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OBJECTIVO GERAL

 Correlacionar a constituição da cavidade bucal e os órgãos anexos, Abordar


sobre a Semiologia e a sua aplicabilidade na Odontologia.

OBJECTIVO ESPECÍFICO
 Descrever a constituição da cavidade bucal e órgãos anexos e suas funções
fisiológicas.
 Explicar os aspectos clínicos normais e variações do aspecto normal da mucosa
bucal
 Conhecer algumas doenças mais frequentes da cavidade bucal e dos órgãos
anexos, sinais e sintomas, diagnóstico, tratamento.
 Explicar a anatomia da Articulação Temporomandibular, sua função e
importância.
 Conhecer as principais doenças que acometem a ATM, sinais e sintomas,
diagnóstico, tratamento e profilaxia.
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho está inserido na cadeira de Semiologia, o qual nos foi dado o
seguinte tema: A semiologia no meio bucal, Anexos e ATM., entretanto,
procuramos abordar conteúdos relacionados ao tema já referido bem como os seus
componentes.
Desta forma, o grupo procurou mostrar como funciona a semiologia do meio bocal
sendo uma área de estudo voltada á avaliação dos primeiros sinais ou sintomas das
patologias em si. Contando com um conjunto de técnicas, e estratégias para reunir as
possibilidades de uma análise e diagnósticos corretos.
2.Enquadramento Geral
Antes de tudo, devemos compreender que semiologia do meio bucal proporciona ao
odontologista a aquisição de conhecimentos para o diagnóstico das principais doenças
do sistema estomatognático. Isso também é possível graças aos dados obtidos durante a
anamnese, exames físico, radiológico, laboratoriais e histopatológicos, além da biópsia.
Para se chegar a identificação de uma doença (diagnóstico), é necessária a
realização da investigação da sua manifestação, tanto anatômica quanto clínica. A
investigação da sintomatologia torna-se um desafio para o profissional, pois é a analise
desta metodologia que irá nortear o tratamento do paciente. (BIASOLI, MIYAHARA,
BERNABÉ, 2015)
A Semiologia é uma palavra de origem grega onde semeyon significa "sinal, sintomas"
e lógus "ciência, estudos, tratado". Ou seja, ciência ou estudo dos sinais e sintomas e à
arte de interpretá-los.
A semiologia é originalmente um campo da Medicina voltada ao estudo dos sinais e
sintomas das doenças compreendedo a anamnese e o exame físico. A semiologia
odontológica segue os mesmos preceitos, embora com alguns aspectos específicos para
a ciência odontológica. Isso se deve à diversidade de patologias que acometem a
cavidade bucal e estruturas anatômicas relacionadas à região da cabeça e pescoço
(PIRES, FLORES, 2022), como a Articulação Temporomandibular (ATM).

Apesar de tudo, o foco são as lesões internas e externas da cavidade bucal e do


complexo maxilo-mandibular. Nesse contexto, o especialista tem a função de conhecê-
los e identificar quais disfunções podem acometê-lo.
Na semiologia odontológica, para um diagnóstico seguro, é necessário alguns exames
tais como;
 Exames complementares laboratoriais
 Exames complementares por imagem
 Anemias e doenças hematológicas
 Doenças renais e hipertensão
 Diagnósticos e Prognósticos
 Manobras semiotécnicas
 Atendimento á gestantes
 Endocardite bacteriana
 Sinais e sintomas
 Biossegurança
 Anamnese
Manobras da Semiologia Odontológicas
As manobras de Semiologia Odontológica ou semiotécnicas contam com uma série de
técnicas para o diagnótisco de patologias:
Inspeção
É a avaliação visual sistemática do paciente. O profissional utiliza os dois tipos de
visão: direta (olho nu) e indireta (lentes e espelhos). Todas as características observadas
devem ser minuciosamente descritas no prontuário.
Diascopia (vitropressão)
É a pressão de uma lâmina de vidro contra alguma lesão para verificar se ela é vascular
ou não. Se a lesão desaparecer com a pressão, ela é vascular; caso contrário, é
pigmentar. Isso ocorre porque o ato de pressionar comprime os vasculares que estão
irrigando a região, empurrando o sangue para outros capilares — o que faz com que a
lesão perca a cor.
Palpação
É o exame físico, com toque na cabeça e no pescoço. Essa manobra de Semiologia
Odontológica permite que o profissional observe o amolecimento ou endurecimento das
estruturas e, com isso, descubra se alguma delas sofre de inflamações e tumores.
Então, ao realizar a palpação, o dentista toca com as pontas dos dedos e avalia diversos
aspectos, como textura, espessura, consistência, sensibilidade, volume e temperatura; já
as estruturas moles são examinadas por meio de palpação bidigital, digital e dígito-
palmar.
Percussão
É o ato de tocar ou bater em um objeto dentário. Da mesma forma que a inspeção, pode
ser feita de maneira direta ou indiretamente. Normalmente, é feito com o cabo de um
espelho dental.
A percussão é um exame muito comum no diagnóstico de odontalgias, em que o
odontologista bate na coroa do dente. Mas também é muito utilizado para verificar e
comparar a sensibilidade dos tecidos periodontais.
Por fim, também se verifica o estado físico do conteúdo — se está líquido, semissólido
ou sólido.
Punção
Nessa manobra de Semiologia Odontológica, o profissional utiliza uma seringa para
sugar o conteúdo líquido de uma lesão. Por isso, é mais utilizada em lesões vasculares.
Olfação
É a manobra de Semiologia Odontológica voltada para sentir todos os odores vindos da
boca do paciente. Portanto, permite avaliar fatores como consumo de bebidas alcoólicas,
halitose, pus, lesões, halitose, tumores malignos, cheiro cetônico de diabéticos e
necrose.
Auscultação
Com um estetoscópio, o odontologista ausculta os sons internos do corpo. Essencial
quando se afere a pressão arterial do paciente, a auscultação também muito utilizada
para ouvir estalidos da articulação temporomandibular (ATM).
Exploração
Nessa manobra semiológica, o dentista utiliza um espelho espelho para analisar
problemas no interior de determinadas estruturas orgânicas.
Raspagem
O odontologista esfrega áreas da mucosa bucal para avaliar problemas dentários e
estruturais da boca.

