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Faculdade Positivo - 2022

Estomatologia
Odontologia

Curitiba, 2022

Ana Cristina Chaves Hatakeyama


odontologiahatakeyama@gmail.com
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A ESTOMATOLOGIA é a especialidade da Odontologia que estuda a etiologia, prevenção, diagnóstico e tratamento


das doenças que afetam a boca.

1º Bimestre

1. Anamnese e Exame físico

Anamnese: importância de uma boa anamnese, conhecer o paciente, sua vida pregressa, vícios e hábitos, ajudará a
compreender suas queixas e características de lesões identificadas ao decorrer do exame clínico, ou seja, importante
não abreviar esta etapa.

Evolução temporal e sintomatológica

• Quando se iniciou a sintomatologia?

• Como eram no início os sinais e sintomas?

• Ocorreram episódios de exacerbação ou remissão do quadro clínico?

• Recorda-se de algum fato que possa estar ligado ao aparecimento da doença?

• Como era quando percebeu sua existência em relação ao estado atual?

Exame Clínico: Aspecto Geral do paciente ou primeira impressão, desde o momento da entrada do paciente no
consultório.

O que observar?

1. Inspeção
2. Palpação
3. Percussão
4. Exploração
5. Auscultação
6. Olfação

Exame O que fazer?


Inspeção (VER) • Cabeça e pescoço
• Cor de pele, cicatrizes, manchas, crostas, nódulos,
assimetria facial, etc.
• Lábios, mucosas vestibular e jugal, fundo de sulco
vestibular, gengivas livres e inserida, margem e sulco
gengivais, área retromolar, assoalho da boca, língua
(ventre, dorso e bordas), palato duro e mole, amígdalas
palatinas e orofaringe.
• Dentes, periodonto e oclusão
Palpação (SENTIR) Extra e intrabucais
• Consistência, limites, sensibilidade, textura
superficial, infiltração, mobilidade e temperatura das
lesões
• Lábios, bochechas, assoalho de boca, língua e as
cadeias de linfonodos laterais aos músculos

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Esternocleidomastóideos

Percussão (TESTAR movimentação) Cabo do espelho dental batendo contra a coroa clínica
do dente em direção vertical e horizontal
Exploração (MOLDAR) Consiste em examinar com critérios e buscas

Auscultação (ESCUTAR) Consiste em exames de audição, como:


• Estalidos da articulação temporomandibular
• Linhas de fratura na mandíbula
• Pressão arterial
Olfação (CHEIRAR E CORRELACIONAR) Consiste em sentir cheiros e correlacionar com estado
visual e anamnese do paciente.

Exames complementares: Exames de sangue (hemograma, coagolograma); Exames de imagem (tomografias,


periapical, panorâmica; Biopsias;

Para termos um diagnóstico assertivo, faz-se necessário seguir o protocolo de exame, como Anamnese, Exame Clínico
(observação e correlação) e ter em mãos exames complementares.

• Biopsias

Biópsia incisional: remove apenas um fragmento da lesão. Também tem como objetivo esclarecer sobre as
características da mesma a fim de conduzir o médico ao melhor tratamento para o paciente.

Biópsia excisional: remove a totalidade da lesão ou órgão. E da mesma forma irá auxiliar no esclarecimento diagnóstico
e na prescrição do tratamento.

2. Lesões fundamentais.

• Lesões tratam-se de perturbações que resultam da perda do equilíbrio estrutural de uma célula;
• As lesões que aparecem na pela ou mucosa bucal apresentam-se de formas diferentes e são conhecidas como
fundamentais ou elementares;

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• Modificação dos tegumentos¹ determinadas por processo inflamatório, degenerativos, circulatórios,


neoplásicos, neoplásicos, metabólicos ou por defeitos de formação. Ex. Ulcera traumática.

• Quanto ao tipo de implantação:


➔ PEDICULADA – quando o seu maior diâmetro é superior ao da base de implantação
➔ SÉSSIL – quando o diâmetro da base é o maior

Base menor,
Base maior, característica
característica séssil pediculada (pendurada)

• Quanto a localização:
➔ CENTRAL – quando uma lesão se localizar no interior dos ossos Maxilares
➔ PERIFÉRICA – quando a localização da lesão se restringir apenas aos tecidos moles, não havendo
comprometimento do tecido ósseo subjacente

Central, dentro do
Periférico, está em
OSSO, além de
mucosa, além de
séssil.
séssil.

• Lesões fundamentais podem ser:

➔ Primárias. Exemplo: Herpes Labial

1ª. Prodrômica, sensação de queimação, pouco edema, bom momento para intervenção medicamentosa, no caso
desse exemplo aciclovir (pomada ou ingesta)
2ª. Vesícula, fase com maior potencial transmissível do vírus, maior
carga viral.
3ª. Úlcera, fase inicial de cicatrização;
4ª. Crosta, fase potencial de cicatrização
5ª. Cicatrização; normalmente o vírus perdura 15 dias entre as fases.

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➔ Lesões únicas e/ou associadas:

Os condilomas são diagnosticados em adolescentes e adultos jovens, mas pessoas de todas


as idades são suscetíveis. As lesões bucais ocorrem, com mais frequência na mucosa labial,
palato mole e freio lingual. O condiloma típico apresenta-se como uma massa exofítica, séssil,
rósea, firme e bem demarcada, com projeções superficiais rombudas e curtas. O condiloma
acuminado é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo HPV (human papilloma
viruses). É caracterizada como uma proliferação papilar do epitélio paraqueratinizado com
acantose proeminente da genitália, região perianal, boca e laringe. Já foram identificados
mais de 100 tipos de HPV.

O tórus mandibular, também chamado de toro mandibular, consiste em um crescimento


ósseo congênito, benigno, localizado ou circunscrito, encontrado na superfície cortical do
osso.

• Identificação e contextualização Lesões Fundamentais:


Característica Principal: Característica textual: Definição: Exemplo:
Mancha e macula (pequena • São modificações das
mancha) colorações normais da mucosa
bucal ou da pele, sem que ocorra
elevação ou depressão tecidual
• Apresentam cor (branco
ao negro), tamanho e forma
bastante variados
• Em geral, representam o
acúmulo de pigmentos endógenos
e exógenos nos tecidos
Placa • Representam uma
elevação em relação ao tecido
normal, no entanto, a sua altura é
pequena em relação a extensão
• Superfície pode ser
rugosa, verrucosa, ondulada, lisa
ou apresentar diversas
combinações desses aspectos
• Resistentes ao atrito
(raspagem) Ex. Leucoplasia, líquen
plano
Pápula • Representam uma
formação sólida pequena
arredondada ou ovalada, elevada
da mucosa, com até 5mm
(diâmetro) de tamanho
• Pode ser consistente à
Lesões palpação ou não
• A mucosa que a recobre se
fundamentais encontra íntegra
• Lesão única ou múltiplas
acúmulo de • Ex. Grânulos de Fordyce e
liquen plano papular

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Nódulo • Representam uma


substância formação sólida arredondada ou
ovalada, elevada da mucosa ou
sólida pele, com tamanho superior a 5mm
de diâmetro
• Formado por tecido
epitelial, conjuntivo ou misto
• Origem conjuntiva
apresentam-se recobertos por
epitélio normal
• Origem epitelial
apresentam-se com variação na
sua superfície: lisa, verrucosa,
papilar, lobulada
• Massa nodular – tamanho
superior a 2cm
Tumefação • Representam todo
aumento volumétrico difuso e sem
limites definidos, seja de ordem
inflamatória ou neoplásica

Vegetação • Crescimento exofítico


constituído por várias deformações
teciduais
agrupadas, de tamanho e forma
variáveis
• Verrucosidade – quando
ocorre uma formação de ceratina
excessiva na sua superfície
• Comum em processos
proliferativos
Vesícula • Representam um acúmulo
de líquido intra ou subepitelial,
proporcionando uma elevação
localizada deste tecido e com
tamanho até 5mm de diâmetro;
• O conteúdo líquido pode
ser de natureza serosa ou mucosa
• Múltiplas e agrupadas

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Bolha • Representam um acúmulo


de líquido intra ou subepitelial,
proporcionando uma elevação
localizada deste tecido e com
Lesões tamanho superior a 5mm de
diâmetro
fundamentais • O conteúdo líquido pode
ser de natureza serosa ou mucosa
acúmulo de • Cavidade única, podem
ser múltiplas

substância • Vesícula e bolha –


dificilmente são encontradas
íntegras na mucosa
fluída Pústula • Representam um acúmulo
de material purulento (pus) na
camada superficial da derme,
proporcionando uma elevação
localizada da epiderme
• Bolha ou vesícula
preenchida por exsudato purulento

Fístula • Orifício na superfície


cutânea ou mucosa que aparece
em decorrência de focos
infecciosos
• Ex. Abscesso
dentoalveolar
Hemoflictema • Representam uma bolha
ou vesícula de conteúdo
hemorrágico (sangue extravasado)

Erosão • Representam uma perda


parcial do epitélio sem haver
Lesões exposição do tecido conjuntivo
subjacente
fundamentais • Produz atrofia da mucosa
bucal: fina e plana
por perda de • Decorrentes de variados
processos patológicos sistêmicos

substâncias Ex. Liquen plano e língua geográfica

Úlcera e ulceração • Representam uma perda


total do epitélio com exposição do
São processos que se caracterizam ÚLCERA: CARATER CRÔNICO: tecido
por uma solução de continuidade tumores malignos, pênfigo vulgar, conjuntivo subjacente
do epitélio, seja por um agente sífilis secundária, etc. • Apresenta uma halo
traumático, infeccioso, neoplásico avermelhado
ou ainda secundário, variando ÚLCERAÇÃO: CURTA DURAÇÃO: • Pode assumir um aspecto
apenas o grau de afta vulgar, herpes recorrente, regular ou irregular e também
comprometimento do epitélio ou lesões apresentar
do tecido conjuntivo traumáticas elevação das suas bordas (lesões
crônicas)

Exulceração • É uma ulcera que envolve


grandes regiões da mucosa,
superficial e
sem limites nítidos
Ex. Paracoccidioidomicose – PCM

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Necrose • Representam a morte


súbita dos tecidos
• Podem assumir um
aspecto enegrecido, acinzentado
ou amarelado
• Presença de odor fétido
Crosta • Corresponde ao
ressecamento de exsudatos
(sangue, pus) sobre um
defeito epitelial na pele
• Aparece sobre superfícies
secas, lábios ou pele na evolução
de lesões ulceradas
• A coloração da crosta
variará de acordo com o
componente presente
• Pode ser purulenta ou
hemorrágica
Pseudomembrana • Camada branco-
amarelada de fibrina e
microorganismos que
recobrem defeito epitelial na
mucosa
• Não é resistente ao atrito
(raspagem
Fissura • Representa uma perda
tecidual em forma de uma fenda ou
fissura
• Ulceração estreita,
semelhante a uma fenda ou sulco
• Ex. Queilite angular
Petéquia • Área de hemorragia
puntiforme e circular

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• Requisição para exame anatomopatológico

3. Processos proliferativos não neoplásicos

• Representado por lesões proliferativas basicamente de natureza inflamatória e sem características histológicas
neoplásicas
• Representadas por um aumento de volume tecidual

➔ Processos proliferativos

• Hiperplasia fibrosa inflamatória


• Hiperplasia papilomatosa inflamatória
• Lesão periférica de células gigantes
• Lesão central de células gigantes
• Granuloma piogênico
• Granuloma gravídico

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• Fibromatoses gengivais

Patologia Características/ Aspectos Exemplos


Epidemiologia
Hiperplasia fibrosa inflamatória Proliferação tecidual da mucosa CLÍNICOS
bucal como resposta ao trauma • Massa tecidual firme,
crônico e de baixa intensidade fibrosa e de superfície lisa Indolor e
induzido por agentes físicos de coloração rosada
(prótese mal adaptadas, aparelhos • Tamanho variável e ocorre
ortodônticos, mordidas, sucção, em qualquer região da boca
etc.). • Crescimento está
condicionado a presença do agente
agressor

