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MATERIAIS USADOS :
• Carpule e anestésico local contendo, preferencialmente, adrenalina como
vasoconstritor na concentração de 1:100.000
• Cabo de bisturi e lâmina no 15 ou 11
• Afastadores cirúrgicos
• Pinça anatômica e Adson com e sem dente
• Pinça hemostática curva e reta
• Cuba cirúrgica, soro fisiológico, seringa Luer-Lock descartável e gaze estéril
• Porta-agulhas e fio de sutura agulhado
• Frasco contendo formol a 10% para envio da peça cirúrgica ao exame
histopatológico
PASSO A PASSO:
Leucoplasia:
uma placa ou mancha branca que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como
qualquer outra doença.”
Lesões tais como líquen plano, morsicatio (o mordiscar crônico das bochechas), ceratose
friccional, ceratose da bolsa de tabaco, estomatite nicotínica, leucoedema e nevo branco
esponjoso devem ser excluídas antes que um diagnóstico clínico de leucoplasia possa ser feito.
Como na maioria das lesões orais brancas, a coloração clínica resulta de um espessamento da
camada superficial de ceratina, que dá a impressão de ser branca quando úmida ou de uma
camada espinhosa espessada. é tipicamente considerada como uma lesão pré-cancerosa ou
pré-maligna.
CAUSA
TABACO
O hábito do tabaco sem fumaça produz um resultado um tanto diferente. Ele frequentemente
leva a uma placa branca oral clinicamente distinta denominada ceratose da bolsa de tabaco
(ver adiante). Essa lesão provavelmente não é uma leucoplasia verdadeira.
ÁLCOOL
O álcool, que parece ter um forte efeito sinérgico com o tabaco em relação à gênese do câncer
oral, não tem sido associado à leucoplasia. Pessoas que utilizam excessivamente enxaguatórios
bucais com teor alcoólico de mais de 25% podem ter placas mucosas jugais acinzentadas,
porém essas não são consideradas leucoplasias verdadeiras
SANGUINÁRIA
MICRORGANISMOS
Várias lesões ceratóticas, que até recentemente tinham sido vistas como variantes da
leucoplasia, são atualmente consideradas como não-pré-cancerígenas. A estomatite nicotínica
é uma alteração branca generalizada do palato que parece ser uma resposta hiperceratótica ao
calor gerado pelo fumo do tabaco (geralmente, cachimbo). Seu potencial de transformação
maligna é tão baixo que chega a ser quase o mesmo da mucosa palatina normal. Além disso, a
irritação mecânica crônica pode produzir uma lesão branca com superfície ceratótica áspera
denominada ceratose friccional. Ceratoses desse tipo são prontamente reversíveis após a
eliminação do trauma e, obviamente, lesões traumáticas como a linha alba (Capítulo 8),
morsicatio (Capítulo 8) e “abrasão” gengival por escovação dentária não têm tido
transformações para malignidade documentadas. Ceratoses do rebordo alveolar (Fig. 10-58) —
envolvendo a papila retromolar ou a crista de um rebordo alveolar edêntulo — representam
outra forma de ceratose friccional causada pela função mastigatória ou trauma da dentadura.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A leucoplasia geralmente afeta pessoas com idade acima dos 40 anos. A prevalência aumenta
rapidamente com a idade, especialmente para os homens. Aproximadamente 70% das
leucoplasias orais são encontradas no vermelhão do lábio, mucosa jugal e gengiva. Lesões na
língua, vermelhão do lábio e soalho de boca, contudo, contribuem com mais de 90% daquelas
que exibem displasia ou carcinoma.
Lesões iniciais e brandas surgem como placas levemente elevadas cinzentas ou branco-
acinzentadas, que podem parecer um tanto translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e que são
tipicamente macias e planas (Fig. 10-60). Essas lesões geralmente apresentam bordas bem
demarcadas, porém, ocasionalmente, misturam-se de forma gradual à mucosa normal.
Leucoplasia fina ou branda, que raramente demonstra displasia na biópsia, pode desaparecer
ou continuar inalterada. Para os tabagistas que não reduzem seus hábitos, cerca de dois terços
destas lesões aumentam lateralmente de forma lenta, tornam-se mais espessas e adquirem
uma aparência branca marcante. A mucosa afetada pode assumir uma consistência de couro à
palpação e as fissuras podem ser mais profundas e mais numerosas. Nesse estágio, ou fase, a
lesão é frequentemente denominada leucoplasia espessa ou homogênea.