Semiologia Odontológica, Sintomas bucais de patologias sistêmicas


Logo abaixo, iremos mencionar sobre sinais de patologias que podem ser
diagnosticados pela pela semiologia odontológica.

Câncer: muitos tumores malignos podem ser diagnosticados pela boca, como a
leucemia e o linfomas. Alguns sinais são o aumento da gengiva, verrugas, lesões e
sensibilidade dentária;
Doença de Crohn: inchaço da gengiva e dos lábios, além de úlceras na boca que,
consequentemente, causam dificuldade na hora de comer;
HIV/SIDA: inflamações e feridas na gengiva, esbranquiçamento nas laterais da língua e
ferimentos na mucosa interna das bochechas, amígdalas e lábios;
Bulimia: o ato de provocar o vômito faz com que o ácido clorídrico pare na boca, o que
pode causar destruição dos dentes e lesões na mucosa. Outros efeitos são cáries,
bruxismo, alteração da saliva e sensibilidade dentária;
Lúpus eritematoso sistêmico: pequenas úlceras que, num primeiro momento, podem
não causar dor;
Cirrose hepática: bolhas, erosões, placas, palidez no palato e abaixo da língua,
halitose;
Sífilis: dor de garganta, edema nos linfonodos, perfurações na cavidade bucal, cancro na
língua ou no palato;
Diabetes: da mesma forma que o infarto, não há surgimento de lesões, mas sim do
hálito cetônico característico da doença;
Infarto do miocárdio: não há lesões, mas o infarto tem como um de seus indícios uma
dor que começa na mandíbula;
Psoríase: lesões nos lábios, língua, palato e gengiva.
2. CONSTITUIÇÃO DA CAVIDADE BUCAL E ÓRGÃOS ANEXOS
O sistema digestório é composto pelo tubo digestivo e pelas estruturas com ele
relacionados (órgãos anexos). O tubo digestivo compreende: cavidade bucal, faringe,
esófago, estômago e intestino (delgado e grosso). Os órgãos anexos são: glândulas
salivares, fígado, pâncreas. (CORREA, 2010)

2.1 CAVIDADE BUCAL


A cavidade oral consiste num local onde o alimento é ingerido e preparado para a
digestão no estômago e no intestino delgado. aos dentes, cabe a função de triturar o
alimento que juntamente com a saliva, proveniente das glandulas salivares, formará o
bolo alimentar macio. A deglutição é iniciada voluntariamente na cavidade oral, através
do qual, o bolo alimentar é empurrado para faringe através da atividade sincronizada da
lingua e do palato mole, onde ocorre a deglutição. (MOORE, DALEY II, 2014)
A cavidade bucal é a parte inicial do tubo digestivo cujos limites são:
 Os lábios (anteriormente): formados pelo músculo orbicular da boca, cujo
principais objectivos são apreender o alimento, sugar liquidos, manter o
alimento fora do vestibulo da boca, atuar na modelação da fala e na osculação
(beijo). (MOORE, DALEY II, 2014)

 As bochechas (lateralmente):são as paredes móveis da cavidade bucal, os


principais músculos são os bucinadores (MOORE, DALEY II, 2014)

 O palato: a) Duro: possui um formato côncavo, espaço onde a língua fica em


repouso. É formado por esqueleto ósseo, resultado dos processos palatinos da
maxila e das lâminas horizontais do palatino. Impede a entrada de alimentos na
cavidade nasal. b) Mole: fica suspenso posteriormente ao palato duro, recebe
este nome por não possui nenhum esqueleto ósseo. Durante a deglutição, o
palato mole é tensionado para permitir que a língua seja pressionada sobre ele. O
que leva o bolo alimentar para o posterior da boca. . (MOORE, DALEY II,
2014)

 Língua: é um órgão muscular que participa dos processos de mastigação,


deglutição e fonação, além de ser um órgão gustativo. Contém as papilas
gustativas/linguais que contém os receptores gustativos (doce, salgado, azedo,
umami) (MOORE, DALEY II, 2014)

 Gengivas: são formadas por tecido fibroso recoberto por túnica mucosa. A
gengiva propriamente dita está firmemente aderida aos processos alveolares da
mandíbula, maxila e colos dentários. Normalmente, é vermelho-brilhante e não
queratinizada. (MOORE, DALEY II, 2014)

 Dentes: as principais funções dos dentes são: cortar, triturar, reduzir e misturar o
alimento à saliva durante a mastigação. Ajuda na sustentação dos alveolos
dentários e na proteção dos tecidos que os sustentam. Participa da articulação e
modulação da fala.O dente fica inserido no alveolo dental e é descrito como
decíduo ou permanente. Crianças têm 20 dentes decíduos e adultos normalmente
têm 32 dentes permanentes (incisivos, caninos, pré-molares e molares). São
vascularizados pelas artérias alveolares superior e inferior, ramos da artéria
maxilar, suprem os dentes maxilares e mandibulares pelo ramo do nervo
trigêmeo. (MOORE, DALEY II, 2014)

