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OBJECTIVO ESPECÍFICO
Descrever a constituição da cavidade bucal e órgãos anexos e suas funções
fisiológicas.
Explicar os aspectos clínicos normais e variações do aspecto normal da mucosa
bucal
Conhecer algumas doenças mais frequentes da cavidade bucal e dos órgãos
anexos, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento.
Explicar a anatomia da Articulação Temporomandibular, sua função e
importância.
Conhecer as principais doenças que acometem a ATM, sinais e sintomas,
diagnóstico, tratamento e profilaxia.
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho está inserido na cadeira de Semiologia, o qual nos foi dado o
seguinte tema: A semiologia no meio bucal, Anexos e ATM., entretanto,
procuramos abordar conteúdos relacionados ao tema já referido bem como os seus
componentes.
Desta forma, o grupo procurou mostrar como funciona a semiologia do meio bocal
sendo uma área de estudo voltada á avaliação dos primeiros sinais ou sintomas das
patologias em si. Contando com um conjunto de técnicas, e estratégias para reunir as
possibilidades de uma análise e diagnósticos corretos.
2.Enquadramento Geral
Antes de tudo, devemos compreender que semiologia do meio bucal proporciona ao
odontologista a aquisição de conhecimentos para o diagnóstico das principais doenças
do sistema estomatognático. Isso também é possível graças aos dados obtidos durante a
anamnese, exames físico, radiológico, laboratoriais e histopatológicos, além da biópsia.
Para se chegar a identificação de uma doença (diagnóstico), é necessária a
realização da investigação da sua manifestação, tanto anatômica quanto clínica. A
investigação da sintomatologia torna-se um desafio para o profissional, pois é a analise
desta metodologia que irá nortear o tratamento do paciente. (BIASOLI, MIYAHARA,
BERNABÉ, 2015)
A Semiologia é uma palavra de origem grega onde semeyon significa "sinal, sintomas"
e lógus "ciência, estudos, tratado". Ou seja, ciência ou estudo dos sinais e sintomas e à
arte de interpretá-los.
A semiologia é originalmente um campo da Medicina voltada ao estudo dos sinais e
sintomas das doenças compreendedo a anamnese e o exame físico. A semiologia
odontológica segue os mesmos preceitos, embora com alguns aspectos específicos para
a ciência odontológica. Isso se deve à diversidade de patologias que acometem a
cavidade bucal e estruturas anatômicas relacionadas à região da cabeça e pescoço
(PIRES, FLORES, 2022), como a Articulação Temporomandibular (ATM).
Câncer: muitos tumores malignos podem ser diagnosticados pela boca, como a
leucemia e o linfomas. Alguns sinais são o aumento da gengiva, verrugas, lesões e
sensibilidade dentária;
Doença de Crohn: inchaço da gengiva e dos lábios, além de úlceras na boca que,
consequentemente, causam dificuldade na hora de comer;
HIV/SIDA: inflamações e feridas na gengiva, esbranquiçamento nas laterais da língua e
ferimentos na mucosa interna das bochechas, amígdalas e lábios;
Bulimia: o ato de provocar o vômito faz com que o ácido clorídrico pare na boca, o que
pode causar destruição dos dentes e lesões na mucosa. Outros efeitos são cáries,
bruxismo, alteração da saliva e sensibilidade dentária;
Lúpus eritematoso sistêmico: pequenas úlceras que, num primeiro momento, podem
não causar dor;
Cirrose hepática: bolhas, erosões, placas, palidez no palato e abaixo da língua,
halitose;
Sífilis: dor de garganta, edema nos linfonodos, perfurações na cavidade bucal, cancro na
língua ou no palato;
Diabetes: da mesma forma que o infarto, não há surgimento de lesões, mas sim do
hálito cetônico característico da doença;
Infarto do miocárdio: não há lesões, mas o infarto tem como um de seus indícios uma
dor que começa na mandíbula;
Psoríase: lesões nos lábios, língua, palato e gengiva.
2. CONSTITUIÇÃO DA CAVIDADE BUCAL E ÓRGÃOS ANEXOS
O sistema digestório é composto pelo tubo digestivo e pelas estruturas com ele
relacionados (órgãos anexos). O tubo digestivo compreende: cavidade bucal, faringe,
esófago, estômago e intestino (delgado e grosso). Os órgãos anexos são: glândulas
salivares, fígado, pâncreas. (CORREA, 2010)
Gengivas: são formadas por tecido fibroso recoberto por túnica mucosa. A
gengiva propriamente dita está firmemente aderida aos processos alveolares da
mandíbula, maxila e colos dentários. Normalmente, é vermelho-brilhante e não
queratinizada. (MOORE, DALEY II, 2014)
Dentes: as principais funções dos dentes são: cortar, triturar, reduzir e misturar o
alimento à saliva durante a mastigação. Ajuda na sustentação dos alveolos
dentários e na proteção dos tecidos que os sustentam. Participa da articulação e
modulação da fala.O dente fica inserido no alveolo dental e é descrito como
decíduo ou permanente. Crianças têm 20 dentes decíduos e adultos normalmente
têm 32 dentes permanentes (incisivos, caninos, pré-molares e molares). São
vascularizados pelas artérias alveolares superior e inferior, ramos da artéria
maxilar, suprem os dentes maxilares e mandibulares pelo ramo do nervo
trigêmeo. (MOORE, DALEY II, 2014)
2.1ÓRGÃOS ANEXOS
A terminologia "anexos"de forma alguma tem conotação de importância
secundária. Particularmente, o fígado e o pâncreas estão direitamente envolvidos
com o controle metabólico do organismo. (CORREA, 2010)
Língua crenada: marcas deixadas pelo contorno dos dentes na borda da língua.
