acompanhamento antes que o paciente deixe o consultório, evitando
atraso devido medo e negação além de facilitar a decorrência do
processo, assim garantindo o acompanhamento adequado..
04
MONITORAMENTO
PRÉ-BIÓPSIA
Princípios básicos do acompanhamento e
encaminhamento
Todas as trocas de informações entre consultórios e especialistas devem
ser documentadas no prontuário do paciente de maneira detalhada, para
que não haja erros na comunicação e se garanta uma abordagem
consistente
Todo dentista tem dever de avaliar a sua própria habilidade cirúrgica na
realização de biópsias, considerando também a saúde do paciente e a
dificuldade envolvida no procedimento.
Em casos de existir suspeita de lesão maligna, a melhor decisão é optar
por encaminhar o paciente para um especialista antes da biópsia.
O cirurgião dentista deve garantir que o paciente esteja completamente
informado e ciente sobre os riscos, razões e todas e quaisquer
alternativas relacionadas à remoção ou observação de lesões.
Todas as discussões e decisões devem ser documentadas no prontuário
do paciente, principalmente aquelas em que há discordância sobre o
tratamento entre dentista e paciente.

BIÓPSIA
Metódo do “Esfregaço”
Geralmente, não se requer anestesia local ou tópica para o
procedimento, e as sequelas são mínimas.
Coloca-se a escova rotatória em contato com a superfície da lesão
suspeita e gira-se com firme pressão por 5 a 10 vezes.
Quando realizada corretamente, as células epiteliais de todas as três
camadas (basal, submucosa e mucosa) são coletadas pela escova;
contudo, as informações celulares necessárias para estadiar e graduar
uma lesão maligna que pode ou não estar presente.

05
BIÓPSIA

Metódo do “Esfregaço”
Todas as trocas de informações entre consultórios e especialistas devem
ser documentadas no prontuário do paciente de maneira detalhada, para
não haver erros na comunicação e se garanta uma abordagem
consistente
Todo dentista tem dever de avaliar a sua própria habilidade cirúrgica na
realização de biópsias, considerando também a saúde do paciente e a
dificuldade envolvida no procedimento.
Em casos de existir suspeita de lesão maligna, a melhor decisão é optar
por encaminhar o paciente para um especialista antes da biópsia.
O cirurgião dentista deve garantir que o paciente esteja completamente
informado e ciente sobre os riscos, razões e todas e quaisquer
alternativas relacionadas à remoção ou observação de lesões.
Todas as discussões e decisões devem ser documentadas no prontuário
do paciente, principalmente aquelas em que há discordância sobre o
tratamento entre dentista e paciente
A escova juntamente com o material coletado é estendida sobre uma
lâmina de vidro sendo recoberta com a solução fixadora
Após a secagem da lâmina, ela deve ser por fim enviada para o
laboratório onde o espécime será analisado.

06
BIÓPSIA

Metódo Incisional
Uma biópsia incisional é um procedimento que remove somente uma
pequena porção da lesão. Se a lesão é grande ou demonstra características
diferentes em diferentes partes, então se devem recolher amostras de mais
de uma área da mesma. A amostragem incisional deve ser usada em lesões
de grandes dimensões (> 1 cm de diâmetro). Também deve ser utilizada se a
lesão está localizada em uma região de risco e um diagnóstico
histopatológico definitivo for requerido antes de planejar uma remoção
complexa ou outros tipos de tratamento.
a biópsia é geralmente feita como uma cunha de tecido, de forma que
sejam incluídos na amostra tanto o tecido de aparência normal quanto o
de aspecto anormal.
Cuidado deve ser tomado, também, para ser incluída uma profundidade
adequada de tecido, de modo que as características celulares da base
da lesão estejam representadas.
Geralmente, é melhor obter uma amostra estreita e profunda do que uma
ampla e rasa.
Cuidado deve ser tomado para não comprometer estruturas anatômicas
adjacentes importantes, como nervos e vasos sanguíneos principais, a
menos que se pense que eles apresentam uma relação com a origem ou
com a etiopatogênese da lesão.

07
BIÓPSIA

Metódo Excisional
Uma biópsia excisional implica remoção da lesão em sua totalidade,
incluindo um perímetro de 2 a 3 mm de tecido normal ao seu redor. A biópsia
excisional deve ser reservada para lesões menores (< 1 cm de diâmetro), e
ainda para lesões que podem ser removidas totalmente sem comprometer
em excesso as características do paciente ou a função bucal e para lesões
que devem ser removidas por completo para eliminar a ameaça ao bem-estar
do pacient
A amplitude do perímetro de tecido normal pode variar, dependendo da
hipótese diagnóstica.
Podem-se requerer 2 a 3 mm adicionais de tecido para espécimes em
que há suspeita de doença maligna, incluindo algumas lesões
pigmentadas e lesões já diagnosticadas como displásicas ou malignas.
A excisão completa frequentemente constitui o tratamento definitivo da
lesão que sofreu biópsia.

