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EXAME CLÍNICO PERIODONTAL

 Funções do diagnóstico
o Mapeamento
o Diagnostico de doenças específicas
o Sítios/indivíduos de alto risco
o Plano de tratamento
o Monitoramento de terapia
 Para estabelecer o diagnóstico precisamos realizar o exame clinico do periodonto
o Anamnese
o Exame físico
o Exame radiográfico
o Exames complementares
ANAMNESE
 Queixa principal (com as próprias palavras do paciente)
 História da doença atual: explica a queixa principal e anotar os possíveis sintomas
 História médica:
o Reconhecer pacientes com doenças sistêmicas
o Comunicação com o médico
o Interações medicamentosas (o que ele já usa)
o Modificação do plano de tratamento
 Perfil bioemocional:
o Condições emocionais e temperamento
o Atitude do paciente
o Colaboração e interesse
o Capacidade e compreensão
o Idade
 Condições sistêmicas: estados naturais ou induzidos que exercem efeitos gerais sobre o
corpo
o Idade
o Status sócio-econômico
o Nutrição
o Raça
o Hormônios sexuais femininos
o Fumo
o Fatores psicossomáticos
o Medicamentos
 Doenças sistêmicas: anormalidades verdadeiras com sinais e sintomas caracteríscticos de
um estado de doença
o Problemas cardiovasculares
o Diabetes
o Aids
o Discrasias sanguíneas
o Anormalidade neutrofílicas
o Síndrome de Down
o Síndrome papilon lefevre
 História odontológica (sintomas/ sinais de doença periodontal) - relato de:
o Sangramento
o Mobilidade
o Dor
o Halitose
o Prurido gengival (coceira)
o Gosto salgado na boca (supuração) -> abcesso
o Migração dental patológica -> espaço entre os dentes, que ocorreram por conta do
aparato dental
o Sensibilidade dentinária
o Hábitos (contribui)
o Problemas periodontais prévios
EXAME FÍSICO EXTRA E INTRA-ORAL
 Exame dos tecidos moles, dentes e periodonto
o Inspeção visual
o Palpação/ percussão
o Sondagem periodontal
o Olfato
 Exame dos dentes
o Desgaste / lesões cervicais não cariosas
o Lesões cariosas
o Manchas
o Contatos proximais
 Contatos firmes
 Avaliação com fio dental
 Contatos abertos (impacção alimentar)
 Alterações oclusais: Giroverções, apinhamentos, contatos prematuros e/ou
interferências oclusais
Exame periodontal
 Sistemática e completa
 Detectar sinais precoces da doença (gengivite/ periodontite)
 Registro de achados deve ser simples e claro
 Verificar se há de placa e cálculo
o Evidenciação de placa= motivação
o Evidenciação de cálculo supragengival
 Gengiva (avaliar com campo seco e boa iluminação)
o Coloração: rósea fosco (normal), inflamada fica mais brilhante, liso e eritematosa
o Forma: inflamada fica muito edemaciada ocupando um espaço indevido
o Contorno: contorno cervical, papila interdental (normal)
o Textura: tipo casca de laranja (normal)
o Consistência: firme (normal)
o Posição: inflamada seu posicionamento fica mais apical (recessões gengivais)
o Tendencia ao sangramento
o Dor
o Características de resposta tecidual
 Edematosa
 Fibrótica
o Presença de supuração e cálculo
SONDAGEM PERIODONTAL
 Nenhum exame da boca pode ser considerado completo se não incluir a exploração do
sulco gengival ou bolsa periodontal
 Se faz com a sonda milimetrada
 Parâmetros clínicos:
o Sangramento à sondagem
 Presença de atividades de doença (sangramento do fundo de bolsa ou sulco)
 Pressão de 0,25N/ resistência do tecido
 Índice gengival: sangramento de margem gengival (introduz a sonda OMS,
apenas 1-2mm do interior do sulco, estimula a apenas a gengiva marginal
livre); sua diferença com o sangramento a sondagem, além desse exame ser
feito após a introdução até o fundo do sulco mede o sangramento do fndo de
bolsa ou sulco
 Introduz a sonda até encontrar a resistência do tecido, espera uns
10segundos para ver se sangra
 Registrado e visualizado após ver a profundidade de sondagem
 Realizado em 6 sítios por dente, enquanto o índice gengival são apenas 4
o Profundidade clínica de sondagem
o Posição da margem gengival
 Recessão
 Aumento gengival
o Nível de inserção clínica
BOLSA PERIODONTAL
 A forma mais fidedigna de determina-la é por meio da sondagem
 Aprofundamento patológico do sulco gengival
 Conteúdo altamente contaminado (placa bacteriana)
 Presença de irritantes bacterianos (LPS)
 Esse biofilme desencadeia uma resposta inflamatória no tecido conjuntivo ele favorece a
migração da margem coronal gengival por um edema, caso continue essa inflamação que
pode gerar uma destruição do periodonto de inserção
 Sulco aprofundado por:
o Migração coronal da margem gengival (edema)
o Pera de inserção de fibras
o Ambos
 Bolsa gengival (falsa ou relativa): apenas periodonto de proteção
 Bolsa periodontal (verdadeira ou absoluta): se deve as custas também de uma perda de
inserção de fibras do ligamento periodontal e acometimento do osso alveolar e cemento ->
periodonto e inserção e sustentação
o Bolsa periodontal supra-óssea: o final é superior a crista óssea (Horizontal)
o Bolsa periodontal infra-óssea: o final é inferior a crista óssea(tipo rampa)

