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Prescrição Farmacêutica em

Condições Gastrointestinais
Aftas
Lesões orais

Náuseas e vômitos
Azia e má digestão

Diarreia
Constipação
Flatulência

Sintomas de
hemorroidas
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Abordagem
• Etiologia e fatores de risco

• Identificação
• Semiologia farmacêutica

• Tratamento farmacológico e não farmacológico


• Critérios para prescrição farmacêutica (protocolos)

• Quando encaminhar ao médico


• Sinais e sintomas de alerta

• Casos clínicos / Exercício / Avaliação


• Semiologia farmacêutica, tratamento, orientação, encaminhamento
Sistema digestório
• Função:
• Trituração do alimento
• Decomposição química
• Absorção dos nutrientes
Sistema digestório
Órgãos

• Boca e glândulas salivares


• Esôfago
• Estômago
• Fígado
• Vesícula biliar
• Pâncreas
• Intestino delgado
• Intestino grosso
• Ânus
Sistema digestório
• Boca e glândulas salivares
• Digestão mecânica e química
• Triturar os alimentos

• Esôfago
• Peristaltismo
• Esfíncter

• Estômago
• Armazenar
• Misturar
• Esvaziar (em média 4 h)
• Absorver
Sistema digestório
• Intestino delgado
• Digestão
• Absorção
• Duodeno
• Jejuno
• Íleo
• Atuam enzimas e bile

• Intestino grosso
• Ceco
• Cólon (absorção de líquidos e sais)
• Reto (armazenamento)
• Bactérias auxiliam na digestão
Condições orais e periorais

Aftas
Lesões orais
Lesões orais e periorais
Lesões orais
• Causas

• Candidíase oral

• Herpes labial

• Ulcerações aftosas

• Outras...
Candidíase oral

• Candida → flora normal do sistema GI e GU


• Candida albicans → É a mais observada
Candidíase oral

• Ocorre devido ao desequilíbrio entre o fungo e o organismo do


paciente

• A cândida faz parte da microbiota da cavidade oral de cerca de 30% dos


pacientes, porém sem causar nenhum problema
Candidíase oral
Etiologia e Fatores de risco
• Infecção local

• Populações
• HIV com células CD4 < 200;
• Medicamentos imonosupressores
• Antimicrobianos, antineoplásicos, radioterapia, corticoides inalatórios (ASMA!)
• Pacientes transplantados
• Crianças, idosos
• Diabetes
• Pacientes imunocomprometidos
• Prevalência de 50-90% em pacientes com câncer avançado
• Uso de prótese dentária
Candidíase oral
Identificação
• Formas:

Pseudomembranosa Atrófica
Placas brancas Eritema sem placas
UPTODATE, 2021
Candidíase oral
Encaminhamento
• Alarmes:
• Suspeita de candidíase esofágica
• Persistência dos sinais e sintomas por mais de 7 dias.

• O tratamento completo da candidíase oral inclui:


• Alívio da dor e desconforto
• Erradicação da infecção fúngica (avaliação e prescrição médica).
Medicamentos de prescrição
10-21 dias (29-80% cura)
1-6mL 4x/d
1 Nistatina susp.
Bochechar pelo maior tempo possível
→ engolir

Clotrimazol
Miconazol gel
pastilha

Maior efetividade
Menor tempo de resolução das
2 Fluconazol
lesões
Segurança menor!
Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)
Herpes labial
Inoculação pele mucosas
1 ou mais
terminações
Derme → epiderme

Terminações nervosas
sensoriais e autonômicas

Início Repentino!
Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)/
Herpes labial
Etiologia e fatores de risco
• Pode infectar múltiplos sítios
• Tropismo mucosa oral

• Fatores de risco
• Exposição à luz solar
• Trauma
• Menstruação
• Estresse emocional
• Imunidade baixa
Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)/
Herpes labial
Identificação
• Infecção primária normalmente é assintomática

Lesões vesiculares
Erosões delimitadas por uma base eritematosa, inflamatória
Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)/
Herpes labial
Identificação
• Sintomas
• Cerca de 24 horas antes do aparecimento dos sinais
• Coceira
• Dor
• Queimação
• Formigamento
• Crise dura em torno de 5-10 dias.
• Anamnese
• Duração
• Episódios anteriores e necessidade de atendimento médico / tratamento
antiviral
• Ingestão de líquidos e alimentos
Herpes simplex vírus tipo 1 (HSV-1)/
Herpes labial
Encaminhamento

• Alarmes
• Herpes labial complicado
• Persistência dos sinais e sintomas por mais de 7 dias
• Odinofagia (dor ao engolir)

• O tratamento completo herpes labial inclui:


• Alívio da dor e desconforto
• Inibição da replicação viral (avaliação e prescrição médica).
Medicamentos de prescrição
Qual a extensão e gravidade
dos sintomas?
Observar

Tratar Recorrência Primaria

Alívio dos sintomas:


- Analgesia (ibuprofeno, pastilhas
Aciclovir oral de benzocaína)
- Antissepsia oral (p. ex. Flogoral,
Cepacol, Anapyon)

Aciclovir tópico - 5% – até 5x


ao dia por 4 dias

Atenção! Aciclovir não é MIP


Aftas
Ulcerações aftosas / Aftas
Etiologia e fatores de risco
• Fisiopatologia ainda não totalmente definida
• Fatores imunológicos, genéticos e microbiológicos podem estar envolvidos

• Mais comuns em pacientes do sexo feminino, crianças e imunodeprimidos

• Fatores de risco
• Tendência familiar
• Trauma (hábito de morder a mucosa oral, ou causado por alimentos quentes ou pontudos)
• Fatores hormonais
• Deficiências nutricionais
• Estresse emocional
• Imunodeficiência
• Deficiências de vitaminas (complexo B), ferro e zinco
• Doença celíaca / Doença inflamatória intestinal
• Uso de determinados medicamentos
Ulcerações aftosas / Aftas
Etiologia e fatores de risco
• Fatores de risco
• Uso de determinados medicamentos:

• Metotrexato
• Micofenolato
• 5-fluoracil
• Docetaxel
• Doxorrubicina
• Piroxicam
• Naproxeno
• Sulfametoxazol + trimetoprima
Ulcerações aftosas / Aftas
Identificação

Lesões orais dolorosas, localizadas e superficiais, rodeadas por úlceras ovais com uma base
acinzentada
UPTODATE, 2021
Presente em mucosa não ceratinizada
Mucosa labial

Palato mole

Mucosa jugal Assoalho bucal

Borda lateral de língua

Mucosa labial Neville, 2016


Ulcerações aftosas / Aftas
Identificação
CLASSIFICAÇÃO

ENCAMINHAR AO CIRURGIÃO-DENTISTA

Neville, 2016
Menor Maior Herpetiforme
Ulcerações aftosas / Aftas
Identificação
AFTA MENOR
Forma mais prevalente na população (80%)

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Oval
Única ou múltiplas
Pequenas < 10mm
Membrana fibrinopurulenta
Sintomatologia dolorosa
Curso da lesão 7 a 14 dias (casos extremos podem durar até

Neville, 2016
6 semanas)
Não deixam cicatrizes
Menor Período de remissão é variável
REGEZI, 2017
Ulcerações aftosas / Aftas
Identificação
AFTA MAIOR

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Úlceras sintomáticas mais extensas (1 a 3cm)


Curso mais longo (2 a 6 semanas)
Podem deixar cicatrizes.
Mais comumente em mucosa labial, palato mole e a região tonsilar.

Este tipo de UAR pode ser observado com maior frequência em


pessoas vivendo com HIV, sendo nestes casos associada com a
infecção por citomegalovírus.

Maior ENCAMINHAR AO CIRURGIÃO-DENTISTA


Neville, 2016
REGEZI, 2017
FOUFRGS
ULCERAÇÃO AFTOSA RECORRENTE
ESTOMATITE AFTOSA RECORRENTE

AFTA HERPETIFORME
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Forma mais rara e se caracteriza por um grupo de pequenas úlceras e


maior frequência de recorrência.

As lesões individuas são pequenas (1 a 3mm)

10 a 100 lesões – múltiplas.