Algumas aproximadamente um terço, regridem ou desaparecem; outras poucas tornam-se
ainda mais intensas, desenvolvem irregularidades maiores na superfície e são, então,
denominadas leucoplasia nodular ou granula r
A leucoplasia pode tornar-se displásica, até mesmo invasiva, sem alteração em sua aparência
clínica. Contudo, algumas lesões, ao final desse processo, demonstram manchas disseminadas
de coloração avermelhada, denominadas eritroplasias (ver adiante). Tais áreas representam
geralmente sítios nos quais as células epiteliais são tão imaturas ou atróficas que não têm mais
a capacidade de produzir ceratina. Essa lesão, com a mistura de áreas brancas e vermelhas,
denominada eritroleucoplasia ou leucoplasia mosqueada, representa um padrão de
leucoplasia que frequentemente revela displasia avançada na biópsia.
Os sítios para obtenção da biópsia devem ser provenientes de áreas com aparência lesional
clínica que sejam o mais similares possível às observadas na região da direita da Fig. 10-69.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
As lesões de LVP em estágio inicial surgem como uma hiperceratose benigna que é
indistinguível de outras lesões leucoplásicas simples. Com o passar do tempo, a condição
progride para uma proliferação papilar exofítica que é similar às lesões localizadas da
leucoplasia verrucosa (que é algumas vezes denominada hiperplasia verrucosa). Nos estágios
mais avançados, essa proliferação papilar exibe crescimento para o interior do conjuntivo, de
um epitélio escamoso bem diferenciado com cristas epiteliais amplas e embotadas.
Quanto mais displásico o epitélio se torna, mais as alterações epiteliais atípicas se estendem
para envolver a espessura total do epitélio. As alterações histopatológicas das células epiteliais
displásicas são similares às observadas no carcinoma de células escamosas e podem incluir as
seguintes: Células e núcleos aumentados
As leucoplasias que estejam exibindo displasia epitelial moderada ou um quadro mais grave
justificam a sua destruição ou remoção completa, se isso for possível. A conduta diante das
leucoplasias exibindo alterações menos graves é guiada pelo tamanho da lesão e pela resposta
a medidas mais conservadoras, tais como o fim do hábito de fumar. A remoção completa pode
ser realizada com igual eficiência pela excisão cirúrgica, eletrocauterização, criocirurgia ou
ablação por laser. Um acompanhamento de longa duração após a remoção é extremamente
importante, uma vez que as recidivas são frequentes e também porque outras leucoplasias
podem se desenvolver. As leucoplasias que não exibem displasia frequentemente não são
excisadas, porém uma avaliação clínica a cada 6 meses é recomendada devido à possibilidade
de progressão em direção à displasia epitelial. A frequência aumentada de transformação nas
diferentes fases da leucoplasia esstá intimamente relacionada ao grau de displasia presente.
Qstá intimamente relacionada ao grau de displasia presente. Quanto maior for a gravidade
clínica, maior será a chance de displasia significativa e transformação maligna.
ERITROPLASIA (ERITROPLASIA DE QUEYRAT)
Da mesma forma que a leucoplasia, a eritroplasia é definida como uma mancha vermelha que
não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição. A
eritroplasia oral é clínica e histopatologicamente similar ao processo que ocorre na região
genital. Praticamente todas as eritroplasias verdadeiras apresentam displasia epitelial
significativa, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo. As causas da
eritroplasia são desconhecidas, porém presume-se que sejam as mesmas associadas ao
carcinoma invasivo de células escamosas de boca. A eritroplasia também pode ocorrer
associada a leucoplasia (ver anteriormente) e tem sido observada em conjunto com uma
grande proporção dos carcinomas orais invasores em estágio inicial. Embora a eritroplasia seja
menos comum do que a leucoplasia, ela possui um potencial muito maior de ser severamente
displásica no momento da biópsia ou de desenvolver uma malignidade invasiva em um
momento posterior.
A mucosa alterada mostra-se como uma mácula ou placa eritematosa bem delimitada, com
textura macia e aveludada (Figs. 10-76 e 10-77). Geralmente é assintomática e pode estar
associada a uma leucoplasia adjacente.
