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Ester Angélica Morais Silva

Professor: Renato Gaspar

Diagnostico das lesões endodônticas


ODONTOLOGIA MORFOFUNCIONAL DO ECOSSISTEMA BUCAL
1) História Odontológica

A) A odontologia surgiu da necessidade do homem lidar com a dor e a


perda dentária. Entre os mamíferos carnívoros, a perda dos dentes é um
dos motivos mais importantes de morte, pois impede os animais de caçar,
se alimentar e dificultam a sua defesa. Na história odontológica o paciente
irá realizar o diálogo estabelecido entre profissional de saúde e paciente
com o objetivo de ajudá-lo a lembrar de situações e fatos que podem estar
relacionados a sua doença.

B) Localização: Apontar o dente que causa a dor, este é o cenário mais


favorável para o clínico, por que ajuda a direcionar a entre vista aos eventos
que podem ter causado o problema naquele dente em particular. Além
disso, a localização permite que os testes diagnósticos sub sequentes
sejam foca dos nesse dente em particular.

Início: Quando os sintomas começaram, o paciente que está apresentando


sintomas talvez se lembre de quando eles iniciaram. Algumas vezes, o
paciente lembrará até mesmo o evento inicial: ele pode ser de natureza
espontânea, pode ter começado após a realização de uma restauração,
pode ter o trauma como etiologia ou a mordida em algo.

Intensidade: Onde verifica-se o nível da dor do paciente, o grau de


intensidade pode determinar a decisão de instituir a terapia endodôntica, o
profissional deve questionar ao paciente intensidade da dor como leve,
desconfortável, moderada, grave ou muito grave.

Estímulo e Alívio da Dor: Debate com o paciente para entender o que está
causando a dor e o que alivia ela, o paciente pode relatar que beber algo
gelado causa a dor ou possivelmente que mastigar ou morder é o único
estímulo que faz o dente doer. O paciente pode dizer que a dor surge
somente quando “alivia a mordida”. Algumas vezes, o paciente pode chegar
ao consultório dentário com uma bebida gelada na mão e afirmar que os
sintomas somente podem ser atenuados banhando o dente na água fria.
Alguns sintomas podem ser aliviados por analgésicos não prescritos,
enquanto outros podem necessitar de medicação narcóticos.

Duração: A duração dos sintomas varia de individuo para individuo, depois


do evento estimulador deve ser registrada como o tempo durante o qual a
sensação é sentida pelo paciente e documentada em termos de segundos
ou minutos. Com a entrevista para obtenção da história dentária completa, o
clínico possui uma melhor compreensão da queixa principal do paciente e
pode se concentrar em executar uma avaliação diagnóstica objetiva, apesar
de a fase subjetiva (e artística) da realização do diagnóstico ainda não estar
completa e continuar após testes mais objetivos e a fase científica do
processo investigativo.

2) Exames
Exame extraoral
Avalia presença de qualquer alteração de cor textura na pele, presença de
linfonodos palpáveis,
O exame extraoral pode dar ao clínico a orientação sobre quais áreas
intraorais necessitam de uma avaliação mais apurada. Edema extraoral,
linfadenopatia localizada ou fístula extraoral podem conduzir a um estudo
mais detalhado das estruturas intraorais adjacentes e relacionadas.

Exame dos Tecidos Moles


Assim como em todo exame dentário, deve haver uma rotina de avaliação
dos tecidos moles intraorais. A gengiva e a mucosa devem ser secas, com
uma seringa com ar ou com gaze de 5 × 5 cm. Retraindo a língua e a
bochecha, todos os tecidos moles devem ser examinados buscando
quaisquer anormalidades de cor ou textura. Qualquer lesão elevada ou
ulceração deve ser documentada e, quando necessário, biopsiada ou
encaminhada para um especialista da área.

Edema Intraoral
O edema intraoral deve ser visualizado e palpado para determinar se é
difuso ou localizado, firme ou flutuante. Esses edemas podem estar
presentes na gengiva inserida, nos tecidos da mucosa alveolar, no fundo de
vestíbulo, no palato ou na região sublingual.
Tratos Fistulosos Intraorais
Ocasionalmente, uma infecção endodôntica crônica drenará através de uma
comunicação intraoral com a superfície da gengiva e será conhecida como
trato fistuloso.

Palpação
Durante o exame dos tecidos moles, os tecidos ósseos alveolares também
devem ser palpados. Uma especial ênfase deve ser dada na detecção de
qualquer edema nos tecidos moles ou na expansão óssea, observando
especialmente sua relação e comparando com os tecidos adjacentes e
homólogos.

Percussão
A avaliação da origem da queixa principal do paciente pode indicar a
importância do teste de percussão neste caso específico. Se o paciente
está apresentando sensibilidade aguda ou dor no momento da mastigação,
esta resposta pode ser potencializada pela percussão individualizada dos
dentes, o que geralmente direciona os sintomas para um elemento em
particular. A dor em resposta à percussão não informa se a polpa é vital ou
não, mas é basicamente uma indicação de infla- mação do ligamento
periodontal.