2.1ÓRGÃOS ANEXOS
A terminologia "anexos"de forma alguma tem conotação de importância
secundária. Particularmente, o fígado e o pâncreas estão direitamente envolvidos
com o controle metabólico do organismo. (CORREA, 2010)

 Glândulas salivares: as principais são as parótidas, as submandibulares


e as sublinguais. Além delas, existem várias pequenas glandulas salivares
orais. (CORREA, 2010)

 Fígado e vesícula biliar: produz uma secreção hepática ou bile,


armazenada pela vesícula biliar. Esta substância é composta pelos acidos
biliares, importantes na emulsificação e solubilização dos lípidos. Outros
componentes da bile são os pigmentos biliares (bilirrubina), colesterol,
agua, fosfolípedos, íons. O esvaziamento da vesícula biliar é regulado
pela colescitocinina (secretado pelas células I da mucosa duodenal e
jejunal) (CORRÊA, 2010)

 Pâncreas:é uma glândula anexa ao tubo digestivo, situada atrás do


estômago. Divide-se em três porções: a cabeça, o corpo e a cauda. O
canal que desemboca na porção descendente do doudeno, levando o suco
pancreatico. O pâncreas produz o suco pancreatico. As suas enzimas, as
amilases, atuam na digestão dos carboidratos, as lipases atuam sobre as
gorduras e as proteases atuam nas proteínas. Além de conter bicarbonato
que neutraliza a acidez do quimo. (CORRÊA, 2010)

3. ASPECTOS CLÍNICOS NORMAIS E VARIAÇÕES DO


ASPECTO NORMAL DA MUCOSA ORAL
Existem alterações clínicas que podem acometer a mucosa bucal sem
necessariamente estar relcionado à uma patologia, na sua maioria não necessitando de
um tratamento, apenas orientação. É importante saber, pois, no exame físico, o
profissional relaciona os achados da anamnese aos sinais visualizados no exame físico
obtendo o diagnóstico definitivo.
 Glândulas sebáceas ectópicas ou grânulas de fordyce: a identificação de
pontos ou placas de coloração amarelada na mucosa jugal, principalmente
indolor e de número variado recebem esta denominação. Não requer tratamento.
(BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

 Frênulos ou freios labiais: as mucosas labiais superior e inferior do assoalho


bucal possuem na sua região mediana uma prega que as une ao rebordo alveolar
ou gengival na área dos incisivos centrais.se a inserção dessas bridas forem de
volume demasiado para o local indica-se a frenulectomia. (BIASOLI,
MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

 Papila parotídea proeminente: nas regiões, próximo ao molar superior há uma


proeminência que corresponde ao óstio do conduto parotídeo. (BIASOLI,
MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

 Leucoedema: principalmente em raças negras,quando há presença de edema


intraepitelial, a mucosa jugal torna-se esbranquiçada ou acizentada de padrão
uniforme e opalescente. Nesse caso, pode se realizar uma tração da mucosa ou a
diascopia, tornando a área rosada. (BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

 Pigmentação melânica racial- Melanoplasia: corresponde a manchas de


coloração escura que acomete, principalmente a gengiva, podendo estar também
na mucosa jugal, palato, língua e lábio. Essa manifestação corresponde a
pigmentação por melanina. (BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

 Papila foliada: essa papila encontra-se na borda posterior da língua que


corresponde ao tecido linfoide e podem mimetizar lesões quando proeminentes.
 Língua fissurada: o dorso da língua pode apresentar sulcos em número variável
que se irradiam aleatoriamente formando fissuras. Nesses casos é indicada
atenção especial à higienização do dorso da língua. (BIASOLI, MIYAHARA,
BERNABÉ, 2015)

 Língua crenada: marcas deixadas pelo contorno dos dentes na borda da língua.

 Língua saburrosa: deficiência de higienização do dorso da língua e


corresponde a restos alimentares e de biofilme removíveis à raspagem.
(BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)
 Toro mandibular: na região interna do corpo da mandíbula, a área dos pré-
molares, podem ocorrer nódulos uni ou multilobulares, duros a papação e
indolares podendo ser uni ou bilaterais. Sua remoção é indicada quando
compromete a instalação de próteses e a função mastigatória do paciente.
(BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)
 Toro palatino: semelhante ao anterior, difee apenas a localização que nesse
caso é na região central do palato duro. (BIASOLI, MIYAHARA, BERNABÉ,
2015)

 Língua geográfica: relacionada ao período de estresse e localiza-se no dorso da


língua. Apresenta príodos de remissão e exarcebação, ardência e dor. Apresenta-
se como mapa, onde as areas do dorso da língua estão despapiladas. (BIASOLI,
MIYAHARA, BERNABÉ, 2015)

4. DOENÇAS MAIS FREQUENTES DA CAVIDADE BUCAL


O diagnóstico da patologia da mucosa ora é, frequentemente, baseado apenas na história
e exame clínicos, apenas do recurso a meios complementares de diagnósticos ser, por
vezes, necessário. Existem diversas patologias que afetam a mucosa oral mas os sinais e
sintomas associados podem ser muito seemelhantes, o que contribui para uma maior
dificuldade no diagnóstico diferencial destas doenças, particularmente para profissionais
menos treinados no exame clínico da mucosa oral. (AZUL, TRANCOSO, 2006)

 Ulcerações Orais Recorrentes (Aftas)