De acordo com uma ampla investigação histopatológica, 90% das lesões eritroplásicas
constituem histopatologicamente displasias epiteliais severas (ver anteriormente), carcinoma
in situ (ver anteriormente) ou carcinoma de células escamosas superficialmente invasivo.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Lesões vermelhas de mucosa oral, especialmente aquelas de soalho de boca e regiões ventral
e lateral de língua, devem ser observadas com desconfiança e uma biópsia deve ser realizada.
Se uma fonte de irritação for identificada e removida, então a biópsia de tal lesão pode ser
postergada em 2 semanas para permitir que uma lesão inflamatória clinicamente similar tenha
tempo para regredir.
USO DE TABACO SEM FUMAÇA E CERATOSE DO TABACO SEM FUMAÇA (BOLSA DO RAPÉ;
LESÃO DO USUÁRIO DE RAPÉ; CERATOSE DA BOLSA DE TABACO; CERATOSE DO TABACO DE
CUSPIR)
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Uma das alterações locais mais comuns é uma característica perda indolor dos tecidos
gengivais na área de contato do tabaco. Essa recessão gengival pode estar acompanhada pela
destruição da superfície vestibular do osso alveolar e correlaciona-se bem com a quantidade
do uso diário e a duração do hábito do tabaco sem fumaça.
Cáries dentárias também têm sido relatadas como mais prevalentes em usuários do tabaco
sem fumaça, talvez pelo alto conteúdo de açúcar de algumas marcas; outros relatos
questionam a existência de uma maior suscetibilidade à cárie. O uso em longo prazo pode
desgastar as superfícies oclusal e incisal dos dentes, especialmente nos pacientes que utilizam
o produto em ambientes com muita poeira no ar. Uma pigmentação extrínseca marrom-negra
pelo tabaco é tipicamente encontrada nas superfícies de esmalte e cemento dos dentes
adjacentes ao sítio de colocação do tabaco. Além disso, a halitose é um achado frequente
entre os usuários crônicos. Uma placa branca característica, a ceratose do tabaco sem fumaça,
também é produzida na mucosa em contato direto com o rapé ou o tabaco de mascar. Essa
lesão é tipicamente uma placa fina, cinza ou cinza-esbranquiçada, quase “translúcida”, com
uma borda que se mistura gradualmente com a mucosa circunvizinha (Fig. 10-79)
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A fibrose submucosa oral é uma condição pré-cancerosa de alto risco da mucosa oral, crônica,
progressiva, que forma cicatrizes. A condição é caracterizada por uma rigidez da mucosa de
intensidade variada causada por hiperplasia fibroelástica e modificação do tecido conjuntivo
superficial. Acredita-se que o mecanismo patogenético fundamental para a fibrose submucosa
oral envolva o papel da noz de areca na perturbação do equilíbrio homeostático entre a
síntese e a degradação da matriz extracelular. As citocinas e os fatores de crescimento
produzidos pelas células inflamatórias ativadas podem promover a fibrose ao induzir a
proliferação de fibroblastos, aumentar a síntese de colágeno e diminuir a produção de
colagenase. Além disso, uma quantidade considerável de cobre tem sido encontrada em
produtos da noz de areca; o cobre pode aumentar a produção de colágeno ao aumentar a
atividade da enzima lisil oxidase, envolvida na síntese e no entrecruzamento das fibras
colágenas
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
A fibrose submucosa oral é caracterizada por uma deposição submucosa de tecido conjuntivo
colagenoso denso e hipovascular com números variáveis de células inflamatórias crônicas (Fig.
10-85). As alterações epiteliais incluem vesículas subepiteliais nas lesões em estágio inicial e
hiperceratose com uma distinta atrofia epitelial em lesões mais antigas.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Ao contrário do que ocorre com a ceratose da bolsa de tabaco, a fibrose submucosa oral não
regride com a remoção do hábito. Os pacientes com casos leves podem ser tratados com
corticosteroides intralesionais para reduzir os sintomas; a separação cirúrgica ou a excisão dos
feixes fibrosos podem melhorar a abertura de boca e a mobilidade nos estágios avançados da
doença.
