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Estudo de Patologia

Especial
Lucieley Pinheiro Alves
Periodonto
Periodonto

Periodontite se refere a uma inflamação dos


tecidos gengivais associado a alguma perda de
inserção do ligamento periodontal e suporte
ósseo. Com a perda progressiva da inserção,
pode ocorrer uma destruição do ligamento
periodontal e do osso alveolar adjacente. A
migração apical do epitélio crevicular ao longo
da superfície radicular resulta na formação de
bolsas periodontais. É possível o afrouxamento
e a consequente perda dos dentes.
Periodonto
A periodontite crônica está fortemente associada:
Actinobacillus actinomycetemcomitans,
Tannerella forsythensis
Porphyromonas gingivalis.
Prevotella intermedia,
Campylobacter rectus,
Treponema denticola
Fusobacterium nucleatum.
Periodonto
Os micro-organismos patogênicos existem em uma comunidade
organizada denominada biofilme. As bactérias que crescem no interior
do biofilme são relativamente protegidas das defesas normais do
hospedeiro e exibem uma resistência aumentada aos antibióticos
administrados local ou sistemicamente.

Lipopolissacarídeos produzidos pelo biofilme são os precipitantes para a


liberação de mediadores inflamatórios catabólicos que levam a perda de
inserção.

A variação da suscetibilidade à periodontite:


influências genéticas na resposta do hospedeiro hereditariedaade
50%
Tabaco 20%
20% a colonização por tipos específicos de bactérias patogênicas
Periodonto
Gengivite associada ao biofilme

O termo gengivite refere-se à inflamação limitada aos tecidos moles que circundam o dente.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A maioria dos casos de gengivite ocorre devido à falta de higiene bucal adequada, que leva ao
acúmulo de placa dental e cálculo.
A frequência de gengivite é alta em todas as faixas etárias
Alterações inflamatórias clinicamente detectáveis da gengiva têm início na infância e aumentam
com a idade
Há um período de suscetibilidade aumentada para gengivite próximo da puberdade (gengivite da
puberdade), com pico de prevalência ocorrendo entre as idades de 9 a 14 anos
Periodonto
Gengivite associada ao biofilme
Além do período da puberdade, mulheres exibem maior
suscetibilidade para gengivite quando são expostas a altos níveis
de progesterona associados à gravidez ou a algumas formas de
anticoncepcionais orais
A inflamação da gengiva pode ser localizada ou generalizada
Perda do aspecto pontilhado da gengiva e surgimento de
sangramento à sondagem leve.
À medida que o processo evolui, a gengiva envolvida torna-se
vermelhobrilhante ou vermelho-vivo; com frequência mostra-se
com margens rombas, com recessão ou hiperplásica
O sangramento ocorre facilmente, e pode ser observado
exsudato no sulco gengival
Periodonto
Gengivite associada ao biofilme
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Infiltrado inflamatório leve constituído de leucócitos
polimorfonucleares que se acumulam no tecido
conjuntivo adjacente ao epitélio sulcular;
linfócitos, plasmócitos e células inflamatórias agudas;
Podem estar presentes áreas de fibrose, hiperemia,
edema e hemorragia.
TRATAMENTO
O tratamento da gengivite consiste na eliminação (se
possível) de qualquer causa conhecida de aumento da
suscetibilidade à doença e melhoria da higiene bucal
para diminuir o acúmulo de placa dental responsável
pelas alterações inflamatórias.
Periodonto
Periodontite crônica
Principal causa de perda de dentes em pacientes com mais de 35 anos de idade;
Aumento da prevalência de periodontite crônica está associado a:
1. Avanço da idade
2. Tabagismo
3. Diabetes melito
4. Osteoporose
5. Infecção pelo HIV
6. Nível socioeconômico baixo
A doença periodontal pode ser demonstrada pelo uso de uma sonda
periodontal.
Bolsas periodontais com mais de 3 a 4 mm de profundidade indicam a
destruição do ligamento periodontal e reabsorção do osso alveolar adjacente.
Radiografias odontológicas de alta qualidade exibem diminuição vertical da
altura do osso ao redor do dente afetado, dente pode ficar com mobilidade.
Periodonto
Periodontite crônica

FATORES RELACIONADOS AO BIOFILME

Os anaeróbios obrigatórios que compõem o complexo


vermelho de Socransky são reconhecidos pelo seu
envolvimento nas doenças periodontais humanas, mas em
pacientes imunocomprometidos os mesmos parecem estar
associados a quadros sépticos mais graves e de tratamento
mais complexo.

Esse estudo objetivou avaliar a ocorrência de


Porphyromonas gingivalis (Pg), Tannerella forsythia (Tf) e
Treponema denticola (Td) no biofilme.
Periodonto
Periodontite crônica

Esses patógenos foram detectados de todos os espécimes clínicos de pacientes com necrose de tecidos moles
bucais. Nos pacientes HIV+, a frequência de detecção de Pg e Tf entre pacientes com periodontite foi 2,8 e 2,1
vezes mais elevada do que a observada nos indivíduos periodontalmente saudáveis.

T. denticola foi detectado apenas nos sítios com necrose, supuração e perda óssea pronunciada. Pg e Tf se
mostraram associados com perda óssea e sangramento gengival.

A presença desses microrganismos esteve associada a odor fétido e dor, o que pode auxiliar o clínico na
escolha de antimicrobianos como auxiliares do tratamento, devendo-se evitar o emprego de β-lactâmicos,
podendo-se associar essas drogas ao metronidazol

https://repositorio.unesp.br/items/b624ad66-bdb8-4cf2-b78f-6b0c9253099d
Periodonto
Periodontite crônica

CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS
Gengivite está presente e o epitélio sulcular que reveste a bolsa apresenta-se hiperplásico, com extensa exocitose
de células inflamatórias agudas.

O tecido conjuntivo adjacente exibe vascularização aumentada e contém um infiltrado de células inflamatórias
que consiste predominantemente em linfócitos e plasmócitos, porém com número variável de leucócitos
polimorfonucleares.

Frequentemente grandes colônias de micro-organismos são encontradas, representando placa dental e cálculo.
Periodonto
Abcesso periodontal

O abscesso periodontal é uma infecção localizada purulenta da gengiva com


envolvimento da inserção periodontal e do osso alveolar adjacentes.

Abscesso gengival: o abscesso pode estar restrito a gengiva marginal ou


interdental sem envolvimento do ligamento periodontal ou osso alveolar
adjacente.

O abscesso periodontal comumente inicia-se de uma lesão periodontal


preexistente

Fatores associados à formação dos abscessos são: fechamento da entrada da


bolsa periodontal, envolvimento de furca ou diabetes. Menos envolvidos são:
trauma, anomalias dentárias e dentes invaginados
Periodonto
Abcesso periodontal
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
O abscesso periodontal aparece como uma zona de aumento gengival em uma área lateral ao dente. A gengiva
acometida pode estar eritematosa e edemaciada, com superfície lisa e vermelha, ou pode ser hemorrágica com
coloração vermelho-escura . Sintomas comuns incluem:
1. Dor pulsante
2. Sensibilidade extrema a palpação da gengiva afetada
3. Sensibilidade, mobilidade ou extrusão do dente adjacente
4. Halitose
5. Linfadenopatia
6. Febre
7. leucocitose e mal-estar (ocasionalmente)
A sondagem ou a pressão suave na gengiva afetada geralmente resulta na saída de pus do sulco gengival. O
abscesso pode drenar através de um trajeto fistuloso, podendo causar alívio da dor, mas quando esse abcesso
voltar a ficar cheio a dor voltará
Periodonto
Abcesso periodontal
CARACTERÍSTICAS HITOPATOLÓGICAS
Gengivite está presente e o epitélio sulcular que reveste a bolsa apresenta-se hiperplásico, com extensa
exocitose de células inflamatórias agudas;

O tecido conjuntivo adjacente exibe vascularização aumentada e contém um infiltrado de células


inflamatórias que consiste predominantemente em linfócitos e plasmócitos, porém com número variável de
leucócitos polimorfonucleares.

