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Universidade Lúrio

Faculdade De Ciências De Saúde


Atenção Integral a Criança e Adolescente II

Tema:

CÁRIE DENTÁRIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Docente:
Dr. Melsequisete Daniel Vasco
Discentes:
Josefina Avalinho Singano
Tony Dos Santos Zandamela

Nampula, Setembro de 2019


Tony Dos Santos Zandamela

Josefina Avalinho Singano

CÁRIE DENTÁRIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Trabalho de pesquisa de carácter


avaliativo, realizado em grupo de dois, a
ser apresentado em plenária na sala de
aula e entregue ao docente - Dr.
Melsequisete Daniel Vasco- MD.

Nampula, Setembro de 2019


Índice I
Introdução........................................................................................................................................2
Objectivos........................................................................................................................................3
A cárie dentária................................................................................................................................4
Causas..............................................................................................................................................4
Principais factores envolvidos na formação da cárie dentária.........................................................4
Classificação....................................................................................................................................5
Factores associados ao risco de cárie...............................................................................................6
Passos de aplicação de selantes de fissuras...................................................................................10
Conclusão......................................................................................................................................11
Bibliografia....................................................................................................................................12

Índice de figuras
Figura 1: cárie dentária nas superficies oclusais .............................................................................4
Figura 2: diagrama de Newbrum 1978. ..........................................................................................5
Figura 3: processos de desmineralização e reemineralização do esmalte. 2....................................7
Figura 4: escovas com pastas dentrificas.........................................................................................8

Índice de Tabela
Tabela 1: factores de risco associados a cárie dentária....................................................................6
Tabela 2: protocolo usado na fluoreterapia. ...................................................................................8
Tabela 3: protocolo do uso de fluoretos. ........................................................................................9
Tabela 4: protocolo usado na fluoretação. ......................................................................................9
Tabela 5: protocolo usado na fluoterapia.........................................................................................9
Tabela 6: diferentes passos de aplicação de selantes. ....................................................................10
Introdução
O conhecimento sobre a especificidade da etiologia e manifestação das enfermidades orais, em
particular a cárie dentária na infância e adolescência, bem como os métodos de prevenção devem
ser de domínio de todos os profissionais que atuam na área da saúde.
A cárie dentária é uma enfermidade crónica, mais comum que afecta grande parte da população
infantil, e devido à sua elevada prevalência e aos graves impactos na qualidade de vida e
desenvolvimento é considerada um problema de saúde pública, tendo grande impacto as
condições sócio económicas.
O presente trabalho é de carácter avaliativo, da cadeira de atenção integral a criança e
adolescente, fazendo parte o terceiro grupo composto de dois elementos, com a finalidade de
descrever a cárie dentária na infância e adolescência.
Os serviços de saúde voltados crianças e seu núcleo familiar devem incluir acções educativas que
possibilitem a prevenção da cárie em bebés e aconselhamento sobre saúde bucal durante a
gravidez é fundamental para as futuras mães.
Durante o desenvolvimento do trabalho, abordar – se – a aspectos como factores de riscos, e
prevenção da cárie dentária.
Objectivos

Objectivo geral: descrever a cárie dentária na infância e adolescência.

Objectivos específicos:
 Identificar características clínicas da cárie dentária.
 Mencionar a indicação, contra indicação de flúor em odontologia.
 Mencionar as indicações de selantes e seu protocolo de aplicação.

Metodologia:
Para realização do trabalho baseou – se na revisão narrativa, usando artigos relacionados com a
saúde bucal em odontopediatria.
A cárie dentária
A cárie dentária descreve os sinais e sintomas resultantes do desequilíbrio químico que ocorre
em superfícies do dente, onde o biofilme bacteriano se desenvolve e permanece por determinado
período de tempo. 1
Os sinais podem ser observados em esmalte, dentina, cemento e em qualquer superfície dentária
onde o acúmulo da PDB é possível.
As fóssulas e fissuras das superfícies oclusais,
especialmente durante a erupção, e a região cervical
abaixo do ponto de contacto nas proximais representam
locais onde o acúmulo de PDB pode causar a cárie
dentária. 1

Figura 1: cárie dentária nas superficies oclusais 1


Causas
Na generalidade temos dois factores que são locais e Gerais:
Factores locais: Placa bacteriana, Dente, Carbohidratos, e tempo. (3)
Factores sistémicos: São factores coadjuvantes que predispõem o organismo à instalação da
cárie dental, como Hereditariedade, Deficiência Hormonal, Nutricionais, Hormonais
(tireoidianos, hipofisários, Insulina). (3)
Principais factores envolvidos na formação da cárie dentária
1. Dieta:
O tipo de alimento que ingerimos interfere negativamente ou positivamente na prevenção ou
agravamento da doença, deste modo, é necessário, evitar consumo de os alimentos pegajosos
visto que são potenciais elementos adesivos para os microrganismos assim como alimentos ricos
com carbohidratos do tipo sacarose. 2

