Você está na página 1de 71

Fundamentos para a

Propedêutica Cirúrgica I

BIÓPSIA
Odontologia Anhanguera
Jundiaí
DEFINIÇÃO
biópsia

remoção de um fragmento de tecido de um


paciente para avaliação das alterações
eventualmente presentes

auxíliar no diagnóstico, dos quais o


profissional pode lançar mão com intuito de
confirmar e/ou excluir um diagnóstico, eleger
a melhor alternativa terapêutica e orientar o
prognóstico.
NORMALIDADE
x
ALTERAÇÃO
INDICAÇÕES LESÕES ULCERADAS OU NÃO

com suspeita de malignidade e não


cicatrizam após 10-15 dias, com ou sem
sangramento

lesões esbranquiçadas ou
avermelhadas

após diagnóstico diferencial

crescimento teciduais
LESÕES ÓESSEAS
EXPANSIVAS OU NÃO

INDICAÇÕES
LESÕES INFECCIOSAS
CONTRA INDICAÇÕES
ESTADO GERAL DO PACIENTE E/OU

LESÕES HEMORRÁGICAS LE˜SÕES COM LE˜SÕES DE GLÂNDULAS


diagnóstico diferencial DIAGNÓSTICO CLÍNICO MAIORES
IMPORTANTE
previamente à biópsia

estado físico e
anamnese sinais e sintomas exames seu estado físico e
emocional do
complementares emocional
paciente
importante

queixa princial e história atual


história odontológica e médica
da doença

descrição da lesão e histórico fotografia e exames


da lesão complementares
quando começou? estímulo? cicatriza?
refeição? caiu? dói? fuma?
ATENÇÃO
pré biópsia

exame clínico exame intra- exames sinais vitais


aumento de volume oral complementares PA
assimetria facial mucosa hemograma (série Glicemia
coloração lábios vermelha e branca) ????? Temperatura
tumor orofaringe coagulograma ??????? BPM
rubor dentes glicemia Frequência
edema palato duro e mole radiografia parorâmica respiratória
nódulo assoalho de boca tomografia
linfonodos + exame clínico ressonância magnética
LABORATÓRIO
antes de iniciar a
biópsia

- ficha de encaminhamento de biópsia


- material fixador
- transporte
- laudo
- laudo + lâmina
- preço
TIPOS DE BIÓPSIA
e as indicações

tecidual
punção Punch
incisional
PAAF
Excisional
citologia esfoliativa
PUNÇÃO
ASPIRATIVA
POR AGULHA
FINA (PAAF)
lesões com massa visualizável
ou palpável

baixo custo e sem anestesia

remoção das células da lesão para visualização


direta no microscópio

esfregaço na lâmina

posteriormente: imunohistoquímica
MATERIAL
- agulha fina
calibre 20 ou menor
- seringa
descatável de 10mL
- lâmina de vidro
- porta lâmina
- fixador (verificar
com o laboratório)
- álcool 70%
- gaze estéril
- EPI
- antissepsia do local com álcool 70%
- puxar êmbulo da seringa 1cc
- introduzir no local
- cuidado para não ultrapassar o nódulo ou
massa
- puxar o êmbulo
- movimentar a agulha em diversas direções
sempre no interior do nódulo ou massa, para
que o bisel "corte" as células e sejam
aspiradas
- solte ou volte o êmbulo na posição inicial *
- retire a agulha
- realizar o esfregaço na lâmina
- colocar no fixador
- se sobrar: citoinclusão em parafina

https://youtu.be/J2hvkBi7e_s
PUNÇÃO
ou punch

realizado com um aparelho punch para


remover a lesão por inteiro em largura e
profundidade
- fio de sutura (nylon, seda ou algodão)
- fixador (verificar com o laboratório)
- anestésico
- gaze estéril
- EPI
- cuba com soro 0,9%
- antissepsia do local com clorexidina 0,12%
- anestesia ao redor da lesão
- introduzir o punch
- movimentar o punch
- retirar o punch
- retirar o fragmento com a pinça (dentiada
ou dente de rato)ou lâmina de bisturi
- colcoar o fragmento no fixador
- suturar

https://youtu.be/-66SDoWX5dQ
várias remoções
CUIDADO: sangramento
geralmente: solução fixadora é formaldeído 4% ou formalina 10%.

soro, álcool ou água: não têm a capacidade de evitar a degradação


do tecido.

O volume de fixador deve ser de aproximadamente 10 vezes maior


que o volume da peça.

O frasco deve ser identificado com as informações nome e idade do


paciente, data da realização do procedimento.

Enviar: dados do paciente, queixa principal, história da doença atual,


aspectos clínicos da lesão, resultados de exames complementares
(raio X, tomografia computadorizada, hemograma) quando houver e
a hipótese de diagnóstico.
Keep In Mind:

https://youtu.be/f0wcCJctifI
CITOLOGIA
ESFOLIATIVA

É a obtenção de material por

raspagem da superfície da lesão.

Assim, lesões submucosas não

podem ser obtidas por esse método.