Frequentemente grandes colônias de micro-organismos são encontradas, representando placa dental e


cálculo
Abcesso periodontal
Linfócito Fibrose
Periodonto
Pericoronarite
A pericoronarite é um processo inflamatório que aparece nos tecidos
ao redor da coroa de um dente parcialmente erupcionado.

Causas:
Restos de alimentos e bactérias estão presentes abaixo do tecido
gengival que recobre a coroa.
estresse e infecções das vias aéreas superiores

Podem exibir períodos longos de inflamação crônica assintomática

Se os restos alimentares e bactérias forem aprisionados


profundamente dentro deste capuz gengival, então se desenvolve o
abscesso.
Periodonto
Pericoronarite
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Comum em terceiros molares inferiores;

Sintomas: Dor extrema, gosto desagradável e incapacidade de fechamento das arcadas.

A dor pode irradiar para a garganta, ouvido ou soalho bucal.

A área afetada apresentase eritematosa e edematosa, e o paciente frequentemente apresenta linfadenopatia, febre,
leucocitose e mal-estar .

Necroses semelhantes as da GUN podem se desenvolver em áreas de pericoronarite persistente.


Periodonto
Pericoronarite

CARACTERÍSTICAS HITOPATOLÓGICAS

Gengivite está presente e o epitélio sulcular que reveste a bolsa


apresenta-se hiperplásico, com extensa exocitose de células
inflamatórias agudas;

O tecido conjuntivo adjacente exibe vascularização aumentada e


contém um infiltrado de células inflamatórias que consiste
predominantemente em linfócitos e plasmócitos, porém com número
variável de leucócitos polimorfonucleares.

Frequentemente grandes colônias de micro-organismos são


encontradas, representando placa dental e cálculo
Periodonto
Periodontite agressiva
DEFINIÇÃO
A periodontite agressiva acomete indivíduos clinicamente saudáveis, caracteriza-se pela rápida perda de
inserção e destruição óssea e ainda pela agregação familiar
O risco de perdas dentárias e comprometimento da função e estética
Atinge principalmente jovens
Pode ser classificada em localizada, com início na puberdade, resposta intensa dos anticorpos aos
agentes infecciosos, com perdas ósseas proximais localizadas em primeiros molares e incisivos e
envolvendo não mais que dois dentes além destes
Também generalizada, afetando usualmente pessoas abaixo dos 30 anos, no entanto pode se apresentar
em pacientes mais velhos, pobre resposta dos anticorpos aos agentes infecciosos, natureza episódica
pronunciada da perda de inserção e osso alveolar, com perda de inserção interproximal generalizada,
afetando ao menos três dentes permanentes além dos primeiros molares e incisivos
Periodonto
Periodontite agressiva
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

PERIODONTITE AGRESSIVA LOCALIZADA


Começa tipicamente por volta dos 11 a 13 anos
Início por volta da puberdade
Forte resposta de anticorpos séricos aos agentes infecciosos
Perda de inserção localizada nos primeiros molares e incisivos, com o envolvimento de não mais que dois
dentes além dos primeiros molares e incisivos
A taxa de destruição óssea é três a cinco vezes mais rápida que a observada na periodontite crônica
Nas regiões de primeiros molares, as radiografias revelam reabsorção óssea vertical que frequentemente é
bilateral e simétrica
A migração e a mobilidade dos dentes são comuns
Pode haver progressão para a generalizada
A. actinomycetemcomitans parece ser predominante na periodontite agressiva localizada
Periodonto
Periodontite agressiva
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

PERIODONTITE AGRESSIVA GENERALIZADA


Em geral diagnosticada em pacientes com menos de 30 anos, porém pode ocorrer em qualquer
idade
Resposta de anticorpos séricos aos agentes infecciosos deficiente
Destruição intensa secundária ocasional da inserção periodontal e do osso alveolar
Perda generalizada de inserção que deve afetar pelo menos três dentes além dos primeiros molares
e incisivos
A. actinomycetemcomitans, Prevotella intermedia, Porphyromonas gingivalis, Tannerella
forsythensis, Fusobacterium nucleatum, Campylobacter rectus e vários espiroquetas
Periodonto
Periodontite agressiva
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O exame microscópico do tecido de granulação removido de sítios de periodontite agressiva não difere muito
do observado na periodontite crônica.
O diagnóstico definitivo é centrado nos achados clínicos, radiográficos, histopatológicos e microbiológicos,
combinados com o histórico familiar e testes da função leucocitária.

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A terapia frequentemente é baseada em testes microbiológicos para garantir a escolha do agente
antimicrobiano mais apropriado.
raspagem e o alisamento radicular + antibiótico (ex amoxilina)
A reavaliação com profilaxia profissional é executada a cada mês por 6 meses e depois a cada 3 meses.
Espécimes para cultura anaeróbica são obtidos a cada 3 meses nas consultas de manutenção
Os cirurgiões-dentistas devem alertar os pacientes com periodontite agressiva e seus parentes da possibilidade
de transmissão genética da doença
Pacientes fumantes tem pior prognostico e menos efeito da terapia
Lesões hiperplásicas
reativas da cavidade bucal
Lesões hiperplásicas
HIPERPLASIA FIBROSA FOCAL

Também conhecido como: FIBROMA (FIBROMA DE IRRITAÇÃO; FIBROMA TRAUMÁTICO; HIPERPLASIA FIBROSA
FOCAL; NODULO FIBROSO)
O fibroma é o “tumor” mais comum da cavidade oral
Pode ser uma neoplasia verdadeira ou não. Talvez ele possa representar uma hiperplasia reacional do tecido
conjuntivo fibroso em resposta à irritação ou trauma local
Lesões hiperplásicas
HIPERPLASIA FIBROSA FOCAL

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


Mais comum na musosa jugal (linha de oclusão; mordida na bochecha)
A mucosa labial, a língua e a gengiva também são localizações comuns
Podem representar maturação fibrosa de um granuloma piogênico preexistente
Tipicamente, a lesão se apresenta como um nódulo de superfície lisa e coloração rosada
A superfície pode se apresentar branca em decorrência da hiperceratose, resultante da irritação contínua
Podem ser sésseis ou pediculadas,
Maioria com 1,cm de diâmetro
Sem sintomas e mais comum na sexta década da vida

A hiperplasia do freio é um tipo comum de hiperplasia fibrosa que ocorre mais frequentemente no freio labial
superior. Tais lesões se apresentam como pequenos crescimentos exofíticos assintomáticos aderidos à fina
superfície do freio
Lesões hiperplásicas
HIPERPLASIA FIBROSA FOCAL

CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS
aumento de volume nodular de tecido conjuntivo fibroso, recoberto por epitélio escamoso estratificado
Este tecido conjuntivo é usualmente denso e colagenizado
A lesão não é encapsulada e o tecido conjuntivo se mistura gradualmente ao tecido conjuntivo
circunjacente.
Os feixes colágenos podem estar arranjados de forma irradiada, circular, ou aleatoriamente
atrofia das cristas epiteliais devido ao aumento de volume do tecido subjacente
superfície pode exibir hiperceratose secundária a trauma.
Pode ser observada inflamação difusa, principalmente abaixo da superfície epitelial.
inflamação é crônica e consiste principalmente em linfócitos e plasmócitos.
Lesões hiperplásicas
Granuloma piogênico
O granuloma piogênico é um crescimento semelhante a tumor da cavidade oral que, tradicionalmente, tem sido
considerado como tendo natureza não-neoplásica.
Acredita-se que o granuloma piogênico represente uma resposta tecidual a um irritante local ou a um trauma.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
aumento de volume com superfície lisa ou lobulada, que usualmente é pedunculada
A superfície é caracteristicamente ulcerada e varia do rosa ao vermelho ao roxo
tamanho variável, crescimento indolor e sangramento pela intensa vascularização
75% dos casos afetam a gengiva, lábios língua e mucosa jugal pode ser afetada
lesões que se estendem por entre os dentes
predileção pelo gênero feminino, possivelmente devido aos efeitos vasculares dos hormônios femininos
(granuloma gravídico)
A epúlide granulomatosa é um termo usado para descrever crescimentos de tecido de granulação que
algumas vezes surgem em alvéolos dentários pós-extração
Lesões hiperplásicas
Granuloma piogênico