Mobilidade
Como no teste de percussão, um aumento na mobilidade dentária não é
indicativo da vitalidade pulpar. É meramente a indicação de uma inserção
periodontal comprometida. Este acometimento pode ser o resultado de
trauma físico crônico ou agudo, trauma oclusal, hábitos parafuncionais,
doença periodontal, fraturas radiculares, movimentação ortodôntica rápida
ou extensão de uma doença pulpar, especial- mente uma infecção, para o
espaço do ligamento periodontal.

Exame Periodontal
A sondagem periodontal é uma parte importante do diagnóstico intrabucal.
A mensuração da bolsa periodontal é uma indicação da profundidade do
sulco gengival, que corresponde à distância entre a altura da margem
gengival livre e a altura da inserção abaixo.
Testes pulpares
Os testes de vitalidade pulpar (fluxometria laser doppler e oximetria de
pulso) indicam a existência de uma circulação vascular adequada, podendo
ser usados em conjunto com a sondagem periodontal, percussão, palpação,
mobilidade, transiluminação e testes anestésicos, no processo de
diagnóstico.

Térmico
Vários métodos e materiais têm sido utilizados para testar a resposta pulpar
aos estímulos térmicos. A base ou a resposta normal tanto ao frio quanto ao
calor é o relato de uma sensibilidade que desaparece imediatamente após a
remoção do estímulo térmico.

Elétrico
A verificação da vitalidade pulpar é mais frequentemente realizada pelo
teste pulpar elétrico e/ou pelo teste ao frio. A vitalidade da polpa é
determinada pelo suprimento vascular pleno e sadio e não pelo estado das
fibras nervosas pulpares. Apesar dos avanços obtidos no sentido de
determinar a vitalidade pulpar com base no suprimento vascular, esta
tecnologia ainda não é precisa o suficiente para ser usada como rotina na
prática clínica.
O teste elétrico pulpar tem limitações na obtenção de respostas quanto à
vitalidade pulpar. A resposta da polpa aos testes elétricos não reflete o
estado histológico de saúde ou doença da polpa.

3)Testes

Teste da Mordida
Os testes de percussão e da mordida são indicados quando o paciente se
apresenta sem dor durante a mastigação. Ocasionalmente, o paciente pode
não saber qual o dente sensível à pressão da mordida, e os testes de
percussão e da mordida podem ajudar a localizar o dente envolvido. O
dente pode se apresentar sensível à mordida quando a patologia pulpar se
estendeu para o espaço do ligamento periodontal, determinando uma
periodontite perirradicular, ou a sensibilidade pode ser secundária a uma
fratura no dente. O clínico pode, frequentemente, ter a necessidade de fazer
a diferenciação entre a periodontite perirradicular e a fratura dentária ou de
cúspide.

Teste da cavidade
Consiste em realizar a cirurgia de acesso do dente suspeito sem anestesia.
Se conseguimos atingir a câmara pulpar sem que o paciente sinta dor é
sinal de que esta polpa não apresenta mais vitalidade.

Transiluminação e Aplicação de Corantes


Para determinar a presença de fratura na superfície dentária, a aplica- ção
de um corante na área é, geralmente, de grande ajuda. A aplicação de uma
luz de fibra óptica na superfície do dente também é útil. Isto será abordado
mais adiante neste capítulo, na discussão sobre detecção de fraturas e
fissuras.

Anestesia Seletiva
Quando os sintomas não são localizados ou referidos, o diagnóstico pode
ser um desafio. Algumas vezes, o paciente pode não ser capaz de
identificar a origem dos sintomas, mesmo que eles se localizem no arco
superior ou inferior. Nestas circunstâncias, quando o teste pulpar é
inconclusivo, a anestesia seletiva pode ser útil.

4) Exame Radiográfico e Interpretação

A radiografia intraoral permite o estudo de toda a arcada dentária. Em


outras palavras, permite o estudo desde a coroa ao término da raiz dentária.
De outro modo, a radiografia extraoral, ou radiografia panorâmica, permite o
estudo do maxilar inferior e superior, incluindo articulações.

Tomografia Volumétrica Cone-Beam


Também chamada de tomografia computadorizada de feixe cônico ou
volumétrica, a tomografia Cone Beam é um método de captura radiográfica
de imagem em três dimensões. Para conseguir as imagens, o aparelho
conta com um feixe cônico de radiação e um receptor, que giram uma única
vez na região de interesse. As radiografias convencionais têm duas
deficiências básicas: a ausência de detecção precoce de condições
patológicas no osso esponjoso devido à densidade das lâminas corticais, e
a influência da superposição de estruturas anatômicas. A tomografia
volumétrica cone-beam não deve ser vista como substituta da radiografia
convencional, mas como um adjuvante diagnóstico. A vantagem das
radiografias convencionais é que elas permitem a visualização da maior
parte das estruturas numa imagem única.

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