Sintomatologia dolorosa
ENCAMINHAR AO CIRURGIÃO-DENTISTA
Cicatrização 7 a 10 dias
Herpetiforme
Aspecto clínico semelhante a Gengivoestomatite Herpértica.
Entretanto, não apresenta relação com a infecção viral
NEVILLE, 2016
Ulcerações aftosas / Aftas
Encaminhamento
• Sinais e sintomas de gravidade:

• Suspeita de herpes labial ou candidíase oral


• Aftas muito grandes (> 1 cm)
• Aftas muito frequentes (> 4 episódios/ano)
• Múltiplas lesões aftosas coalescentes
• Impossibilidade de ingerir líquidos ou alimentos
• Ausência de melhora com analgésicos comuns
• Lesões com mais de 3 semanas
• Lesões nos lábios
Ulcerações aftosas / Aftas
Encaminhamento
• Manejo
• O principal objetivo é o alívio sintomático e aceleração do processo de
cicatrização
• O tratamento ainda é controverso na literatura médica

• Medidas gerais
• Higiene oral
• Controle dos fatores agravantes
Aftas
Tratamento – 1ª Linha
• Analgesia tópica – Opções:

• Sulfato de neomicina + tartarato de bismuto e sódio + cloridrato de procaína (25 + 25 + 15


mg/ml) – Suspensão – Bismu-Jet®
• Pingar uma ou duas gotas sobre o local afetado da boca, 3 a 6 vezes ao dia

• Sulfato de neomicina + tartarato de bismuto e sódio + cloridrato de procaína + mentol (15 + 25


+ 15 + 1 mg/ml) – Suspensão - Aftine®
• Pingar uma ou duas gotas sobre o local afetado da boca, 3 a 6 vezes ao dia

• Tirotricina + sulfato de hidroxiquinolina (0,3 + 10 mg/mL) – Solução para diluição - Malvatricin®


• Diluir 10 mL (um copinho-medida) solução em meio copo de água. Bochechar e/ou gargarejar 3 a 4 vezes
ao dia. Nos quadros agudos, usar de 2 em 2 horas.

• Tirotricina + sulfato de hidroxiquinolina (0,1 + 1 mg/mL) – Solução pronta - Malvatricin® (PPU)


• Bochechar e/ou gargarejar o volume contido na tampa-medida, 3 a 4 vezes ao dia. Nos quadros agudos,
usar de 2 em 2 horas.
Aftas
Tratamento – 1ª Linha
• Analgesia tópica – Opções:

• Tirotricina + sulfato de hidroxiquinolina + benzocaína (1 + 0,7 + 5 mg) – Pastilha - Malvatricin®


• Dissolver uma pastilha na boca, quatro vezes ao dia.
• Para uma melhor ação do produto, é aconselhável não comer ou beber durante 30 minutos após o uso.

• Tirotricina + sulfato de hidroxiquinolina + cloridrato de lidocaína (0,1 + 2 + 4 mg/mL) – Solução


spray - Malvatricin®
• Adultos: Fazer de 2 a 3 aplicações, 4 a 6 vezes ao dia. Nos quadros agudos, usar de 2 em 2 horas.
• Crianças: Molhar uma haste flexível com ponta de algodão no produto e passar nas áreas afetadas da boca.
• Para uma melhor ação do produto, é aconselhável não comer ou beber durante 30 minutos após o uso.

• Tirotricina + sulfato de hidroxiquinolina + fluoreto de sódio (0,25 + 6,2 + 2,2 mg/g) – Gel dental
- Malvatricin®
• Escove os dentes normalmente de 3 a 5 vezes ao dia. Pode-se também utilizar o dedo indicador para
massagear a gengiva.
• Para uma melhor ação do produto, é aconselhável não comer ou beber durante 30 minutos após o uso.
Aftas
Tratamento – 1ª Linha
• Analgesia tópica – Opções:

• Extrato fluido de Chamomilla recutita 100 mg (fitoterápico): aplicar no local 4


vezes ao dia.

• Bochechos a base de clorexidina: 2 vezes ao dia, por no máximo 15 dias.


Aftas
Tratamento – 2ª Linha
• Analgesia oral

• Ibuprofeno
• Adultos: 200 a 400 mg cada 4h ou 6h (máx: 2400 mg/dia);
• Crianças (6m a 12a.): 5 mg/ kg (máx: 50 mg/ kg).

• Paracetamol
• Adultos: 500-750 mg a cada 4h ou 6h (máx: 4 g/dia);
• Crianças (< 12a.): 10 a 15 mg/kg/dose (máx. 2,6 g/dia).
Necessidade de encaminhamento
ao cirurgião-dentista

ÚLCERA ULCERAÇÃO HERPES CANDIDÍASE


TRAUMÁTICA AFTOSA
RECORRENTE
Neville, 2016
Resumo - Forma/ aspecto
- Duração
- Outros episódios
Sinais e sintomas - Outros sintomas (dor, intensidade,
queimação, formigamento)

- 1ª - Analgesia tópica e enxaguantes


Tratamento - 2ª - Analgesia oral

- Suspeita de candidíase ou herpes


Encaminhamento - Persistência dos sintomas de afta por mais de 3 semanas
- Odinofagia
Caso - Marina
• Marina procura a farmácia pois está com uma ferida na boca e pede
para comprar um Bismu-jet...
• O que perguntar?
• O que investigar?
• Quando encaminhar?
Caso - Fábio
• Eliana, mãe de Fábio, 7 anos, vai à farmácia, relatando que seu filho está
choroso, por conta de lesões na boca. Ela está preocupada, pois diz que surgiu há
3 dias.
• Suspeita
• Tratamento
• Orientação
• Encaminhamento
Caso - Gustavo
• Gustavo, 26 anos, procura à farmácia, queixando-se de placas na boca, brancas,
há mais de 7 dias. Ele relata que está sentindo um pouco de queimação e dor ao
engolir, e que está achando muito estranho isso.
• Suspeita
• Encaminhamento
Caso - Henrique
• Henrique queixa-se pelo aparecimento de lesão na boca, com coceira, dor e
queimação.
• Suspeita
• Orientação
• Encaminhamento
Condições estomacais

Náuseas e vômitos
Azia e má digestão
Náuseas e vômitos
Náusea e vômito
• Náuseas, a desagradável sensação de estar prestes a vomitar, pode
ocorrer isoladamente ou pode acompanhar vômitos (a expulsão de
conteúdo gástrico), dispepsia, ou outros sintomas gastrointestinais.

• Náusea difere de vômito na ausência de expulsão de conteúdo


gástrico.

• Pode acometer todas as faixas etárias, sendo associado na maior


parte das vezes às doenças virais
Náusea e vômito

Receptores de
dopamina, histamina,
serotonina, opiáceos e
acetilcolina
UPTODATE, 2021
Náusea e vômito
Condutas com base na histórica clínica
• Paciente do sexo feminino em idade fértil: considerar gravidez →
oferecer teste rápido

• Encaminhamento a outro serviço de saúde:


• Náusea e/ou vômito pós histórico de trauma: considerar traumatismo
cranioencefálico (TCE)
• Presença de sangue, enterorragia (hemorragia intestinal), icterícia, febre alta
• Paciente inconsciente
• Paciente muito desidratado
• Paciente incapaz de ingerir líquidos
Náuseas e vômitos
Sinais de desidratação – Atenção!
• Mucosa oral seca
• Boca azulada
• Olhos fundos e sem brilho
• Fontanelas afundadas (moleira funda)
• Sinal da prega lentificado (elasticidade diminuída)
• Pele fria
• Choro sem lágrima
• Muita sede
• Paciente que não está urinando
• Vômitos repetidos
Náusea e vômito

• Principais neurotransmissores responsáveis para ocorrência da


náusea e vômito: serotonina (5HT-3), histamina (H1), dopamina (D2)

• Existência de poucos estudos que comparam a eficácia dos diferentes


antieméticos
Metoclopramida /
Dopamina
Domperidona/bromoprida

Serotonina Ondansetrona

Histamina Dimenidrato/Meclizina
Náusea e vômito
Situação Neurotransmissor Antiemético recomendado
associado
Enxaqueca Dopamina Metoclopramida, bromoprida
Náusea vestibular Histamina Anti-histamínicos
Gestação - Vitamina B6; anti-histamínicos; antagonistas de
serotonina
Gastroenterite Dopamina Primeira linha: metoclopramida, bromoprida (D)
serotonina Segunda linha: ondansetrona (5HT)
Pós operatório Dopamina Prevenção: antagonistas 5HT
serotonina Tratamento: antagonistas da dopamina ou 5HT
Quimioterapia - Antagonistas 5HT são mais efetivos;
Corticoides (dexametasona - 8-12 mg VO/IV)

O mecanismo pelo qual os glicocorticoides podem aliviar náuseas e vômitos não é totalmente
compreendido, mas os efeitos são provavelmente mediados através da inibição da síntese das PG e/ou
inibição da liberação de opioides endógenos, da inibição serotoninérgica no trato gastrointestinal
Náusea e vômito
Antiemético Dose