Candidíase
A infeção fúngica causada pela candida albicans é de longe a infeção fúngica oral mais
comum em humanos, podendo apresentar diversas formas, que algumas vezes
dificultam o diagnóstico.(AZUL, TRANCOSO, 2006)
Existem três factores que podem determinar se existe evidência clínica de infeção: o
estado imunológico do hospedeiro, o ambiente da mucosa oral e a cepa da C. Albicans.
(NEVILLE, 2009)
A candidíase era considerada uma doença oportunista, afetando principalmente
indivíduos debilitados por outras doenças. Hoje, reconhecem que pode se desenvolver
em oacientes sauáveis. (NEVILLE, 2009)
Caracteríticas Clinicas: a candidíase pode exibir uma variedade de padrões clínicos,
depenedendo do tipo clínico.
a) Pseudomembranosa: é a mais bem reconhecida, também conhecida como
sapinho, é cracterizada pela presença de placas brancas aderentes a mucosa oral
que lembram queijo cottage ou leite coalhado.Essa candidíase pode ser iniciada
pela exposição do paciente a antibióticos de amplo espectro ou diminuição da
imunidade. (frequente em pacientes com leucemia e HIV). Os sintomas
costumam ser relativos: sensação de queimação da mucosa oral, gosto
desagradável, placas elevadas no dorso da língua, palato e mucosa jugal. O
tratamento pode ser feito com a remoção das placas pela raspagem ou fricção
com uma comprenssa de gaze seca. Se ocorrer sangramento, provavelmente a
mucosa está afetada pelo líquen plano ou quimioterapia em pacientes com
câncer. (NEVILLE, 2009)
Tratamento
Metformina: é atualmente recomendada como fármaco de primeira linha na
terapêutica da DMT2, tendo um bom perfil de segurança e tolerabilidade quer em
monoterapia, quer em combinação com outros antidiabéticos (93,94). Os mecanismos de ação
deste fármaco baseiam-se no decréscimo da produção da glucose hepática devido à supressão
da gluconeogénese, no aumento da sensibilidade periférica à insulina e no decréscimo da
absorção intestinal de glicose. Estes efeitos devem-se à ativação da proteína cinase AMP.
(Alves, 2017)
As insulinas existentes diferem quanto ao seu início de ação, duração de ação e tempo
necessário para atingir a sua concentração máxima. Consoante essas características podem
então enumerar-se as insulinas de ação ultra-rápida ou ultra-curta, de rápida ou curta duração,
de ação intermédia, de longa duração de ação ou de ação lenta e ultralenta. (Alves, 2017)
6. Articulação Temporomandibular(ATM)
A articulação temporomandibular (ATM), classificada como a mais complexa do organismo
humano(1), pode ser acometida pelas mesmas doenças e desordens que afetam outras
articulações do sistema músculo-esquelético, como os deslocamentos de disco, doenças
articulares degenerativas (osteoartrite), artrites inflamatórias e sinovites.
As superfícies articulares são formadas por uma superfície da cabeça da mandíbula e por
uma superfície da parte articular do osso temporal (FIGÚN; GARINO, 1989). Os processos
articulares podem ser definidos como duas saliências elipsóides situadas nos ângulos póstero-
superiores aos ramos da mandíbula e, cujo eixo maior, orientado obliquamente, dorso-
medialmente, mede aproximadamente 20 a 22 mm.
Pode-se acrescentar ainda que estas estruturas estejam assentadas sobre um estreito colo
mandibular (SICHER; DU BRUL, 1991). São convexas, sagital e frontalmente, amplas
lateralmente e, estreitas, medialmente.
Seus pólos laterais são ásperos e, com freqüência, pontiagudos. Une-se ao ramo por um
seguimento estreito, levemente inclinado para frente, o colo da mandíbula, que possui uma
depressão ântero-medial denominada fóvea pterigóide local onde se insere o músculo
pterigóideo lateral.
A posição normal do disco articular da ATM, em boca fechada, é aquela em que se tem um
alinhamento entre o ponto médio do contorno superior do côndilo da mandíbula e o limite
distal da banda posterior do disco (posição de 12 horas).