o
 O único método confiável para detecção de bolsa periodontal é a sondagem
 Outros sinais:
o Coloração azul/ arroxeada (margem gengival além da JMG
o Margem gengival arredondada
o Gengiva aumentada e edematosa
o Sangramento/ supuração/ mobilidade
o Migração patológica (surgimento de espaços)
o dor (presente ou ausente)
o gosto desagradável (após alimentação)
o prurido na gengiva (coceira)
o sensibilidade térmica (frio e/ou calor) - recessão: expõe raiz
EXSUDATO (SUPURAÇÃO)
 um tipo de exsudação
 engatilhado pelo processo infeccioso
 Achado frequente, mas é um sinal secundário
 Reflete a natureza inflamatória da doença, caracterizada pelas alterações teciduais
ocorridas
 Abcesso: processo localizado e agudização de uma infecção crônica
 Saída de pus expontaneo ou por pressão
CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS ÓSSEOS
 Número de paredes ósseas (remanescentes)
 De acordo com o número de paredes que ficam no sítio
 Ficam melhor evidenciados associados com as radiografias
 Visto melhor em processos cirúrgicos

o A: loja óssea com 3 paredes – mais favorável a regenereação


o B: 2 paredes (tábuas), não mt visto radiologicamente
o C: defeito de uma parede persiste (lingual ou vestivular), a sondagem ajuda
o D: defeito circunferencial, com cratera, uma área em forma de cálice (traumas
oclusais)
PROFUNDIDADE CLÍNICA DE SONDAGEM
 Distância da margem gengival ao fundo de bolsa ou sulco
 Registrado no periograma
 Penetração da sonda periodontal no sulco até encontrar resistência
 Varia conforme o posicionamento da margem gengival, essa que varia conforme a
inflamação
 Sulco histológico: 0,5mm epitélio oral do sulco e o esmalte
 Sulco clínico (2 a 3mm), a soda não para nos 0,5mm do epitélio oral, ela penetra até o
final do epitélio juncional
 Em inflamação ou doença a sonda penetra mais, vão ser superiores a 3mm -> são bolsas
POSIÇÃO DA MARGEM GENGIVAL
 Distância da junção esmalte cemento à margem gengival
 observando esta, podemos estar diante de um aumento (1-2mm) ou recessão gengival
(apicalmente)
 O aumento gengival: negativo
 Recessão: positivo
 O nível de inserção clínica é calculado somando os valores da medida de profundidade de
sondagem ao aumento ou recessão
NÍVEL DE INSERÇÃO CLÍNICA
 Profundidade de sondagem + posição da margem gengival


 Usa como fundo fixo a JEC, diferente da profundidade de sondagem que usa a margem
gengival, mas esta não é fixa já que varia conforme o processo inflamatório
 Reflete o quanto o periodonto de inserção foi perdido