08
BIÓPSIA

Metódo de Aspiração
A aspiração por agulha fina é uma ferramenta diagnóstica especialmente
indicada para massas cervicais, das quais pode ser difícil obter uma biópsia
cirurgicamente.
A aspiração deve ser feita em qualquer lesão preenchida por fluido,
exceto em mucoceles.
A biópsia por aspiração deve ser realizada com uma agulha e seringa,
penetrando a lesão suspeita e aspirando seu conteúdo.
Dois tipos principais de biópsia por aspiração são usados na prática
clínica: o primeiro é usado somente para explorar se a lesão apresenta
conteúdo fluido. O segundo é usado para aspirar verdadeiramente as
células para diagnóstico patológico.
Essa última variação é denominada aspiração por agulha fina e é
frequentemente feita por patologistas treinados nesta técnica.
A punção aspirativa por agulha fina deve ser usada quando uma massa
de tecido mole é detectada sob a superfície cutânea ou mucosa e o
paciente deseja evitar a formação de cicatrizes ou quando as estruturas
anatômicas adjacentes oferecem risco.
Usa-se uma agulha de calibre 16 a 18 conectada a uma seringa de
aspiração. Pode ser necessário reposicionar a ponta da agulha repetidas
vezes em um esforço para localizar a cavidade que contém fluido.

Princípios Cirúrgicos
Anestesia
As técnicas de bloqueio anestésico local são preferíveis, sempre que
possível, quando comparadas à infiltração, pois, assim, a solução
anestésica não é incorporada inadvertidamente ao espécime cirúrgico, o
que poderia causar distorção da arquitetura celular do espécime e tornar
o diagnóstico histopatológico mais difícil, se não impossível.
A infiltração periférica do anestésico local com um vasoconstritor
frequentemente é útil e ele deve ser injetado a pelo menos 1 cm do
perímetro da lesão para evitar distorções da arquitetura do tecido.
O vasoconstritor promove a diminuição da hemorragia na ferida e
melhora a visibilidade do cirurgião no local durante a cirurgia. 09
BIÓPSIA
Princípios Cirúrgicos

Estabilização do Tecido
As biópsias de tecido mole bucal e perioral frequentemente envolvem
superfícies e estruturas móveis (como o lábio, mucosa jugal, palato mole
e língua).
O auxiliar da cirurgia pode segurar os lábios ao redor do sítio da biópsia
com seus dedos, o que também retrai e imobiliza os lábios
O cirurgião deve ser cuidadoso para evitar lesão iatrogênica com o bisturi
aos dedos estabilizadores do auxiliar
Uma variedade de aparatos retratores, que podem fazer a mesma
função, está disponível, como o “Prendedor de toalha”, pinça de Adson
(ponta fina), pinça para calázio ou uma sutura para retração pesada
podem ser usados para estabilização e retração de alguns tecidos moles
móveis.
Nota: Quando usadas, as suturas para retração devem ser colocadas profundamente nos tecidos, longe do
local planejado para biópsia, de forma que atuem sem romper e danificar os tecidos

Hemostasia
O uso de um aparelho de sucção para manter o campo cirúrgico sem
sangue durante o procedimento deve ser minimizado o tanto quanto
possível.
O assistente pode, com frequência, usar compressas de gaze para secar
o local.
A sucção não somente pode aumentar o sangramento, como também
aumenta o risco de aspirar acidentalmente a amostra de tecido da
biópsia.
Se a sucção for necessária, é útil colocar uma gaze sobre a extremidade
do sugador para servir como filtro.

Incisões
Um bisturi afiado, geralmente com uma lâmina no 15, deve ser usado
para incisar os tecidos.
Duas incisões superficiais em forma de bola de futebol americano podem
ser anguladas de tal forma que convirjam em sua base e produzam um
espécime ótimo e uma ferida que é fácil de fechar.