É uma condição de etiologia desconhecida, que afeta cerca de 10-25% da população
geral, surgindo frequentemente em crianças, adolescentes e adultos jovens. (AZUL,
TRANCOSO, 2006)
Causas:Varios factores têm sido descritos como implicadois na etiologia da UOR,
como especial destaque para as defeciências hematínicas (particularmente ferro, ácido
fólico e vitamina B12), alergênios alimentares, estresse e predisposição genética. Os
episódios de ulceração são mais frequentes em não fumadores, podendo surgir em
indivíduos que cessam os hábitos tabágicos. Surgem também associadas à algumas
doenças sistemáticas, nomeadamente a doença de BEHÇET, e a doença Celíaca.
(AZUL, TRANCOSO, 2006)
Sinais E Sintomas:apresentam-se como uma ou mais úlceras, com poucos milímetros
de diâmetro, localizadas essencialmente em mucosa queratinizada (zonas como
bochechas, bordo e ventre da língua, face interna dos lábios e palato mole). As úlceras
apresentam uma zona central, branca ou acinzentada, rodeada por um halo eritematoso.
As lesões podem ser extremamente dolorosas, dependendo da região anatómica
envolvida, e interferir com ingestçao de alimentos ou com a linguagem.(AZUL,
TRANCOSO, 2006)
Diagnóstico:devemos excluir do diagnóstico da UOR, as úlceras orais provocadas por
traumatismo dentário, infeções crónicas, cancro oral e alguns medicamentos (exemplo:
nicorandil) que devem ser cuidadosamente despistados.(AZUL, TRANCOSO, 2006)
Tratamento:Os principais objetivos da terapia são alívio da dor, redução da duração da
úlcera e diminuição da frequência dos episódios. O tratamento da UOR é baseado no
uso de corticosteróides, quer por via tópica quer sistémica. O recurso a outros farmacos,
como azatioprina, ciclosporina, colchicina, dapsona e talidomina. (AZUL,
TRANCOSO, 2006)

 Candidíase
A infeção fúngica causada pela candida albicans é de longe a infeção fúngica oral mais
comum em humanos, podendo apresentar diversas formas, que algumas vezes
dificultam o diagnóstico.(AZUL, TRANCOSO, 2006)
Existem três factores que podem determinar se existe evidência clínica de infeção: o
estado imunológico do hospedeiro, o ambiente da mucosa oral e a cepa da C. Albicans.
(NEVILLE, 2009)
A candidíase era considerada uma doença oportunista, afetando principalmente
indivíduos debilitados por outras doenças. Hoje, reconhecem que pode se desenvolver
em oacientes sauáveis. (NEVILLE, 2009)
Caracteríticas Clinicas: a candidíase pode exibir uma variedade de padrões clínicos,
depenedendo do tipo clínico.
a) Pseudomembranosa: é a mais bem reconhecida, também conhecida como
sapinho, é cracterizada pela presença de placas brancas aderentes a mucosa oral
que lembram queijo cottage ou leite coalhado.Essa candidíase pode ser iniciada
pela exposição do paciente a antibióticos de amplo espectro ou diminuição da
imunidade. (frequente em pacientes com leucemia e HIV). Os sintomas
costumam ser relativos: sensação de queimação da mucosa oral, gosto
desagradável, placas elevadas no dorso da língua, palato e mucosa jugal. O
tratamento pode ser feito com a remoção das placas pela raspagem ou fricção
com uma comprenssa de gaze seca. Se ocorrer sangramento, provavelmente a
mucosa está afetada pelo líquen plano ou quimioterapia em pacientes com
câncer. (NEVILLE, 2009)

b) Eritomatosa: caracteriza-se pelas zonas difusas, vermelhas com limites mal


definidos. Localizadas no dorso da língua ou palato. Têm as mesmas causas que
a pseudomembranosa, prevalente em pacientes seropositivos para HIV ou SIDA.
Acompanhada por vezes com a sensação de queimação.(AZUL, TRANCOSO,
2006) Pode ocorrer perda difusa das papilas filiformes da superfície dorsal da
língua. A SAB (Síndrome de ardência bucal) apresenta o mesmo sintoma,
porém, a língua apresenta-se normal (diagnóstico diferencial). (NEVILLE,
2009)
Diagnóstico: o diagnóstico é estabelecido pelos achados clínicos em conjução com a
citopatologia (identificação do microorganismo como C. Albicans, por meio de uma
cultura). (NEVILLE, 2009)
Tratamento: varios medicamentos antifúgicos são usados no tratamento da candidíase
oral, como cetoconazol, fluconazol, itraconazol, posaconazol. (NEVILLE, 2009)
 Queilite Angular:é uma doença de origem multifactorial em que as especies de
candida actuam como co-factores causais. Encontra-se frequentemente associada
ao uso prolongado de próteses parciais. (AZUL, TRANCOSO, 2006)
Manifestação Clínica: apresentam-se em forma de fissuras vermelhas e dolorosas que
irradiam das comissuras labiais, ocasionalmente cobertas por pontos ou placas amarelo-
esbranquiçadas. (AZUL, TRANCOSO, 2006)
O diagnóstico diferencial das candidoses orais deve incluir queimaduras por agentes
químicos, lesões traumáticas, nevus brancos esponjosos, leucoplasias, líquen plano e
lesões mucosas da sífilis secundária. (AZUL, TRANCOSO, 2006)
 Leucoplasias: lesão branca persistente (geralmente placas brancas), na mucosa
oral. A prevalência de desenvolvimento maligno varia entre 3-30% num período
de 10 anos. a etiologia é desconhecida e a biopsia indica o grau de displasia e
exclui neoplasias que se podem apresentar como placas irregular (nodulares).
Tratamento é dificil, particularmente quando as lesões são extensas. Há uma
regressão das lesões das lesões em doentes que cessam hábitos tabágicos. As
lesões displasticas devem ser excisada e o doente seguido rigorosamente em
intervalos de 3-6 meses, pelo risco de transformação maligna. (AZUL,
TRANCOSO, 2006)