Metoclopramida 10mg até 4x/d (10-30 minutos antes das refeições)


Domperidona 10mg 3x/d
Bromoprida 10mg 2-3x/d
Ondansetrona 4-8mg 2x/d
Meclizina 25-100mg/d
Dimenidrato + piridoxina* 25-100mg/d
Dimenidrato 50-100mg 4x/d (máximo 400mg/d)

*deficiência de B6 pode estar associada à etiologia das náuseas/vômitos;


a piridoxina opõe-se à formação de substâncias tóxicas provenientes MIP
especialmente do metabolismo das proteínas; tais substâncias funcionam
como fatores predisponentes aos vômitos.
Náusea e vômito
RAM Metoclopramida/bromoprida/domperidona:
• O sistema extrapiramidal representa uma rede neural localizada na medula espinhal, que
faz parte do sistema motor envolvido na coordenação de movimentos (dependente de
dopamina)
• Metoclopramida ~25% (24-48h depois do início da terapia)

• Critério de Beers
Náusea e vômito
Tratamento não farmacológico
• Reidratação oral

• Solução pronta para uso 250ml (Cada ml contém: cloreto de Sódio 4,68 mg, citrato de
Potássio 2,16 mg, citrato de sódio 0,98 mg, glicose 20,00 mg, água deionizada q.s.p.)
• Administrar conforme a tolerância e aceitabilidade do paciente (100-150 ml/Kg a cada
4- 6 horas - até 2 L/dia)

• Soro caseiro
• 1 litro de água filtrada ou fervida, 2 colheres (sopa) rasas de açúcar, 1 colher (café) rasa
de sal – Ingerir até 2 L/dia. Durabilidade: 24h.
Náusea e vômito
Tratamento não farmacológico
• Reidratação oral

• Pó para solução (cloreto de sódio 3,5 g, 2,9 g de citrato trissódico, 2,5 g de bicarbonato
de sódio, cloreto de potássio 1,5 g, 20 g de glicose ou 40 g de sacarose)
• O conteúdo do envelope deve ser dissolvido em água filtrada ou fervida. Administrar
100-150 ml/Kg a cada 4 a 6 horas
• Alternativamente, administrar 10 ml/kg da solução, após cada evacuação líquida ou
semilíquida, ou após cada vômito
• Durabilidade após reconstituição: ~24h
Náusea e vômito
Tratamento não farmacológico
• Evitar exposição a odores

• Preferir alimentos frios e em porções menores

• Fazer higiene oral

• Evitar alimentos condimentados, picantes, com odor forte e


gordurosos

• Gengibre (fitoterápico) em cápsulas: 250 mg 4 vezes ao dia.


Resumo
Sinais e sintomas - Identificar a etiologia provável

- Dimenidrato
Tratamento
- Evitar exposição a odores
- Evitar gatilhos/alimentos específicos
- Gengibre caps: 250 mg 4 vezes ao dia

- Necessidade de medicamento que


Encaminhamento
não seja MIP
- Desidratação
- Perda de peso
- Vômitos muito frequentes
Náusea na gestante
Náusea na gestante
• Náusea e vômito
• Sintomas muito comuns na primeira metade da gravidez → relacionados ao
níveis elevados de beta-hCG e estrogênio

• São mais intensos nas primeiras 12 semanas

• Tendem a se resolver após 20 semanas


Náuseas na gestante
Fatores de risco
• Experiência prévia de náusea e vômito
• Medicamentos
• Movimento
• Enxaqueca

• Múltiplas gestações

• Não ingestão de polivitamínicos nas seis primeiras semanas de


gestação

• Azia e refluxo gastroesofágico


Náuseas na gestante
Identificação
• Início: 5ª a 6ª semanas
• Pico: 9ª semanas
• Declínio: 16ª a 20ª semanas
• 15% a 20% - até terceiro trimestre

• Terceiro trimestre
• Hiperemese gravídica (desidratação / perda de peso)
• Pré-eclampsia
• Sindrome HELLP (Hemolysis, Elevated Liver function tests, Low Platelets)
• Esteatose aguda
• Hipertensão
• Trombocitopenia
• Hiperparatiroidismo
• Hipercalcemia
Náuseas na gestante
Tratamento
• Objetivo
• Garantia da qualidade de vida
• Garantia de segurança para o feto
• Correção de complicações

• Modificações da Dieta
• Evitar gatilhos (perfumes, produtos químicos, umidade, etc)
• Medicamentos
• Intervenções complementares
Náuseas na gestante
Tratamento - Dieta
• Pequenas quantidades, a cada uma a duas horas
• Alimentar-se lentamente
• Evitar jejuns prolongados
• Preferir refeições à base de carboidratos
• Eliminação de café, alimentos picantes, com cheiro forte, ricos em gordura, ácidos
e alimentos muito doces
• Líquidos
• Preferir líquidos frios
• Optar por bebidas esportivas
• 30 min antes ou depois da refeição
• Chá de menta (balas)
• Escovar os dentes logo após as refeições
Náuseas na gestante
Tratamento - Medicamentos
• Piridoxina (vitamina B6)
• Reduz náusea leve a moderada
• Não reduz vômito
• 25 mg a cada 6 ou 8 horas (máx de 200 mg/dia)

• Adjuvante
• Antiácidos (alumínio ou cálcio são preferíveis àqueles contendo bismuto ou
bicarbonato)

• Polivitamínicos
Náuseas na gestante
Tratamento - Complementar
• Gelo
• Gengibre
• Reduz náusea

• Em pó
• 1 a 1,5 g, oralmente, dia

• Suplementos
• Cápsulas de 250 mg, 4x/dia

• Balas e chás de gengibre


Náuseas na gestante
Encaminhamento
• Desidratação
• Membranas de mucosas secas
• Pobre turgor da pele

• Anormalidades eletrolíticas

• Perda de peso

• Cetonúria
Resumo
Identificação - Terceiro trimestre da gestação

- Dieta
Tratamento - Evitar gatilhos
- Medicamentos (piridoxina,
antiácidos)
- Gengibre

- Desidratação
Encaminhamento - Perda de peso
- Vômitos muito frequentes
Caso - Sara
• Sara, 23 anos, 3ª gestação, vai à farmácia, pedindo Plasil ®
(metoclopramida) para sua náusea e vômito, segundo ela relacionada
à gestação.

• O que você faria?


Caso - Sara
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

1ª situação
• Você já usou algum medicamento para isso? Não

• Como é a sua alimentação? Como normalmente. Mas às vezes não para nada no
estômago.

• Desde quando? Desde o início da gravidez, estou de 8 semanas

• Percebeu perda de peso? Não


Caso - Sara
• CONDUTA FARMACÊUTICA

1ª situação

Metoclopramida além de não ser MIP apresenta como RAM extrapiramidais.

• Orientações de dieta
• Evitar gatilhos: Evitar gatilhos (quartos abafados, odores de perfume, produtos
químicos, alimento, o calor, a umidade, luzes piscando, etc).
• Gengibre/Gelo
• Orientar motivos de encaminhamento médico → opção interessante: Dramim
B6®
Caso - Sara
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

2ª situação
• Você já usou algum medicamento para isso? Não
• Como é a sua alimentação? Ultimamente nada tem parado no estômago
• Desde quando? Desde o início da gravidez, estou de 10 semanas. Mas parece
que nesta semana tem piorado
• Percebeu perda de peso nas últimas semanas? Acredito que sim.
• Além disso, o farmacêutico percebeu que os lábios da paciente estão secos e há
perda de turgor da pela
Caso - Sara
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

2ª situação

Metoclopramida além de não ser MIP apresenta como RAM extrapiramidais.

• Orientações de dieta e hidratação


• Evitar gatilhos: Evitar gatilhos (quartos abafados, odores de perfume, produtos
químicos, alimento, o calor, a umidade, luzes piscando, etc)
• Gengibre/gelo

• ENCAMINHAMENTO MÉDICO
Azia e má digestão
Azia Dispepsia DRGE Úlcera péptica

Desconforto epigástrico; Queimação epigástrica


A sensação de queimação
eructação; distensão abdominal; Azia; regurgitação de dolorosa durante o dia
atrás do osso esterno que
Sintomas náusea; saciedade precoce. ácido; hipersalivação; e frequente durante a
pode ascender até a
típicos Pode ser acompanhada por gosto ácido/amargo na noite; pode ser
garganta; pode gerar gosto
regurgitação de ácido e azia. boca. acompanhada por azia
ácido/ amargo na boca
Sintomas recorrentes e dispepsia.