10
BIÓPSIA
Princípios Cirúrgicos
Incisões
O uso de alguns aparelhos de laser e equipamento eletro cirúrgico para
fazer incisões para biópsia não é desejável, pois seus efeitos causam
destruição dos tecidos adjacentes e podem distorcer a arquitetura
tecidual do espécime de tal modo que os detalhes microscópicos
definitivos são destruídos.
O laser de dióxido de carbono no modo superpulsado com um feixe
cônico estreito e bem focalizado pode ser usado se necessário (p. ex.,
para hemostasia), mas o cirurgião deve compreender que haverá uma
zona estreita de necrose, gerada pelo laser, próximo às margens do
espécime.
Quando realizar uma biópsia excisional, o cirurgião deve certificar-se
de que haja um perímetro de tecido normal sob a lesão também.
As incisões deveriam, tanto quanto possível, ser paralelas ao curso
normal dos nervos e vasos sanguíneos, assim como às linhas de tensão
muscular (i. e., linhas do sorriso e rugas faciais), para minimizar lesões
secundárias e maximizar os resultados estéticos. .
Se a lesão sugerir uma origem maligna, pigmentada ou vascular, ou
ainda possuir bordas difusas, 2 a 3 mm adicionais de tecido periférico
com aparência normal devem ser excisados juntamente com o espécime.

Suturas
Os materiais de escolha para sutura geralmente são seda preta ou um
material não-reativo, lentamente reabsorvível, como as suturas de ácido
poliglicólico (Dexon®) ou de poliglactina 910 (Vicryl®).
As feridas da biópsia no dorso ou na borda da língua requerem suturas
colocadas profundamente em intervalos próximos para contrapor a ação
inerente dos movimentos musculares e manter o fechamento.
As suturas reabsorvíveis podem ser usadas, mas as suturas do tipo
categute não são recomendadas porque apresentam pouca firmeza do
nó (resultando em perda da sutura) e sofrem rápida degradação
enzimática.

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BIÓPSIA
Intraósseas
Aspiração
Use uma agulha de calibre 16 a 18 conectada a uma seringa de 5 a 10 ml
Se a cortical óssea não puder ser rompida pressionando-se a agulha
através do mucoperiósteo, retraia o retalho e use uma broca esférica
grande, sob irrigação constante, com cautela para penetrar a cortical
óssea.
Interprete os resultados da aspiração: (a) Incapacidade de aspirar fluido
ou ar sugere um tumor sólido; (b) Fluidos de cor palha indicam um cisto;
(c) Pus sugere um processo inflamatório ou infeccioso; (d) Aspiração de
ar sem fluido sugere uma cavidade óssea traumática; (e) Aspiração de
sangue pode indicar lesões vasculares pulsáteis intraósseas.
Cuidado com lesões vascularizadas intraósseas: o incurso cirúrgico de
tais lesões pode resultar em hemorragia súbita com risco de morte e não
deve ser feito por dentistas generalistas.
O conteúdo aspirado da lesão pode ser submetido a análises adicionais,
como bioquímica, cultura microbiológica e avaliação microscópica. Se
nenhum produto de aspiração for encontrado, considere a biópsia
incisional para um diagnóstico microscópico definitivo antes da cirurgia
completa.

Técnica
Faça uma incisão na mucosa sobrejacente à lesão para expor o osso
afetado. A incisão deve ser projetada para permitir o máximo de acesso à
lesão.
Use um instrumento adequado para elevar um retalho mucoperiosteal,
expondo o osso subjacente e a lesão.
Identifique visualmente a área da lesão que será biopsiada e marque-a
para orientação durante o procedimento.
Utilize uma broca esférica sob constante irrigação para criar uma janela
óssea sobre a lesão, permitindo acesso à área de interesse.
Use uma cureta cirúrgica para coletar uma amostra representativa da
lesão. Tome cuidado para evitar danos a estruturas circundantes.
Após a remoção da amostra, a área deve ser cuidadosamente irrigada
para remover quaisquer fragmentos residuais. O retalho mucoperiosteal
é então reposicionado e suturado.
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CUIDADOS COM O
ESPÉCIME
Preservação
Os espécimes não podem ser comprimidos, congelados, dessecados,
queimados ou comprometidos.
A amostra de tecido removida não deve ser envolvida em gaze (seca ou
molhada), pois, assim, ela estará sob risco de ser acidentalmente jogada
fora com a mesma.
Deve-se ter extrema cautela durante a remoção dos espécimes
cirúrgicos para evitar dano ao espécime durante a manipulação com os
instrumentos.
Além disso, não devem ser utilizadas outras soluções como soro, álcool
ou água, pois, estas não conseguem evitar a degradação do tecido.
O espécime deve ser imediatamente Identificado

Espécimes com Sutura;