 Líquen Plano Oral:é uma doença mucocutânea comum, de causa multifactorial


e componente autoimune, que surge geralmente após os 40 anos,
prefencialmente mulheres. (AZUL, TRANCOSO, 2006)
Manifestação Clínica: apresenta-se tipicamente sob a forma de lesões bilaterais
brancas na mucosa da bochecha e na língua, podendo afetar o rebordo alveolar, a
gengiva e o palato. Essas lesões brancas são geralmente assintomáticas. Outras formas
de líquen plano oral são vermelhas e consistem em lesões erosivas ou ulcerativas que
provocam dor e ardor de intensidade variável.. (AZUL, TRANCOSO, 2006)
Diagnóstico: é geralmente clínico mas a anatomia patológica é importante para excluir
outras situações como lúpus eritematoso sistémico. O liquen plano erosivo é algumas
vezes dificil de diagnosticar em relação ao reticular.(NEVILLE, 2009)
Tratamento: no liquen plano reticular normalmente não requer tratamento poe não
produzir sintomas, mas em caso de uam candidíase sobreposta, há queixa de sensação
de ardência bucal. A terapia antifúngica é necessária nesses casos. No caso do erosivo,
causa dor na cavidade bucal, e por ser uma condição mediada imunologicamente, os
corticoides são recomendados. (NEVILLE, 2009)
 Síndrome da Boca Ardente (SBA): é caracterizada por dor na cavidade oral
com ou sem sinais inflamatórios, mas sem lesões específicas. Acomete
geralmente mulheres na faixa etária entre 40 a 60 anos e a prevalência
encontrada na população geral é de 3,7% (1,6% de homens e 5,5% de mulheres).
(CERCHIARI, MORICZ, SANJAR, 2006)
Manifestação Clínica: A SBA geralmente apresenta-se como tríade: dor na boca,
alterações do paladar e alterações da salivação, sem lesão na mucosa oral. A dor é do
tipo queimação, de intensidade moderada a severa, podendo persistir por anos,
acometendo principalmente as bordas laterais e ponta da língua. (CERCHIARI,
MORICZ, SANJAR, 2006)
Pode haver também sensação dolorosa em gengivas, lábios e mucosa jugal, sem
alterações visíveis ao exame oral e faríngeo. Há piora da intensidade dolorosa no
decorrer do dia, nos estados de tensão, fadiga, ao falar muito, à ingestão de alimentos
picantes e quentes, e ocorre melhora com alimentos frios. (CERCHIARI, MORICZ,
SANJAR, 2006)
Diagnóstico: é eminentemente clínico. A caracterização da síndrome pode iniciar pela
queixa de ardência constante na boca sem qualquer lesão detectada ao exame físico da
cavidade bucal. Durante o exame clínico, as estruturas bucais, devem ser verificadas e,
se estão dentro dos padrões de normalidade,tentando localizar a origem da dor. É
aconselhável, antes de estabelecer o diagnóstico final de SAB que o cirurgião dentista,
deva discutir com outro profissional de saúde especialista e conversar com familiares.
(BORGES, ARAÚJO, 2016)
Tratamento: Busca-se na SAB empregar medidas paliativas que visam eliminar
fatores, locais ou gerais, que agravam a sintomatologia. Essas medidas incluem, entre
outras, o uso de saliva artificial, a estimulação do fluxo salivar, ajuste de próteses,
remoção de cálculo dentário e orientação de higiene oral.(BORGES, ARAÚJO, 2016)
Nos pacientes com SAB há significante incidência de espécies de Cândida, onde a
remissão dos sintomas para a síndrome ocorre depois de instituída terapia antifúngica.
Para indivíduos com deficiência de vitaminas do complexo B e que apresentam a SAB,
a terapia de reposição se mostrou efetiva. Na xerostomia associada a SAB, o uso de
saliva artificial, géis hidratantes, enxaguatórios bucais, aplicação tópica de flúor e
sialagogos contribuíram em estudos para a remissão dos sintomas da síndrome.
(BORGES, ARAÚJO, 2016)
5. DOENÇAS MAIS FREQUENTES NOS ÓRGÃOS ANEXOS (GLÂNDULAS
SALIVARES, FÍGADO E PÂNCREAS)