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
proliferação altamente vascular, semelhante ao tecido de granulação
Numerosos canais, pequenos e grandes, delimitados por endotélio, são formados e apresentam-se
obliterados por hemácias.
superfície é ulcerada e substituída por uma espessa membrana fibrinopurulenta.
infiltrado inflamatório misto de neutrófilos, plasmócitos e linfócitos

TRATAMENTO
excisão cirúrgica conservadora, que usualmente é curativa
exame microscópico para afastar o diagnóstico de lesões mais graves.
tratamento deve ser postergado para lesões que se desenvolveram durante a gravidez.
A taxa de recidiva é alta para os granulomas piogênicos removidos durante a gravidez.
Lesões hiperplásicas
Lesão periférica de célula gigante

O granuloma periférico de células gigantes é um crescimento semelhante a tumor relativamente comum na


cavidade oral. Provavelmente não representa uma neoplasia verdadeira, mas sim uma lesão reacional
causada por irritação local ou trauma.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


ocorre exclusivamente na gengiva ou no rebordo alveolar edêntulo, apresentando-se como um aumento de
volume nodular de coloração que varia do vermelho ao vermelho-azulado
lesões menor que 2 cm
A lesão pode ser séssil ou pedunculada, e pode ou não ser ulcerada
desenvolve em qualquer idade
Lesões hiperplásicas
Lesão periférica de célula gigante

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
proliferação de células gigantes multinucleadas permeadas por células mesenquimais volumosas ovoides e
fusiformes
células gigantes podem conter somente poucos núcleos ou várias dúzias
Algumas dessas células podem apresentar núcleos grandes e vesiculosos, enquanto outras demonstram núcleos
pequenos e picnóticos
mitoses são bastante comuns nas células mesenquimais de fundo.
hemorragia abundante
depósito de pigmento de hemossiderina, especialmente na periferia da lesão.
A superfície da mucosa de revestimento encontra-se ulcerada em 50% dos casos.
Geralmente uma zona de tecido conjuntivo denso separa a proliferação de células gigantes da superfície da
mucosa.
Frequentemente, estão presentes células inflamatórias agudas e crônicas.
Lesões hiperplásicas
Lesão periférica de célula gigante

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento do granuloma periférico de
células gigantes consiste na excisão cirúrgica
local, abaixo do osso subjacente. Os dentes
adjacentes devem ser cuidadosamente
raspados para remover qualquer fonte de
irritação e minimizar o risco de recidiva.
Lesões hiperplásicas
Fibroma ossificante periférico

O fibroma ossificante periférico é um crescimento


gengival relativamente comum, que é considerado
mais como uma lesão de natureza reacional do que
de natureza neoplásica.
A patogênese desta lesão é incerta.
pesquisadores acreditam que alguns fibromas
ossificantes periféricos desenvolvam-se
inicialmente como granulomas piogênicos que
sofrem maturação fibrosa e subsequente
calcificação.
O produto mineralizado provavelmente se origina
de células do periósteo ou do ligamento
periodontal.
Lesões hiperplásicas
Fibroma ossificante periférico
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

ocorre exclusivamente na gengiva


Apresenta-se como uma massa nodular, séssil ou pedunculada, que usualmente se origina da papila
interdental.
A coloração varia do vermelho ao rosa, e a superfície é frequentemente, mas nem sempre, ulcerada.
O crescimento provavelmente se inicia como uma lesão ulcerada.
As lesões mais antigas comumente mostram a cicatrização da úlcera e uma superfície intacta.
O fibroma ossificante periférico é uma lesão predominantemente de adolescentes e adultos jovens,
Há uma discreta predileção pelo arco maxilar, e mais de 50% de todos os casos ocorrem na região de
incisivos e caninos
Lesões hiperplásicas
Fibroma ossificante periférico
CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS

proliferação de fibroblastos associada à formação de material mineralizado


O componente fibroblástico profundo geralmente é celular, especialmente nas áreas de mineralização
presença de trabéculas de osteoide não-mineralizado.
Menos frequentemente, são formadas gotas ovoides de material cementoide basofílico.
As calcificações distróficas são caracterizadas por múltiplos grânulos, pequenos glóbulos, ou grandes
aumentos de volume irregulares de material basofílico mineralizado
Em alguns casos, células gigantes multinucleadas podem ser encontradas, usualmente em associação com
o material mineralizado.

TRATAMENTO
O tratamento de escolha para o fibroma ossificante periférico é a excisão cirúrgica local, com o envio do
espécime para o exame histopatológico.
Doenças gengivais
Doenças gengivais
Gengivite ulcerativa necrosante
A infecção frequentemente ocorre na presença de estresse psicológico.
Além do estresse, outros fatores podem estar relacionados ao aumento da frequência de
GUN:
1. Imunossupressão
2. Tabagismo
3. Trauma local
4. Deficiência nutricional
5. Higiene bucal deficiente
6. Sono inadequado
7. Doenças recentes.
AIDS e mononucleose infecciosa, tem sido relacionado ao desenvolvimento de GUN.
Doenças gengivais
Gengivite ulcerativa necrosante
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
é vista com maior frequência em adultos jovens e de meia-idade
Em geral, as papilas afetadas estão rombas e demonstram áreas deprimidas de
necrose crateriforme, que são cobertas por uma pseudomembrana cinzenta
Odor fétido, dor intensa, hemorragia espontânea e acúmulo de tecido necrosado
são observados
Outras características clínicas ocasionais incluem linfadenopatia, febre e mal-
estar
O processo às vezes pode levar à perda de inserção e o desenvolvimento de
periodontite associada (periodontite ulcerativa necrosante) ou estender-se aos
tecidos moles adjacentes (mucosite ulcerativa necrosante, estomatite necrosante)
Se a infecção necrosante se estender através da mucosa até a pele da face, então
é normalmente chamada noma (cancrum oris)
Doenças gengivais
Gengivite ulcerativa necrosante
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
As características histopatológicas da GUN não são específicas
as papilas gengivais afetadas demonstram superfícies ulceradas cobertas por uma membrana
fibrinopurulenta espessa
A lâmina própria subjacente demonstra um intenso infiltrado inflamatório agudo ou misto e extensa
hiperemia
Material necrótico e extensa colonização bacteriana

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A área acometida é mais bem-tratada com o debridamento obtido com a raspagem, curetagem ou instrumentação
com ultrassom
A GUN demonstra uma resolução rápida após a remoção das bactérias desencadeadoras
O tratamento deve incluir instruções sobre higiene bucal e motivação do paciente
Medicação associada para febre ou linfadenopatia
Doenças gengivais
Hiperplasia gengival medicamentosa
A hiperplasia gengival associada a medicamentos se refere a um crescimento anormal dos
tecidos gengivais secundário ao uso de medicamentos sistêmicos.
Dos medicamentos discutidos, a ciclosporina parece ser o que menos responde quando é
instituído um rigoroso programa de higiene bucal; mesmo com este medicamento,
entretanto, a eliminação da inflamação gengival resulta em melhora clínica notável. Além
disso, o grau de hiperplasia gengival associada a medicamentos parece ser marcadamente
maior em tabagistas
Como pacientes jovens fazem uso de fenitoína mais frequentemente, a hiperplasia gengival
induzida por este medicamento é um problema
Casos associados ao uso de bloqueadores dos canais de cálcio ocorrem sobretudo em adultos
de meiaidade ou idosos
Doenças gengivais
Hiperplasia gengival medicamentosa