Bactérias: o desequilíbrio que possa existir no meio bucal com as bactérias e existindo
sucessivamente condições favoráveis, estas podem ser danosas ao organismo.
Hospedeiro susceptível: nele faz parte a forma dos dentes e sua posição; Índice de produção de
saliva; hábitos de visita ao dentista; e hábitos de higiene oral.
Tempo: a cárie dentária é um processo de desmineralização, e este requer tempo para a sua
ocorrência;
Diagrama proposto por Newbrun
(1978) para explicar os factores
etiológicos determinantes da
doença cárie (2)

Figura 2:
Figura 2: diagrama de Newbrum
Newbrun. 41978
1978. 1

Classificação
1. Quanto à evolução do processo, as cáries dentárias podem ser:
Aguda
Afecta frequentemente crianças e adultos jovens, na qual segue um curso clínico de
desenvolvimento rápido, e resultando no comprometimento precoce da polpa dentária devido ao
maior diâmetro dos canalículos dentinários; na cárie dentária aguda, não há formação de dentina
de reacção por parte da polpa dental devido a rápida evolução do processo carioso. 3
 Lesão húmida, e amolecida, a dor é característica comum 3
 Exemplo: A cárie rampante. 3
Crónica
É de evolução lenta, caracteriza – se pela esclerose dos canalículos dentinários, permetindo
assim menor permeabilidade dentinária e formação de dentina de tercearia; apresenta – se com
coloração castanho-escuro.
 Lesão seca, endurecida, a dor não é característica comum. 3
2. Quanto à localização do processo, as cáries dentárias podem ser:
Cicatrícula e fissura

Representa cárie dentária localizada superfícies oclusais de molares e pré - molares; nos terços
incisais das superfícies palatina dos incisivos e caninos superiores, abaixo do cíngulo, e na
superfície palatina dos molares superiores. 3
Lesões de superfícies lisas e livres: representam os processos cariosos de superfícies lisas
localizadas no terço cervical das superfícies vestibulares e lingual de todos os dentes, e nas
superfícies proximais de incisivos e caninos.3
3. Quanto à actividade do processo, as cáries dentárias podem ser:
Cárie dentária activa
No esmalte caracteriza – se por mancha s brancas, rugosas e opaca; na dentina o tecido é
amolecido de cor marrom clara.3
Cárie dentária inactiva
No esmalte caracteriza – se por mancha s branca, lisa, brilhante ou pigmentadas; na dentina o
tecido é duro e escurecido. 3
Factores associados ao risco de cárie
Factores Caracterização do alto risco de cárie
Aspectos  Baixa renda média familiar
Socioculturais  Desemprego
 Maior concentração populacional nos domicílios
 Menor grau de escolaridade materna
 Crianças que moram com um dos pais
Idade  Maior risco entre 2 e 16 anos
Actividade de cárie  Presença de superfícies cariadas e de manchas brancas
 Lesões incipientes em superfícies lisas
Hábitos  Baixa frequência de escovagem
 Idade do início da escovagem
Tabela 1: factores de risco associados a cárie dentária.
Estratégias na promoção de saúde e prevenção da cárie
O sucesso para prevenção da cárie está associado à capacidade de adaptação das recomendações
e medidas preventivas à realidade em que a criança vive, podendo usar acções colectivas ou
individuais.4
Acções colectivas:
Escovagem supervisionada; selante oclusal; fluoretação da água de abastecimento;
Acções Individuais:
Selante; pastas dentárias com flúor; suplementos com flúor.
Flúor em Odontologia
O flúor participa na prevenção da cárie dentária, estando disponível principalmente na água; este
ião tem sido associado com a inibição da desmineralização e a aceleração da remineralização
durante o processo carioso como demosntra a reacção química nas figuras abaixo. 5

Figura 3: processos de desmineralização e reemineralização do esmalte. 2


Formas de utilização de Fluor
 Dentifrícios, água de abastecimento, solução (enxaguatórios), gel, verniz, materiais
restauradores
Indicações:
- Crianças maiores de 5 anos com deficiente higiene bucal,
-Propensas a cáries,
-As crianças menores de 3 anos, uma pasta dentífrica com menos de 1000ppm de flúor em
quantidade semelhante à um “grão de arroz” na escova. 4
- As crianças maiores de 3 anos devem usar uma pasta de 1000-1450ppm de flúor em quantidade
semelhante à um “grão de ervilha” na escova.4
-Portadores de aparelhos ortodónticos e crianças com um elevado consumo de produtos
açucarados.
Efeitos colaterais
Intoxicação crónica ou aguda pode dar como consequência a fluorose dental. 3
Figura 4: escovas com pastas dentífricas.
Técnica de aplicação de flúor tópico.
1. Isolamento relativo
2. Colocar rolos de algodão sobre ductos salivares
3. Aplicar o flúor usando rolo de algodão, pincel; moldeira;
4. Manter1 Minuto e cuspir exaustivamente;
5. Não ingerir água ou alimentos por ½ hora.4
Protocolo de uso de produtos fluoretados na atenção colectiva
Sem actividade de cárie dentária
Faixa etária Dentifrício Gel Verniz Bochecho semanal Bochecho diário
0a5 Sim Não Não Não Não