 Xerostomia: é definida como a sensação de boca seca podendo ou não estar


associada a uma disfunção salivar. A saliva é secretada pelas glândulas salivares
major e minor e a sua secreção é controlada pelo sistema nervoso autónomo, os
seus constituintes têm um papel fundamental na manutenção da saúde da
cavidade oral. A falta de saliva leva a um aumento da susceptibilidade em
desenvolver manifestações na cavidade oral, aumentando o risco de desenvolver
lesões de cárie, doença periodontal e candidíase oral, assim como a uma
diminuição da retenção de próteses dentárias, contribuindo a uma diminuição da
qualidade de vida dos pacientes.(VALLE, 2013)
Manifestação Clínica:redução da secreção salivar, e asaliva residual apresenta-se de
forma espumosaou espessa e formando fios salivares na boca.a mucosa parece seca, e o
cclínico pode notar que a luva adere a superfície da mucosa durante o procedimento. O
dorso da língua, geralmente se apresenta fissurado e dificulades para mastigar e deglutir.
(NEVILLE, 2009)
Diagnóstico: o diagnóstico da xerostomia começa com uma história clínica detalhada
tendo especial atenção às doenças sistémicas e à medicação feita. É igualmente
importante um avaliação clínica oral minuciosa e complementar o diagnóstico através
de exames complementares de diagnóstico.(VALLE, 2013)
Tratamento: salivas artificiais, que ajudam o paciente a ter maior conforto, bem como
ingestão de água ao longo do dia. Balas sem açúcar para estimular o fluxo de saliva, uso
de produtos de higiene oral que contém lactoperoxidase, lisozima, como creme dental e
solução para bochechos. (NEVILLE, 2009)
 Hepatite C:é uma doença crônica causada pelo vírus da hepatite C (HCV), cuja
transmissão parenteral é a principalvia de infecção pelo vírus da hepatite
Catravés da exposição ao sangue contaminado.
Manifestação clínicas bucais:Diversas manifestações intrabucais têm sido observadas
nos pacientes com o HCVdesde cáries dentárias a lesões malignas, como o carcinoma
de células escamosas bucal, úlceras bucais, candidíases em suas diferentes formas
clínicas, pigmentação da mucosa jugal, petéquias e hiperqueratose friccional.
(GROSSMANN, 2012)
Diagnóstico:é feito na sequência de manifstações clinicase identificação do VHC ou
dos seus anticorpos por exames laboratoriais (serológicos).(STRAUSS, 2001)
Tratamento: A terapia contra o VHC, tem como principal propósito a cura da doença
provocada por este vírus, deter a progressão da doença hepática pela inibição da replicação
viral.(STRAUSS, 2001)

 Diabetes Mellitus: é uma desordem comum do metabolismo de carboidratos que se


acredita possuir muitas causas, apesar de o problema básico ser ou a produção
diminuída de insulina (diabete tipo I), ou a resistência tecidual aos efeitos da insulina
(diabete tipo II), sendo os níveis normais entre 70 e 120 mg/dL

Tratamento
Metformina: é atualmente recomendada como fármaco de primeira linha na
terapêutica da DMT2, tendo um bom perfil de segurança e tolerabilidade quer em
monoterapia, quer em combinação com outros antidiabéticos (93,94). Os mecanismos de ação
deste fármaco baseiam-se no decréscimo da produção da glucose hepática devido à supressão
da gluconeogénese, no aumento da sensibilidade periférica à insulina e no decréscimo da
absorção intestinal de glicose. Estes efeitos devem-se à ativação da proteína cinase AMP.
(Alves, 2017)

Insulina: a insulina é uma hormona polipeptídica de estrutura complexa, sendo


principalmente obtida a partir do pâncreas do porco com posterior purificação. Pode ainda ser
obtida de forma biossintética, por tecnologia do DNA recombinante a partir da E. coli ou de
forma semissintética por modificação enzimática. A insulina é inativada pelas enzimas
gastrointestinais pelo que a sua administração é por injeção, idealmente sub-cutânea (SC).
(Alves, 2017)

As insulinas existentes diferem quanto ao seu início de ação, duração de ação e tempo
necessário para atingir a sua concentração máxima. Consoante essas características podem
então enumerar-se as insulinas de ação ultra-rápida ou ultra-curta, de rápida ou curta duração,
de ação intermédia, de longa duração de ação ou de ação lenta e ultralenta. (Alves, 2017)

Manifestação clínicas: perca de peso, poliúria(aumento da frequência de diurese), polidipsia


(aumento da ingestão de água) e polifagia (aumento do consumo de alimentos). As
manifestações orais são limitadas aos pacientes de diabete do tipo I. Os problemas incluem
doenças periodontais, a cicatrização após uma cirurgia á mais demorada. Aumento difuso,
indolor e bilateral das glândulas parótidas (sialodenose diabética). (NEVILLE, 2009)
Diagnóstico: o diagnóstico é feito através das manifestações clínicas (diagnóstico clínico) e
exames laboratoriais como Glicemia em Jejum e teste oral de tolerância a glicose.
(GONÇALVES, ANDRADE & JÚNIOR, 2006)

6. Articulação Temporomandibular(ATM)
A articulação temporomandibular (ATM), classificada como a mais complexa do organismo
humano(1), pode ser acometida pelas mesmas doenças e desordens que afetam outras
articulações do sistema músculo-esquelético, como os deslocamentos de disco, doenças
articulares degenerativas (osteoartrite), artrites inflamatórias e sinovites.

“A ATM é um conjunto de estruturas anatômicas que, com a participação de grupos


musculares especiais, possibilitam à mandíbula executar variados movimentos durante a
mastigação” (FIGÚN; GARINO, 1989).

A articulação da mandíbula com o crânio é do tipo sinovial móvel composta(9). Em virtude


da sua forma de dobradiça (ginglymus) e sua função de deslizamento (arthrodia), também é
denominada de articulação ginglemoartroidal(9,10).
Em geral, a ATM, referida como a articulação mais complexa do organismo humano,
apresenta como componentes ósseos a fossa articular, que faz parte da porção escamosa do
osso temporal, e o côndilo da mandíbula, localizado no topo do pescoço condilar.

É classificada na categoria sinovial biaxial complexa, tendo como componentes anatômicos


as superfícies articulares, o disco articular, as cápsulas, os ligamentos, além das membranas
sinoviais (FIGÚN; GARINO, 1989 e OLIVEIRA, 1994).

As superfícies articulares são formadas por uma superfície da cabeça da mandíbula e por
uma superfície da parte articular do osso temporal (FIGÚN; GARINO, 1989). Os processos
articulares podem ser definidos como duas saliências elipsóides situadas nos ângulos póstero-
superiores aos ramos da mandíbula e, cujo eixo maior, orientado obliquamente, dorso-
medialmente, mede aproximadamente 20 a 22 mm.