HISTOPATOLOGICOS
• Biopsia excisional está
indicada.
• Epitélio exibe hiperplasia,
acantose e hiperparaceratose.
• Tecido conjuntivo rico em
fibras colágenas e fibroblastos
exibindo infiltrado inflamatório
crônico
Hiperplasia papilomatosa Proliferação tecidual da CLÍNICOS
inflamatória mucosa bucal como • Palato duro abaixo de
resposta ao trauma dentaduras
crônico ocorrendo abaixo • Indolor e de coloração
de dentaduras. rosada ou avermelhada
• Geralmente está
Fatores: associada à candidose
• Má adaptação da • Superfície papilar ou com
Dentadura múltiplas pápulas
• Má higiene
• Uso diário da dentadura
• durante 24 horas
Lesão periférica de células gigantes • Nódulo extra-ósseo Radiograficamente, apresentam
(LPCG) • Ocorre exclusivamente na reabsorção uniforme e côncava
• gengiva ou rebordo do osso subjacente
alveolar de TRATAMENTO:
pacientes desdentados Cirúrgico com pequena margem de
• Massa de tecido mole, em segurança e curetagem óssea
geral
pediculada, podendo ser séssil
• Intensamente
vascularizada com
tendência a sangramento sob
pequenos traumas
• Proliferação de células
gigantes
• Coloração de vermelho
vivo
• Quando em regiões
expostas a
trauma, assume aspecto de
mucosa mastigatória
• Podem apresentar áreas
escurecidas (pardas ou violáceas)
em decorrência do depósito de
hemossiderina
• Pacientes com menos de
30 anos
de idade e sexo feminino

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• Localização preferencial é
a
mandíbula na região de 1º molar
a incisivos
• Etiologia é basicamente o
trauma

Lesão central de células gigantes • É a mesma entidade Radiograficamente, apresentam


patológica da LPCG reabsorção uniforme e côncava
• Difere a apenas quanto a do osso subjacente
localização (intra-ósseo) TRATAMENTO:
Cirúrgico com pequena margem de
segurança e curetagem óssea

Granuloma piogênico (GP) • Crescimento proliferativo • Lesão exofítica, em geral


rápido do tecido conjuntivo séssil,
• Decorrente de irritação • consistência flácida,
crônica de baixa intensidade, assintomática,
como: cálculo dentário, frequentemente ulcerada
• Restaurações defeituosas, • Coloração de vermelho
placa bacteriana, raízes residuais e intenso a
outros vermelho escuro
• Células endoteliais • Sangram muito a pequena
• Grande frequência na injúria
gengiva
• Maxila mais afetada que a TRATAMENTO:
mandíbula • Excisão cirúrgica,
• Mulheres mais afetadas removendo-se o
que os agente etiológico, afim de evitar
homens 4:1 possíveis recidivas

Granuloma gravídico • Alguns autores • Sugerem alterações


relacionam o hormonais e/ou carência
granuloma piogênico a alterações vitamínica influenciam os tecidos
hormonais durante a gravidez, gengivais durante a gravidez
passa a chamar-se granuloma
gravídico • Histologicamente idêntico
• Emerge da papila gengival ao GP
interdental “esponja” que sangra Os casos que regridem após o parto
com a mínima injúria são considerados como falsos
• Não há diferença clínica granulomas
com o GP
• Diagnóstico através da TRATAMENTO:
observação • Excisão cirúrgica
da lesão

Fibromatoses gengivais • Aumento anormal dos


tecidos gengivais
• Massas teciduais múltiplas
e sésseis
• Proliferação fibrosas com
grande aumento de colágeno

4 grupos:
1. Idiopática
2. Inflamatória

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3. Medicamentosa
4. Hereditária
Idiopática • Aumento tecidual • Interferir na mastigação,
bastante consistente a palpação fonação, instalação de próteses
• Coloração normal, • Aspecto de tecido normal
bilateral ou não
• Em geral, na região da TRATAMENTO:
tuberosidade maxilar ou Se houver interferência com as
mandibular funções a remoção cirúrgica está
• Pode atingir grandes indicada
proporções
• Composto de tecido
conjuntivo fibroso
Inflamatória • Aumento gengival • Sangram ao menor toque
localizado ou generalizado • Aspecto liso, brilhante e
• Desenvolvimento lento e de coloração vermelho-intenso
indolor
• Causado por uma irritação TRATAMENTO:
crônica (má-higiene, cálculo, mal Remoção da irritação crônica e
posicionamento dental, aparelhos cirurgia quando indicado
ortodônticos fixos,
restaurações defeituosas, …)
Medicamentosa • São causados pelo efeito • Características Clínicas
colateral de uma medicação • Aumento gengival
específica lobulado, difuso, de coloração
• Massa tecidual que rósea (ou eritematosa),
emergem da papila gengival consistência firme (na presença de
interdental placa e consequente inflamação,
• Sésseis, na maxila e irá se mostrar flácido próximo a
mandíbula, generalizada, firmes a margem gengival), afetando maxila
palpação e mandíbula início na região da
• Coloração, semelhante à papila interdental
da gengiva inserida ou mais • O mecanismo pelo qual
esbranquiçada esse fármaco exerce sua ação

• no periodonto ainda é
pouco conhecida. Ocorre
exclusivamente em áreas
dentadas, o que evidencia tratar-se
de distúrbio localizado nos tecidos
periodontais
• Embora pareça não haver
relação o etiológica com a presença
de irritantes, estes, principalmente
o biofilme, intensificam a
Proliferação
• A incidência é maior em
crianças e adolescentes, ocorrendo
com intensidades variáveis,
dependentes não dependentes de
dose

DIAGNÓSTICO:
• Observação clínica das
lesões juntamente com a
anamnese

TRATAMENTO:

• Nos estágios iniciais,


indica-se a manutenção de boa
higiene bucal

• Quando as massas
gengivais são acentuadas, o
tratamento é cirúrgico

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• Redução da dosagem no
caso de algumas Medicações
(ciclosporina)
Hereditária • Apresentam • A forma nodular
expressividade clínica variável apresenta múltiplos aumentos
(leve, moderado e severo) teciduais
• Causam problemas • Coloração normal, sésseis
estéticos e funcionais (fonéticos e e firmes
na deglutição) • Variam de tamanho,
• Manifesta-se, geralmente, podendo recobrir parte das coroas
nos 5 primeiros anos de vida clínicas dos dentes, provocando
2 formas clínicas: falsas bolsas periodontais
• Lisa
• Nodular • A forma lisa caracteriza-se
por massas teciduais simétricas,
que recobrem quase totalmente a
coroa clínica dos dentes
• Queixa: retardo na
erupção dos dentes,
principalmente os incisivos
superiores e anteriores
• Radiograficamente os
dentes estão irrompidos em nível
ósseo
• Componente hereditário
(autossômico dominante), deve
• ser feito o levantamento
familiar

TRATAMENTO:
• Cirúrgico
• Incomum os casos de
crescimento gengival contínuo

4. Neoplasias aspectos gerais

“Neoplasia é uma massa anormal de tecido cujo crescimento excede e não está coordenado ao crescimento dos
tecidos normais e que persiste mesmo cessada a causa que a provocou”

Neoplasia -> Crescimento novo

Neoplasia consiste na perda do controle dos fatores reguladores da divisão celular, levando a célula a se dividir de
forma autônoma e desordenada

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Grau de
diferenciação
celular

o AGENTES CARCINOGÊNICOS
o AGENTES QUÍMICOS
o AGENTES FÍSICOS
o AGENTES MICROBIOLÓGICOS

➔ O aumento do número de células está relacionado com a proliferação e morte celular


➔ As neoplasias decorrem de distúrbios do ciclo celular, levando ao aumento de proliferação e a formação de
tumores

Mecanismos protetores:

o Apoptose
o Mecanismo o de excisão e reparo do DNA

Nomenclatura:

o Benigno é nome da célula de origem + sufixo oma


o Carcinoma é neoplasia maligna de epitélio de revestimento
o Tumores glandulares é Adenoma (benigno)
o Adenocarcinoma (maligno)
o Sarcoma é neoplasia maligna de natureza conjuntiva
o Blastoma é neoplasia que reproduz estruturas embrionárias

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Exceção

Neoplasias e nomenclaturas

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Características

Comportamento das células malignas in vitro:

o Imortalidade
o Perda de inibição por contato
o Alterações de forma
o Diminuição das necessidades de soro
o Independência de ancoragem

Modificações morfológicas e funcionais das células malignas – anaplasia

o Pleomorfismo celular
o Núcleos Hiper cromáticos
o Alteração na relação núcleo/citoplasma
o Alteração na forma nuclear
o Cromatina forma grumos
o Nucléolos grandes
o Figuras mitóticas atípicas e bizarras
o Perolas córneas ou de ceratina

Carcinoma

É uma entidade histopatológica caracterizada pela presença de alterações malignas restrita, exclusivamente, às
camadas do epitélio, sem infiltração da lâmina própria.

Propagação e disseminação

Neoplasia Benignas – São bem delimitadas e crescem de maneira expansiva, comprimindo as estruturas adjacentes,
mas sem infiltra-las.

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Neoplasias Malignas – capacidade de invadir localmente, de ganhar uma nova via de disseminação, de chegar a sítios
distantes e de neles originar novos tumores

5. Fibroma e Lipoma

Patologia Características/ Aspectos Exemplos


Epidemiologia
Fibroma • Fibroma é um tumor • Assintomáticos a menos
benigno de tecido conjuntivo que decorram de ulcerações
o Nódulos séssil comum na mucosa bucal que traumáticas na superfície.
o Indolor acomete indivíduos entre 40 a 60 • Há dois tipos de fibroma
o Cor similar a mucosa anos de tecidos moles: o fibroma por
de idade, ocorrendo em ambos dos irritação/traumático e ou
Tratamento sexos, entretanto alguns autores hiperplasia fibrosa e o fibroma
o Remoção cirúrgica afirmam que tem predileção pelo neoplásico
o Biopsia Excecional gênero • Fibroma irritação, má
o Exame histopatológico feminino. Clinicamente apresenta- oclusão ou má adaptação de
o Eliminação do trauma se como uma lesão próteses
o Leve Desgaste cúspide do nodular de coloração rósea, • Fibroma do tipo
dente que está causando a injuria crescimento lento, semelhante neoplásico em geral, não está
o Recidivas raras a mucosa normal, podendo associado a esses elementos
o Prognostico bom apresentar base séssil ou traumáticos e sim,
pendiculada. a processos reativos que causam
reação a uma determinada causa,
ocasionando o crescimento
patológico dos fibroblastos e
colágeno, propiciando um exame
clínico visível de massa nodular em
submucosa
• Podendo apresentar base
séssil
ou pediculada

Lipoma • O lipoma é uma neoplasia • Na cavidade oral o lipoma


benigna é caracterizado por um aumento
Nódulo de coloração amarela, mesenquimal de tamanho variado de volume bem definido, flácido à
consistência mole, lisa, séssil e que pode ocorrer em diversas palpação, de coloração amarelada
indolor, tamanho menor que 3,0 partes do corpo ou normal de mucosa com
cm. inserção séssil ou pediculada.
• Crescimento lento e
Variantes: Fibrolipoma e assintomático
Angiolipoma (vasos sanguíneos) • Regiões mais acometidas
da cavidade oral são língua,
Tratamento assoalho de boca, palato, região
Excisão total da lesão parótida, lábios e mucosa bucal.
Recidivas raras • Composto de células
Prognostico bom adiposas além de uma quantidade
de feixes de colágeno e vasos
sanguíneos
• Os lipomas são
classificados de acordo com seu
aspecto histopatológico e
apresentam diversas variantes, são
eles: lipoma clássico, fibrolipoma,
angiolipoma, lipoma intramuscular,
lipoma de células fusiformes,
lipoma pleomórfico, sialolipoma,
lipomas mixóides e lipomas
atípicos

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Hemangioma Pode ser:


Capilar : mais comum, mancha
Representam uma malformação de Capilar plana, vermelha pode
desenvolvimento (hamartona), Juvenil progressivamente tornar-se um
mais que uma neoplasia verdadeira Cavernoso pouco elevada
Arteriovenoso • Presente na pele
Localizam-se nos lábios, língua, • Sofre lenta progressão
mucosa alveolar e gengiva após 2 ou 3 anos, Pode sofrer
involução até os 7 anos de idade
Diagnostico: Baseado em exame
clinico ou histopatológico Cavernoso: são clinicamente
- Diascópia (vitro pressão em lesões semelhantes ao capilar, porem os
de origem vascular ) vãos sanguíneos apresentam
diâmetro maior
Coloração vermelha desaparece
quando submetida a pressão com São maiores e menos circunscritos,
lâmina de vidro e retorna após a envolvem estruturas profundas
remoção da pressão.
Raramente sofrem regressão
Acompanhamento clínico manchas espontânea
pequenas e estáveis
Remoção cirúrgica: depende do Arteriovenoso : mal formações
tamanho, localização e sintomas vasculares causadas por uma
comunicação anormal entre a
Laser : efetividade no tratamento circulação arterial e venosa
das manchas de pele atravessando o leito capilar