É importante registrar que esse exame é

de difícil classificação tumoral,

principalmente quando envolve glândulas.


LAUDO
anatomohistopatológico

MATERIAL: fragmento de mucosa em região de lábio inferior.

EXAME MACROSCÓPICO: fragmento único de tecido rosa-vermelho amarelado, macio, 2cm, com
coágulo sanguíneo e peso 16g

EXAME MICROSCÓPICO: mucina extravasada circundada por tecido de granulação reacional. Focos
de inflamação com histiócitos espumosos (macrófagos). Ducto salivar rompido identificad.
Glândulas salivares menores adjacentes com infiltrado inflamatório crônico e ductos dilatados.

CONCLUSÃO: alterações compatíveis com a hipótese de diagnóstico e sem alterações compatíveis


com malignidade.
coloração HE: coloração Hematoxilina-Eosina
diferenciação das partes basófilas (pela hematoxilina) e acidófilas, ou
eosinófilas (pela eosina).
A hematoxilina tem atração por substâncias ácidas (basófilas) dos
tecidos, como os núcleos e o retículo endoplasmático rugoso e ácidos
nucleicos. Já a eosina, sendo ácida, cora predominantemente o
citoplasma, as fibras de colágeno e outras estruturas compostas por
substâncias com caráter básico (acidófilas).
coloração: química
Tipos de Imunofluorescência:
Imunofluorescência Direta: o material é incubado diretamente com anticorpos marcados com
fluoresceína dirigidos a imunoglobulinas humanas (IgA, IgM, IgG) e a complemento (em geral C3).

Imunofluorescência Indireta: Utiliza-se de um substrato contendo o antígeno a ser estudado. Este é


incubado com o soro do paciente teste, para saber se tem auto-anticorpos. Após a reação, coloca-se
um segundo anticorpo (reação indireta), contra imunoglobulinas humanas, marcados com fluoresceína
ou rodamina.
HIPERPLASIA
FIBROSA
INFLAMATÓRIA
lesão fibrosa com células inflamatórias
comum em pacientes com próteses desadaptadas ou
inadequadas

aumento de volume de base séssil ou pediculada e nodular.

Microscopicamente: epitélio estratificado pavimentoso


paraqueratinizado com áreas de hiperplasia, um tecido
conjuntivo
intensamente colagenizado com presença de diversos vasos
sanguíneos e discretos focos de infiltrado inflamatório

--> remoção da protése


-------> acompanhar
--> remoção cirúrgica
--> biópsia??????????
"O resultado da análise
microscópica demonstrou uma
mucosa bucal constituída por
epitélio estratificado pavimentoso
paraqueratinizado e
hiperplásico. Subjacente, nota-se
tecido conjuntivo fibroso com
focos de discreto infiltrado
inflamatório mononuclear
subeptelial e perivascular"
MUCOCELE
lesão não infecciosa benigna que se desenvolve em
mucosa oral, resultante da ruptura do ducto de glândulas
salivares menores ou da presença de cálculos (sialolitos)
que possibilitam a dispersão de mucina para o interior do
tecido conjuntivo ou impedem a drenagem do muco
através do ducto excretor danificado da glândula salivar.

Clinicamente: lesões são assintomáticas, com aparência


bolhosa de um cisto mucoso, geralmente arredondados, de
superfície lisa1, ligeiramente azuladas ou translúcidas e
flutuantes (mucocele superficial) ou sem alteração de
coloração da mucosa e mais firme à palpação (mucocele
profunda), podendo haver episódios de esvaziamento e
recorrência com enchimento repentino durante as refeições.
Microscópico: área de mucina extravasada circundada por tecido de granulação. A inflamação usualmente inclui
numerosos histiócitos espumosos (macrófagos). Em alguns casos, um ducto salivar rompido pode ser identificado
desembocando dentro da área. As glândulas salivares menores adjacentes geralmente contêm um infiltrado
inflamatório crônico e ductos dilatados.
aumento de produção: presença de adenocarcinomas -->
pâncreas
pulmão
mama
ovário
cólon
--> presente também em: asma
bronquite
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
fibrose cística.
estudos recentes: presença de mucina e tumor maligno

--> MUCINA: LUBRIFICAÇÃO, ATIVIDADE ANTI-MICROBIANA --> INIBIÇÃO E DEFESA --> BARREIRA

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Depósitos anormais de mucina são responsáveis pelo edema facial não opondo
visto em hipotireoidismo não tratado.
RÂNULA
mucoceles que ocorrem no soalho de boca. Este nome é derivado da palavra em latim rana, que significa “rã”,
pois o aumento de volume pode lembrar o ventre translúcido de uma rã.

aumento de volume flutuante, de formato abaulado e coloração azulada no soalho de boca.


lesões profundas podem apresentar a coloração normal da mucosa

geral, localiza-se lateralmente à linha média


Diagnóstico diferencial:

rânula cervical ou mergulhante: mucina extravasada disseca através do músculo milo-hioide e produz o aumento de
volume dentro do pescoço

cisto do ducto salivar?


também conhecido como cisto de retenção das glândulas salivares ou sialocisto,
é um cisto verdadeiro, que apresenta revestimento epitelial.
Ele é caracterizado pela dilatação do ducto da glândula salivar secundária a sua obstrução.
Esse cisto, embora seja, algumas vezes, confundido com mucocele, apresenta diferenças clínico-patológicas
importantes.