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

Após 1 a 3 meses de uso do medicamento, os aumentos originam-se nas


papilas interdentais e se espalham pela superfície dos dentes
Em casos extensos, a gengiva hiperplásica pode cobrir uma parte da coroa
(ou toda) de muitos dos dentes envolvidos
A extensão lingual ou oclusal dos aumentos pode interferir com a fala e
mastigação.
Áreas edêntulas em geral não são afetadas
Na ausência de inflamação, a gengiva aumentada apresenta-se com
coloração normal e firme, com superfície que pode ser lisa, pontilhada ou
granular. Com inflamação, a gengiva afetada se torna vermelho-escura e
edematosa, com uma superfície que é friável, sangra com facilidade e,
ocasionalmente, é ulcerada.
Doenças gengivais
Hiperplasia gengival medicamentosa

CARACTERÍSTICAS HITOPATOLÓGICAS
tecido de composição aparentemente normal em excesso
O epitélio superficial pode demonstrar alongamento das projeções epiteliais com longas extensões para
a lâmina própria subjacente
Em pacientes com inflamação secundária, há um aumento da vascularização e um infiltrado
inflamatório crônico, constituído especialmente por linfócitos e plasmócitos

TRATAMENTO
A suspensão do medicamento causador pelo médico comumente resulta em interrupção e,
possivelmente, alguma regressão do aumento gengival; mesmo a substituição de um medicamento por
outro pode ser benéfica.
Intervenção cirúrgica se for de muito incomodo estético.
Doenças gengivais
Gengivoestomatite herpépitica primária e recorrente
Doenças gengivais
Líquen plano
O líquen plano é uma doença dermatológica crônica relativamente comum, que
com frequência afeta a mucosa bucal.
materiais estranhos que são inadvertidamente incorporados à gengiva podem
desencadear uma resposta do hospedeiro que é denominada gengivite
liquenoide de corpo estranho

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
A maioria dos pacientes com líquen plano é de adultos de meia idade, sendo
raro o acometimento em crianças.
Mulheres mais afetadas
As lesões de pele do líquen plano são classicamente descritas como pápulas
poligonais, púrpuras e pruriginosas (Fig. 16-90). Em geral, afetam as superfícies
flexoras das extremidades
Um exame cuidadoso da superfície das pápulas da pele revela linhas brancas
finas semelhantes a um rendilhado (estrias de Wickham).
Doenças gengivais
Líquen plano
LÍQUEN PLANO RETICULAR
Mais comum que a forma erosiva
normalmente não causa sintomas e envolve a região posterior da mucosa jugal bilateralmente
Outras áreas da mucosa bucal também podem estar envolvidas concomitantemente, como a borda lateral e o
dorso da língua, a gengiva, o palato, e o vermelhão labial
padrão característico de linhas brancas entrelaçadas (também conhecido como estrias de Wickham); no
entanto, as lesões brancas podem, em alguns casos, apresentar-se como pápulas.
O padrão reticular pode não ser tão evidente em algumas localizações, como no dorso da língua, onde as
lesões se apresentam como placas ceratóticas com atrofia das papilas
mucoceles superficiais podem se desenvolver no interior ou adjacente às áreas de mucosa que estão
envolvidas pelo líquen plano
Doenças gengivais
Líquen plano
Doenças gengivais
Líquen plano
LÍQUEN PLANO EROSIVO
Menos comum que a forma reticular
lesões geralmente são sintomáticas.
Clinicamente, observam-se áreas eritematosas,
atróficas, com graus variáveis de ulceração
central.
A periferia das regiões atróficas geralmente é
circundada por finas estrias brancas irradiadas
a atrofia e ulceração estão confinadas à mucosa
gengival produzindo gengivite descamativa
Se o componente erosivo for grave, pode
ocorrer separação entre o epitélio e o tecido
conjuntivo subjacente, resultando no líquen
plano bolhoso
Doenças gengivais
Líquen plano
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Graus variáveis de ortoceratose e paraceratose podem estar presentes na superfície do epitélio
A espessura da camada espinhosa também pode variar. As cristas epiteliais podem estar ausentes ou
hiperplásicas, mas classicamente são pontiagudas ou têm forma de “dentes de serra”
A destruição da camada de células basais do epitélio (degeneração hidrópica) também é evidente,
sendo acompanhada por um intenso infiltrado inflamatório semelhante a uma faixa,
predominantemente de linfócitos T logo abaixo do epitélio subjacente
Ceratinócitos em degeneração podem ser observados em áreas do epitélio e na interface do tecido
conjuntivo e têm sido denominados de corpos coloides, citoides, hialinos, ou de Civatte
As características imunopatológicas do líquen plano são inespecíficas. A maioria das lesões mostra a
deposição de uma banda desalinhada de fibrinogênio na zona da membrana da basal
Doenças gengivais
Líquen plano
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do líquen plano reticular frequentemente pode ser realizado apenas com os achados clínicos.
As estrias brancas entrelaçadas que aparecem bilateralmente na região posterior da mucosa jugal são
praticamente patognomônicas.
O líquen plano erosivo é algumas vezes mais difícil de ser diagnosticado do que a forma reticular. Caso as
típicas estrias brancas irradiadas e áreas eritematosas da mucosa atrófica estejam presentes na periferia das
ulcerações bem-demarcadas na região posterior da mucosa jugal bilateral, o diagnóstico pode ser
estabelecido sem o suporte dos achados histopatológicos. Contudo, a biópsia é muitas vezes necessária para
afastar outras doenças erosivas ou ulcerativas, como o lúpus eritematoso ou a estomatite ulcerativa crônica

TRATAMENTO
O líquen plano reticular normalmente não produz sintomas e nenhum tratamento é necessário.
O líquen plano erosivo com frequência é incômodo para o paciente, devido à dor na cavidade bucal. Por ser
uma condição mediada imunologicamente, os corticosteroides são recomendados
Doenças gengivais
Pênfigo vulgar
O pênfigo vulgar é a mais comum dessas doenças. Mesmo assim, ele não é observado com muita frequência.
Se não tratada, muitas vezes resulta na morte do paciente.
As bolhas que caracterizam essa doença ocorrem devido a uma produção anormal, por razões desconhecidas,
de autoanticorpos que são dirigidos contra glicoproteínas de superfície da célula epidérmica, desmogleína 3 e
desmogleína 1.
Essas desmogleínas são componentes do desmossomos (estruturas de adesão entre as células epiteliais) e os
autoanticorpos atacam esses componentes desmossomais, inibindo a interação molecular que é responsável
pela aderência
Como resultado desse ataque imunológico aos desmossomos, uma fenda se desenvolve dentro do epitélio,
causando a formação de uma bolha intraepitelial
A desmogleína 3 é preferencialmente expressa na camada parabasal da epiderme e do epitélio bucal,
enquanto que a desmogleína 1 é encontrada principalmente na camada superficial da epiderme, com
expressão mínima no epitélio bucal
Doenças gengivais
Pênfigo vulgar
DESMOGLEÍNA 3
podem exibir histopatologicamente uma fenda intraepitelial acima da camada basal, e clinicamente formam-
se bolhas de pênfigo vulgar na mucosa bucal.

DESMOGLEÍNA 1
exibirão histopatologicamente fenda intraepitelial superficial na epiderme, porém a mucosa bucal não será
afetada. Clinicamente, as lesões finas, avermelhadas e descamativas do pênfigo foliáceo ou pênfigo
eritematoso serão evidentes.