Linfangioma Simples: vasos pequenos do Linfangiomas Bucais


tamanho de capilares §Localização superficial,
Lesão bem benigna mais um Cavernoso: vasos linfáticos grandes lembrando
defeito de desenvolvimento dos e dilatados vesículas agrupadas
vasos linfáticos (hamartoma) do Cístico: exibe grandes espaços § As lesões apresentam superfície
que uma neoplasia císticos (pescoço e irregular semelhante a um grupo
axilas) de
LINFANGIOMAS vesículas translucentes
50 a 75% têm LINFANGIOMAS BUCAIS §hemorragia 2ªria no interior do
predileção pela §L. Cavernoso é o vaso
cabeça e pescoço mais encontrado linfático (vesículas arroxeadas)
§Afetam os 2/3
anteriores da língua, Vasos linfáticos dilatados e
resultando em localizados subjacente a
macroglossia superfície epitelial
§ Vasos infiltram difusamente
§ Presença de agregados linfóides
em suas paredes
§ Endotélio de recobri/o é fino,
espaços com fluído de proteínas

e linfócitos ocasionais

Excisão Cirúrgica: é o tratamento


de escolha
§ A remoção total pode ñ ser
possível em todos
os casos devido ao tamanho e
envolvimento de
estruturas vitais
§ Língua: ñ recomenda-se trata/o
(dificuldade na remoção e índice de
recidiva)
§ Regressão espontânea é rara

Recidivas Comuns (natureza


infiltrava)

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§ Não respondem a Agentes


Esclerosantes
§ Prognóstico: BOM

Papiloma §Etiologia: Papiloma vírus Vegetação indolor, exofítica,


humano (HPV) geral/e pedunculado ou séssil, bem
§ Prevalência: crianças ou delimitada, de consistência mole
em qualquer idade (30- - com numerosas projeções
50 anos) digitiformes pequenas na
§Localização: Palato superfície,
mole, Úvula, Língua, que lhe dão a aparência de couve-
Lábios e Gengiva flor ou verruga
- Lesões solitárias (únicas), geral/e
brancas,
- medindo de 0,5-1,0 cm de
diâmetro

Diagnóstico
Tratamento
§ Remoção Cirúrgica
§ Envio para Exame
Histopatológico
Osteoma Definição: “Tumores benignos § Um crescimento nodular
compostos de exofítico de osso cortical denso ou
osso maduro compacto ou dentro da maxila ou mandíbula em
medular.” localizações diferentes dos toros
Proliferação hamartomatosa ou exostoses
benigna do tecido ósseo § Restritos ao esqueleto
craniofacial
Osteoma Perióstico § Localizados superficialmente ou
nódulo polipóide ou séssil na intraósseo
superfície óssea (cortical)
Osteoma Endósteo EXCISÃO CIRÚRGICA:
localizado no espaço medular Osteomas Maiores que causam
Lesões Solitárias e sinais de
Assintomáticas deformidades estéticas
Prevalência: adultos jovens ACOMPANHA/O CLÍNICO E
Não tem predileção por sexo RADIOGRÁFICO:
Osteomas Pequenos de localização
Osteoma Perióstico: endóstea
padrão radiopaco
uniforme ou uma
periferia radiopaca
com um padrão
trabecular central

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6. Patologias Ósseas

Patologia Características/ Aspectos Exemplos


Epidemiologia
• OSTEOGÊNESE IMPERFEITA • Doença rara (1 em 8.000 • Fragilidade óssea
indivíduos) • Esclera azul
• Grupo de doenças hereditárias • Dentes alterados
caracterizada por uma parada na • Hipoacusia (perda de audição)
maturação do colágeno • Hiperextensão articular
• O colágeno forma: maior parte do • Osteopenia
osso, dentina, esclera, ligamentos e • Angulação e deformidade dos
pele ossos longos
• Tipo mais comum de doença • Múltiplas fraturas
hereditária óssea • Alterações dentárias que
• A gravidade da doença é lembram a dentinogênese
amplamente variável imperfeita
• Ambas as dentições são afetadas
• Translucência de azul a castanho
dos dentes
• Obliteração da polpa dentária
• Má-oclusão do tipo classe III
(hipoplasia da maxila
• OSTEOPETROSE • Grupo de doenças esqueléticas • Deformidade facial – face larga,
hereditárias raras nariz curto e achatado
• Aumento na densidade óssea • Erupção dentária retardada
• Defeito na remodelação – falha • Falha na reabsorção e
na função dos osteoclastos remodelação dos ossos do crânio
• Maior número de osteoclastos • Atrofia do nervo óptico e cegueira
• Reabsorção óssea osteoclástica • Paralisia facial
defeituosa • Osteomielite após extrações
• Gravidade clínica é amplamente dentárias
variável • Dificuldade em visualizar as raízes
• Osteopetrose infantil/ dentárias devido a
osteopetrose do adulto densidade do osso circundante
Adultos:
• 40% dos pacientes são
assintomáticos
• Radiografias dentárias –
radiopacidade aumentada
• Dor óssea
• Fraturas e osteomielites após
exodontias
• DISPLASIA CLEIDOCRANIANA • Doença do osso – defeito no gene • Palato estreito, alto e arqueado
CBFA1 • Aumento na prevalência de fenda
• Guia a diferenciação palatina
osteoblástica e a formação óssea • Retenção dos dentes decíduos
apropriada • Retardo ou falha na erupção dos
• Clavículas hipoplásica ou dentes
malformada permanentes
• Clavículas ausentes, • Radiograficamente: dentes
unilateralmente ou bilateralmente permanentes não erupcionados
(10%) • Dentes supranumerários
• “pescoço alongado”/Baixa
estatura/cabeça grande
• Radiografias crânio – suturas e
fontanelas abertos ou
com o fechamento retardado

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• CISTO ÓSSEO SIMPLES • Cavidade benigna, vazia ou Radiograficamente:


contendo líquido • Defeito radiolúcido bem
intra-ósseo delineado
• Desprovido de revestimento • Margens nítidas a mal definidas
epitelial • 1 a 10 cm
• Patogênese incerta – trauma? • Quando vários dentes envolvidos
• Pacientes entre 10 – 20 anos – projeções
• Sexo masculino (60%) em cúpula
• Maior prevalência na mandíbula • Dentes com vitalidade
(PM e M) • Sem reabsorção da raiz
• Assintomático/dor/parestesia DIAGNÓSTICO:
• Achado radiográfico/tumefação • Características clínicas,
(20%) radiográficas e achados cirúrgicos
• 1/3 dos casos – cavidade vazia
com
paredes lisas e brilhantes

TRATAMENTO:
• Exploração cirúrgica com
curetagem das paredes
• Raro recidiva
• Prognóstico é excelente
• DISPLASIA FIBROSA • 1- Displasia Fibrosa • Substituição de osso normal por
• 2- Displasia Cemento Óssea uma
• Displasia cemento-óssea focal proliferação excessiva de tecido
• Displasia cemento-óssea conjuntivo fibroso celular
periapical entremeada
• Displasia cemento-óssea florida com trabéculas ósseas irregulares
• 3- Fibroma ossificante • Mutação genética
• Localizado à
múltiplos ossos afetados
• (depende do
momento da mutação)
• Lesões de
múltiplos ossos
• Pigmentação
cutânea
• Distúrbios
endócrinos

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DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA “As displasias cemento


-ósseas TEORIAS:
acontecem nas áreas dentadas dos • As displasias cemento-ósseas
ossos maxilares e provavelmente é originam-se em áreas próximas ao
a ligamento periodontal e
lesão fibro-óssea mais comum exibe semelhanças
• FOCAL • PERIAPICAL • FLORIDA histopatológicas com a sua
estrutura
• Representa um defeito
extraligamentar no osso em
remodelação, que pode ser ativado
por fatores locais e possivelmente
correlacionados a um desequilíbrio
hormonal subjacente

• “As displasias cemento-ósseas


apresentam um único local de
envolvimento”.
• Região posterior da mandíbula
• 3a. a 6a. década
• Sexo feminino
• Assintomático
• Branca
• Menor de 1.5cm
Radiograficamente:
• Completamente radiolúcida a
densamente
radiopaca
• Halo radiolúcido – lesão bem
definida com bordas
irregulares
• Padrão misto radiolúcido e
radiopaco
• Áreas com dentes e edêntulas

FIBROMA OSSIFICANTE Semelhante a displasia cemento-


óssea Neoplasma verdadeiro com
potencial de crescimento Raros 3 a
4 década de vida Sexo feminino
Mandíbula (PM e M) Tumefação
indolor/assimetria fácil
- Unilocular
OSTEOSSARCOMA • Tumor maligno de células TRATAMENTO:
mesenquimais com a capacidade • Prognóstico sombrio
de produzir osteóide ou osso • Depende da remoção cirúrgica
imaturo. • Tumor maligno mais inicial
comum no interior do osso • Quimioterapia neoadjuvante e
• 1 a 2 década de vida adjuvante
• Osteossarcoma dos maxilares • 30% a 50% de sobrevida
(6% a 8% ) – 3 a 4 década de vida •
Sexo masculino
• Maxila (rebordo/soalho/palato)
• Mandíbula (posterior e ramo
horizontal)
• Tumefação e dor
• Mobilidade dos dentes
• Parestesia
• Obstrução nasal
• Radiograficamente: esclerose
densa a completamente

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radiolúcida • Borda mal definida e


indistinta
• Pode causar reabsorção radicular
– “espigão”
• “raios de sol”- 25%

7. Patologias Salivar

Ranula

• Deriva do ventre de uma rã


• Mucocele no soalho da boca
• Tumefação azulada no soalho da boa
• Tratamento: marsupialização ou remoção da glândula sublingual envolvida.

Sialolitiase

• Estruturas calcificadas no interior do sistema ductal salivar.


• Deposição de sais de cálcio ao redor de um acumulo de restos orgânicos no lumem do ducto
• Não há relação com desordens sistêmicas no metabolismo de cálcio e fosforo
• Glândulas submandibulares mais frequentes
• Trajeto longo tortuoso ascendente e secreção mucoide
• Parótida menos frequente
• Dor, tumefação especialmente no momento da refeição.
• Radiograficamente massas opacas.
• Tratamento: remoção cirúrgica

Sindrome de sjogren

• Desordem autoimune sistêmica crônica


• Glândulas salivares e lacrimais
• Xerostomia e xeroftalmia
• Causas desconhecidas – influencias genéticas
• Sexo feminino
• Adultos meia idade
• Diminuição da secreção salivar
• Saliva espumosa soalho boca
• Dificuldade na deglutição e alteração do paladar
• Língua fissurada atrofia papilar
• Mucosa vermelhada e sensível (candidose secundaria)
• Carie dental (região cervical)
• Pele seca / mucosa nasal /mucosa vaginal

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• Tratamento: salivas artificiais, chicletes sem açúcar, sialogogos (pilocarpina) estimular o fluxo e aplicação de
fluoretos.

Tumores das glândulas salivares – Benignos Adenoma pleomorfico (tumor misto benigno)

• É uma neoplasia salivar mais comum


• 53% a 77% dos tumores da parótida. 44 a 68% dos tumores de submandibular. 38 a 43% dos tumores de
glândulas menores.
• Massa firme, crescimento lento, indolor.
• Geralmente o paciente pode ter conhecimento da lesão por vários meses ou anos, antes de procurar o
diagnostico.
• Adultos jovens (30-50 anos)
• Predileção pelo sexo feminino.
• Em palato são muito aderidos em periósteo.
• De glândula parótida – lobo superficial da parótida
• Tumefação sobre o ramo mandibular a frente da orelha
• Raro paralisia do nervo facial e dor
• Inicialmente móvel
• Glândulas acessórias: platô ( mais comum ) 60% dos casos intra-orais
• Palato não move. Lábio superior (20%) mucosa jugal (10%)
• Tumor encapsulado (tecido conjuntivo fibroso) bem circunscrito. Mistura de epitélio glândulas e células
mioepiteliais
• Estroma semelhante ao mesenquima
• Tratamento: cirúrgico. Prognostico excelente. Palato excisão abaixo do periósteo.
• Glândulas menores – baixa recidiva. Parótida enucleação recidiva
• Parótida parotidectomia superficial ou total (profundo) preservando o nervo facial.
• Degeneração maligna 5% dos casos
• Carcinoma ex edenoma pleomorfico
• Encapsulado capsula incompleto ou com infiltração.