Laringite; rouquidão;
Sintomas *Condição autolimitada tosse; dor no peito não
*Sem sintomas atípicos -
atípicos sem sintomas atípicos cardíaca; apnéia do
sono;
Esofagite erosiva;
Perfuração; obstrução;
**Condição autolimitada sangramento; esôfago
Complicações **Sem complicações penetração;
sem complicações de Barret; câncer
sangramento
esofágico
Azia
• A azia é considerada um transtorno gastrointestinal que acomete a
região esofágica
• Sensação de queimação atrás do osso esterno que pode ascender até
a garganta; pode gerar gosto ácido/ amargo na boca
• A azia pós-prandial: ~ duas horas depois da ingestão de alimentos;
mais intenso quando a pessoa se deita

Classificação Frequência/Duração

Intermitente ou episódica <2 x por semana


Frequente ≥ 2 x por semana
Persistente > 7 dias
Guia de azia CFF, 2020
Dispepsia

• A dispepsia é considerada um transtorno gastrointestinal que


acomete a região gastroduedonal

• Acomete em torno de 20% da população

• Dispepsia funcional ou sinal/sintoma de outra patologia


DISPEPSIA
DEFINIÇÃO
• Definição (critérios de ROMA IV):
• Ausência de doença que justifique os sintomas e um ou mais dos sintomas
abaixo, nos últimos 3 meses, com início há pelo menos 6 meses:

• I) Plenitude pós-prandial (síndrome do desconforto pós-prandial);


• II) Saciedade precoce (incapacidade de terminar uma refeição de tamanho normal, também
classificada como síndrome do desconforto pós-prandial); e
• III) Dor epigástrica
• IV) Queimação/pirose restroesternal

• Avaliação diagnóstica negativa para as causas subjacentes (refluxo, Helicobacter


pylori, etc) → DISPEPSIA FUNCIONAL
DISPEPSIA
ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
• Dispepsia funcional (cerca de 60 a 75%)
• Úlcera péptica;
• Doença do refluxo gastroesofágico;
• Doença biliar;
• Cânceres (p.ex gástrico ou esofágico, hepatocelular, pancreático);
• Pancreatite;
• Má absorção de carboidrato;
• Doenças infiltrativas do estômago (p. ex. doença de Crohn, sarcoidose);
• Distúrbios metabólicos (hipercalcemia, hipercalemia);
• Doença isquêmica do intestino, síndrome de compressão da artéria celíaca, síndrome da artéria mesentérica superior;
• Desordens sistêmicas (diabetes mellitus, desordens da tireoide e paratireoide, doença do tecido conjuntivo);
• Parasitoses intestinais (giárdia, strongiloides);
• Medicamentos
DISPEPSIA
ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
• Medicamentos
• AINEs • Genfibrozila
• Colchicina • Narcóticos
• Ferro • Estrógenos
• Antimicrobianos orais • Levodopa
• Glicocorticoides • Digitálicos
• Teofilina
• Niacina
AINES E PROBLEMAS
GASTROINTESTINAIS
• As PG estimulam a produção de muco
gástrico.
• AINES, principalmente aqueles com
maior seletividade COX-1, inibem tais
PGs.
DISPEPSIA – O QUE PERGUNTAR?
• Há quanto tempo está tendo dispepsia?
• Houve alguma mudança recente na sua alimentação?
• Os sintomas pioram após a alimentação?
• Você tem tido outros sintomas, como: tosse, rouquidão, sensação de
refluxo ácido pelo esôfago, dor abdominal?
• O que faz os sintomas melhorarem ou piorarem?
• Tem sentido alguma dor abdominal?
• Quais medicamentos você está utilizando?
DISPEPSIA
IDENTIFICAÇÃO
Sinais de alarme na dispepsia
Idade > 55 anos
Hx de neoplasia gastrointestinal na família
Perda de peso inesperada
Sangramento Gastrointestinal
Disfagia progressiva
Odinofagia
Anemia ferropriva inexplicada
Vômitos persistentes
Rouquidão e tosse
Linfoadenopatia
AZIZ/DISPEPSIA
TRATAMENTO
• Objetivo

• Reduzir os sintomas gástricos,


sensação de queimação e
desconforto pós prandial

• Normalizar a função gástrica

• Prevenir novos episódios


TRATAMENTO – ADOLESCENTES, ADULTOS E
IDOSOS
PRIMEIRA ESCOLHA

• Hidróxido de Alumínio
• Comprimido: (230 mg/cp): 2-4 cp mastigáveis, 1h após as refeições e ao deitar (OBS: pode causar
constipação).
• Suspensão: (61,5 mg/mL): 10 a 15 mL entre as refeições e antes de dormir (OBS: pode causar
constipação).

• Hidróxido de Magnésio (suspensão 400 mg/ 5 ml): 5-15 ml VO, conforme necessário, 1h após as
refeições, até 4 x/dia (OBS: pode causar diarreia)

• Hidróxido de alumínio + Hidróxido de magnésio


• Pastilha (hidróxido de magnésio 185 mg + carbonato de cálcio 231,5 mg + hidróxido de alumínio 178 mg) –
1-2 pastilhas - 30 min a 1h antes das refeições e ao deitar (máx: até 5 tomadas de 2cp)
• Suspensão (hidróxido de magnésio 125 mg, carbonato de cálcio 50 mg, hidróxido de alumínio 180 mg) -
Uma a duas colheres das de sobremesa (10 a 20 mL) 30-60 min após as refeições e à noite, ao deitar-se.
TRATAMENTO – ADOLESCENTES, ADULTOS E
IDOSOS
SEGUNDA ESCOLHA
• Sal de fruta ENO® - bicarbonato de sódio + carbonato de sódio + ácido cítrico (2,3g + 0,5g + 2,25g /
5g) – 1-2 envelopes dissolvidos em 2/3 de um copo com água.

• Estomazil® - bicarbonato de sódio + citrato de potássio + citrato de sódio + ácido cítrico + carbonato
de sódio /5 g - 1-2 envelopes dissolvidos em 2/3 de um copo com água.

• Sonrisal® - carbonato de sódio 0,4 g + ácido acetilsalicílico 0,325 g + ácido cítico 1,5 g + bicarbonato
de sódio 1,7 g / comprimido ou envelope – 1-2 cp ou envelopes quando necessário.

• Peumus boldus 67 mg ou 0,67 ml/10 ml (Hepatilon®)


• Cápsulas 67 mg: 1 caps 4 x/dia (6/6h)
• Flaconetes 10 ml ou soluções 150 ml (0,67 ml/10 ml): 10 ml ou 1 flaconete, 4x/dia.
TRATAMENTO – ADOLESCENTES, ADULTOS
E IDOSOS
• Contraindicações
• Bicarbonato de sódio pode predispor a alcalose metabólica, especialmente em
idosos.
• Hidróxido de magnésio deve ser utilizado com extrema cautela em pacientes com
doença neuromuscular e insuficiência renal.

• Orientações
• Sintomas de hemorragia interna, secundária ao uso de AINEs podem ser
mascarado
• Doses elevadas ou o uso prolongado podem desencadear hipersecreção gástrica e
efeito rebote ácido.
TRATAMENTO – SUBSTÂNCIAS
RELACIONADAS

• EPOCLER® (racemetionina, colina e betaína) → Indicado no tratamento dos distúrbios


metabólicos hepáticos → normalizar o metabolismo proteico e lipídico nos casos em que há
distúrbios metabólicos como a esteatose hepática.
• 1 flaconete 3x/d antes das principais refeições

• EPAREMA® (extrato de boldo, cáscara sagrada e ruibarbo) → estimula a produção e a liberação


de bile, facilitando a digestão de gorduras. Possui efeito laxativo leve.
• 1 flaconete 2x/d
Resumo
- Plenitude pós-prandial
- Saciedade precoce
Sinais e sintomas
- Dor

- MIP
- AlOH, MgOH2
Azia ou casos
Tratamento - Bicarbonato de sódio
- Fracionamento e redução das
pontuais de
refeições dispepsia funcional
- Evitar gatilhos

- Rouquidão, tosse;
- Significativa perda de peso,
Encaminhamento anorexia, vômito, disfagia,
odinofagia e história familiar de
câncer gastrointestinal
DISPESIA FUNCIONAL
Síndrome do desconforto pós-
prandial