*Ocasionalmente, uma erupção bucal e cutânea semelhante ao pênfigo pode ocorrer em pacientes utilizando
determinados medicações ou em pacientes com neoplasias malignas, especialmente as neoplasias malignas
linforreticulares.
Doenças gengivais
Pênfigo vulgar
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
As manifestações iniciais do pênfigo vulgar frequentemente envolvem a
mucosa bucal, em geral em adultos
Os pacientes normalmente queixam-se de dor na mucosa bucal, e o exame
clínico exibe erosões superficiais e irregulares e ulcerações distribuídas
aleatoriamente na mucosa bucal
Acima de 50% dos pacientes desenvolvem lesões bucais antes do aparecimento
das lesões cutâneas
O envolvimento ocular é observado com menos frequência, normalmente
apresentando-se como uma conjuntivite bilateral
as lesões oculares do pênfigo não tendem a produzir cicatrizes e formação de
simbléfaro
Uma das características do pênfigo vulgar é que a bolha que pode ser induzida
em pele de aparência normal se uma pressão lateral firme for exercida. Isto é
chamado de sinal Nikolsky positivo.
Doenças gengivais
Pênfigo vulgar
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
separação intraepitelial característica, que ocorre logo acima da camada de células basais do epitélio
Algumas vezes, toda a camada superficial do epitélio está descamada, deixando somente as células basais, que
são descritas sendo semelhantes a “fileira de pedras de sepulturas”.
As células da camada espinhosa do epitélio de superfície apresentam-se tipicamente separadas, uma
característica que tem sido denominada acantólise
as células soltas tendem a assumir uma forma arredondada . Essa característica do pênfigo vulgar pode ser
utilizada para realizar o diagnóstico baseado na identificação dessas células arredondadas (células de Tzanck)
infiltrado inflamatórias crônicas normalmente é observado no tecido conjuntivo subjacente.
O diagnóstico do pênfigo vulgar deve ser confirmado pelo exame da imunofluorescência. Com este
procedimento, anticorpos (normalmente IgG ou IgM) e componentes do sistema complemento (normalmente
C3) podem ser demonstrados nos espaços intercelulares entre as células epiteliais
Doenças gengivais
Doenças gengivais
Pênfigo vulgar

TRATAMENTO
o tratamento consiste basicamente em corticosteroides sistêmicos (geralmente prednisona), muitas vezes em
combinação com outros medicamentos imunossupressores (denominados agentes poupadores de esteroides),
como a azatioprina
Doenças gengivais
Penfigoide das membranas mucosas

As evidências acumuladas sugerem que o penfigoide das


membranas mucosas representa um grupo de doenças bolhosas
mucocutâneas crônicas, de origem autoimune, no qual
autoanticorpos ligados aos tecidos são dirigidos contra um ou
mais componentes da membrana basal
O penfigoide cicatricial é caracterizado uando a mucosa
conjuntival é afetada, as cicatrizes resultantes são os aspectos
mais significativos desta doença, pois invariavelmente resulta em
cegueira, a menos que seja reconhecida e tratada
Doenças gengivais
Penfigoide das membranas mucosas

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
O penfigoide das membranas mucosas geralmente afeta adultos, preferencialmente mulheres
As lesões bucais são observadas na maioria dos pacientes, mas outras localizações, como as mucosas
conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e a vaginal, bem como a pele.
As lesões bucais do penfigoide se iniciam como vesículas ou bolhas,as bolhas no penfigoide se formam em
localização subepitelial
Posteriormente as bolhas bucais se rompem, deixando uma área extensa de ulceração superficial e áreas
desnudas de mucosa . As lesões ulceradas são geralmente dolorosas e podem persistir por semanas a meses,
se não forem tratadas
O envolvimento gengival produz um padrão de reação clínica denominado gengivite descamativa
A complicação mais significativa do penfigoide das membranas mucosas, no entanto, é o envolvimento
ocular.
Doenças gengivais
Doenças gengivais
Penfigoide das membranas mucosas

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS -Ocular


A alteração inicial é a fibrose subconjuntival. Com a progressão da doença, a conjuntiva torna-se
inflamada e erodida. As tentativas de cura levam à formação de uma cicatriz entre a conjuntiva bulbar (que
reveste o globo ocular) e a conjuntiva palpebral (que reveste a superfície interna da pálpebra), resultando
em aderências denominadas simbléfaros. Por fim, a cicatrização pode fazer com que a pálpebra fique
voltada para dentro (entrópio), permitindo que os cílios entrem em contato com a córnea e o globo ocular
(triquíase). A cicatrização pode obstruir a abertura da glândula lacrimal e com a ausência de lágrimas, o
olho torna-se extremamente seco. Em seguida, a córnea produz ceratina como um mecanismo protetor; no
entanto, a ceratina é um material opaco, e pode resultar em cegueira. O estágio final do envolvimento
ocular pode também ser caracterizado pela aderência entre as pálpebras superiores e inferiores.
Doenças gengivais
Penfigoide das membranas mucosas
Doenças gengivais
Penfigoide das membranas mucosas

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
A biópsia da mucosa perilesional exibe uma separação entre o
epitélio de superfície e o tecido conjuntivo subjacente na região da
membrana basal.
Um leve infiltrado inflamatório crônico está presente na
submucosa superficial.
Os depósitos imunes consistem principalmente em IgG e C3,
embora IgA e IgM também possam ser identificadas
Cistos Bucais
Cistos do Desenvolvimento
Por definição, um cisto é uma cavidade patológica (muitas vezes preenchida por líquido) que é revestida por
epitélio
Independentemente da sua origem, os cistos se desenvolvem na região oral e maxilofacial, tendem a
aumentar lentamente de tamanho, possivelmente em resposta a um ligeiro aumento da pressão hidrostática
luminal.

Cistos palatinos do recém nascido; Pérolas de Epstein; Nódulos de Bohn


Pequenos cistos de desenvolvimento são comuns no palato de crianças recém-nascidas
Origem de duas maneiras:
Na primeira, quando os processos palatinos se encontram e se fusionam na linha média, durante a vida
embrionária para formar o palato secundário, pequenas ilhas epiteliais podem ficar aprisionadas por baixo
da superfície tecidual ao longo da rafe palatina e formar cistos.
Na segunda, estes cistos poderiam surgir de remanescentes epiteliais oriundos do desenvolvimento de
glândulas salivares menores do palato.
Cistos do Desenvolvimento
Cistos palatinos do recém nascido; Pérolas de Epstein; Nódulos de Bohn
as pérolas de Epstein ocorrem ao longo da rafe palatina mediana e provavelmente surgem de epitélio
aprisionado ao longo da linha de fusão
Os nódulos de Bohn estão espalhados pelo palato duro, muitas vezes próximo à junção entre os palatos, e
acredita-se que sejam derivados de glândulas salivares menores

CARACTERÍSITCAS CLÍNICAS
Os cistos palatinos do recém-nascido são muito comuns e têm sido relatados em 65% a 85% dos neonatos.
Os cistos são pequenos, variando de 1 a 3 mm, apresentando-se na forma de pápulas brancas ou branco-
amareladas que aparecem preferencialmente ao longo da linha média, na junção do palato duro e mole
É observado em um grupo de dois a seis cistos, embora as lesões também possam ocorrer isoladamente.
Cistos do Desenvolvimento
Cistos palatinos do recém nascido; Pérolas de Epstein; Nódulos de Bohn

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O exame microscópico revela cistos preenchidos por ceratina, revestidos por
epitélio escamoso estratificado. Algumas vezes, estes cistos mostram uma
comunicação com a superfície mucosa.