Tumor de warthin (cistoadenoma papilifero linfomatoso (tumor misto benigno)

• Segundo tumor benigno mais comum da glândula parótida ( 5 a 14%)


• Neoplasma benigno que ocorre quase que exclusivamente na glândula parótida
• Patogênese e incerta
• Fumantes risco 8x mais
• Nódulo, indolor, crescimento lento, paciente pode ter conhecimento da lesão por vários meses antes de
procurar o diagnóstico.
• 60 -70 anos adultos idosos

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• Frequente bilateralidade não simultâneos fumos


• Excisão cirúrgica, localização superficial, índice de recidivas 6 a 12%

Tumores das glândulas salivares – malignos

Carcinoma ex adenoma pleomorfico

• Transformação maligna do componente epitelial de um adenoma pleomorfico previamente benigno


• Risco de uma transformação maligna em um adenoma pleomorfico aumenta com a duração do tumor
• 6 a 8 décadas de vida
• Sexo feminino
• Maior prevalência em parótida (80%)
• Tumefação assintomática
• Podem desenvolver dor ou paralisia do nervo facial.
• Tratamento: excisão ampla, dissecção dos linfonodos locais, radioterapia adjuvante.

Carcinoma mucoepidermoide

• Um dos mais comuns tumores malignos das glândulas salivares.


• Ampla variação de idade (2 a 7 década)
• Tumor maligno da glândula salivar mais comum em crianças
• Sexo feminino
• A parótida costuma ser o local mais afetado
• Tumefação assintomática
• Podem desenvolver dor ou paralisia facial
• A maioria dos pacientes tem conhecimento da lesão por um ano ou menos, embora alguns relatem uma massa
de muitos anos de duração.
• As glândulas acessórias costumam ser o segundo local mais afetado (palato)
• Tumefações assintomáticas algumas vezes flutuantes de coloração levemente azulada ou avermelhada
• Podendo confundir clinicamente com mucocele
• Histopatologia: mistura de células produtoras de muco, células epidermoides ou escamosas e células
intermediarias (progenitora)
• Infiltrado linfoide, células claras.
• Grau histológico: quantidade de formações císticas, grau de atipia celular, numera relativo de células mucosas
epidermoides e intermediarias.
• Baixo grau – formações císticas proeminentes, atipia celular mínima e proporção relativamente alta de células
de mucosas

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• Grau intermediário- mostram características que se situam entre aquelas dos neoplasmas de baixo grau e os de
alto grau(formação cística menos proeminente e de predomínio de células intermediarias)
• Alto grau- ilhas solidas de células epidermoides e intermediarias (pleomorfismo e atividade mitótica) e células
mucosas praticamente ausentes.
• Tratamento- localização, grau histológico e estagio clinico do tumor]
• Prognostico- grau histológico, estagio clinico do tumor, baixo grau-prognostico excelente, alto grau- prognostico
reservado (30% a 54% dos pacientes sobrevivem)

Carcinoma adenoide cístico

• Um dos mais comuns tumores malignos das glândulas salivares


• Massa de crescimento lento
• Superfície integra ou ulcerada – palato evidencia radiográfica de destruição óssea.
• Dor é um achado comum e importante curso inicial da doença (continua obscura e que aumenta de intensidade
gradativamente)
• Paralisia facial- tumores da parótida
• Histopatologia- mistura de células ductais e mioepitelias formando arranjos variáveis
• 3 padrões : cribiforme, tubular e solido.
• Tratamento – tendência a recidiva local, metástase a distância, cirurgia e radioterapia adjuvante.
• Prognostico- padrão solido: pior prognostico sobrevida em 5 anos de 70% / sobrevida de 20 anos de 20%

8. Cistos

o É uma cavidade patológica revestida por epitélio e preenchida por liquido ou conteúdo semi-liquido (Reichart e
Philipsen.
o Cavidade patológica com conteúdo fluído ou semi-fluído , a qual não é formada pelo acumulo de pus, sendo
frequentemente revestido por epitélio e suportado por tecido conjuntivo fibroso (Neoville, 2000)

Temos:

➔ Odontogênicos:
Desenvolvimento
Inflamatórios

➔ Não Odontogênicos

Cistos Odontogênicos

➔ Lesões limitadas por epitélio de origem odontogênico, preenchidos com liquido que afetam a maxila e a
mandíbula
➔ A patogênia não está totalmente esclarecida

Resposta a um ligeiro aumento da pressão hidrostática interna.

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Desenvolvimento dental

Remanescentes da lâmina Dental podem permanecer na mucosa adulta como aglomerados de células em repouso

(Restos de serres) que podem conter queratina e estar envolvidos na etiologia de cistos como o Ceratocisto
Odontogênico

Fase a campânula

Durante essa fase, a lâmina dental se rompe e o órgão do esmalte perde conexão com o epitélio oral. Ao mesmo
tempo

há degeneração da lâmina dental entre os gemes dentários. Estes remanescentes da lâmina dentária estão envolvidos
no

desenvolvimento das lesões císticas.

Cistos Odontogenicos de desenvolvimento

➔ Cisto dentígero (cisto folicular)


➔ Cisto de erupção
➔ Ceratocisto Odontogênico
➔ Cisto Gengival do recém-nascido (perolas de Epstein)
➔ Cisto Periodontal lateral
➔ Cisto Gengival do adulto
➔ Cisto Odontogênico Glandular (raro)
➔ Cisto Odontogênico Calcificante

Cistos Odontogenicos inflamatórios

➔ Cisto radicular
➔ Cisto residual
➔ Cisto apical e lateral
➔ Cistos paradentário

Patologia Características/ Aspectos Exemplos


Epidemiologia
Cisto dentígero (Cisto folicular) Origina-se pela separação do Pode envolver qualquer dente
folículo da coroa de um dente em incluso
desenvolvimento ou incluso 3ºs Molares inferiores, caninos
(proliferação do epitélio interno superiores são os mais legíveis
reduzido do órgão do esmalte) tipo Raro: dentes decíduos
+ comum. Ocasionalmente podem envolver
Envolve a coroa de um dente dentes supranumerários ou
incluso e está unido ao dente pela odontomas
junção esmalte-cemento Prevalência: 10 a 30 anos de idade,
Expansão: Proliferação do epitélio, brancos
reabsorção óssea e pressão Homens: Mulheres 1,6:1
osmótica do fluído cístico.

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Cistos pequenos: assintomáticos


(descobertos em exames
radiográficos)
Cistos grandes: Expansão ósseo da
cortical, indolor, podendo resultar
em assimetria facial
Pode infectar-se por um dente
parcialmente irrompido ou pela
extensão de uma lesão periodontal
ou periapical existente no dente
adjacente
Lesão radiolúcida unilocular
associada a coroa de um dente
Área radiolúcida com margem bem
definida e esclerótica

TRATAMENTO:
Enucleação do cisto e remoção do
dente incluso associado
Cistos grandes: Marsupialização
Prognóstico: Excelente (raramente
ocorrere reincidência)
Complicações: transformação do
epitélio em ameloblastoma, mas
raramente em carcinoma de
células escamosas e carcinoma
muco epidérmico intra-osseo
- Cisto dentigêro > Ameloblastoma
> Carcinoma ameloblatoma
Cisto de erupção Definição: desenvolve-se pelo Tumefação mole, redonda, bem
acúmulo de fluído no espaço do delimitada, lisa e translúcida, de
folículo de um dente decíduo ou coloração vermelho-escuro ou
permanente em erupção, violácea recobrindo à coroa de um
corresponde ao cisto dentigêro no dente em erupção, localizada na
tecido mole; gengiva
Separação do folículo dentário da
coroa do dente Diagnostico: clinico
Não é necessário, pois o cisto sofre
ruptura espontânea
Excisão da cobertura do cisto
Prognostico excelente.
Ceratocisto Odontogênico Remanescentes da lâmina dentaria
Ocorre em todas as idades, maior • Comportamento benigno,
frequência 10 a 40 anos, porem agressivo
Predileção pelo sexo masculino • Alta recidiva
Mandíbula é afetada em 60 a 80% • Crescimento em direção
(região posterior do corpo anteroposterior pelos espaços
mandibular e ramo ascendente medulares sem evidencia expansão
Pequenos: assintomáticos óssea
Grandes associados a dor, • O dente pode ser
tumefação e frenagem deslocado porem usualmente o
ceratocisto não causa reabsorção
óssea
• Radiotransparente
• Dente incluso poderá esta
envolvido 25 a 40%
• Reabsorção das raízes não
é comum

TRATAMENTO

Enucleação (dificuldade de
remover o ceratocisto porque o
epitélio tende a separar-se do
tecido conjuntivo.
Marsupialização: cistos grandes

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Excisão cirúrgica com curetagem


óssea periférica ou osteotomia

Recidivas podem ocorrer dentro de


2 a 5 anos após a remoção
Múltiplas recidivas em um mesmo
paciente
Elevada recidiva
- Parede fina e friável do cisto
-Presença de microcistos satélites
-Epitélio é separado do tecido
conjuntivo histologicamente

Origina-se de restos do epitélio da - Assintomático (detectado durante


Cisto periodontal lateral lâmina dentária exame radiográfico).
Estes restos epiteliais originam - Tumefação e expansão vestibular.
variantes intra e extraósseas - Lesões com 1-1,5 cm
Cisto gengival do adulto: variante - Predileção pelo sexo masculino
extra óssea 2:1
Cisto periodontal lateral: variante - 50-60 anos de idade
intraóssea - Mandíbula: região de incisivo
Incomum lateral - canino e pré-molares (75 -
Doença periodontal usualmente 80%)
está ausente - Maxila: envolvem a mesma região
-Área radiolúcida bem
circunscrita, localizada
lateralmente a raiz ou raízes
de um dente com vitalidade.
-Podem causar divergência das
raízes
Reabsorção da lâmina dura
adjacente ao dente pode
ocorrer
-Pequeno, oval ou
arredondado
- Margens corticais bem
definidas e área
radiolúcida central
-Está localizado dentro
do osso alveolar entre o
dente envolvido e no
meio entre as porções
cervicais e apicais da
raiz
- Ceratocisto Odontogênico que se
desenvolve entre as raízes de um
dente
- Cisto Radicular Inflamatório (cisto
paradental inflamatório) associado
a
um canal acessório de um dente
sem vitalidade porém com
desenvolvimento lateral
- Cisto periodontal lateral
inflamatório (originado dos restos
epiteliais do
ligamento periodontal resultante
de bolsa periodontal)
ASPECTO RADIOGRÁFICOS
SIMILARES

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TRATAMENTO:
-Enucleação
- Recorrência incomum
-Cisto odontogênico botrióide: tem
maior potencial de recorrência
(imagem multilocular, policístico)
Cisto gengival adulto - Lesão incomum. v Lesão incomum.
- Correspondente no tecido mole v Correspondente no tecido mole
ao cisto periodontal lateral. ao cisto periodontal lateral.
-Origina-se de restos da lâmina v Origina-se de restos da lâmina
dentária no tecido mole entre o dentária no tecido mole entre o
epitélio oral e o periósteo. epitélio oral e o periósteo.
- Região de C e PM inferiores v Região de C e PM inferiores
Cisto dentigero calcificante Células fantasmas
Lesão incomum.
-Etiologia: remanescentes do
epitélio odontogênico
localizado na gengiva ou na
mandíbula ou na maxila.
- Pode estar associado com
odontomas e ameloblastomas.
- Predominantemente uma LESÃO
INTRA-ÓSSEA
- Predileção pelo sexo feminino
- Maxila (região de incisivos e
caninos não erupcionados podem
estar envolvidos)
Cisto gengival do recém nascido São pequenos cistos superficiais Os remanescentes da lâmina
repletos de ceratina encontrados dentária apresentam-se como
na fator etiológico
mucosa alveolar de recém-
nascidos § Pápulas múltiplas ou isoladas,
assintomáticas, esbranquiçadas,
na mucosa de recobrimento dos
processos alveolares de
neonatos
§ Exclusivos de recém -nascidos
§ Localizados na Mucosa
Alveolar da Maxila

TRATAMENTO:
Não é necessário, regridem e
desaparecem espontaneamente
em poucas semanas por seu
rompimento na cavidade oral

PÉROLAS DE EPSTEIN/ NÓDULOS


DE BOHN

9. Alterações em desenvolvimento

Fendas orofaciais - a formação da face e da boca é de natureza complexa e envolve o desenvolvimento de múltiplos
processos teciduais que devem se unir e se fusionar de modo extremamente
ordenado. Os distúrbios no crescimento desses processos teciduais ou sua fusão podem resultar
na formação das fendas orofaciais.

Fenda labial- defeito na fusão dos processos nasal mediano com o processo maxilar.

Fenda palatina- falha na fusão das porções palatinas.