SONDAGEM
 Nível de inserção clínico: distância entre a base da bolsa (sulco) e um ponto fixo (JCE)
 Alteração no nível de inserção é devido apenas ao ganho ou perda de fibras de
sustentação e reabsorção/ ganho ósseo
 Melhor indicador do grau de destruição periodontal (perda de inserção periodontal)
 O nic é mais fiel do que a profundidade clínica de sondagem (ponto fixo)
o A profundidade pode ser 6mm mas apresentar diagnósticos diferentes caso você
utilize o método NIC

o
 Penetração da sonda depende:
o Tamanho e marcações das sondas (sonda delicada- diâmetro das pontas 0,3-
0,5mm)
o Força de inserção (0,25 a 0,3N)
o Direção de penetração
o Resistência dos tecidos (inverso a inflamção)
o Convexidade da coroa
o Presença de cálculo/ rugosidades
DETECÇÃO DE DEFEITOS MUCOGENGIVAIS
 Gengiva inserida e a marginal
 Gengiva (mucosa) queratinizada: faixa de tecido (distancia) entre marem gengival e JMG
(junção mucogengival)= medida externa
 Mais de 2 mm de mucosa queratinizada = sorriso gengival
 Quanto menor mais sensível, pois a pequena faixa
 Tem que ter no mínimo 2mm de mucosa
 Quanto menor a faixa maior o risco de se estabelecer uma recessão
 Existem soluções para determinar a queratinização
 Inserção alta de freios e bridas
o Mobilidade marginal
o Faixa reduzida de G.I
 Um freio alto (perto da margem gengival) pode causar um diastema
PARÂMETROS CLÍNICOS
 Profundidade de sondagem (P.S)
 Quantidade de mucosa ceratinizada
 Nível de inserção clínica (NIC)
o Sangramento à sondagem
o Posição de margem gengival
MOBILIDADE
 Mobilidade fisiológica (0,1mm), a raiz não ta calcificada no osso alveolar
 O cemento e os ligamentos periodontais que formam essa ligação -> geram essa
mobilidade fisiológica
 Inicial: distorção visocoelástica do conteúdo ligamentar e redistribuição dos fluidos do
ligamento (neutralização de forças axiais)
 Secundária: deformação elástica do osso alveolar
 Mobilidade anormal:
o Perda de suporte dental (perda óssea)
o Trauma oclusal primário ou secundário, em periodonto já acometido, (resultado da
reabsorção da cortical/ aumento do espaço do ligamento periodontal
o Processos agudos (periodontais e / ou periapicais)
o Gravidez/ contraceptivos (alterações físico-químicas no periodonto)
o Tumores, osteomielite, osteoporose, doenças sistêmicas
 Classificação:
o Mobilidade normal (grau 0): 0,1-0,2mm horizontalmente
o Grau I: mobilidade aumentada da coroa de no máximo 1mm horizontalmente
(vestíbulo-lingual, menor ou igual a 1mm)
o Grau II: mobilidade aumentada da coroa em mais de 1 mm horizontalmente
(vestíbulo-lingual ou mésio-distal, maior que 1mm)
o Grau III: mobilidade intensa da coroa do dente, nas direções horizontal e vertical
(vestíbulo-lingual e ocluso-apical), interferindo na função do dente
 Precisa de 2 instrumentos longos, uma na vestibular e outra na lingual/ palatina ou distal e
mesial para ver mobilidade horizontal
ENVOLVIMENTO DE FURCA
 Área entre as raízes de dentes multi-radiculares
 Tronco radicular: distância do teto da furca a JCE, em troncos maiores favorece para a
demora do acometimento da periodontite

 Nas furcas distais e mesiais são preferencialmente acessadas por palatina


 A sonda usada é a de nabers (uma tarja a cada 3mm)
 Etiologia:
o Dp associada à placa
o Fatores oclusais associados
o Lesão pulpar associada
 Classificação
o Classe I: perda óssea incipiente (profundidade de sondagem horizontal menor ou
igual a 3mm a partir de uma ou duas entradas) / a penetração da sonda atinge
menos de um terço da largura vestíbulo- lingual ou mésio-distal -> primeira tarja
ainda visível
o Classe II: perda óssea parcial (profundidade de sondagem horizontal > 3 mm a partir
de uma ou duas entradas / a penetração da sonda ultrapassa um terço da urca, não
ultrapassando toda sua largura)-> a primeira tarja começa a ficar invisível
o Classe III: perda óssea total (profundidade de sondagem horizontal < 3mm a partir
de duas ou mais entradas/ sonda atravessa de V para L) -> a sonda entra de um
lardo e sai do outro

