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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIADETERMINANTES BIOLÓGICOS E SOCIAIS DAS
DOENÇAS BIOFILME DEPENDENTES
ROTEIRO DIAGNÓSTICO CLÍNICO E HISTOPATOLÓGICO DAS DBD:
DOENÇA PERIODONTAL

Prof. Dr. Samuel Borges

Introdução
- O diagnóstico das DBD é determinado após a análise cuidadosa das informações relativas ao risco individual
de desenvolver a doença, que envolvem os dados demográficos do paciente e a história médico-odontológica,
durante a anamnese e escuta qualificada.
- A avaliação dos sinais e sintomas clínicos, através de inspeções e testes específicos, conduzem o profissional
ao diagnóstico apropriado, que é essencial para um tratamento inteligente.
- Para que se chegue a um tratamento inteligente, através de um diagnóstico apropriado, as expectativas
prognósticas têm que ser consideradas. O prognóstico é estabelecido após a realização de um diagnóstico e
antes de se instituir o plano de tratamento.

História Periodontal
- Queixa principal
- História da doença periodontal
- Tratamentos prévios
- Sinais e sintomas periodontais (dentes abalados, sabor desagradável, mau cheiro)
- Hábitos de higiene bucal (escovação, fio dental, bochechos)

Exame Clínico
- Identificação do paciente
- Exame físico (peso, altura, etc.)
- História médica (antecedentes, doenças recentes)
- Identificação de fatores/indicadores de risco periodontais (tabagismo, estresse, AIDS, imunossupressão)

Diagnóstico: Saúde x Doença (Sondagem Periodontal)


- Sinais da Doença Periodontal:
• Cor (Vermelhidão)
• Textura
• Edema
• Biofilme: Índice de Placa Visível (AINAMO & BAY, 1975)
Faces
Anteriores: V, L ou P, M e D
Posteriores: V, L ou P, M, D e O
Índice Dicotômico

Quadro 1: Critérios de avaliação do índice de placa visível.

Fonte: AINAMO e BAY (1975)

Fórmula para cálculo do índice (Resultado em %):

Exemplo:

Resultado:
Resultado ideal: ≤ 10% das superfícies examinadas
Resultado aceitável: <30% das superfícies examinadas
• Cálculo: Índice de Cálculo (RAMFJORD, 1959)
• Supuração
• Sangramento Gengival: Índice Sangramento Gengival (ISG) (AINAMO & BAY, 1975)
Faces
Todos os dentes: D, V, M, L/P
Índice Dicotômico

Quadro 1: Critérios de avaliação do ISG.

Fonte: AINAMO e BAY (1975)

Auxílio da sonda OMS


Fórmula para cálculo do índice (Resultado em %):
Exemplo:

Resultado:
Resultado ideal: < 10% das superfícies examinadas

• Sangramento à sondagem (o que pode influenciar):


Procedimentos de HB antes do exame
Várias sondagens em único sítio
Pressão de sondagem
Força crítica além de 0,25N
• Mobilidade
Grau I: Movimento dentário detectável entre 0,2 e 1 mm na direção vestibulolingual
Grau II: Movimento dentário detectável superior a 1 mm na direção vestibulolingual
Grau III: Movimento dentário detectável superior a 1 mm em qualquer direção; intrusão e/ou
rotação no alveólo

PARÂMETROS DETECTADOS NA SONDAGEM PERIODONTAL


- Profundidade de sondagem (distância entre a margem gengival e a porção mais coronal do epitélio juncional)
OBS: Sulco Clínico x Histológico
- Recessão gengival (Definida como o deslocamento do tecido marginal em direção apical para a JCE,
com exposição da superfície radicular ao meio bucal. É a distância entre a junção cemento-esmalte e a porção
mais apical da margem gengival)
OBS: Classificação das Recessões (CAIRO et al., 2011; vide aula de Classificação)
- Nível clínico de inserção (distância entre a junção cemento-esmalte e a porção mais coronal do
epitélio juncional = PS + RG)
OBS: Falsa Bolsa Periodontal

- Fatores que Influenciam a Sondagem:


• Espessura da Sonda
• Anatomia Dental;
• Pressão Aplicada;
• Grau de Infiltrado Inflamatório
• Posicionamento da sonda
• Tipo de sonda
• Presença de Cálculo Subgengival

- Envolvimento de furca:
• Classe I: Caracterizada pela perda horizontal do tecido de suporte menor que 3mm;
• Classe II: Caracterizada pela perda horizontal do tecido de suporte maior ou igual a 3mm;
• Classe III: Caracterizada pela perda horizontal dos tecidos de um lado a outro da furca.

- Problemas Mucogengivais:
• Bolsas que se estendem ou ultrapassam a JMG.
• Gengiva inserida insuficiente.
• Retrações gengivais localizadas.
• Inserções de freios e bridas próximas ou na margem gengival.

- Classificação das Doenças Periodontais (vide aula de Classificações)


- Fenótipo gengival (métodos de aferição): Espesso ou Não-espesso
• Espessura gengival
Teste de Transparência à Sondagem (DE ROUCK et al., 2009; KAN et al., 2010):
Pode ser avaliada usando uma sonda periodontal, observando-a brilhando através do tecido
gengival após ser inserida no sulco.
1) Sonda visível: fina ( ≤ 1 mm);
2) Sonda não visível: espessa ( > 1 mm).
Sondagem Transgengival (RONAY et al., 2011):
Esta técnica deve ser realizada sob anestesia local, o que poderia induzir um aumento do
volume local e possível desconforto do paciente.
1) Sonda periodontal (precisão para o 0,5mm mais próximo);
2) Espaçadores digitais com cursores de silicone (medida em paquímetro digital).

• Largura da mucosa ceratinizada


A largura do tecido queratinizado é facilmente medida com uma sonda periodontal posicionada
entre a margem gengival e a junção mucogengival.
- Radiodiagnóstico periodontal (vide aula de Radiodiagnóstico Periodontal)
- Métodos auxiliares do diagnóstico: testes imunológicos (microscopia imunofluorescente e o teste Elisa)
e testes imunohistoquímicos (PCR, Hemoglobina Glicada, Glicemia).

- Considerações Finais
- Dominar os parâmetros clínicos
- Conhecer o paciente e suas singularidades

Bibliografia Recomendada

CARRANZA Jr., F. A. Periodontia clínica. 11ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, 1636p.

LINDHE, J. Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral. 5ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2010. 1321p.

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