6 e mais Sim Não Não Nas escolas Não


Tabela 2: protocolo usado na fluoreterapia. 5
Com actividade de Cárie
Faixa Dentifrício Gel Verniz Bochecho Bochecho diário
etária semanal
0a5 Sim 5a6 4 Não Não
aplacações Aplicações
uma vez por por ano
semana
(emborcação)
6 e mais Sim 5a6 Não Nas escolas 25 Domiciliar
aplacações por aplicações por
semana ano
(escovagem)
Tabela 3: protocolo do uso de fluoretos. 5
Protocolo de uso de produtos fluoretados na atenção individual
 Sem actividade de cárie dentária
Faixa etária Dentifrício Gel Verniz Bochecho diário
0a5 Sim 1 Vez por 1 Vez por 6/6 meses Não
6/6 meses
6 e mais Sim 1 Vez por Aplicação nos dentes Não
6/6 meses permanentes semi -
erupcionados
Tabela 4: protocolo usado na fluoretação. 5
 Com actividade de Cárie
Faixa Dentifrício Gel Verniz Bochecho
etária diário
0a5 Sim 5 a 6 aplacações uma por 4 Aplicações por Não
semana (emborcação) ano
6 e mais Sim 5 a 6 aplacações uma por 5 a 6 aplicações Domiciliar
semana (escovagem) uma por semana
nas manchas
brancas activas
Tabela 5: protocolo usado na fluoterapia.
Selantes de fóssulas e fissuras
São resinas fluidas capazes de escoar nas fóssulas e fissuras penetrando nos microporos do
esmalte condicionado por ácido onde assim será fixada mecanicamente.
Critérios para uso de Selantes
A sua aplicação tem um papel na prevenção de cárie oclusal tanto em dentes temporários e
permanentes portanto requer:
 Isolamento do campo;
 Diagnóstico da superfície oclusal da criança;
 Limpeza e preparo da superfície a ser selada
 Avaliação posterior e indicações quanto ao controle de cáries.
Materiais usados
• Resinas auto ou fotopolimerizável, fluoretados ou não, cimento ionómero de vidro (civ).
Passos de aplicação de selantes de fissuras.
Passos com Resina ART - Ionómero de vidro
Profilaxia oral com pedra-pomes e água. Limpeza e secagem da hemi arcada.
Isolamento absoluto ou relativo; Isolamento relativo
Aplicação da técnica minimamente invasiva para Limpeza e secagem com bolinha de algodão no
sulcos e fissuras com alterações cromáticas. sulco ou fissura;
Condicionamento ácido 30s Condicionamento ácido em 30s.
Lavagem com jacto de ar e agua e secagem Limpeza e secagem com bolinha de algodão no
Aplicar agente adesivo- Bond- 10s sulco ou fissura;
Fotopolimerizar 15s Aplicar o material selador
Aplicar o material selador – resina Testar oclusão.
Fotopolimerizar em 20s
Quando necessário ajuste oclusal na posição de
máxima intercuspidação, com o paciente sentado
e com o plano oclusal paralelo ao piso.
Tabela 6: diferentes passos de aplicação de selantes. 2 e 5
Conclusão
A cárie dentária na infância e na adolescência pode se manifestar de forma grave, levando à
destruição completa da coroa dentária em um curto espaço de tempo interferindo negativamente
na qualidade de vida da criança, dando como consequências no seu crescimento e
desenvolvimento.
A infância é o período mais importante para estabelecimento de acções educativas e preventivas
para a cárie dentária, não só devido aos aspectos biológicos, mas também porque hábitos de dieta
e higiene precocemente estabelecidos tendem a permanecer durante a vida.
Bibliografia
1. MONIQUE at. all, dentifricios fluorectados e sua utilizacao em criancas. Belo
Horizonte: belo horizonte, 2004.
2. CORSI, JOÃO RENATO. Protocolo de uso de produtos. PIRACICABA, 2008.
3. Fraiz, Fabian Calixto. 12. ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA AO BEBE. BRASIL: abo-
odontopediatria, -.
4. Mendes, Professor Fausto Medeiros. Flúor em Odontopediatria. sao paulo: universidade
de sao paulo, 2013.
5. ODONTOPEDIATRIA, ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE. Guia de Saúde
Bucal. 2017.

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