Identificação das margens se houver suspeita de displasia ou doença
maligna.
A orientação e a localização da marcação por sutura devem ser
ilustradas e/ou documentadas no formulário de submissão do serviço de
patologia bucal
O primeiro espécime recebe uma sutura, enquanto o segundo recebe
duas e assim por diante para todos os espécimes.
Contudo, cada espécime deve ser acondicionado em seu próprio frasco

Submissão dos Espécimes


Todo consultório odontológico deve conseguir previamente um contato
com um serviço local ou regional de exame patológico bucal onde os
espécimes possam ser submetidos.
Geralmente, é preferível submeter os tecidos odontogênicos a um
patologista bucomaxilofacial sempre que possível.
Se a cidade ou o município em que o consultório odontológico está
localizado não possuir tal serviço disponível, um kit via correio que pode
ser usado para submissão.
Os recipientes com o espécime mandados pelo correio devem conter um
formulário com informação detalhada, um pote (geralmente de vidro ou
de plástico) com tampa e etiqueta de risco biológico, com quantidade sufi
ciente de formalina e etiquetado com o endereço do serviço de patologia.
13
CUIDADOS COM O
ESPÉCIME
Submissão dos Espécimes
O nome do paciente e o nome do dentista de referência também devem
ser colocados na etiqueta do pote com o espécime, caso a caixa em que
se colocou o material seja danificada durante o transporte e o pote se
separe dela.
Todo o material removido deve ser submetido ao laboratório, fazendo
observações necessárias na etiqueta do frasco e no formulário de
submissão ao laboratório.
Em caso de lesões múltiplas fazer múltiplas biópsias (se necessário) e
enviar em frascos distintos.
A solução fixadora dever ser formaldeído 4% ou formalina 10%.
O volume de fixador deve ser de aproximadamente 10 vezes maior que o

Formulário de Dados para Submissão de


Biópsia
A maioria dos formulários é estruturada para reunir a informação de suporte e
dados que geralmente incluem os seguintes:
Dados demográficos sobre o paciente;
Nome e informação de contato sobre o dentista que está submetendo a
amostra; dados pertinentes sobre a história clínica, familiar, social e/ou
da lesão;
Descrição clínica da lesão e/ou do espécime;
Hipóteses de diagnóstico clínico diferencial.
Ao submeter material advindo de lesões intraósseas, a inclusão de
radiografias de qualidade diagnóstica pode ser útil para o patologista.
Para lesões de tecidos mole, uma fotografia digital de boa qualidade da
lesão, impressa em cores, pode ser útil se incluída com algumas
amostras, especialmente quando há suspeita de displasia ou doença
maligna.

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PÓS-BIÓPSIA

Monitoramento Pós-biópsia
Após a biópsia, um resultado positivo da patologia (indicando alterações
displásicas ou doença maligna) geralmente demanda excisão cirúrgica
adequada da lesão e dos tecidos adjacentes, como indicado pelo
diagnóstico histopatológico. Isso pode requerer o encaminhamento para um
cirurgião bucomaxilofacial, que apresenta experiência no tratamento de
lesões malignas.
No entanto, um laudo negativo da biópsia nunca deve ser avaliado
isoladamente, mas interpretado em associação aos achados clínicos e
históricos em mente. Se existe dúvida, uma segunda biópsia pode ser
indicada.
Geralmente, é prudente reexaminar o paciente dentro de 1 mês e, então, em
intervalos de 3 meses durante o primeiro ano daí em diante, se os achados
clínicos e radiográficos permanecerem inalterados, o intervalo entre as
visitas de acompanhamento pode aumentar para 6 e depois 12 meses.
Os pacientes devem, sempre, ser aconselhados a contactar o dentista
imediatamente se quaisquer mudanças ou novos sintomas forem observados
no período entre as visitas.

Referências
1. Kerr AR, Sirois DA: Clinical evaluation of a new adjunctive technique for
oral mucosal examinations, OS OM OP 97:451, 2004 (abstract).
2. Ram S, Siar CH: Chemiluminescence as a diagnostic aid in the detection
of oral cancer and potentially malignant epithelial lesions, Int J Oral Maxillofac
Surg 34:521-527, 2005.
3. Epstein JB Gorsky M, Lonky S et al: The effi cacy of oral lumenoscopy
(Vizlite) in visualizing oral mucosal lesions, Spec Care Dentist 26:171-174,
2006.
4. Poh CF, Zhang L, Anderson DW et al: Fluorescence visualization detection
of fi eld alterations in tumor margins of oral cancer patients, Clin Cancer Res
12:6716-6722, 2007.
5. Oh ES, Laskin DM: Effi cacy of the ViziLite system in the identifi cation of
oral lesions, J Oral Maxillofac Surg 65:424-426, 2007.

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