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Os cistos palatinos do recém-nascido são lesões inócuas, e nenhum
tratamento é necessário. Eles sofrem regressão espontânea e raramente são
observados quando a criança apresenta várias semanas de vida.
Provavelmente, o epitélio degenera, ou o cisto se rompe para a superfície
mucosa e elimina a ceratina contida
Cistos do Desenvolvimento
Cisto Nasolabial
O cisto nasolabial é um cisto do desenvolvimento raro que ocorre no lábio superior, lateral à linha média
Uma teoria considera o cisto nasolabial um cisto “fissural” originado de remanescentes epiteliais
aprisionados ao longo da linha de fusão do processo maxilar, processo nasal mediano e processo nasal
lateral.
Uma segunda teoria sugere que estes cistos desenvolvam-se pela deposição ectópica do epitélio do ducto
nasolacrimal, devido à sua localização e aspecto histológico semelhantes

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


O cisto nasolabial apresenta-se como um aumento de volume do lábio superior lateral à linha média,
resultando na elevação da asa do nariz
Ocasionalmente, esta expansão pode resultar em obstrução nasal ou interferir na utilização de uma prótese.
Dor é rara a não ser quando tem reinfecção secundária
O cisto pode se romper espontaneamente e drenar para a cavidade oral ou nasal
Ocasionalmente, pode ocorrer reabsorção do osso subjacente pela pressão exercida pelo cisto.
Cistos do Desenvolvimento
Cisto Nasolabial

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


O cisto nasolabial é caracteristicamente revestido por epitélio colunar pseudoestratificado, exibindo muitas vezes
células caliciformes e ciliadas
A parede do cisto é composta de tecido conjuntivo fibroso com tecido muscular esquelético adjacente.
A inflamação pode ser observada quando a lesão está infectada secundariamente.

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento de eleição consiste na remoção cirúrgica total por acesso intraoral. Como a lesão geralmente está
próxima ao soalho nasal, muitas vezes é necessário retirar uma parte da mucosa nasal para garantir a remoção
completa da lesão. A recidiva é rara. Recentemente foi sugerida uma abordagem alternativa via cavidade nasal
que permite a marsupialização endoscópica da lesão.
Cistos do Desenvolvimento
Cisto Nasolabial
Cistos do Desenvolvimento
Cisto do ducto nasopalatino

O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não odontogênico


mais comum da cavidade oral, ocorrendo em cerca de 1%
da população.
Acredita-se que ele se origine de remanescentes do ducto
nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga a
cavidade nasal e oral na região do canal incisivo.
Cistos do Desenvolvimento
Cisto do ducto nasopalatino

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


mais comum na quarta a sexta décadas de vida, preferência para o sexo masculino
Os sinais e sintomas mais comuns incluem tumefação da região anterior do palato, drenagem e dor, mas a
maioria dos casos é indolor
As radiografias demonstram uma lesão radiolúcida bem-circunscrita próxima ou na linha média da região
anterior de maxila, entre os ápices dos incisivos centrais
.A lesão em geral é redonda ou oval, com uma margem esclerótica.
Alguns cistos podem ter um formato de pera invertida
a maioria dos cistos varia de 1 a 2,5 cm, com diâmetro médio de 1,5 a 1,7 cm
Em raras ocasiões, um cisto do ducto nasopalatino pode se desenvolver nos tecidos moles da papila incisiva
sem qualquer envolvimento ósseo. Estas lesões são frequentemente chamadas de cistos da papila incisiva,
possui coloração azulada.
Cistos do Desenvolvimento
Cisto do ducto nasopalatino

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O epitélio de revestimento dos cistos do ducto nasopalatino é variável
Frequentemente, mais de um tipo de epitélio é encontrado no mesmo cisto. O epitélio escamoso estratificado é
o mais comum, estando presente em três quartos de todos os cistos
Cistos que se desenvolvem mais superiormente no canal, próximos à cavidade nasal, tendem a apresentar
epitélio respiratório, enquanto que aqueles localizados próximos à cavidade oral geralmente exibem epitélio
escamoso
resposta inflamatória é notada na parede cística e pode variar de suave a intensa. Tal inflamação é de natureza
crônica e composta por linfócitos, plasmócitos e histiócitos. Algumas vezes, células inflamatórias agudas
(neutrófilos) podem ser observadas.
Cistos do Desenvolvimento
Cisto do ducto nasopalatino

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Os cistos do ducto nasopalatino são
tratados por enucleação cirúrgica. A
biópsia é recomendada, porque a
lesão não é diagnosticada por
radiográfia e existem outras lesões
benignas e malignas semelhantes ao
cisto do ducto nasopalatino
Cistos do Desenvolvimento
Cisto linfoepitelial oral
O cisto linfoepitelial oral é uma lesão rara da cavidade oral, que se desenvolve dentro do tecido linfoide oral.
é possível que os cistos linfoepiteliais orais possam se desenvolver de epitélio da mucosa de superfície ou do epitélio
de glândula salivar que ficou retido no tecido linfoide durante a embriogênese.
Foi sugerido ainda que estes cistos possam surgir de ductos excretores da glândula sublingual ou de glândulas
salivares menores, e que o tecido linfoide associado representa uma resposta imunológica secundária.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
O cisto linfoepitelial oral apresenta-se como uma massa submucosa pequena, geralmente menor que 1 cm de
diâmetro
O cisto pode ser firme ou mole à palpação, e a mucosa de revestimento é macia e não ulcerada
a lesão é branca ou amarela e muitas vezes contém em sua luz ceratina com aspecto caseoso ou cremoso
O cisto geralmente é assintomático, embora, ocasionalmente, alguns pacientes queixem-se de tumefação ou
drenagem
Mais frequente em adultos jovens
Se desenvolvem em soalho bucal, lateral da língua e ventre e amígdala palatina ou no palato mole
Cistos do Desenvolvimento
Cisto linfoepitelial oral

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
cavidade cística revestida por epitélio escamoso estratificado sem projeções
para o conjuntivo
Este epitélio é classicamente paraceratinizado com células epiteliais
descamadas preenchendo a luz do cisto
O achado mais notável é a presença de tecido linfoide na parede cística
Usualmente, mas nem sempre, os centros germinativos podem estar presentes

TRATAMENTO
O cisto linfoepitelial oral é em geral tratado pela excisão cirúrgica e a recidiva
geralmente não ocorre. Pelo fato de a lesão ser assintomática e inócua, a
biópsia nem sempre é necessária, desde que a lesão seja característica o
bastante para o diagnóstico ser feito com base na clínica.
Cistos do Odontogênicos
Cisto dentígero

O cisto dentígero é definido como um cisto que se origina pela separação do folículo que fica ao redor da
coroa de um dente incluso
O cisto dentígero envolve a coroa de um dente impactado e se conecta ao dente pela junção amelocementária
A patogênese desse cisto é incerta, mas aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de fluido entre o
epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


mais frequentemente, terceiros molares inferiores
Ocasionalmente, podem estar associados a dentes supranumerários ou a odontomas.
são descobertos mais frequentemente em pacientes entre 10 e 30 anos
Há uma leve predileção pelo sexo masculino e maior prevalência em brancos do que em negros
Cistos dentígeros pequenos em geral são completamente assintomáticos
Cistos do Odontogênicos
Cisto dentígero

Os cistos dentígeros podem atingir tamanho considerável e grandes cistos


podem estar associados à expansão indolor do osso na área envolvida.
Lesões extensivas podem resultar em assimetria facial.
Os cistos dentígeros podem se tornar infectados e associados à dor e
edema
Radiograficamente, o cisto dentígero mostra tipicamente uma área
radiolúcida unilocular que está associada à coroa de um dente incluso
Os cistos dentígeros podem deslocar o dente envolvido, alcançando
distâncias consideráveis.
Pode ocorrer a reabsorção radicular de um dente adjacente erupcionado.
Para a lesão ser considerada como um cisto dentígero, alguns
investigadores acreditam que o espaço radiolúcido que envolve a coroa do
dente deve ser de aproximadamente 3 a 4 mm de diâmetro.
Cistos do Odontogênicos
Cisto dentígero