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Etiologia- permanece obscura, fatores genéticos e ambientais podem


estar relacionados a defeitos isolados, associação com várias síndromes de
desenvolvimento.

Localização- lábios, palato mole e duro, úvula, maxila e mandíbula.

Características clínicas- 80% das fendas labiais são unilaterais, o lado esquerdo e o mais afetado, dentes
ausentes e raramente supranumerários podem ser observados, a fenda labial isolada ocorre com menor frequência
do que uma combinação com a fenda palatina e dos maxilares.

Completas- estende-se através da narina envolvem os alvéolos e em geral ocorrem entre o incisivo lateral e
o canino. não é incomum a ausência do incisivo lateral. o defeito ósseo é observado radiograficamente.

Incompletas- não envolvem o nariz.

Úvula bífida- expressão menor da fenda palatina, pode ocorrer isoladamente ou em combinação com
defeitos mais graves.

Tratamento - correção cirúrgica envolve múltiplos procedimentos primários e secundários durante a


infância. Abordagem multidisciplinar incluindo pediatria, cirurgião buco maxilo, otorrino, cirurgião plástico,
odontopediatria, ortodontista, protesista, fonoaudiólogo e geneticista.

Fossetas da comissura labial: São pequenas invaginações da mucosa que ocorrem no limite do vermelhão dos lábios,
nos ângulos da boca. Falha na fusão normal dos processos embrionários maxilar e mandibular. Podem ser unilaterais
ou bilaterais. Não estão associadas a fendas faciais ou palatinas. Mais comuns nos homens e na idade adulta.
Geralmente não necessitam de tratamento.

Fossetas labiais paramedianas: são invaginações congênitas raras dos lábios inferiores. variam de
depressões sutis a fossas proeminentes. apresentam-se como fossetas bilaterais e simétricas em
relação à linha média do vermelhão do lábio inferior. Estendem-se inferior a uma profundidade de 1,5 cm e
podem drenar saliva.

Lábio duplo- anomalia bucal rara caracterizada por um crescimento redundante de tecido sobre a mucosa
labial.
- congênito - segundo a terceiro mês de gestação
- adquirido- traumatismo, vícios bucais.
- tratamento- excisão cirurgica do excessos de tecido para melhorar a estética.
Grânulos de Fordyce- são glândulas sebáceas (ectópicas) que acometem a mucosa bucal, múltiplas
pápulas amarelas ou branco-amareladas. assintomáticos.
mucosa jugal e na porção lateral do vermelhão do lábio superior, considerável variação clínica. Não
necessita de tratamento apenas acompanhamento clinico e orientação ao paciente.

Leucoedema - mucosa com aspecto branco-acinzentado apolescente e difuso, com superfície pregueada
resultando em estrias esbranquiçadas ou rugosas. mucosa jugal, assintomático. desaparece diminui
quando a mucosa jugal é distendida estirada, não necessita de tratamento Língua geográfica- máculas

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avermelhadas, desaparecimentos das papilas filiformes, bordas bem definidas e esbranquiçadas.

Língua fissurada- múltiplos sulcos fissuras 2 a 6mm de profundidade no dorso da língua. Assintomático
embora alguns indivíduos relatem discreto desconforto ou sensação de queimação, tratamento: orientação
para escovar adequadamente a língua para não causar infecções.

Língua pilosa- alteração caracterizada por um acentuado acumulo de ceratina nas papilas filiformes do dorso da língua
resultando numa aparência semelhante pelos. Ocorre aumento na produção de ceratina ou diminuição na
descamação da creatina normal, assintomático, pacientes queixam-se de sensação de náusea ou gosto ruim na boca.

Glossite romboidal mediana - anomalia congênita da língua, zona sem papilas de forma romboide, linha
media da língua, endurecido, liso e limites irregulares, indolor, retenção de alimentos.

Varicosidades (varizes)- são veias tortuosas e anormalmente dilatadas, a idade parece ser um fator etiológico
importante, assintomáticas

Exostoses- são protuberâncias ósseas localizadas que se original da cortical óssea. Estes crescimentos
benignos frequentemente afetam a maxila e a mandíbula. Ex. tóros
palatino e mandibular, assintomáticos

10. Lesões pigmentadas

Substâncias de origem diferentes

Classes → Pigmentos

● Endógenas

- melanina (pimento da pele)

- hemoglobina e derivados (pigmento que cora as hemácias)

- lipofuscina (marcador biológico do envelhecimento das células)

● Exógenas

- substâncias não produzidas pelo corpo

Pigmentação fisiológica

Características clínicas

● Alterações simétricas de coloração acastanhada

● Indolores

● Persistente

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● Afeta qualquer localização da mucosa bucal, mas é mais comum na gengiva

● Não tem predileção por sexo, acomete mais indivíduos negros

Doença de Addison

● Causada pela hipofunção do córtex supra renal

Características

● Bronzeamento da pele

● Perda de peso

● Hipotensão

● Astenia progressiva

● Pigmentação difusa das gengivas, língua, mucosa jugal e palato duro

● Manchas “café com leite”

Melanose associada ao fumo

Etiologia

● tabagismo

Patogênese

● componente do fumo que estimula os melanócitos

● influência dos hormônios sexuais femininos

Características clínicas

● Pigmentação acastanhada suave

● Assintomática

● Mais comum em gengiva e palato

● Não reage à vitropressão

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Efélides/Sardas

● Pequenas máculas castanho amareladas encontradas na pele → associadas à exposição ao sol e predisposição
genética

Mácula melanótica bucal

● Pigmentação plana e marrom da mucosa, devido ao aumento na deposição de melanina

Características clínicas

● Assintomática

● Mais comum na região do vermelhão dos lábios e na gengiva

Características histopatológicas

● Acúmulo de melanina nos ceratinócitos basais

● número normal de melanócitos

Tratamento

● Biópsia excisional

Nevos

● Anomalias de desenvolvimento

● Raro ocorrer na mucosa bucal

Características clinicas

● Massa de coloração azul

● Lisa e as vezes elevada

Tratamento

● Excisão → se incomodar o paciente

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Melanoma

● Tumor maligno

● Manifestação bucal mais comum → palato

● Melanócitos atípicos na lâmina

● Relacionado aos danos causados pelos raios solares, tabagismo, uso de agentes carcinogênicos, traumatismo
(possíveis fatores etiológicos)

● provoca rápida destruição dos ossos, exfoliação dental, metástases

● Existe forma menos agressiva, mas normalmente é mais agressiva

Tumor neutoectodeérmico da infância

● Raro

● Benigno

● Origem nas células da crista neural

● acomete mais a maxila

Características clínicas

● Assintomático, caracterizado pela presença de tumefação

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Tratamento

● Excisão com curetagem

11. Exames Completares

Hemograma - hemograma laboratorial destinado à avaliação qualitativa e qualitativa dos elementos figurados do
sangue. exame inespecífico - indica alterações dos desvios de normalidade, local (órgão) do distúrbio provoca
alterações, diagnóstico exato da doença determinante. Todas alterações mórbidas, por menor que sejam, modificam
o hemograma.

Eritrograma - Anemia- é a redução de eritrócitos associada a redução da taxa de hemoglobina no sangue. Sintomas:
palidez da mucosa bucal, glossite atrófica, dispneia, fraqueza, letargia, palpitação, cefaleia. avaliação da série
eritrocitária (vermelha) do sangue. Diagnosticar, quantificar e classificar as anemias e a eritrocitoses.

Anemia- níveis inferiores aos valores mínimos de referência (anemia defeitos na maturação, deficiência de ferro,
anemia aplásica...)

eritrocitose- níveis superiores aos valores máximos de referência.

Volume corpuscular médio - volume médio de cada eritrócito, importante para diagnosticar e classificar as anemias.

Amplitude de distribuição dos eritrócitos- é o coeficiente de variação do VCM, avalia o índice das diferenças de
tamanho dos eritrócitos

Concentração da Hemoglobina corpuscular média- concentração de hemoglobina dentro de cada eritrócito em peso
por volume. Abaixo de 31% hipocromia (redução da coloração) = deficiência crônica de ferro

Leucograma- avaliação da série leucocitária (branca) do sangue. Diagnostica alterações quantitativas e ou


morfológicas. Mas não evidencia as modificações funcionais dos leucócitos.

↑ neutrófilos = infecção (abcesso dental)

↓ neutrófilos = neutropenia (úlceras

na mucosa bucal)

agranulocitose = diminuição de neutrófilos, basófilos e eosinófilos. úlceras (medicamentos: dipirona)

leucopenia=diminuição do número de leucócitos

leucocitose=aumento do número de leucócitos

os neutrófilos são a primeira linha de defesa do organismo segmentados - participam da resposta imune inata

o número de neutrófilos com maior número de lóbulos = infecção crônica

Agranulocitose x dipirona medicação mais utilizada no brasil. Controle de febre. Doença rara, e grave

Eosinófilos- infecção por parasitas, doenças dermatológicas e processos alérgicos

Monócitos- endocardite bacteriana, malária, tuberculose e anemia aplásica

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Basófilos- Envelhecimento e doenças alérgicas agudas

Desvio a esquerda- aparecimento, no sangue periférico de elementos colocados à esquerda dos bastonetes, esse
desvio a esquerda será maior ao considerar o quanto for maior o número desses elementos imaturos = infecção aguda.

Desvio a direita - aumento, no sangue periférico de elementos colocados à direita dos bastonetes que será maior ao
considerar quanto for maior o número de neutrófilos com maior número de lóbulos = infecção crônica

Reação Escalonada- emissão de elementos imaturos para o sangue periférico, conservando sempre uma ordem
quantitativa decrescente à medida que os elementos se tornam mais jovens (imaturos) = quadro leucemóide

Reação não escalonada: ausência de uma reação escalonada, isto e presença de elementos imaturos da série branca
no sangue periférico de forma desordenada não seguindo uma ordem quantitativa decrescente= quadro leucêmico

Coagulograma- conjunto de exames para avaliar coagulação e tempo de coagulação

Velocidade de hemossedimentação- velocidade de hemossedimentação dos eritrócitos durante um período de tempo


específico, geralmente uma hora. Mede velocidade de sedimentação dos eritrócitos. Indica a presença e intensidade
dos processos inflamatórios, auxilia na detecção do diagnóstico de distúrbios inflamatórios. Demonstra ou confirma
a presença e doenças ocultas.

Tempo de Tromboplastina parcial ativada - avalia a via intrínseca da coagulação. Mede o tempo necessário para a
formação de um coágulo de fibrina

Tempo de protrombina- avalia via extrínseca da coagulação, determina a tendência de coagulação do sangue, utilizada
para monitorar terapia anticoagulante oral

Plaquetas- quimio e radio. anticoagulantes orais como heparina interferem na agregação plaquetária

Glicemia- dosagem de glicose no sangue.