Dispepsia Funcional

Síndrome da dor epigástrica

Por quê? Motilidade


(proposições)
Hipersensibilidade Visceral

Alteração de microbiota

H. pylori

Fatores psicológicos
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
- Inibidores da bomba de prótons (*síndrome da doe epigástrica) por ~8 semanas:
- Mesma dose para outros distúrbios gástricos:
IBP Baixa dose Dose alvo
Omeprazol 20mg 1x/d 40mg 1x/d
Lansoprazol 15mg 1x/d 30mg 1x/d
Esomeprazol 20mg 1x/d 40mg 1x/d
Pantoprazol 20mg 1x/d 40mg 1x/d
Rabeprazol 10mg 1x/d 20mg 1x/d

- Para dispepsia funcional a administração de 2x/d não é mais eficaz em relação à


uma 1x/d
- Eficácia superior para sintomas de refluxo e dor epigástrica em relação à plenitude
pós-prandial, saciedade precoce e sensações de “estufamento”
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
• IBP:
• Mais efetivos quando administrados pelo menos 30 minutos antes da
primeira refeição do dia, pois a quantidade de H+/K+/ATPase presente nas
células gástricas é maior após um jejum prolongado

IBP Considerações
Omeprazol Absorção retardada na presença de alimentos. Administrar 1 horas antes das refeições
Esomeprazol Enantiômero S do omeprazol. Absorção retardada na presença de alimentos. Administrar 1
horas antes das refeições

Lanzoprazol Biodisponibilidade afetada na presença de alimentos. Administrar 1 hora antes das refeições
Pantoprazol Farmacocinética não afetada na presença de alimentos
Rabeprazol Farmacocinética não afetada na presença de alimentos
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
• IBP - segurança (*longo tempo de tratamento – > 1 ano)
• Maior risco de PNM e diarreia por Clostridium difficile
• Hipocloridria e atrofia gástrica → má absorção
• Nefrite intersistial aguda – pouco frequente
• Demência – necessidade de mais estudos
• Diminuição da absorção de ferro e vitamina B12 → avaliar anualmente
• Diminuição da absorção de cálcio e magnésio: distúrbios metabólicos e ósseos
(RAM consideradas mais preocupantes):
• FDA lançou uma nota em 2011, apontando aumento dos riscos de fraturas ósseas
(comprovadas em meta-análises)
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
- PROBLEMA:

USO INDISCRIMINADO, ESPECIALMENTE NA POPULAÇÃO IDOSA


Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
- IBP:
- Pacientes idosos e/ou com histórico prévio de úlcera em uso de antiagregante e
anticoagulante → os benefícios do IBP podem superar os riscos.
- Pacientes em uso de AINEs podem se beneficiar da proteção gástrica com IBP.
Critérios para proteção gástrica na vigência do AINE
Alto risco para problemas gastrointestinais
História de úlcera prévia complicada
Mais de 2 fatores de risco abaixo
Moderado risco (1-2 fatores de risco)
Idade ≥65 anos
Alta dose de AINE
História de úlcera não complicado
Uso concomitante de AAS (mesmo em dose baixa), glicocorticoides ou anticoagulantes
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
- Antagonistas dos receptores H2 (menos eficazes em relação aos IBP → de modo geral,
início de ação após 2,5h e duração de ação de 4 a 10 horas.
- Mesmas posologias para outros distúrbios gástricos.
Dispesia funcional
Tratamento – requer prescrição médica
- Substâncias procinéticas por curto tempo em casos de falha das terapias anteriores – 4
semanas (*síndrome do desconforto pós prandial)

- EFEITO PROCINÉTICO → aumentam a amplitude e a frequência das contrações


antrais pós prandiais e aceleram o esvaziamento gástrico
- Metoclopramida 5-10mg 3-4x/d meia hora antes das refeições e ao dormir (dose
máxima: 80mg/d)
- Domperidona: 10 mg 3x/d 15 a 30 minutos antes das refeições e, se necessário, 10
mg ao deitar (dose máxima diária = 40 mg)
- Bromoprida: 10 mg 2-3/x ao dia
Dispesia funcional
Tratamento não farmacológico
• Terapias não farmacológicas
- Psicoterapia
- Terapias alternativas
- Alimentação:
- redução de gorduras (por alterar a motilidade gástrica)
- evitar alimentos que agravam a azia (álcool, bebidas cafeinadas e
gaseificadas, chocolate, comidas apimentadas e sucos cítricos)
Caso - Geovana
• Geovana, 35 anos, procura o farmacêutico para comprar um
antiácido, pois está com sensação de queimação na garganta e
apresenta um gosto ácido na boca

• Qual é a melhor opção medicamentosa para esta paciente?

• DEPENDE
Caso - Geovana
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

• - O que comeu hoje?


• - Desde quando sente-se assim?
• - Existem outros sintomas?
• - Quais são os fatores que agravam ou aliviam?
• - O quanto isso te incomoda?
Caso - Geovana
1ª SITUAÇÃO

• - O que comeu hoje? Hoje somente tomei café da manhã (chá com bolachas) e
ontem a noite pizza
• - Desde quando sente-se assim? Desde ontem
• - Existem outros sintomas? Não sinto mais nada
• - Quais são os fatores que agravam ou aliviam? Não pude perceber nada ainda,
mas não sinto muita vontade de comer; parece que vai piorar
• - O quanto isso te incomoda? Está incomodando bastante
O que
fazer?
Caso - Geovana
1ª SITUAÇÃO
• Possibilidade: AZIA
• Indicação: prescrição de antiácidos de primeira escolha:
• Hidróxido de Alumínio
• Comprimido: (230 mg/cp): 2-4 cp mastigáveis, 1h após as refeições e ao deitar (OBS:
pode causar constipação).
• Suspensão: (61,5 mg/mL): 10 a 15 mL entre as refeições e antes de dormir (OBS: pode
causar constipação).

• Hidróxido de Magnésio (suspensão): 5-15 ml VO, conforme necessário, 1h


após as refeições, até 4 x/dia
• Hidróxido de Alumínio + Hidróxido de Magnésio
• Pastilha – 1-2 pastilhas/dia 30 min a 1h antes das refeições e ao deitar (máx: até 5
tomadas de 2cp)
• Suspensão Uma a duas colheres de sobremesa (10 a 20 mL) 30-60 min após às
refeições e à noite, ao deitar-se.
Caso - Geovana
2ª SITUAÇÃO

• - O que comeu hoje? Café e pão com margarina


• - Desde quando sente-se assim? Faz umas três semanas mais ou menos
• - Existem outros sintomas? Sinto dores no estômago e tenho sensação de
barriga inchada quando como alguma coisa
• - O que você costuma comer e tomar? Como normal. Arroz, feijão, carne,
salada. Mas não consigo abandonar o chocolatinho de sobremesa. Tomo
refrigerante zero, pois o normal é muito calórico. Mas eu não janto
Caso - Geovana
• 2ª SITUAÇÃO

• - Quais são os fatores que agravam ou aliviam? Se como um pouco a mais do que
deveria já sinto piora
• - O quanto isso te incomoda? Está incomodando bastante
• - Faz uso de algum medicamento contínuo? Não. Somente tomo remédio para dor
de cabeça às vezes
• - Qual você usa? Uso ibuprofeno
• - Quantas vezes por semana você usa? De 2 a 3 vezes
• - Desde quando? Desde que mudei de emprego, há um mês
O que
fazer?
Caso - Geovana
2ª SITUAÇÃO

• Possibilidade: DISPEPSIA POR AINE


• Suspensão de AINE. Troca por paracetamol e investigar causas de cefaleia para
encaminhamento médico
• Medidas não farmacológicas: fazer refeições fracionadas; evitar gorduras,
chocolates e café
• Indicar antiácidos de primeira escolha
• Reavaliar
Caso - Geovana
3ª SITUAÇÃO

• - O que comeu hoje? Café com leite e torradas


• - Desde quando sente-se assim? Faz mais ou menos uns 2 meses
• - Existem outros sintomas? Sinto meu estômago cheio após a alimentação,
mesmo comendo pouco. Além disso, parece que dói meu peito e tenho um
pouco de tosse.
• - Quais são os fatores que agravam ou aliviam? Quando como alguma coisa
piora
• - O quanto isso te incomoda? Está incomodando bastante
Caso - Geovana
• 3ª SITUAÇÃO

• - O que você costuma comer e tomar? De manhã como café e pão. No


almoço é normal, arroz, feijão, carne

• - Você costuma tomar café preto quantas vezes ao dia? Umas 3-4x/d.
Eu adoro café

• Faz uso de algum medicamento contínuo? Não


O que
fazer?
Caso - Geovana
• 3ª SITUAÇÃO:

Encaminhamento médico para investigação


Provável DRGE

Prescrição de antiácido para alívio imediato, porém destacar a


importância do encaminhamento
Condições intestinais

Diarreia
Constipação
Flatulência
Diarreia
Diarreia
• Uma das condições clínicas mais comuns em todas as faixas etárias

• A maioria das mortes por diarreia ocorre em pessoas muito jovens e


em idosos
• Perda de água e eletrólitos
DIARREIA
ETIOLOGIA
• Infecções virais
• Rotavírus, Norovírus, Adenovírus

• Infecções bacterianas
• Campylobacter, Salmonellae, Shigella, Escherichia coli, Yersinia e Listeria

• Infecções parasitárias
• Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e Criptosporidium sp.
DIARREIA
ETIOLOGIA

• Doenças ou desordens intestinais


• doença inflamatória do intestino, síndrome do intestino irritável, diverticulite,
colite, doença celíaca, neoplasias;

• Ingestão excessiva ou intolerâncias alimentares


• suco / carboidratos osmoticamente ativos, gorduras, etc.