Pode-se acrescentar ainda que estas estruturas estejam assentadas sobre um estreito colo
mandibular (SICHER; DU BRUL, 1991). São convexas, sagital e frontalmente, amplas
lateralmente e, estreitas, medialmente.

Seus pólos laterais são ásperos e, com freqüência, pontiagudos. Une-se ao ramo por um
seguimento estreito, levemente inclinado para frente, o colo da mandíbula, que possui uma
depressão ântero-medial denominada fóvea pterigóide local onde se insere o músculo
pterigóideo lateral.

A posição normal do disco articular da ATM, em boca fechada, é aquela em que se tem um
alinhamento entre o ponto médio do contorno superior do côndilo da mandíbula e o limite
distal da banda posterior do disco (posição de 12 horas).

No entanto, nem todas as articulações exibem esta posição, existindo também variações da
normalidade, que podem ser observadas quando a proeminência anterior do côndilo
encontra-se à mesma altura e na vizinhança da zona intermediária do disco.

Um leve deslocamento da zona intermediária para anterior é considerado deslocamento do


disco articular. Em posição de abertura máxima da boca, o disco normalmente encontra-se
posicionado entre a superfície póstero-superior do côndilo e a superfície convexa do tubérculo
do osso temporal.

DESLOCAMENTOS DE DISCO DA ATM

O deslocamento de disco da ATM tem sido definido como uma relação anormal do disco
articular com o côndilo mandibular, fossa e eminência articulares(13). É válido salientar que os
deslocamentos de disco também podem estar presentes sem causar sintomas e sem interferir
com a função articular a curto prazo.

A ATM é inervada por ramos do nervo auriculotemporal e do nervo masseterino.

A articulação temporomandibular (ATM) provê a união entre a mandíbula móvel e o osso


temporal fixo do crânio, sendo uma articulação bastante complexa capaz de uma combinação
tanto de movimentos de dobradiça ou de charneira, quanto de deslizamento. Estes
movimentos são possíveis pela presença de duas independentes, mas relacionadas
articulações em cada ATM.
As articulações direita e esquerda, juntamente com seus ligamentos e músculos associados,
são conectadas pela mandíbula para criar uma articulação bilateral entre a mandíbula e o
crânio: ATM. A ATM faz parte do complexo sistema mastigatório, que é a unidade funcional da
cabeça e pescoço responsável principalmente pela mastigação, deglutição e fonação.

Em combinação com outros órgãos e tecidos relacionados, o sistema estomatognático está


também envolvido na respiração, e está intimamente associado com a estética e expressão
facial. Em adição aos componentes da ATM, o sistema estomatognático inclui os maxilares e a
mandíbula, a dentição com suas estruturas de suporte, vários músculos da cabeça, do pescoço
e da face.

Todas estas estruturas estão sob o controle de um complexo sistema neuromuscular.


Aqueles que se comprometem a tratar as desordens da ATM devem ter um conhecimento
básico da anatomia funcional e biomecânica do sistema estomatognático.

A presença do disco articular confere à ATM a capacidade de realizar uma variedade de


complexos movimentos envolvendo uma combinação tanto de movimentos de dobradiça
quanto de deslizamento.

Pelo fato de a ATM ser também uma articulação sinovial, é governada pelo mesmo princípio
básico aplicado às outras articulações sinoviais humanas, entretanto, é única em diversos
aspectos. De um lado, não pode funcionar sem o movimento da articulação do lado oposto,
sendo que ambas agem como uma unidade funcional e qualquer movimento ou alteração
funcional de um lado afetará conseqüentemente o outro. Outra diferença pode ser encontrada
no revestimento das superfícies articulares da ATM.

Enquanto a maioria das articulações sinoviais é revestida por uma cartilagem hialina, um
tecido conjuntivo fibroso denso avascular, sem inervação, substitui a cartilagem hialina na
ATM. Esta camada fibrosa funciona como uma cartilagem articular, porém é mais resistente do
que a cartilagem hialina diante de alterações degenerativas, tendo maior capacidade de
reparação e regeneração.

A ATM é a única articulação do corpo humano com um ponto final rígido, que é dado pelo
encontro dos dentes superiores e inferiores em oclusão, existindo uma complexa relação entre
esta e os músculos mastigatórios que movimentam a mandíbula e as superfícies oclusais dos
dentes. A influência da oclusão sobre as relações espaciais das estruturas da ATM coloca o
tratamento das desordens ou alterações da ATM no campo de ação da Odontologia
(NORMAN; BRAMLEY, 1990).

Sinais e sintomas associados a DIA da ATM são comuns, ocorrendo em 4% a 28% da população
adulta. Foi demonstrado que os DIA, assim como a artrite degenerativa, podem acometer
pacientes pediátricos.

Os DIA incidem mais freqüentemente nas mulheres, ocorrendo numa proporção aproximada
de 8:1, sendo que os fatores responsáveis por esta predominância ainda não estão claros.
Fatores etiológicos relacionados aos DIA da ATM incluem trauma, bruxismo, estresse e
anormalidades oclusais.