➔ valores de referência: diabetes tipo I auto imune = falta de insulina (ausência


normal : 70 a 110 mg ou baixa quantidade em jovens e crianças (abaixo de
investigar: 110 a 126 mg 25 anos)
diabetes: acima de 126 mg
diabetes tipo II = resistência à insulina, diminuição dos
↑ da concentração da glicose no sangue receptores das células beta, insulina pode estar
normal (adultos + 40 anos)

Exame: Hemoglobina glicada

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2

2º Bimestre

12. Biopsia

Conceito
➔ Procedimento diagnóstico em que são retirados tecidos ou material celular do organismo vivo para exame
microscópico e preparo de um laudo com resultado.
➔ Executada para confirmar, eliminar ou estabelecer um diagnóstico definitivo, e para poder instituir um
tratamento sem demora

Quando realizar?
● a lesão persiste por mais de 15 dias
● lesões brancas resistente
● lesões vermelhas de origem desconhecida (vitro -)
● lesões de aspecto tumoral (sem bordos limitados)
● lesões de etiologia obscura ou duvidosa
● comprovação de possibilidade de câncer, por citologia esfoliativa
● avaliação de resultados de determinadas terapêuticas

*Recomenda-se que todo material retirado da cavidade bucal seja encaminhado para o exame histopatológico, e
não descartado*
Contraindicações
● paciente com deficiência de coagulação
● paciente que faz uso de anticoagulantes
● pacientes imunossuprimidos
● pacientes com diabetes descompensada

Restrições
● lesões pigmentadas → podem ser malignas e o procedimento pode causar metástases
● lesões de natureza vascular → pode causar hemorragia

Execução
1. Escolher o local a ser realizado
- local que fornecerá mais informações
- região de bordos
2. Anestesia
- infiltrativa
- não anestesiar perto das margens da lesão
3. Corte do tecido
- exérese
- bisturi, punch

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3

4. Fixação do material
- no formol
5. Hemostasia
- sutura
6. Etiquetar o recipiente
- com nome do paciente e data do procedimento
7. Prescrição e orientações pós-operatórias

Tipos de biópsias

Incisional:
● remove uma parte da lesão e tecido contíguo normal
● diagnóstica
● lesões extensas (> 1cm) → quando os aspectos da lesão se diferem nas regiões pode-se coletar mais de um
fragmento
● deve ter profundidade → mais informações, as vezes as células malignas estão na base da lesão

● não fazer no centro da lesão → tecido necrótico, não dará muitas informações
● incisão elíptica (forma de cunha) e profunda

Excisional
● remove toda a lesão e um perímetro de 2 a 3mm de tecido normal ao redor (margem de segurança)
● diagnóstica e terapêutica
● lesões pequenas (máx. 1cm), que podem ser removidas completamente sem causar danos aos tecidos e ao
paciente

● pinça a lesão e corta na base

Materiais
● instrumentos para anestesia (carpule, agulha, afastadores)
● instrumentos para a incisão
- excisional (bisturi)
- incisional (bisturi ou punch ou pinça saca-bocados)
● material para curetagem (curetas, cinzel)
● instrumento para sutura (fio e porta agulhas)

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● jogo clínico
● pinças auxiliares
● material para irrigação e sucção
Técnicas
● do fio
- se a lesão for dura → não pode ser preenchida de fluido
- prender a lesão com fio de sutura e cortar na base com bisturi
- excisional
● punch
- instrumento com a ponta cortante que tira uma parte do tecido

Cuidados
● remoção cuidadosa do tecido
● alterações patológicas do tecido só poderão ser avaliadas se todos os detalhes forem conservados
● fixação do tecido em fixador adequado
● nunca usar bisturi elétrico para realizar biopsia → queima o tecido a ser avaliado

Fixação
● faz com que as células e tecidos não percam suas características após removidas do organismo
● o volume de formol deve ser de 10 a 20 vezes maior do que o do material

O que enviar ao laboratório?


● recipiente com o material → com identificação
● ficha de biopsia → relatório do caso (infos do paciente, da doença e referentes ao serviço)
● radiografias → quanto se tratar de lesões intraósseas
Indicativo de
biópsia

Falhas
● material não representativo para a finalidade a que se destina (remoção errada)

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● fixação inadequada
● deixar muito tempo fora da fixação
● erro de laboratório

Citologia esfoliativa
● mais conservadora do que a biópsia
● remover as células que estão descamando da lesão → epitélio

Materiais
● espátula de madeira
● escova com cerdas finas
● lâminas de vidro
● fixador

Execução
1. Gira a escova na região que deve ser avaliada
- sentido horário
2. Passa a escova na lâmina de vidro
3. Fixa com spray
4. Depois que secar → coloração

Indicações
● ulcerações sem diagnostico definido
● lesões com suspeita de malignidade
● acompanhamento de lesões com suspeita de malignização
● acompanhamento de áreas que sediaram lesões carcinomatosas
● pacientes em que as condições gerais não permitem realizar biópsia ou recusam permissão

Resultado → coloração de Papanicolau


Classe 0 → não foi possivel analisar o material
Classe I → células normais
Classe II → células normais com inflamação associada
Classe III → células suspeitas mas não conclusivas para malignidade
Classe IV → células fortemente sugestivas de malignidade
Classe V → células indicativas de malignidade

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13. Doenças virais com repercussão odontológica

Vírus herpes simples (HSV)


● É um vírus de DNA
● Compõe uma família de vírus, incluindo o HSV-1 e HSV-2
● O HSV-1: dissemina-se pela saliva ou lesões periorais ativas, envolve região oral, facial e ocular → nervo trigêmio
● O HSV-2 adapta-se a regiões genitais, transmitido por contato sexual → raízes dorsossacrais
● As lesões causadas pelos dois são muito semelhantes
● Quando a pessoa é infectada ele permanece latente, durante toda a vida da pessoa, dentro dos gânglios nervosos
sensitivos
Infecção primária:
● A infecção primaria é a exposição inicial do individuo → nunca teve contato
- acomete faixas muito jovens
- a maioria não apresenta sintomas
- com a infecção oral o gânglio do trigêmeo é colonizado, e o vírus permanece em latência
- o vírus utiliza os axônios dos neurônios sensitivos para deslocar-se e atingir a mucosa ou a pele periférica
Características clínicas do HSV-1
● Forma primária
- o individuo se expõe pela primeira vez ao vírus → não tem anticorpos
- assintomática ou sintomática (gengivoestomatite herpética)
● Forma secundária
- reativação do vírus
- herpes labial
Gengivoestomatite herpética
- infecção primaria de forma sintomática
- acomete crianças → dos 6 meses aos 5 anos
- antes dos 6 meses não ocorre porque tem proteção maternal (anti HSV)
- adquirida a partir de membros da família ou escola
● Manifestações sistêmicas
- febre
- náusea
- faringite
- linfadenopatia regional
● Manifestações bucais
- lesões bem dolorosas
- vesículas puntiformes que se rompem
- gengivite marginal
- ulcerações na mucosa bucal → áreas centrais recobertas por fibrina amarela
- sialorreia → salivação excessiva

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● Tratamento
- trata os sintomas → deve ter remissão de 5 a 7 dias
- hidratação adequada
- analgesia associada a antivirais
- suspensão de aciclovir (3 dias)
- restringir o contato com as lesões ativas para prevenir disseminação
Infecção secundária
● Recorrente
● Ocorre com a reativação do vírus
● Fatores que interferem → idade, luz ultravioleta, estresse, menstruação, gravidez
Herpes labial
● Borda do vermelhão e a pele adjacente dos lábios
● Sinais prodrômicos → aparecem 6 a 24h antes de aparecer a lesão
- Dor/ardência
- Pontadas ou sensação de agulhadas
- Pruridos
- Eritema na pele
- Vesículas e bolhas
- Ulceração e crosta

● Cura com reepitelização


- 7-10 dias
● Tratamento
- restringir o contato com as lesões ativas para prevenir disseminação

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- aciclovir tópico → no período podrômico


- antivirais → reduzem o numero de lesões e o tempo de formação das crostas (acelera a cicatrização)
Complicações
● Devido a auto-inoculação → para os dedos, olhos ou região genital
- dedos → paranício herpético
- olhos → ceratoconjutivite (reinfecção pode produzir dano permanente e cegueira)

Herpes Zoster

Infecção primária
→ catapora
● Segue-se em latência (gânglio espinhal dorsal), é possível a recorrência na forma de herpes Zoster, após várias
década
● contágio → disseminação por gotículas e pelo ar ou contato direto com as lesões
● Fase sintomática: febre, mal estar, faringite, dor de cabeça, mialgia, exantema pruriginoso na face e tronco
Reativação (10 a 20%)
● pacientes de idade avançada, imunossuprimidos, expostos à radiação
● As características clínicas podem ser agrupadas em 3 fases:
- prodrômica → replicação do vírus
. ganglionites ativas, necrose neural, neuralgia grave
. sintomas prodrômicos (dor, ardência, coceira)
. 1 a 4 dias para aparecerem as lesões
- aguda
. aparecimento de vesículas → pústula → crosta
. lesão segue o trajeto do nervo e termina na linha média
- crônica
. não acontece em todos os pacientes
. elevada idade
. dor = neuralgia pós herpética
Tratamento
● Analgésico
● Antipruriginosos
● Lesões cutâneas: devem permanecer secas e limpas
● Antivirais → aciclovir
● Vacinas → resposta imunológica

Mononucleose
● Doença do beijo
● Causado pelo vírus Epstein-Barr
● Os adultos contraem o vírus pela saliva (beijo) e por canudos compartilhados

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→ sintomáticos
● As crianças contraem o vírus pelo contato com adultos → assintomáticas
Características clínicas
● Pode ser assintomático
● Manifestações sistêmicas
- fadiga prodrômica
- mal estar
- anorexia seguida de uma pirexia (febre muito alta)
- linfadenopatia
- tumefação linfóide
● Manifestações orais
- petéquias no palato duro e mole → transitórias (24-48h)
- faringite
- tonsilite
- gengivite ulcerativa necrosante

Diagnóstico
● manifestação clinica
● leucograma aumentado
● linfócitos atípicos no sangue periférico
● Teste próprio → teste de Paul Bunnell → marca a presença de anticorpos para os linfócitos atípicos
Complicações
● Ruptura esplênica (do baço)
● Trombocitopenia
● Anemia hemolítica autoimune
● Problemas nueroloicos com convulsões
Tratamento
● Regride no período de 4-6 semanas
● Antipiréticos → exceto a aspirina (pode causar alteração vascular)
● Antiinflamatórios não esteroidais
● Evitar esforço físico

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Síndrome da imunodeficiência adquirida


● Vírus HIV
● Age principalmente nos linfócitos T CD4

Resposta imune
Incorporação do
Morte celular e diminuída
DNA do HIV
perda da função contra fungos
ao DNA do
imunológica vírus e bactérias
linfócito
encapsuladas

● Uma parcela indefinida dos infectados desenvolverá a Síndrome viral aguda autolimitada, seguida por um período
assintomático (8 a 10 anos) e aí sim desenvolver a síndrome da imunodeficiência adquirida
Fase viral aguda autolimitada
● 1 a 6 semanas após a infecção
● Linfadenopatia generalizada
● Dor de garganta
● Febre
● Erupção maculopapular
● Cefaleia
● Mialgia
● Artralgia
● Diarreia
● Fotofobia
● Neuropatias periféricas
Fase assintomática
● Manifestações sintomáticas
- Período variável (8 a 10 anos)
- Febre crônica
- Perda de peso
- Diarreia

● Infecções fúngicas → mais susceptíveis


- Candidose
- Aspergilose
- Histoplasmose
- Criptococose
● Manifestações bucais
- Candidose bucal

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- Gengivite relacionada ao HIV


- Herpes Zoster
- Leucoplasia oral
- Sarcoma de Kaposi → podem aparecer também (tumor)

Doenças fúngicas com repercussão odontológica

Candidose
● Infecção pela cândida albicans
● Tem dimorfismo (levedura e hifas)
● Infecção fúngica bucal mais comum

Formas clínicas
● Pseudomembranosa
● Eritematosa
● Crônica hiperplásica
● Mucocutânea

Diagnostico
● Clinico
● Citologia esfoliativa/biópsia (casos mais resistentes)
Tratamento
● terapia com antifúngicos (nistatina ou cetoconazol)

Candidose pseudomembranosa → sapinho


● placa branca aderente à mucosa bucal que lembra leite coalhado
● Placa branca → massa de hifas emaranhadas, leveduras, células epiteliais descamadas e fragmentos de tecido
necrótico
● Placa não resistente a raspagem → depois que raspa, a mucosa abaixo apresenta-se eritematosa

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Causas
● antibióticos com amplo espectro
● crianças → SISTEMA IMUNOLÓGICO IMATURO
● diminuição do sistema imunológico
● leucêmicos
● portadores da AIDS
Sintomas
● Sensação de queimação na mucosa
● Gosto desagradável
● Queixa de bolha na boca

Candidose eritematosa
● Aspecto eritematoso
● Ardência

Atrofia papilar central


● Glossite romboide mediana
● Zona eritematosa bem demarcada, na linha media do dorso da língua e em sua região posterior → perda das papilas
● Geralmente assintomática

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Multifocal crônica
● Além da superfície do dorso da língua, acomete outros sitio (comissura labial, palato duro e mole)

Quelite angular
● Eritema, fissuração, descamação no ângulo da boca
Estomatite por dentadura
● Vários graus de eritema, as vezes é acompanhada de petéquias hemorrágicas abaixo das dentaduras
● Raramente é sintomática

Candidose crônica hiperplásica


● Placa branca resistente à raspagem
● 1/3 anterior da mucosa jugal → próximo à comissura labial

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● Em formato triangular

Candidose mucocutânea
● Associada a defeitos imunológicos
● Placa espessa resistente à raspagem
● Lesões em pele, unhas e outras mucosas (anemia ferropriva, hipotireoidismo, doença de Addison, diagetes)
Histopatológico
● visualização das hifas na camada superficial do epitélio
● aumento da camada de paraceratina
● alongamento das papilas epiteliais
● infiltrado de células inflamatórias crônicas
● pequenas coleções de neutrófilos na camada de paraceratina

Paracoccidioidomicose

● Acomete muito mais homens (25:1)