• Reação a certos medicamentos*


DIARREIA
ETIOLOGIA - MEDICAMENTOS
• Antiarrítimicos • Antibióticos
• digitálicos, procainamida, quinidina • penicilinas, cefalosporinas, neomicina,
• Anti-hipertensivos tetraciclina, macrolídeos
• IECA, betabloqueadores, hidralazina, • Alprazolam
metildopa • Levodopa
• Hipolipemiantes • Sertralina
• colestiramina, clofibrato, genfibrozil, • Fluoxetina
estatinas, orlistate
• Diuréticos • Lítio
• acetazolamina, furosemida • Metformina
• Antiulcerosos / antiácidos • Levotiroxina
• antagonistas do receptores H2, antiácidos • Colchicina
com magnésio, inibidores de bomba de
prótons
DIARREIA
DEFINIÇÃO
• Três ou mais evacuações diárias com fezes moles
ou líquidas

OU

• Uma queda importante na consistência e


aumento da frequência considerando as
características basais do indivíduo.
DIARREIA
DEFINIÇÃO
• Diarreia aguda ( ≤14 dias de duração)
• Diarreia crônica (> 30 dias de duração)

• Diarreia invasiva
• diarreia com sangue visível

• Gastroenterite
• náuseas e/ou vômitos

• Enterite
• inflamação do intestino
DIARREIA - IDENTIFICAÇÃO
• Coloração das fezes
• Fezes vermelhas sugerem sangramento intestinal e pode ser um sinal de uma
infecção

• Fezes pretas sugerem sangramento significativo no estômago ou porções


superiores do intestino

• Cólicas abdominais
• Dor abdominal intensa pode sugerir uma condição mais grave
DIARREIA - IDENTIFICAÇÃO
• Febre
• Representa um importante sinal de alerta

• Desidratação → avaliar sinais e sintomas de desidratação grave para


encaminhamento emergencial
DIARREIA - IDENTIFICAÇÃO
• Anamnese
• Duração da diarreia
• Outros sintomas (dor abdominal, febre, sede, hipotensão)
• Relação com a alimentação
• Viagens para áreas endêmicas/ epidêmicas
• Aparência das fezes
• Perda de peso
• Medicamentos em uso
• Medicamentos que já usou para diarreia
DIARREIA
TRATAMENTO
• Não farmacológico (2 a 3 dias)
DIARREIA
TRATAMENTO
DIARREIA
TRATAMENTO
• Probióticos (para alívio dos sintomas – por até 7 dias)

• Lactobacillus acidophilus (Prolive®)


• Capsula 109 UFC - 1 caps/d (adulto e criança)
• Capsula 200 milhões – 2-3 caps 3x/d (adulto)/ 1-2 caps 3x/d (criança)
• Sachê granulado 200 milhões – 1-2 envelopes 2x/d (adulto)/ 1-2 envelopes/d (criança)
• Flaconetes 10ml (200 milhões) – 2-3 tubos 3x/d (adulto)/ 1-2 tubos 3x/dia (criança)

• Saccharomyces boulardii (Repoflor®)


• Cápsula 100 mg – 1-2 caps 2x/d (adulto e criança) Mais opções terapêuticas
• Capsula 200 mg – 1 caps 1x/d (adulto e criança) descritas no algoritmo de
• Pó oral 200 mg – 1 envelope 2x/d (adulto e crinça) diarreia
DIARREIA
TRATAMENTO
• Antidiarreicos
- Loperamida: não recomendado LOPERAMIDA
- Dose máxima 16mg/d

- Salicilato de bismuto (Peptozil® - 262mg/15ml) – ação antiácida também – por até 2


dias.
- Adultos: 30mL a cada hora
- Crianças
- De 9 a 12 anos: 15mL
- De 6 a 9 anos : 10mL
- De 3 a 6 anos : 5mL

- Repetir a dose cada hora até o desaparecimento dos sintomas (máximo: 8 doses/d)
DIARREIA
Situações de alerta
• Idoso
• Cirurgia
• Adulto com comorbidades, particularmente diabetes, doença cardiovascular, renal,
hepática, HIV/ Aids
• Sintomas não melhoram dentro de dois a três dias ou parecem piorar
• Diarreia do viajante
• Diarreia crônica

• Emergência
• Febre alta, moderada a grave dor abdominal, desidratação que não pode ser manejada pela
ingestão de líquidos
• Fezes com sangue
Resumo
Sinais e sintomas - > 3 evacuações diárias ou aumento da
frequência
- Fezes moles ou líquidas ou queda da
consistência.

- Reidratação oral
Tratamento
- Dieta BRAT
- Probióticos

- > 3 dias ou diarreia crônica


Encaminhamento - Sinais de gravidade (febre alta, desidratação
importante, etc).
Caso - Diego
• Diego, 46 anos, vai à farmácia e solicita a loperamida. O auxiliar de farmácia,
sabendo dos riscos do uso indiscriminado da loperamida procura pelo(a)
farmacêutico(a) para que este(a) atenda Diego.

• O que você faria?


Caso - Diego
• ANAMNESE FARMACÊUTICA:

1º situação
• Desde quando o senhor está com diarreia? Há dois dias
• Quantas vezes o senhor evacuou nestes dias? 2x/d
• O que o senhor fez de diferente nestes dias? Eu viajei para o nordeste, comi
algumas comidas típicas de lá. Talvez tenha sido isso
• O senhor está sentindo algum outro sintoma? Não. Somente o desconforto
mesmo
O que
fazer?
Caso - Diego
• 1ª situação: diarreia associada à mudanças alimentares e regionais.

• CONDUTA FARMACÊUTICA:
• Por se tratar de um problema autolimitado, prescrever/orientar:
- Reidratação oral
- Evitar consumo de leite
- Evitar alimentos gordurosos
• Preferir dieta BRAT (bananas, rice, appleusauce and toast – bananas,
arroz, maçã e torradas)
• Probióticos
Caso - Diego
• ANAMNESE FARMACÊUTICA:

2º situação
• Desde quando o senhor está com diarreia? Há uns quatro dias
• Quantas vezes o senhor evacuou nestes dias? 4x/d
• O que o senhor fez de diferente nestes dias? Eu viajei para o nordeste, comi
algumas comidas típicas de lá. Talvez tenha sido isso
• O senhor está sentindo algum outro sintoma? Estou com um pouco de náuseas e
febre.
• O farmacêutico percebe que sinais de desidratação no paciente.
O que
fazer?
Caso - Diego

2º situação: Diarreia de provável etiologia infecciosa

CONDUTA FARMACÊUTICA:

Orientar hidratação
Encaminhamento médico

A maioria das diarreias de etiologia infecciosa são de origem viral. Sendo assim,
muitas vezes o uso de ATM não é necessário.
Constipação
CONSTIPAÇÃO FUNCIONAL
”Dificuldade persistente para evacuar
ou uma sensação de evacuação
incompleta
e/ou
movimentos intestinais infreqüentes
(a cada 3–4 dias ou com menor
frequência), na ausência de sintomas
de alarme ou causas secundárias."
CONSTIPAÇÃO
• Complicação digestiva mais comum na população geral

• Prevalência: entre 2 e 27% (*mulheres e idosos)