Características clínicas
Pode acometer as glândulas salivares menores ou maiores. Dentre as glândulas maiores, a parótida é a mais afetada.
Nesses casos, a lesão se apresenta expansiva e assintomática. Nas glândulas menores, o cisto ocorre em pacientes
adultos e pode ser encontrado em qualquer região.
O que contrasta com a mucocele, que tem predileção pelo lábio inferior, cujos pacientes acometidos são mais jovens.
Clinicamente, a doença apresenta-se como uma lesão nodular, flutuante, por vezes, com coloração azulada, sendo
indistinguível da mucocele. Essa diferenciação somente é possível, por meio do exame histopatológico.

Tratamento
Para o tratamento do cisto é recomendada a enucleação cirúrgica e, geralmente, as lesões não são recorrentes.
Quando a localização é na parótida, a ressecção total ou parcial da glândula pode ser necessária.
No exame microscópico, observaremos uma cavidade revestida por epitélio do ducto salivar ectásico (dilatação
tubular) (Figuras 1 e 2). No revestimento, encontraremos epitélio cuboidal, colunar ou escamoso, com poucas
camadas celulares. Em alguns casos, é possível encontrar metaplasia oncocítica ou mucosa (Figura 3). Mucina
intraluminal ou calcificações incipientes são comumente encontradas (Figura 4). Em outros casos, múltiplos
compartimentos císticos adjacentes aos glandulares podem ser observados.
DISPLASIA
EPITELIAL
ou atipia epitelial

A displasia epitelial é definida como


uma lesão pré-cancerígena do epitélio
escamoso estratificado, caracterizada
por atipia celular e perda de maturação
normal, podendo se transformar em um
carcinoma in situ.
HIPERQUERATOSE
friccional

consiste em uma lesão branca


provocada por atrito ou fricção crônica
contra uma superfície da mucosa oral
HIPERQUERATOSE
por tabaco
No ambulatório clínico da unidade de especialidades odontológicas onde você trabalha como estomatologista, compareceu

um paciente, L. F. C., do sexo masculino, branco, com 26 anos de idade, com queixa de incômodo na cavidade oral, em

decorrência de um “crescimento” em lábio inferior, e no dorso da língua, com 15 dias de evolução. Relatou ainda coceira em

tronco e abdômen, pela presença de “urticárias” nessa região. O paciente disse que procurou o seu dentista há uma semana e

que este o informou de que se tratava de uma alergia. O dentista prescreveu corticoide tópico para aplicação na mucosa oral

três vezes ao dia e um antialérgico (loratadina, 1 cápsula, via oral [VO], ao dia por 7 dias), porém não houve melhora com este

tratamento. Na pré-consulta, ele apresentou sinais vitais estáveis (PA: 120 x 70; FC: 82 BPM e FR: 18). A história familiar revelou

pais vivos e saudáveis. No exame extraoral, foi notada linfadenopatia (aumento no volume dos linfonodos) submandibular

e cervical superficial, com gânglios pequenos, móveis e palpáveis. Apresentava lesões eritematosas circulares e pouco

elevadas (placas urticariformes) em região de tórax, abdômen e região dorsal. O lábio inferior apresentava na porção anterior

uma placa pouco elevada, com ulceração de bordas elevadas, endurecidas e fundo serofibrinoso. Foi também verificada a

presença de placas na região dorsal da língua, pouco elevadas e não ulceradas.


Paciente de 54 anos, sexo feminino, se apresenta para clareamento dos dentes anteriores. Ao exame clínico é
observada a necessidade de cirurgia periodontal estética para cobertura radicular no elemento 23 e substituição
da resina fotopolimerizável no elemento 22. A paciente relata que está fazendo uso do fitoterápico Ginkgo biloba
para melhorar a circulação sanguínea. O exame de coagulograma registrou tempo de sangramento de 11 minutos
(valor de referência: 1 a 3 minutos) e INR de 1,6 (valor de referência: 0,8 a 1,2).
Paciente apresentou uma lesão hiperplásica, granulosa, irregular na gengiva marginal e inserida na vestibular, cor
róseo-avermelhada na região do dente 37. A lesão era firme e irregular e relatou que a lesão apareceu há 30
diasCom base nos dados clínicos e resultados laboratoriais fornecidos, formule uma seqüência de tratamento,
justificando-a.
Paciente, gênero masculino, 30 anos, se apresentou no seu plantão com coriza, febre, dor no corpo,
dificuldade de respiração, dor ao abrir a boca, com sangramento e odor.
Ao exame clínico, constatou-se doença periodontal e gengivite.

Você também pode gostar