Em estudo realizado com 192 ATM de 98 pacientes sintomáticos que realizaram RM desta
articulação, cerca de 80% dos pacientes da amostra apresentaram deslocamento de disco
bilateral, 15% mostraram deslocamento de disco unilateral e somente 5% dos pacientes
apresentaram ATM normais.
Os deslocamentos de disco totalizam oito posições anômalas, entre elas: deslocamento
anterior completo, deslocamento anterior parcial lateral, deslocamento anterior parcial
medial, deslocamento rotacional ântero-medial, deslocamento rotacio nal ântero-lateral,
deslocamento medial, deslocamento lateral, e deslocamento posterior, este último bastante
raro. O deslocamento anterior do disco articular da ATM é o mais freqüentemente
encontrado. Pode ser completo ou parcial, dependendo da extensão do deslocamento. Em
posição de boca fechada, o disco apresenta-se posicionado anteriormente em todos os cortes
sagitais.

Os deslocamentos medial e lateral do disco articular possuem aspecto normal nos cortes
sagitais em boca fechada, porém apresentam alteração da posição do disco no plano coronal.

Estes deslocamentos são freqüentemente associados ao deslocamento anterior, sendo


denominados de deslocamentos rotacionais do disco.

Os deslocamentos discais podem ocorrer com ou sem redução, excetuando-se o


deslocamento posterior. Esta classificação depende do reestabelecimento ou não da relação
normal entre o disco articular e o côndilo mandibular, no movimento de abertura da boca.
Quando o disco permanece deslocado na posição de abertura máxima da boca, considera-se
deslocamento sem redução.

No entanto, quando o disco é recapturado para a posição de normalidade em boca aberta,


dizse que o deslocamento é com redução. Redução incompleta é vista quando há recaptura
parcial do disco articular durante a abertura da boca.

Os deslocamentos de disco da ATM são considerados uma importante causa da dor facial,
da ATM, de estalidos, crepitação e disfunção.

A ATM é constituída para suportar estresse, devendo ser capaz de resistir a grandes forças. As
cabeças ou côndilos servem como um fulcro bilateral para a mandíbula.

Assim sendo, as articulações estão sujeitas a estresses sempre que os potentes músculos
elevadores se contraírem. As áreas específicas de reforço da forma correspondem às áreas de
suporte para as forças da musculatura, dirigidas para cima, para frente e para dentro.

A ATM, semelhante a outras articulações, pode adaptar-se às demandas funcionais,


possuindo uma grande capacidade de remodelação. Na ATM, a cartilagem articular que
reveste a cabeça ou côndilo e a eminência tem maior capacidade de adaptação que os
ligamentos do disco articular e a inserção posterior.

Devido a sua avascularização, o disco articular parece não apresentar capacidade de


remodelação.

Diagnóstico por imagem

Várias técnicas de imagem para a ATM têm sido discutidas, focalizando suas indicações e
limitações.

A artrografia já foi amplamente usada no passado como método de diagnóstico por


imagem para ATM com DIA, porém, atualmente, sua utilização não é indicada, pois é
procedimento invasivo que causa desconforto e riscos.

Reações alérgicas ao meio de contraste, apesar de raras, podem ocorrer. Além disso, a
exposição à radiação pode ser significativa, dependendo do número de exposições
tomográficas. Perfurações do disco e laceração da cápsula são, contudo, melhor detectados
pela artrografia.

A RM é o exame de eleição para o estudo da ATM quando se deseja pesquisar


anormalidades de tecidos moles.

É o único exame que possibilita a visualização do disco articular e tecidos moles


circunjacentes.

Informações a respeito do contorno ósseo cortical também são obtidas por meio do exame
de RM. Além disso, anormalidades na intimidade da medula óssea do côndilo também podem
ser evidenciadas. É uma técnica não-invasiva que, apesar do custo elevado, fornece uma série
de informações referentes às estruturas intraarticulares, em diversos planos.

A RM tem assumido importância fundamental no campo da odontologia, neste caso,


especificamente, no diagnóstico por imagem dos diferentes tipos de deslocamentos do disco
articular da ATM. O diagnóstico correto é necessário para um planejamento de tratamento
adequado.

Conclusão

Neste trabalho abordamos conteúdos relacionados á semiologia do meio bucal, anexos e


atm. O mesmo teve por objetivo considerar as noções dos termos já mencionados,
analisar os pressupostos dos mesmos e suas aplicabilidades na odontologia.
No campo da Odontologia , vários autores têm defendido a necessidade de novos
paradigmas para abordar diferentes questões de pesquisa nos campos científicos da
saúde. Este trabalho buscou aprofundar mais sobre a semiologia no meio bucal as
diferenças entre os conceitos abordando a aplicabilidade dos orgãos anexos e atm, com
ênfase no trabalho em equipe.
Cumprimos com todos os Objetivos Propostos e os estudos realizados na nossa
pesquisa permitem-nos afirmar que as estruturas anexas do sistema digestório são orgãos
que produzem ou armazenam secreções que passam para o trato gastrointestinal e auxiliam
na decomposição química do alimento.
É correto afirmar que, a semiologia do meio bucal é a base mais sólida que existe para que
médico dentista possa realizar uma anamnese para a aquisição de conhecimentos e
possível diagnóstico das principais doenças do sistema estomatognático.
Conclui-se também, que a ATM deve ser cuidadosamente examinada nas posições de
abertura, fechamento, bem como nos movimentos de lateralidade. Porque, o aspecto lateral
de cada articulação e cápsula são localizados por uma leve palpação anterior para o meato
auditivo externo, enquanto o paciente abre e fecha a boca.

Não havendo sensibilidade associada aos músculos mastigatórios, a sensibilidade na


articulação poderá significar um processo inflamatório.

Uma avaliação deveria ser realizada para detectar edemas ou alterações na temperatura,
que possam comprovar o diagnóstico de uma patologia verdadeira da articulação. O paciente é
solicitado a mover a mandíbula até onde possível em uma direção anterior.

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