• O manejo adequado requer uma avaliação para etiologias secundárias

• Constipação idiopática
• trânsito colônico lento
• disfunção defecatória
• ambos.
CONSTIPAÇÃO
• Critérios de Roma IV
• Os sintomas devem estar presentes há pelo menos três meses (com início de sintomas nos
seis meses anteriores)
• Dois ou mais dos seguintes itens:
• Fezes do tipo Bristol I ou II (fezes ressecadas ou duras) em mais de 25% das evacuações
• Esforço durante pelo menos 25% das defecações;
• Sensação de evacuação incompleta em pelo menos 25% das defecações;
• Sensação de obstrução anorretal em pelo menos 25% das defecações;
• Necessidade de manobras manuais (p. ex., remoção digital ou apoio do assoalho
pélvico) em pelo menos 25% das evacuações;
• Menos de três evacuações por semana.
• 2- Defecação raramente ocorre sem o uso de laxantes;
• 3- Não existe evidência de síndrome do intestino irritável
CONSTIPAÇÃO

Fonte: http://stopcancerportugal.com/2021/04/13/escala-de-bristol-avaliar-a-consistencia-das-fezes/
CONSTIPAÇÃO
• Diferentes causas
• Mudanças na dieta

• Atividade física ou estilo de vida

• Disfunções motoras primárias produzidas por miopatia ou neuropatia


colônica

• Secundários a transtornos de evacuação


CONSTIPAÇÃO
FATORES DE RISCO

• Envelhecimento • Abuso físico e sexual

• Depressão • Sexo feminino

• Inatividade

• Baixa ingestão calórica

• Baixa renda e baixo nível educativo


CONSTIPAÇÃO
ETIOLOGIA
• Desordens neurogênicas (diabetes, neuropatia, doença de chagas, esclerose múltipla,
doença de Parkinson)
• Síndrome do intestino irritável
• Fármacos
• Opioides (ex. morfina), antiácidos contendo alumínio, anticolinérgicos, anticonvulsivantes,
antidepressivos, anti-histamínicos, antipsicóticos, benzodiazepínicos, bloqueadores de
canais de cálcio, diuréticos, suplementos de cálcio ou ferro

• Desordens não neurogênicas (hipotireoidismo, hipocalemia, anorexia, gravidez,


esclerose sistêmica)
CONSTIPAÇÃO
• Anamnese
• Identificar o entendimento do paciente sobre constipação
• Duração
• Hábitos alimentares
• Outros sintomas (p. ex. diarreia, dor abdominal, perda de peso)
• Aparência das fezes (p. ex. tamanho, muco, sangue)
• Medicamentos em uso
• Medicamentos utilizados para constipação
• Histórico familiar
• Excluir outras causas* (comorbidades)
CONSTIPAÇÃO ADULTO
ENCAMINHAMENTO
1. Constipação persistente por 2 semanas ou mais, sem causa identificada
2. Constipação alternada com diarreia
3. Mudanças repentinas do bolo fecal
4. Suspeita de reação adversa a medicamento prescrito
5. Perda de peso recente
6. Dor abdominal intensa
7. Presença de sangue nas fezes
8. Febre
9. Anorexia
10. Náuseas e vômito
11. Impactação ou obstrução fecal
12. Inefetividade de laxativos
CONSTIPAÇÃO ADULTO
OBJETIVOS DO TRATAMENTO

• Encorajar estabelecimento de hábitos como prática de exercícios e dieta apropriada,


prevenindo recorrências

• Evitar uso excessivo de laxantes

• Tratamento medicamentoso utilizado deve reestabelecer a função normal do


paciente usando a menor dose efetiva e sem causar eventos adversos
CONSTIPAÇÃO -
TRATAMENTO
Preferência pelas fibras insolúveis
- não se dissolvem em água ou
fluidos gastrointestinais;
aumentam o volume e a fluidez
das fezes, aceleram o movimento
e o processamento de resíduos,
atenuando o bloqueio
gastrointestinal e a constipação)
CONSTIPAÇÃO -
TRATAMENTO

Laxantes formadores de massa não são recomendado para casos de impactação


e constipação por trânsito lento
CONSTIPAÇÃO
TRATAMENTO
• Laxantes formadores de
massa (início de ação: 1- 3
dias)
CONSTIPAÇÃO
TRATAMENTO
• Lubrificantes e osmóticos

Retenção de fezes,
sangramento retal,
fissura anal preferir
agentes osmóticos ou
lubrificantes
CONSTIPAÇÃO
TRATAMENTO
• Lubrificantes e osmóticos

Retenção de fezes,
sangramento retal,
fissura anal preferir
agentes osmóticos ou
lubrificantes
CONSTIPAÇÃO
TRATAMENTO
• Agentes estimulantes
irritativos
RESUMO
- Esforço
- Fezes duras
Sinais e sintomas - Evacuação incompleta
- Obstrução
- Uso de laxantes

- Dieta (fibras alimentares e líquidos)


- Comportamentos
- Laxantes formadores de massa
Tratamento - Laxantes osmóticos, emolientes, estimulantes
- Supositórios
- Enemas

- > 2 semanas de duração


- Diarreia, cólica, distensão, dor abdominal, náusea, vômito e sangue
- Cirurgia
Encaminhamento - Ganho de peso, letargia, queda de cabelo e pele seca
- Perda de peso e perda do apetite
- Medicamentos
Caso - Milena
• Milena, 38 anos, utiliza supositório de glicerina rotineiramente, pois relata ter
constipação a vida inteira e não se acostuma com os efeitos colaterais de
outros laxantes. Ela solicita ao farmacêutico uma alternativa menos
incômoda.

• O que você faria?


Caso - Milena
• ANAMNESE FARMACÊUTICA:

- Qual é a frequência das evacuações?


- Dessas, quanto se esforça?
- As fezes são duras?
- Utiliza algum laxante?
- Quais são seus hábitos alimentares?
- Quantos copos de água por dia você utiliza?
- Utiliza algum medicamento de uso contínuo?
- Tem algum outro problema de saúde?
- Faz alguma atividade física?
Caso - Milena
• ANAMNESE FARMACÊUTICA:

- Qual é a frequência das evacuações? 3 vezes por semana no máximo


- Dessas, quanto se esforça? 1 vez
- As fezes são duras? Nem sempre
- Utiliza algum laxante? Às vezes utilizo bisacodil, quando vou ao banheiro duas
vezes na semana somente. Uso supositório às vezes também
- Quais são seus hábitos alimentares? O que você comeu ontem? Bom, de manhã
comi pão integral com margarina, mas às vezes como pão branco. Almocei arroz,
feijão, salada de alface e carne. De tarde comi uma banana e um fiz um lanche
com pão integral com queijo e presunto e antes de dormir comi uma maçã sem
casca.
Caso - Milena
• ANAMNESE FARMACÊUTICA:

- Quantos copos de água por dia você utiliza? Puxa, nunca parei para contar, mas
eu devo tomar uns 6 copos de água por dia mais ou menos

- Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Somente meu anticoncepcional

- Tem algum outro problema de saúde? Não

- Faz alguma atividade física? Faço musculação 2x/semana


O que
fazer?
Caso - Milena
• CONDUTA FARMACÊUTICA:

Orientar mudanças de estilo de vida:


- Realizar exercícios aeróbicos 2x/semana
- Aumentar a ingestão de fibras: 20-g/d
- Aumentar a ingesta de água: 2L/d
Retornar em 3 semanas
Caso - Milena
• A paciente retorna 3 semanas após alegando ter percebido pouca melhora.
Relata não conseguir comer muita fibra

- Reafirmar mudanças de estilo de vida

- Prescrição farmacêutica de laxantes formadores de massa: Pysillium 1 colher de


sopa 3x/d
- Obs: considerar osmóticos ou lubrificante caso houver suspeita de impactação

- Retornar em 3 semanas
Caso - Nair
• Nair, relata que sua mãe, 70 anos, está constipada: “Minha mãe está acamada
e sou eu quem troca suas fraldas; tenho percebido que saem poucas fezes”

• O que você faria?