● Relacionada ao trabalho na zona rural
● entre 40 e 50 anos
● As mulheres não tem tanto porqu os hormônios femininos (estradiol) protegem → inibe a transformação de hifa
para levedura
Contágio
● Inalação dos esporos
→ vão para o pulmão e se espalham
Características clinicas
Manifestações orais
● Ulcerações com aspecto de amora
● Mucosa alveolar, gengiva e palato, lábios, orofaringe e mucosa jugal

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Histopatológico
● Inflamação granulomatosa
● macrófagos epitelióides → tamanho muito aumentado (gigantócitos)
● Células gigantes multinucleadas
● Fungos → características das leveduras:

Aspecto de orelha de Mickey Mouse


Tratamento
● Antifúngicos (sulfonamidas – cetoconazol/itraconazole)
● Esquema de longa duração
● Monitoramento com hemograma, exames de função hepática e renal

Histoplasmose
● Histoplasma capsulatum
● Fungo dimórfico (levedura + hifa)
● Levedura → corpo humano → patogênico
● Hifa → meio ambiente (áreas úmidas, com solos com excrementos de pássaros)
Contaminação
● Inalação da hifa → germinam no pulmão → levedura
Expressão da doença
● depende:
- quantidade de esporos inalado
- situação imunológica do paciente
- virulência do fungo

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● formas
- assintomático
- aguda → pode durar ate duas semanas, se assemelha a gripe
*a maioria dos casos não produz sintomas, ou sintomas muito leves*
Aguda
● infecção pulmonar autolimitada → limita-se unicamente ao pulmão
- febre, mal estar, cefaleia, mialgia, tosse não produtiva, anorexia
● evolução por 2 semanas
● calcificação dos linfonodos hilares

Crônica
● Afeta os pulmões (principalmente)
● Sexo masculino mais afetado, idade avançada, enfisematosos, imunossuprimidos
● Sintomas
- tosse não produtiva, perda de peso, febre, dispneia, dor torácica, hemoptise, fraqueza, fadiga
● infiltração e cavitação no lobo superior dos pulmões
Disseminada
● Disseminação da infecção para sítios extrapulmonares
● Predominante em idosos debilitados ou imunossuprimidos
● Vão pra: baço, pele, linfonodos, fígado, trato gastrointestinal, SNC, rins e MUCOSA BUCAL
● Manifestações bucais
- ulceração solitária de margens firmes e elevadas, dolorosas e varia de semanas de evolução
- sítios mais acometidos: língua palato e mucosa jugal

Histopatológico
● inflamação granulomatosa
● Macrófagos epitelioides

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● Células gigantes multinucleadas


● Fungos

Infcções bacterianas com repercussão odontológica


Tuberculose
Tuberculose primária
● Pessoas que não foram expostas previamente
● Quase sempre acomete os pulmões
● MO produzem uma reação inflamatória crônica inespecíficas
● Nódulo fibrocalcificado → no local de envolvimento
● Pode se assintomática
● Pode ocorres apenas febre e efusão pleural (acumulo de liquido na pleura)
Tuberculose secundária
● Doença ativa (5 a 10% das pessoas)
● Associada a pacientes com imunossupressão, condições mais precárias)
● Acomete o ápice pulmonar
● Sintomas:
- febre baixa, mal estar, anorexia e perda de peso, sudorese noturna, tosse produtiva, hemoptise (expectorização de
sangue) e dor torácica
● Nas regiões extrapulmonares: acomete cabeça e pescoço
● Lesoes orais não são tão comuns:
- ulcera crônica e indolor, em gengiva, língua, palato e lábios

Histopatológico
● Áreas de infecção
● Formação de granulomas
● Coleção de macrófagos epitelioides, linfócitos, células gigantes
● Necrose caseosa central → degradação do tecido por enzimas
Diagnóstico
● Reação de Mantoux (PPD) → teste cutâneo

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● Colorações especificas para visualizar microbactérias


● Cultura de secreções ou tecido infectados
Tratamento
● Tratamento longo com múltiplos agentes antimicrobianos → a bactéria pode mutar e desenvolver resistência ao
regime de medicação com uma única droga

Actinomicose

● Causada pelos actinomicetos → bactérias saprófitas na microbiota bucal (se alimentam de matéria orgânica em
decomposição)
Características clínicas
● Acometem muito a região cervicofacial (55%), torácica, cutânea e genital
● Caracterizada por tumefação, lindoadenopatia e dor mínima
● Reação supurativa (acumulo de pus) que drena grandes partículas amareladas → colônias bactérias (grânulos
sulfúricos)
Contágio
● Penetração do MO por:
- feridas do tecido mole
- bolsas periodontal
- dentes não vitais
- alvéolos após exodontias
- infecção nas tonsilas
Histopatologia
● Tecido de granulação, inflamado cronicamente
● Grandes coleções de leucócitos polimorfonucleares
● Colônias de MO
Diagnóstico
● Feito cultura (50% crescimento de bactérias associadas) → as vezes não é muito preciso
● Exploração cirúrgica → aspiração → citologia → identificação dos grânulos de enxofre
Tratamento
● Antibiótico → período prolongado em altas doses → penicilina (alérgicos: clindamicina)
● Drenagem do abcesso
● Ressecção do trajeto fistuloso

Sífilis

● Causada pelo Treponema pallidum

● Transmissão por contato sexual, mãe para o feto ou exposição ao sangue contaminado

Formas clínicas

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● Adquirida

● Congênita

Fases

● Primária

● Secundária

● Terciária

Sífilis primária

● Cancro duro → reação local à presença do treponema

● De forma solitária

● 3 a 90 dias após a exposição inicial

● Geralmente em região genital (98%)

● Linfadenopatia regional bilateral → linfonodos duros, móveis e indolores

● Raramente na região oral, quando acontece:

- lábio, língua, palato, gengiva ou tonsilas

- ulceração indolor que cicatriza de 6 a 8 semanas

● Fase primária → fase secundária (2 a 3 meses)

Fase secundária

● Resultado da disseminação hematogênica (pelo sist.. vascular) dos treponemas do cancro primário

● Disseminado para outros sítios

Sintomas sistêmicos

● linfoadenopatia

● dor de garganta

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● mal estar

● dor de cabeça

● perda de peso

● febre

● dores musculoesqueléticas

● Erupcões cutâneas maculopapular → difusas e indolores (palmas das mãos e solas dos pés)

● Alopécia em clareira ou difusa (perda de cabelo)

Manifestação oral

● Placas mucosas em língua, palato, lábios → firme ao toque

● Mucosa sensível e esbranquiçada

● Lesões múltiplas

● Resolução 3 a 12 semanas

● Fase secundária → terciária (de 10 a 30 anos)

Fase terciária

● Período mais grave

● Estágio tardio da infecção com diminuição progressiva das possibilidades de transmissão

● 12% → lesões tegumentárias

- em região de mucosa bucal →goma sifilítica

- lesão endurecida

- nodular ou ulcerada

- destruição tecidual extensa

- região de palato e língua

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→ comunicação bucosinusal

● 10% →alterações cardiovasculares

● 7% → neurosífilis

Sífilis na gestante

● Acontece transmissão durante os primeiros dois estagio → pode levar ao aborto, partos natimortos ou a criança
tem malformações congênitas

Sífilis congênita

● Sinal patognomônico → característica única → TRÍADE DE HUTCHINSON

→ incisivos em chave de fenda

→ molares em amoras

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● Ceratite ocular

● Surdez

Histopatológico da sífilis

● Intenso infiltrado inflamatório

● Com leucócitos e plasmócitos

14. Lesões e condições cancerizáveis

● Lesão → alterações teciduais que podem ou não assumir o caráter de neoplasia maligna a qualquer momento,
mas podem também permanecer estáveis
- leucoplasia
- eritroplasia
- quelite solar
● Condição → manifestação bucal de uma alteração sistêmica, esta manifestação aumenta o risco de desenvolver
uma neoplasia maligna
- líquen plano
- candidose crônica hiperplásicas
- sífilis

Leucoplasia
● Acima dos 40 anos
● Comum no vermelhão do lábio, gengiva e soalho
Características clínicas
● Assintomática
● Crescimento lento e contínuo
● Placa ou mancha branca

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● Superfície lisa ou rugosa


● Resistente à raspagem → aderida
● Não regride após a eliminação de possíveis fatores causais
● Comum em pacientes tabagistas → para de fumar e a lesão não regride

Histopatológico
● Histologicamente não classificada como nenhuma outra doença
● O patologista não mite um laudo com diagnóstico de leucoplasia, o laudo é meramente descritivo
Etiologia
● Desconhecida
● Associações:
- tabaco
- radiação UV
- MO
● Acima dos 40 anos
● Comum no vermelhão do lábio, gengiva e soalho

Diagnóstico
● Primeiramente descartar outras possíveis alterações:
- líquen plano
- mucosa mordiscada
- candidose
- ceratose reacional
- leucoedema
- nevo branco esponjoso

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Histopatologia
● Hiperceratose → reação de proteção do epitélio
● Acantose
● Infiltrado inflamatório crônico

● Displasia → alterações morfológicas das células


- células de formatos muito diferentes, núcleos hipercromáticos, alteração na relação núcleo/citoplasma, cromatina
formando grumos, nucléolos grandes, figuras mitóticas atípicas e bizarras, pérolas córneas ou de queratina
● Graus de displasia
- Leve → alterações limitadas às camadas basais → melhor prognóstico
- Moderada → Envolvendo a camada basal até a porção média da camada espinhosa
- Grave → envolve desde a camada basal até um nível acima da metade do epitélio
● Graduação histológica
- Carcinoma IN SITU → envolve todas as camadas do epitélio

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- Carcinoma invasivo → envolve todas as camadas do epitélio e ultrapassou para tecido conjuntivo
Tratamento
● Eliminar os agentes agressores (tabaco, álcool, calor, UV)
● Biópsia incisional e diagnóstico histopatológico
● Remoção cirúrgica completa
● Acompanhamento clínico

Eritroplasia
● Acima dos 60 anos
Caracteristicas clínicas
● Placa ou macha de coloração vermelha
● Comum em assoalho, língua, palato mole
● Assintomática
● Superfície aveludada e textura macia
● Normalmente passa desapercebido pelo paciente

● Não pode ser classificada histologicamente como nenhuma outra doença → patologista não faz o laudo, apenas
descreve a lâmina → descarte de outras possibilidades → diagnóstico
Etiologia
● Causa desconhecida
● Associação:
- tabaco
- álcool

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- radiação UV
- MO
Diagnóstico
● Descartar:
- mucosite inespecífica
- candidose
- psoríase
- lesão vascular

Histopatologia
● Pode ter epitélio atrofiado ou acantose
● Ausência de queratina
● Infiltrado inflamatório do tipo crônico
● Displasia epitelial grave
● Carcinoma in situ
● Carcinoma invasivo
Tratamento
● Remover o agente agressor (álcool, tabaco)
● Biópsia incisional → diagnóstico
● Remoção cirúrgica completa
● Acompanhamento clínico a longo prazo

Quelite actínica
● Potencialmente maligna
● Afeta o lábio quando há exposição prolongada ao sol → UV
● Acima dos 45 anos
● Afeta mais pacientes de pele branca
Caracteristicas clinicas

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● Evolução lenta e indolor


● Acomete mais o vermelhão do lábio
● Elevação do labio inferior até a comissura
● Alteração da cor → mais acinzentado/arroxeado
● Perda de elasticidade → fica mais endurecido
● Possível visualizar erosões → ulcerações crônicas
● Pode ter eritemas, hiperqueratose, crostas e áreas de atrofia → áreas ásperas e escamosas
● A linha de onde começa o lábio perde sua nitidez
Etiologia
● Raios ultravioletas
Histologicamente
● Hiperceratose
● Atrofia → diminuição da espessura do epitélio
● Altos graus de displasia
● Infiltrado inflamatório crônico → tec. conjuntivo
● Elastose solar → degradação das fibras colágenas e elásticas do conjuntivo (envelhecimento)

Tratamento
● Eliminação de agente agressor → raios UV → protetor solar labial (não apenas hidratante)
● Tratamento conservador
● Biópsia incisional → diagnóstico das diferentes áreas
● Remoção cirúrgica completa → vermelhonectomia
● Acompanhamento clínico a longo prazo

15. Tumores odontogênicos (benignos)

Origem:
● ectoderme → esmalte
● mesoderma → cemento, LP, osso alveolar

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● ectomesênquima → polpa, dentina


Classificação (OMS, 2017)
● Epiteliais
● Mistos
● Mesenquimais/ectomesenquimais
Tumores do epitélio odontogênico
1. Ameloblastoma
2. Ameloblastoma unicístico
3. Ameloblastoma periférico
Tumores odontogênicos mistos
4. Odontoma composto
5. Odontoma complexo
Tumores do ectomesênquima odontogênico
6. Mixoma odontogênico
7. Cementoblastoma