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
As características histopatológicas do cisto dentígero variam, dependendo de se o cisto está inflamado ou não
No cisto dentígero não inflamado, a cápsula de tecido conjuntivo fibroso está arranjada frouxamente e contém
considerável substância fundamental amorfa composta por glicosaminoglicanos. O revestimento epitelial
consiste em duas a quatro camadas de células achatadas não ceratinizadas, e a interface entre o epitélio e o
tecido conjuntivo é plana
No cisto dentígero inflamado, que é razoavelmente comum, a cápsula fibrosa é mais colagenizada, com um
infiltrado inflamatório crônico variável. O revestimento epitelial pode mostrar quantidades variáveis de
hiperplasia com o desenvolvimento de cristas epiteliais e características escamosas mais definidas. Pequenos
ninhos de células sebáceas podem ser notados raramente dentro da parede cística
O exame macroscópico da parede de um cisto dentígero pode revelar uma ou muitas áreas de espessamento
na superfície do lúmen
a consideração mais importante a ser feita é certificar-se de que a lesão não representa um processo
patológico mais significativo (p. ex., um ceratocisto odontogênico ou um ameloblastoma)
Cistos do Odontogênicos
Cisto dentígero
Cistos do Odontogênicos
Cisto dentígero

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento usual para um cisto dentígero é a cuidadosa enucleação do cisto juntamente com a remoção do
dente não erupcionado. Se a erupção do dente envolvido for considerada possível, então o dente pode ser
deixado em seu local após a remoção parcial da cápsula cística
Grandes cistos dentígeros também podem ser tratados por meio de marsupialização, que permite a
descompressão do cisto, com resultante redução no tamanho do defeito ósseo. O cisto pode então ser excisado
em um momento posterior, com um procedimento cirúrgico menos extenso
O prognóstico para a maioria dos cistos dentígeros é excelente, e raramente nota-se recidiva após a remoção
completa do cisto
possibilidade de o revestimento de um cisto dentígero sofrer transformação neoplásica para um
ameloblastoma
Cistos do Odontogênicos
Cisto de erupção

O cisto de erupção é o análogo, nos tecidos moles, do cisto


dentígero. O cisto se desenvolve como resultado da separação do
folículo dentário da coroa de um dente em erupção que já está
posicionado nos tecidos moles que recobrem o osso alveolar

Provavelmente, os cistos se desenvolveram devido a uma


deposição de colágeno no tecido conjuntivo gengival, o que
resultou em um teto pericoronário mais espesso e menos
penetrável
Cistos do Odontogênicos
Cisto de erupção

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS

O cisto de erupção surge como um aumento de volume de consistência mole, frequentemente translúcido, na
mucosa gengival que recobre a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção. A maioria dos
exemplos é observada em crianças com menos de 10 anos de idade
a lesão é mais comumente associada a incisivos centrais decíduos inferiores, a primeiros molares
permanentes e a incisivos decíduos superiores.
O trauma em sua superfície pode resultar em uma quantidade considerável de sangue no fluido cístico, o que
concede uma cor azul a marromarroxeada ao cisto. Essas lesões algumas vezes são denominadas de
hematoma de erupção
Cistos do Odontogênicos
Cisto de erupção

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Eles exibem o epitélio oral de superfície na porção superior. A
lâmina própria subjacente mostra infiltrado inflamatório variável.
A porção profunda do espécime, que representa o teto do cisto,
mostra uma fina camada de epitélio escamoso não ceratinizado

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Pode não haver necessidade de tratamento porque o cisto geralmente
se rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Se isso não
acontecer, então a simples excisão do teto do cisto geralmente permite
a rápida erupção do dente.
Cistos do Odontogênicos
Cerarocisto odontogênico

O ceratocisto odontogênico é uma forma diferente de cisto odontogênico do desenvolvimento que surge a
partir dos restos celulares da lâmina dental
seu crescimento pode estar relacionado a fatores desconhecidos, inerentes ao próprio epitélio ou à atividade
enzimática na parede cística

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


Os ceratocistos odontogênicos podem ser encontrados em pacientes com idade variável,leve preferÊncia por
homens
A mandíbula é acometida em 60% a 80% dos casos
Pequenos ceratocistos odontogênicos geralmente são assintomáticos e descobertos somente durante o curso
de um exame radiográfico. Ceratocistos odontogênicos de grandes dimensões podem estar associados a dor,
edema ou drenagem
Cistos do Odontogênicos
Cerarocisto odontogênico

Os ceratocistos odontogênicos tendem a crescer em uma


direção ântero-posterior, dentro da cavidade medular do osso,
sem causar expansão óssea óbvia
Múltiplos ceratocistos odontogênicos podem estar presentes e
tais pacientes devem ser avaliados em busca de outras
manifestações da síndrome do carcinoma nevoide basocelular
(Gorlin)
O diagnóstico de ceratocisto odontogênico baseia-se nas
características histopatológicas. Os achados radiográficos,
apesar de serem frequentemente sugestivos, não são
diagnósticos
Cistos do Odontogênicos
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

O ceratocisto odontogênico exibe tipicamente uma cápsula delgada


O lúmen cístico pode conter um líquido claro semelhante a
transudato seroso ou pode estar preenchido por um material caseoso
que, ao exame microscópico, consiste de restos em ceratinócitos
O revestimento epitelial é composto por uma camada uniforme de
epitélio escamoso estratificado
A camada basal epitelial é composta por uma camada em paliçada de
células epiteliais coloidais ou colunares, que frequentemente são
hipercromáticas
Cistos do Odontogênicos
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS

Pequenos cistos, cordões ou ilhas satélites de epitélio odontogênico podem ser observados na cápsula
fibrosa
Alguns investigadores reconhecem uma variante microscópica ortoceratinizada e incluem tal lesão como
um subtipo do ceratocisto odontogênico. Contudo, esses cistos não demonstram a camada basal
hipercromática e em paliçada, que é tão característica dos verdadeiros ceratocistos odontogênicos. Além
disso, o comportamento clínico desses cistos ortoceratinizados difere marcantemente daquele dos típicos
cistos paraceratinizados descritos nesta seção.
Cistos do Odontogênicos
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

a confirmação histopatológica é requerida para o diagnóstico definitivo.


tratamento através de enucleação e curetagem.
A remoção completa de um cisto em uma única peça frequentemente é difícil devido à natureza delgada e
friável de sua parede cística
Em contraste com outros cistos odontogênicos, os ceratocistos odontogênicos com frequência tendem a
recorrer após o tratamento
O acompanhamento clínico e radiográfico a longo prazo é, portanto, necessário.
Marsupialização: Esse tratamento descompressivo resulta em espessamento do revestimento cístico,
permitindo uma remoção mais fácil, com uma taxa de recidiva aparentemente mais baixa.
o prognóstico geral para a maioria dos ceratocistos odontogênicos é bom.
Os pacientes com ceratocistos odontogênicos devem ser avaliados para manifestações da síndrome do
carcinoma nevoide basocelular
Cistos do Odontogênicos
Cisto odontodogênico ortoqueratinizado

apenas se refere a um cisto odontogênico que microscopicamente apresenta um revestimento epitelial


ortoceratinizado
Os cistos odontogênicos ortoceratinizados representam de 7% a 17% de todos os cistos ceratinizantes dos ossos
gnáticos

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


ocorrem predominantemente em adultos jovens e mostram uma razão de 2:1 entre homens e mulheres.
A lesão ocorre duas vezes mais frequentemente na mandíbula
Eles não apresentam características clínicas ou radiográficas que os diferenciem de outros cistos
A lesão usualmente surge como uma imagem radiolúcida unilocular ou multilocular
O tamanho pode variar de menos de 1cm até grandes lesões, maiores do que 7cm de diâmetro.
Cistos do Odontogênicos
Cistos do Odontogênicos
Cisto odontodogênico ortoqueratinizado