No entanto, nem todas as articulações exibem esta posição, existindo também variações da
normalidade, que podem ser observadas quando a proeminência anterior do côndilo
encontra-se à mesma altura e na vizinhança da zona intermediária do disco.
O deslocamento de disco da ATM tem sido definido como uma relação anormal do disco
articular com o côndilo mandibular, fossa e eminência articulares(13). É válido salientar que os
deslocamentos de disco também podem estar presentes sem causar sintomas e sem interferir
com a função articular a curto prazo.
Pelo fato de a ATM ser também uma articulação sinovial, é governada pelo mesmo princípio
básico aplicado às outras articulações sinoviais humanas, entretanto, é única em diversos
aspectos. De um lado, não pode funcionar sem o movimento da articulação do lado oposto,
sendo que ambas agem como uma unidade funcional e qualquer movimento ou alteração
funcional de um lado afetará conseqüentemente o outro. Outra diferença pode ser encontrada
no revestimento das superfícies articulares da ATM.
Enquanto a maioria das articulações sinoviais é revestida por uma cartilagem hialina, um
tecido conjuntivo fibroso denso avascular, sem inervação, substitui a cartilagem hialina na
ATM. Esta camada fibrosa funciona como uma cartilagem articular, porém é mais resistente do
que a cartilagem hialina diante de alterações degenerativas, tendo maior capacidade de
reparação e regeneração.
A ATM é a única articulação do corpo humano com um ponto final rígido, que é dado pelo
encontro dos dentes superiores e inferiores em oclusão, existindo uma complexa relação entre
esta e os músculos mastigatórios que movimentam a mandíbula e as superfícies oclusais dos
dentes. A influência da oclusão sobre as relações espaciais das estruturas da ATM coloca o
tratamento das desordens ou alterações da ATM no campo de ação da Odontologia
(NORMAN; BRAMLEY, 1990).
Sinais e sintomas associados a DIA da ATM são comuns, ocorrendo em 4% a 28% da população
adulta. Foi demonstrado que os DIA, assim como a artrite degenerativa, podem acometer
pacientes pediátricos.
Os DIA incidem mais freqüentemente nas mulheres, ocorrendo numa proporção aproximada
de 8:1, sendo que os fatores responsáveis por esta predominância ainda não estão claros.
Fatores etiológicos relacionados aos DIA da ATM incluem trauma, bruxismo, estresse e
anormalidades oclusais.
Em estudo realizado com 192 ATM de 98 pacientes sintomáticos que realizaram RM desta
articulação, cerca de 80% dos pacientes da amostra apresentaram deslocamento de disco
bilateral, 15% mostraram deslocamento de disco unilateral e somente 5% dos pacientes
apresentaram ATM normais.
Os deslocamentos de disco totalizam oito posições anômalas, entre elas: deslocamento
anterior completo, deslocamento anterior parcial lateral, deslocamento anterior parcial
medial, deslocamento rotacional ântero-medial, deslocamento rotacio nal ântero-lateral,
deslocamento medial, deslocamento lateral, e deslocamento posterior, este último bastante
raro. O deslocamento anterior do disco articular da ATM é o mais freqüentemente
encontrado. Pode ser completo ou parcial, dependendo da extensão do deslocamento. Em
posição de boca fechada, o disco apresenta-se posicionado anteriormente em todos os cortes
sagitais.
Os deslocamentos medial e lateral do disco articular possuem aspecto normal nos cortes
sagitais em boca fechada, porém apresentam alteração da posição do disco no plano coronal.
Os deslocamentos de disco da ATM são considerados uma importante causa da dor facial,
da ATM, de estalidos, crepitação e disfunção.
A ATM é constituída para suportar estresse, devendo ser capaz de resistir a grandes forças. As
cabeças ou côndilos servem como um fulcro bilateral para a mandíbula.
Assim sendo, as articulações estão sujeitas a estresses sempre que os potentes músculos
elevadores se contraírem. As áreas específicas de reforço da forma correspondem às áreas de
suporte para as forças da musculatura, dirigidas para cima, para frente e para dentro.
Várias técnicas de imagem para a ATM têm sido discutidas, focalizando suas indicações e
limitações.
Reações alérgicas ao meio de contraste, apesar de raras, podem ocorrer. Além disso, a
exposição à radiação pode ser significativa, dependendo do número de exposições
tomográficas. Perfurações do disco e laceração da cápsula são, contudo, melhor detectados
pela artrografia.
Informações a respeito do contorno ósseo cortical também são obtidas por meio do exame
de RM. Além disso, anormalidades na intimidade da medula óssea do côndilo também podem
ser evidenciadas. É uma técnica não-invasiva que, apesar do custo elevado, fornece uma série
de informações referentes às estruturas intraarticulares, em diversos planos.
Conclusão
Uma avaliação deveria ser realizada para detectar edemas ou alterações na temperatura,
que possam comprovar o diagnóstico de uma patologia verdadeira da articulação. O paciente é
solicitado a mover a mandíbula até onde possível em uma direção anterior.
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