Caso - Nair
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

• - Porque ela está acamada? Ela tem câncer


• - Qual medicamento ela utiliza? Além da “quimio”, utiliza anti-hipertensivos e
agora começou a morfina também, para controlar as dores
• - Como é a dieta dela? Ela se alimenta muito pouco. Toma pouca água
• - Há quanto tempo? O intestino dela nunca foi bom, mas percebo que há um
mês ela tem piorado
• - Você percebe que ela se esforça para evacuar? Usualmente as fezes são duras?
Sim, se esforça bastante e as fezes saem duras. Dependendo coloco supositório
de glicerina nela.
O que
fazer?
Caso - Nair
• Constipação por dieta e uso de opióides
• Orientar mudanças de estilo de vida (água e aumento da ingestão de fibras)
• Prescrever lactulose 10ml 3x/d. Em momentos onde houver maior dificuldade de
evacuação, pode administrar o supositório de glicerina
• Em situações mais graves, orientar encaminhamento médico
Flatulência
Flatulência
Etiologia e fatores de risco
• Produção de gás por bactérias que decompõem alimentos não
digeridos (fermentação)
• Ingestão de determinados alimentos
• Deficiência de lactase
Flatulência
Etiologia e fatores de risco
• Alimentos que podem criar gases são aqueles ricos em:
• Rafinose (gal + glu + fru)- feijão, repolho, couve, brócolis, aspargos
• Amido - batata, milho, macarrão, trigo
• Frutose - cebola, alcachofras, pera, trigo
• Sorbitol - frutas, adoçante artificial
• Fibras solúveis - farelo de aveia, feijões, ervilhas, maioria das frutas
• Cerveja escura e vinho tinto.
Flatulência
Identificação
• Identificação
• Plenitude / distensão abdominal
• Formação de gases
• Eructação
• Dor*

• Anamnese
• Sintomas
• Início e Duração
• Alimentos
Flatulência
Tratamento
• Mudanças de hábitos alimentares
• Diário alimentar para remoção de determinados alimentos da dieta (tentativa
e erro);
• Remover alimentos contendo lactose por 10 a 14 dias
• Ingerir leite com lactose reduzida
• Evitar goma de mascar ou comer doces duros
• Comer devagar
Flatulência
Tratamento
• Medicamentos
• Suplementos enzimáticos de galactosidase (p. ex. Digeliv), lactase (p. ex.
Lactosil) → 1-2 sachês a cada refeição
• Simeticona
• Adulto: 75-125mg após as refeições (3-4x/d) – dose máxima 500mg (200 gotas)
• Crianças < 2a.: 20 mg (4-6 gotas), 3x/dia
• Crianças 2a. – 12 a.: 40 mg (6-12 gotas) 3x/dia
• Carvão ativado (p. ex. Carverol)
• Adultos: 4 a 6 comprimidos por dia, em duas doses divididas, nos intervalos das
refeições.
• Crianças: metade da dose indicada para adultos.
Dimeticona x simeticona
Flatulência
Encaminhamento
• Controverso
• Persistência dos sintomas após mudança da dieta e suplementação
enzimática
• Sintomas adicionais
• Desconforto abdominal tipo de cólica grave
• Mudança nos hábitos intestinais
• Diarreia
• Constipação
• Sangue nas fezes
• Febre
• Náuseas
• Vômitos
• Dor abdominal
Resumo
- Flatulência
- Eructação
Sinais e sintomas - Distensão abdominal
- Dor

- MIP
- Galactosidase, lactase
Tratamento - Simeticona
- Carvão ativado
- Mudança da dieta

- Persistência
Encaminhamento - Presença de sinais de alerta
Caso - Lia
• Joaquim, 55 anos, procura pelo(a) farmacêutico(a), solicitando uma solução mais
definitiva para o “problema de gases” de sua mãe (Lia, 80 anos). Relata que a
mãe faz uso diário de Luftal ® (simeticona), mas que o problema persiste.
Caso - Lia
• ANAMNESE FARMACÊUTICA

• - Quais são os hábitos alimentares dela? O que ela comeu ontem? De manhã ela
comeu pão com geleia e café com leite. No almoço comeu arroz, feijão, brócolis e
carne de boi. Ela gosta muito de brócolis, dizem que é bom porque tem ferro. À
tarde comeu uma fatia de pão com queijo e café com leite. E à noite repetiu o
que comeu no almoço

• - Ela apresenta outros sintomas? Às vezes quando toma muito leite ela apresenta
diarreia, mas não a incomoda muito. Quando ela sente gases, ela sente um
desconforto doloroso na barriga
Caso - Lia
• CONDUTA FARMACÊUTICA

• Remover alimentos contendo lactose por 10 a 14 dias


• Comer devagar
• Evitar feijão, brócolis, ovo, repolho, couve e batatas
• Luftal® - 75-125mg após as refeições (3-4x/d) – 2/3 dias

• RETORNO EM 2-3 SEMANAS


Condições intestinais

Sintomas de
hemorroidas
Hemorroida
• Prevalência de 4,4%
• *45 e 65 anos de idade

• Hemorroidas
• estruturas vasculares normais no
canal anal. Elas tornam-se uma
doença quando estão inchadas ou
inflamadas
Hemorroida
Fatores de risco
• Idade
• Gravidez
• Tumores pélvicos
• Tempos prolongados sentado
• Constipação crônica
• Terapia de anticoagulação e antiplaquetária (?)
Hemorroida
Identificação O diagnóstico é fechado com exame
físico, anuscopia, avaliação
• Aproximadamente 40% são assintomáticos
laboratorial e colonoscopia →
• Sangramento (hematoquezia) MÉDICO
• Associado à evacuação ou espontâneo
• Em alguns casos pode levar a anemia por deficiência de ferro
• Prurido anal
• Irritação ou coceira
• Dor
• Dor intensa pode sugerir fissura anorretal, proctite, fístula perirretal, abscesso,
pólipo anal.
• Sujidades fecais
• Prolapso → extravasamento de parte do intestino para o ânus
Hemorroida
Encaminhamento
Sinais de alerta

• Sangramento abundante
• Sangramento vermelho escuro
• Incontinência fecal com secreção de muco
• Dor intensa
• Prolapso importante
• Sintomas sistêmicos
• Suores noturnos
• Febre
• Perda de peso
• Dor abdominal
• Pacientes com > 40 anos, com sangramento colorretal, sem diagnóstico prévio de
hemorroidas
Hemorroida
Tratamento

Vide algoritmo de
Constipação
Hemorroida
Tratamento

Ultraproct®
Proctosan®

Proctox-H®

Hemofleb®

Aplicar 2-3x/d até a melhora dos sintomas (~3 dias)


Resumo -
-
Sangramento
Prurido anal
- Irritação ou coceira
Sinais e sintomas - Sujidades
- Prolapso
- Dor

- Fibras
- Analgésicos tópicos
Tratamento - Banho de acento
- AINEs
- Laxantes emolientes

- Dor associada à trombose


- Suores noturnos
Encaminhamento - Febre
- Perda de peso
- Dor abdominal
Caso - Raul
• Raul, 38 anos, procura o(a) farmacêutico(a), solicitando alguma pomada para
alívio de hemorroidas. Ao ser questionado pelo(a) farmacêutico(a) diz que
trabalha o dia inteiro sentado e quando chega em casa assiste TV e dorme.
Caso - Raul
• ANAMNESE FARMACÊUTICA – 1ª situação

• Há quanto tempo está com este incômodo? Desde hoje.

• - Seu intestino funciona normalmente? Depende muito do que eu como. Se não como
frutas e como mais massa, meu intestino não funciona bem. Nesta semana fui
somente uma vez ao banheiro e as fezes eram duras. Sinto um pouco de dor para
evacuar.

• - Faz ou já fez acompanhamento com o gastroenterologista? Já fiz. O doutor disse que


eu realmente tenho hemorroidas.

• - Sente mais algum incômodo? Sinto um pouco de dor e de coceira.


O que
fazer?
Caso - Raul
• CONDUTA FARMACÊUTICA

• Orientar mudanças de estilo de vida

• Prescrever laxante emoliente (óleo mineral 10 ml 3x/d) ou osmótico


(lactulose 10mL 3x/d) – por até 7 dias

• Prescrever AINE oral (se necessário – dor mais intensa)

• Prescrição de Proctosan®, por exemplo

• Frisar a importância de continuar com o acompanhamento médico


Caso - Raul
• ANAMNESE FARMACÊUTICA – 2ª situação

• Há quanto tempo está com este incômodo? Olha. Tem uns 5 dias.
• Já teve isso outra vez? Não. Na verdade, pelas características que eu observo, penso que
tenho hemorroidas.
• Seu intestino funciona normalmente? Sou um pouco constipado (frequência de
evacuação ~3x semanas).
• Sente mais algum incômodo? Sinto dor, coceira e tive um pouco de sangramento hoje.
Não sei se tem a ver, mas esta semana estou sentindo um pouco de moleza.
• Como é o sangramento? Vermelho vivo? Não. Parece ser vermelho mais escuro.
O que
fazer?
Caso - Raul
• CONDUTA FARMACÊUTICA

• Orientar mudanças de estilo de vida para constipação

• Encaminhamento médico
Vamos
praticar
mais

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