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O revestimento cístico é composto por epitélio escamoso estratificado, que
mostra uma superfície ortoceratinizada de espessura variada. Os grânulos
de cerato-hialina podem ser proeminentes na camada superficial do epitélio
subjacente à ortoceratina. O revestimento epitelial pode ser relativamente
delgado, e uma camada basal em paliçada proeminente, característica do
ceratocisto odontogênico, não está presente

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
A enucleação seguida de curetagem é o tratamento usual para os cistos
odontogênicos ortoceratinizados.
As recidivas raramente têm sido observada
não estão associados à síndrome do carcinoma nevoide basocelular
Cistos do Odontogênicos
Cisto gengival do recém nascido
Os cistos gengivais do recém-nascido são pequenos, superficiais e com conteúdo de ceratina, que são encontrados na
mucosa alveolar de crianças. Esses cistos se originam dos remanescentes da lâmina dental. desaparecem
espontaneamente através de sua ruptura dentro da cavidade oraL.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Os cistos gengivais do recém-nascido surgem como pequenas pápulas esbranquiçadas, geralmente múltiplas, na
mucosa que recobre o processo alveolar dos neonatos.
tamanho: 2 a 3 mm

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Revestimento epitelial delgado e achatado, com uma superfície luminal paraceratótica. O lúmen contém fragmentos
de ceratina

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Nenhum tratamento e prognóstico bom
Cistos do Odontogênicos
Cistos do Odontogênicos
Cisto gengival do adulto

O cisto gengival do adulto é uma lesão incomum. Considera-se que represente a contraparte em tecidos moles do
cisto periodontal lateral

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Como o cisto periodontal lateral, o cisto gengival do adulto mostra uma predileção marcante para ocorrência na
região de canino e pré-molares inferiores
mais comumente encontrados em pacientes na quinta e sexta décadas de vida.
Eles estão, quase que invariavelmente, localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar.
Clinicamente, os cistos aparecem como um nódulo indolor, em forma de cúpula, em geral com menos de 0,5 cm
de diâmetro
Eles frequentemente são de cor azulada ou cinza-azulada.
Em alguns casos, o cisto pode causar uma “reabsorção em taça” superficial do osso alveolar, se torna aparente
quando o cisto é excisado. Se houver ausência de maior quantidade de osso pode se dizer que é um cisto
periodontal lateral
Cistos do Odontogênicos
Cisto gengival do adulto

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
revestimento epitelial delgado e achatado, com ou sem placas
focais que contêm células claras
Pequenos ninhos de células claras ricas em glicogênio, que
representam restos de lâmina dental, também podem ser
observados no tecido conjuntivo circunjacente

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O cisto gengival do adulto responde bem à simples excisão
cirúrgica. O prognóstico é excelente.
Cistos do Odontogênicos
Cisto periodontal lateral

O cisto periodontal lateral é um tipo incomum de cisto odontogênico do desenvolvimento que ocorre tipicamente
ao longo da superfície radicular lateral de um dente. Acredita-se que surja dos restos da lâmina dental e represente
a contraparte intra-óssea do cisto gengival do adulto

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


lesão assintomática que somente é detectada durante um exame radiográfico
Ocorre com maior frequência em pacientes da quinta à sétima décadas de vida
Cerca de 75% a 80% dos casos ocorre na região de pré molares, canino e incisivo lateral inferiores.
Radiograficamente, o cisto aparece como uma área radiolúcida localizada lateralmente à raiz ou raízes de dentes
com vitalidades. A maioria desses cistos possui menos de 1,0cm em seu maior diâmetro
Ocasionalmente, a lesão pode apresentar um aspecto policístico, Macro e microscopicamente, exibem um aspecto
de cachos de uva devido aos pequenos cistos individuais
possivelmente surgindo como resultado de degeneração cística e subsequente fusão de focos adjacentes de restos
da lâmina dental
Cistos do Odontogênicos
Cisto periodontal lateral

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O cisto periodontal lateral apresenta uma cápsula fibrosa delgada, geralmente sem inflamação, com um
revestimento epitelial que possui, em sua maior parte, apenas de uma a três camadas de espessura ( células
escamosas achatadas, mas algumas vezes as células são cuboides).
Alguns cistos apresentam espessamentos nodulares focais do epitélio de revestimento, que são compostos
principalmente por células claras
Restos epiteliais dessas células algumas vezes podem ser observados dentro da parede fibrosa

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

A enucleação conservadora do cisto periodontal lateral é o tratamento de escolha. Geralmente, isso pode ser
atingido sem dano aos dentes adjacentes. A recidiva não é comum
Cistos do Odontogênicos
Cistos do Odontogênicos
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular

O epitélio na região do ápice de um dente desvitalizado presumivelmente pode ser estimulado pela
inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio ou cisto periapical.
A resposta inflamatória parece aumentar a produção do fator de crescimento de ceratinócitos pelo estroma
das células periodontais, levando ao aumento da proliferação de epitélio normalmente quiescente na região.
a fonte da inflamação pode ser uma doença periodontal ou a necrose pulpar com disseminação através de
um forame lateral
A fonte epitelial é formada pelos restos epiteliais de Malassez
Duas variações de cistos periapicais:
1. Os cistos periapicais baía têm como característica um revestimento epitelial incompleto
2. Os cistos periapicais verdadeiros formam uma estrutura semelhante a um saco, com revestimento epitelial
completo
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular

são caracterizados por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso revestida por epitélio com um lúmen
contendo líquido e restos celulares. A medida que o epitélio se descama para o interior do lúmen, aumenta o
conteúdo proteico. Ocorre a entrada de fluido no lúmen, na tentativa de equilibrar a pressão osmótica,
promovendo um crescimento lento
O tecido inflamatório periapical que não foi curetado no momento da extração do dente pode dar origem a
um cisto inflamatório chamado de cisto periapical residual.

CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS


não apresentam sintomas, a menos que exista uma exacerbação inflamatória aguda.
se o cisto atingir um tamanho grande, podem ser observadas tumefação e sensibilidade leve.
Com o crescimento do cisto, podem ocorrer mobilidade e deslocamento dos dentes adjacentes.
Imagens radiolúcidas
Observa-se perda da lâmina dura ao longo da raiz adjacente e uma imagem radiolúcida arredondada
circunda o ápice do dente acometido. A reabsorção radicular é comum
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular

CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
O cisto é revestido por epitélio escamoso estratificado, pode apresentar exocitose, espongiose ou hiperplasia
células mucosas dispersas ou áreas de epitélio colunar pseudoestratificado ciliado podem ser observados nos
cistos periapicais
epitélio semelhante ao respiratório também pode ser observada nos cistos em mandíbula
O lúmen do cisto pode ser preenchido por fluido e restos celulares.
Algumas vezes, o revestimento epitelial pode apresentar calcificações lineares ou em forma de arco,
conhecidas como corpúsculos de Rushton
Calcificações distróficas, cristais de colesterol com células gigantes multinucleadas, hemácias e áreas de
pigmentação por hemossiderina podem estar presentes no lúmen, na cápsula ou em ambos.
A cápsula do cisto consiste em tecido conjuntivo fibroso denso, muitas vezes com infiltrado inflamatório
contendo linfócitos variáveis, permeados por neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e (raramente) mastócitos e
eosinófilos.
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular

Ocasionalmente, as cápsulas dos cistos inflamatórios podem conter corpos hialino dispersos. Esses corpos se
apresentam como pequenas poças circunscritas de material eosinofílico que exibe uma periferia ondulada de
colágeno condensado muitas vezes circundado por linfócitos e células gigantes multinucleadas

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O cisto periapical é tratado da mesma maneira que o granuloma periapical.
extração ou o tratamento endodôntico conservador não cirúrgico deve ser realizado, tumores maiores se
indica a excisão cirusrgica
Cistos do Odontogênicos
Cisto periapical; Cisto radicular
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