Ameloblastoma
● Origem:
- pode ser dos remanescentes da lâmina dentária, do órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento
epitelial de um cisto odontogênico ou das células da camada basal da mucosa bucal
● Crescimento lento, mas pode chegar a proporções grotescas por serem indolor
● Curso benigno e grande
● Localmente invasivo (afasta os tecidos)
● Alta taxa de recidiva (50% a 90%)
● Predileções:
- não tem por sexo, 30 a 70 anos, mandíbula na região de molares (85%) e posterior de maxila (15%)
● Características clínicas
- Assintomático
- Tumefação óssea indolor → expansão dos maxilares (expansão da cortical óssea)
- Lesões menores → achados radiográficos (por serem assintomáticos)

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● Tratamento:
- enucleação
- ressecção em bloco (por ter alta recidiva na enucleação) → segurança
● Características radiográficas
- Radiolúcida
- Multilocular
- Aspectos de bolha de sabão/favo de mel
- Expansão da cortical lingual e vestibular
- Reabsorção radicular dos dentes envolvidos é comum
- Geralmente está associado a 3° molar
- Quando for unilocular pode ser confundido com um cisto → o ameloblastoma tem as margens irregulares, os cistos
têm margens regulares

● Características histológicas:
Subtipos
- folicular → ninhos de epitélio mergulhados em um tecido conjuntivo fibroso maduro
- ilhas de epitélio → epitélio do órgão do esmalte

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- na região central → tem uma camada única de células semelhantes a ameloblastos


- polaridade invertida → núcleo na posição invertida

- plexiforme → cordoes ou placas de células epiteliais circundados por células colunares ou cubicas semelhantes a
ameloblastos, em um estroma frouxo

Ameloblastoma unicístico
● 10 a 15% dos ameloblastomas intra-ósseos
● Predileções: acontece mais em pacientes mais jovens, região posterior de mandíbula
● São assintomáticos
● Recorrência: de 10 a 20%
● Tratamento: enucleação e curetagem
● Achados clínicos e radiográficos sugerem ser um cisto odontogênico, então se trata como cisto. Só se fecha o
diagnóstico do ameloblastoma unicístico vendo o aspecto histopatológico.
● Características radiográficas:
- área radiolúcida que circunda a coroa de um 3° molar inferior incluso → pode-se confundir nas hipóteses com
cistos odontogênicos
- área radiolucida bem definida

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● Caracteristicas histopatológicas
Subtipos:

Ameloblastoma periférico
● Extra-ósseo → não é muito comum
● Corresponde a 1% dos ameloblastomas
● As características histopatologicas são iguais às intra-ósseas
● Características clínicas:
- lesão da mucosa alveolar ou da gengiva
- pendiculada ou séssil
- não ulcerada
- indolor
- menores que 1,5cm
● Recorrencia: mandibulam mucosa alveolar e gengiva posterior

● Tratamento: excisão cirúrgica local


● Recidiva: 10 a 20%

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Odontomas
● não são considerados neoplasias verdadeiras
● são considerados mais como anomalias de desenvolvimento (hemartomas) do que como neoplasias verdadeiras
● é o principal tumor encontrado em crianças e adolescentes
● tem etiologia desconhecida
● Características clínicas
- são assintomáticos
- são achados radiográficos → causam falha na erupção de um dente, vai investigar e encontra o odontoma
● Tratamento: enucleação e curetagem da lesão
● Recidiva: não acontece

Composto
● apresenta no seu interior estruturas mineralizadas semelhantes a dentes

● Predileção: região anterior de maxila


● Há uma semelhança anatômica com os dentes normais
● Aspectos radiográficos são suficientes para fechar o diagnóstico

Complexo
● massa aglomerada de esmalte e dentina que não lembra a morfologia dentária
● só se sabe que essa massa tem esmalte e dentina pelo histológico
● massa calcificada, com radiodensidade de estrutura dentária, envolvida por uma estreita margem radiolúcida

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● Predileção: região posterior dos maxilares


● Características histológicas:
- presença de matriz de esmalte, dentina e polpa em quantidade e distribuição anormais
- algumas formações podem lembrar germes dentários em formação

Mixoma odontogênico
● Tumor originado do ectomesenquima que lembra a porção mesenquimal de um dente em desenvolvimento
● Predileção: adultos jovens e mandíbula
● Acúmulo de massa mixoide (gel) → por isso tem crescimento lento
● A massa mixoide consegue se infiltrar nos trabeculados ósseos

● Tratamento: ressecção do tumor com boa margem de segurança → porque o tecido mixoide infiltra pelos
espaços, para diminuir a recidiva
● Recidiva: 25% → se tratado adequadamente o prognostico é favorável
● Características radiográficas:
- lesão radiolúcida unilocular/multilocular
- aspecto de bolhas de sabão
- pode causar reabsorção radicular e deslocamento dos dentes
- margens irregulares ou festonadas

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● Características histopatológicas
- tecido conjuntivo frouxo e organizado com pouco colágeno
- fibroblastos fusiformes estrelados neoplásicos
- muito semelhante à lâmia de polpa dental ou tecido conjuntivo do folículo dentário

Cementoblastoma
● neoplasia odontogênica de cementoblastos
● Prevalência: crianças, adultos jovens, mandíbula em região posterior
● O dente tem vitalidade pulpar
● Características clínicas:
- dor
- tumefação
● Tratamento: remoção da lesão e dente assiociado

● Aspectos radiográficos
- massa radiopaca que se funde à raiz de um ou mais dentes e é circundado por um halo radiolúcido fino

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● Características histológicas:
- tecido mineralizado fusionado ao dente
- matriz menos mineralizada na periferia
- estroma de tecido conjuntivo fibroso celularizado
- centro da lesão com matriz mais mineralizada
- lacunas onde estão localizados os cementoblastos

16. Doenças dermatológicas ou desordens mucocutâneas

Gengivite descamativa → é uma CONDIÇÃO caracterizada pela formação de vesículas/bolhas, eritema, atrofia,
ulceração e dor, localizadas na gengiva
*não é uma doença de diagnóstico específico*
*o líquen plano, pênfigo e o penfigóide sim, são doenças e apresentam características clínicas semelhantes → a
gengivite descamativa

Líquen plano
● é um distúrbio mucocutâneo mediado por células para antígenos intraepiteliais
● Tem desenvolvimento espontâneo ou em resposta a uma ampla variedade de drogas
● Resposta imunológica do corpo, associada ao emocional
● Processo inflamatório

Histopatológico
- Indução dos queratinócitos à morte → secreção de metaloproteinase de matriz → degeneração da camada basal

Epitélio
- Paraceratinizado → células conservam o núcleo na parte mais periférica
- Degeneração hidrópica da camada basal
- Queratinócitos degenerados → corpos de civatte

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- Exocitose → infiltração de células inflamatórias para dentro do epitélio


● Conjuntivo
- Intenso infiltrado linfócito em banda, subjacente ao epitélio

Manifestações bucais
● lesões bucais são persistentes (anos) e têm textura rugosa
● as lesões não são estáticas, aumentam ou diminuem sua extensão ao longo do tempo
Tipos de LP
1. Reticular → assintomático
● papular
● placas brancas
● atrófico

● mais frequente que a forma erosiva


● mucosa bucal posterior e bilateralmente
● estrias de Wicham (linhas brancas hiperceratóticas entrelaçadas)
● a gengiva, língua e palato podem estar envolvidos concomitantemente

2. Erosivo → presença de dor


● bolhoso
● lesões persistentes
● áreas atróficas e eritematosas com ulceração central
● isoladas ou conjugadas
● desconforto, queimação e dor

Diagnóstico
● clínico (dificuldade no diagnóstico se tiver candidíase sobreposta à lesão)
● histopatológico

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Tratamento
● Líquen plano erosivo:
- eliminação de irritantes locais (biofilme) → escovação atraumática
- corticosteroide tópico e/ou sistêmico (casos severos)
- eliminação de fatores que causem mucosite/reação liquenoide (drogas, ansiedade)
● Agentes terapêuticos:
- Corticosteroide tópico → Oncilon A em Orabase
- Corticosteroide sistêmico → Dexametasona

Penfigóide

● Resposta do corpo contra a membrana basal


● Causa da resposta auto-imune é desconhecida
● Produção de auto-anticorpos contra a membrana basal
● Age nos HEMIDESMOSSOMOS
● Acontece um “descolamento” do epitélio do conjuntivo → forma a FENDA SUBEPITELIAL (diagnóstico diferencial)

*Separação do epitélio e da camada basal do tecido conjuntivo*


Tipos
1. Cicatricial
● Prevalência em adultos acima de 60 anos e em mulheres
● Biópsia incisional
● Localização:
- Pele
- Mucosa bucal (+ na gengiva)
- Mucosa conjuntiva, nasal, esofágica, laríngea, vaginal
● Características:
- Iniciam-se na forma de vesículas/bolhas que se rompem
- Quando se rompem deixam grandes áreas de mucosa ulcerada
- São DOLOROSAS e persistem por semanas ou meses, se
não forem tratadas

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● Complicações:
- Envolvimento ocular → pode levar à cegueira
- É progressivo → bom encaminhar para o médico para examinar se existe lesão em globo ocular, vagina
(normalmente é associada)
- Lesões na mucosa vaginal → levam a desconforto nas relações sexuais
- Lesões laríngeas → podem levar a mudanças na voz e dificuldade na respiração (obstrução das vias)

2. Bolhoso
● Assemelha-se ao P. cicatricial
● Mais comum na pele, 1/3 dos pacientes também apresentam lesões bolhosas na mucosa oral
● Expressa-se como intensa gengivite assimétrica com lesões bolhosas, estendendo-se sobre a gengiva inteira

● Diferença do bolhoso para o cicatricial:


- Bolhoso é normal e limitado
- Cicatricial é progressivo
Características histopatológicas
● Formação de bolhas subepiteliais
● Vacuolização da lâmina basal (subjacente ao epitélio)
● Infiltrado inflamatório crônico após descamação epitelial

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Terapia
● Sistêmica:
- Médico → corticosteroide sistêmico e imunossupressores
● Local:
- Controle de irritantes locais (remoção atraumática profissional de placa dental)
- Corticosteroide tópico (pomada) → Oncilon A em Orabase todas as noites
- Bochecho com solução aquosa de clorexidina 0,12% diariamente

Pênfigo
● Produção de autoanticorpos contra os desmossomos do tecido epitelial
● Formação de bolhas, normalmente na gengiva, de formas variadas, com presença de dor

● Atinge as células lado a lado da camada basal


● Fenda INTRAEPITELIAL → dentro do epitélio
● Camada basal continua unida ao tecido conjuntivo

Histopatológico
● Acantólise → separação da camada espinhosa
● Camada basal intacta e aderia ao conjuntivo
● Formação de bolhas intraepiteliais
Lesões intraorais
● Primeiras a aparecer e últimas a desaparecer
● Desenvolvimento rápido (bolhas), rupturas e formação de úlceras irregulares e doloridas

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● Localização: palato, mucosa labial e jugal, ventre da língua e gengiva


● A mucosa bucal tem mais susceptibilidade devido ao trauma constante exercido pela mastigação, escovação, e
exposição a irritantes como o fumo
Diagnóstico
● O CD é Fundamental no diagnóstico → cavidade bucal é o sítio inicial de desenvolvimento em 50% dos casos →
gengiva é o local de envolvimento inicial da lesão
● Teste de Nikolski → técnica em que se joga um jato de ar ou suga a gengiva → ocorre um rápido descolamento do
epitélio do conjuntivo
+ descolou → hipótese diagnóstica: pênfigo ou penfigóide
- não descolou → se continuar com a gengivite descamativa → biópsia

Tratamento
● Local (CD) → controle de irritantes locais, corticoide tópico (remissão da lesão)
● Sistêmico (médico)
- Corticosteroide sistêmico → Prednisona
- Drogas imunossupressoras → Azatioprina

Pênfigo vulgar
- Dor
- Ulcerada
- As bolhas, logo ao se formarem, “estouram” ao mínimo trauma → deixando áreas ulceradas

Referências

NEVILLE, B. ; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J. Patologia oral e maxilofacial. Guanabara-Koogan: Rio de Janeiro,
3 ed; 2009

REGEZI, JA; SCIUBBA, JJ; JORDAN, RK. Patologia oral: Correlações clínico-patológicas. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier;
2010

TOMMASI, A. F. Diagnóstico em patologia bucal. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.

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