o
 Alguns fatores podem dificultar a penetração da sonda gerando dificuldades
o Presença da sonda correta
o A anatomia radicular: divergência de raízes(divergência maior, mais tecido de
periodonto de inserção, então se apresenta lesão ela pode ser mais grave);
tamanho do tronco (quanto maior o tronco, mais inserção ele precisa perder pra que
tenha uma mobilidade)
o Presença de muito cálculo
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
 Perda óssea é sempre maior que o demonstrado pela radiografia
 A periapical é a melhor
 Podem ser usadas as panorâmicas (visualizar grandes deformidades ósseas, analise de
terceiros molares), periapicais (padrão ouro-> osso alveolar, lâmina dura, periodonto de
inserção) e interproximais (invasão de espaço biológico, septos interproximais)
 Limitações:
o Não é possível diagnosticar bolsa periodontal (alteração de tecido mole)
o Não distingue casos tratados e não tratados
o Não mostra perdas ósseas vestibulares/ linguais
o Não demonstra relação de tecidos moles com tecidos duros
o Não diagnostica mobilidade
o Não revela pequenas alterações ósseas
o Não detecta crateras ósseas
o *mesma radiografia/ angulações diferentes
 Benefícios:
o Registra posição do septo ósseo (técnica correta) = perdas ósseas verticais ou
horizontais
o Método auxiliar no diagnóstico (não conclusivo)
o Registro do osso alveolar processo alveolar e espaço do ligamento periodontal nas
faces mesial e distal e região periapical
o Documenta visualização de cálculo (grandes quantidades) e de restaurações
radiopacas nas faces proximais
 Quais alterações vamos encontrar?
o “esfumaçamento” ósseo/ perda da continuidade da lâmina dura interproximal
o Área radiolúcida em forma de cunha (perda óssea vertical) -> uma parede por de
parecer mais alta, as paredes não são absorvidas de forma igual, formam as
rampas
o Redução do septo ósseo em altura (perda óssea horizontal) -> todas as paredes do
septo ósseo reduzida de forma igual
o Radiopacidade (perdas maiores). Sem diagnóstico de extensão ou morfologia do
defeito
o Radiolucidez na área de bifurcação de molares “sugere” envolvimento/ perda óssea
 Áreas com radiolucidez em bifurcação com perda óssea em superfícies ou
dentes vizinhos devem ser investigadas (exame físico mais apurado)
FICHAMENTO GRÁFICO PERIODONTAL (PERIOGRAMA)
 Forma universais de entender todos os padrões periodontais


 Se sondar e der um valor 3,5 ou 4,5 deve-se arredondar para o valor mais alto
 Dentes ausentes devem ser pintados de preto
 Dentes inclusos devem ser contornados de preto
 Tratamento endodôntico: pintar o canal os dentes
 Lesão periapical delimitar conforme raio x -> fazer círculos
 Diastema: II
 extrusão dentária(saída da unidade do alvéolo): na superior uma seta pra baixo e na
inferior para cima
 inclinação dentária:
 área de retenção (precisa de bracte, cálculo, excesso ou falta de restauração):
 problema mucogengival (faixa de gengiva inserida ou mucosa queratinizada<2mm):
 abrasão cervical:
 envolvimento de birfuração (em vermelho)
o classe I:
o classe II:
o classe III:
 mobilidade (1, 2 ou 3): marcar o número (grau) na coroa lingual ou palatina
 inserção alta de freio/brida:
 ordem:
o pinta dentes ausentes
o profundidade clínica de sondagem (o quadrado do meio)
o é pintar a margem gengival de azul
o pintar as bolsas de profundidade maior ou igual a 4mm através de linhas vermelhas,
a partir da margem gengival
o em dentes inferiores o vértice do triângulo é pra baixo
o pintar as bolsas
DIAGNÓSTICO
 após periograma
 gengivite:
o em periodonto intacto ou reduzido (já tem perda do periodonto de inserção)
o SS ≥ 10% dos sítios, sem perda de inserção (NIC=0; em periodonto o NIC ≠ 0), PS
(profundidade clínica) ≤ 3
o Sem bolsa periodontal
o Localizada: ≤ 30% dos sítios com SS;
o Generalizada >30% dos sítios com SS
 periodontite crônica:
o perda de inserção clínica interproximal em pelo menos 2 dentes não adjacentes
e/ou perda de inserção clínica vestibular ou lingual de pelo menos 3 mm com PS
superior a 3 mm em pelo menos 3 dentes
o presença de perda óssea radiográfica; NIC ≠ 0
o Presença de PS > 3mm e SS
o Presença de bolsas
PROGNÓSTICO
 Previsão clínica dos resultados a serem obtidos após terapia periodontal
 Fatores a serem considerados:
o Tipo de periodontite
o Tecido ósseo remanescente
o Idade do paciente
o História médica do paciente
o Maloclusão
o Necessidade de próteses
o Cooperação do paciente
o Envolvimento de bifurcação
o Mobilidade

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