Anteriormente uma alteração comum na mucosa do palato duro. Embora essa lesão seja uma
alteração ceratótica branca claramente associada ao fumo de tabaco, ela não parece ter
natureza pré-maligna, talvez pelo fato de desenvolver-se em resposta ao calor em vez de aos
agentes químicos presentes na fumaça do tabaco. Pelo fato de o fumo de cachimbo gerar mais
calor sobre o palato do que outras formas de fumo, a estomatite nicotínica tem sido associada
mais frequentemente a esse hábito. Alterações similares também podem ser produzidas pelo
uso de longa duração de bebidas extremamente quentes.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A estomatite nicotínica é completamente reversível, até mesmo quando presente por várias
décadas. O palato retorna ao normal, geralmente dentro de 1 a 2 semanas após o fim do
hábito de fumar. Embora não seja uma lesão précancerosa e nenhum tratamento seja
necessário, o paciente deve ser encorajado a parar de fumar. Qualquer lesão branca da
mucosa palatina que persista após 1 mês da remoção do hábito deve ser considerada como
uma leucoplasia verdadeira e conduzida apropriadamente.
CERATOSE ACTÍNICA (CERATOSE SOLAR)
A ceratose actínica é uma lesão pré-maligna cutânea comum causada por uma exposição
cumulativa à radiação ultravioleta (UV) da pele exposta ao sol, especialmente nas pessoas de
pele clara.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A ceratose actínica raramente é encontrada em pessoas com idades abaixo de 40 anos. A face
e o pescoço, o dorso das mãos, antebraços e o couro cabeludo de homens calvos são os sítios
mais comuns de ocorrência. As lesões individuais são placas irregulares cobertas por escamas,
que variam de uma coloração normal a branca, cinza ou marrom e podem estar superpostas a
um fundo eritematoso. A escama ceratótica é removida com graus variáveis de dificuldade. A
palpação revela uma textura áspera de “lixa” e algumas lesões podem ser percebidas mais
facilmente pelo tato do que pela observação visual. Tipicamente, a lesão é menor do que 7
mm de diâmetro, porém pode alcançar um tamanho de 2 cm, geralmente com mínima
elevação acima da superfície da pele.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A queilose actínica é uma alteração pré-maligna comum do vermelhão do lábio inferior que
resulta de uma exposição progressiva excessiva ao espectro ultravioleta da luz solar. Trata-se
de um problema concentrado predominantemente em pessoas de pele clara com uma
tendência a apresentar queimadura solar com facilidade quando da exposição ao sol.
Ocupações profissionais com exposição ao ar livre claramente estão associadas a esse
problema, o que leva à utilização de termos de uso popular como lábio do fazendeiro ou lábio
do marinheiro.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A queilose actínica raramente ocorre em pessoas com idades abaixo de 45 anos. Tem forte
predileção pelo gênero masculino. As alterações clínicas mais precoces incluem a atrofia da
borda do vermelhão do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas de manchas
pálidas. O apagamento da margem entre a zona do vermelhão e a porção cutânea do lábio é
tipicamente observado. À medida que a lesão progride, áreas ásperas e cobertas de escamas
desenvolvem-se nas porções mais secas do vermelhão. Essas áreas se tornam espessas e
podem se assemelhar a lesões leucoplásicas, especialmente quando se estendem para
próximo da linha úmida do lábio. O paciente pode relatar que o material escamoso pode ser
descamado com alguma dificuldade, e isso não impedirá que o material se forme novamente
dentro de poucos dias. Com a progressão, a ulceração crônica focal pode se desenvolver em
um ou mais sítios (Fig. 10-92). Tais ulcerações podem permanecer por meses e
frequentemente sugerem a progressão para um carcinoma de células escamosas em estágio
inicial.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Várias das alterações associadas à queilose actínica podem ser irreversíveis, porém os
pacientes devem ser encorajados a utilizar bálsamos para lábios com bloqueadores solares
para prevenir maiores danos. As areas de endurecimento, espessamento, ulceração ou
leucoplasia devem ser submetidas à biópsia para excluir a possibilidade de carcinoma. Em
casos clinicamente graves sem transformação maligna clara, um procedimento cirúrgico que
emprega a técnica de shave labial (vermelhonectomia) pode ser realizado. A mucosa do
vermelhão é removida e uma porção da mucosa labial intraoral é puxada em direção à ferida
ou permite-se que a ferida cicatrize por segunda intenção. A vantagem dessa técnica é que ela
gera tecido para a avaliação histopatológica e espera-se que áreas de um carcinoma de células
escamosas superficialmente invasivo estejam presentes.