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EXAMES

COMPLEMENTARES
CITOLOGIA ESFOLIATIVA
E BIÓPSIA

JOZINETE VIEIRA
Citologia Esfoliativa

É um método laboratorial de exame das células


superficiais do epitélio. Fundamenta-se na
possibilidade de se analisar microscopicamente
células que podem ser removidas por raspagem
das superfícies mucosas.
Histórico
Papanicolaou &
Traut, em1943

Montgomery, 1951

Apresentação e valorização
dos achados citológicos em
colpocitologia Primeiro estudo
Aceitação universal do citológico da mucosa
método no diagnóstico do bucal normal
câncer da genitália
feminina
Valor no Diagnóstico

"... É um instrumento simples que, quando aplicado


e interpretado com propriedade, se torna um
auxiliar de valor em nosso armamentário
diagnóstico.“
Lester Cahn, em 1963
Indicações
Toda lesão da mucosa bucal aparentemente inócua,
que não apresente razão suficiente para biópsia;
Em lesões extensas ou múltiplas selecionando local
para biópsia;
No controle e proservação de áreas tratadas de
câncer, por cirurgia ou irradiação;
Em pacientes cuja condições gerais não permitam
realização de biópsia;
Quando o paciente recusa permissão para fazer
biópsia.
Contra-indicações

É contra-indicado para lesões que


comprometam o tecido conjuntivo, logo
é inadequado como exame panorâmico.
Desvantagens
Em lesões altamente queratinizadas, pelo fato da
amostra no citológico ser pequena, pode não
apresentar o caráter típico da lesão;

Não é 100 % confiável, podendo levar a um falso


negativo, que dá ao profissional uma falsa
segurança de ter examinado adequadamente a
área ou lesão;

Em outras áreas do corpo, as células esfoliadas


se encontram retidas em secreções, mas, na
região oral, elas são constantemente eliminadas.
Material:
 Lâminas de vidro fosco para microscopia, limpas e
secas;
 Espátula metálica de ponta convexa para obtenção do
material;
 Fixador que pode ser álcool etílico a 95%, ou mistura
de álcool + éter;
 Frasco com tamanho suficiente para conter as
lâminas;
 "Clips" para serem usados nas extremidades das
lâminas, para evitar que as mesmas encostem umas
nas outras;
 Ponta diamantada para marcar o lado da lâmina em
que será realizado o esfregaço.
Método
 Paciente faz bochecho com água para remoção
de resíduos alimentares e muco;
 Identificar a lâmina;
 Raspagem com espátula metálica ou escova
para citologia;
 Espalhar o material no centro da lâmina e fixar;
 Preencher formulário com dados do paciente
aspectos da lesão e diagnóstico clínico.
Classificação dos Esfregaços
 Classe 0: material inadequado ou insuficiente
para o exame, erro na coleta;
 Classe 1: epitélio com células normais;
 Classe 2: células inflamatórias, mas sem
características de malignidade;
 Classe 3: células sugestivas, mas não
conclusivas de malignidade, epitélio com
modificações anormais;
 Classe 4: células fortemente sugestivas de
malignidade;
 Classe 5: citologia conclusiva de malignidade.
Critérios citológicos que
fundamentam a presença de
uma neoplasia maligna:
Aumento do tamanho e forma do núcleo;
Bordas nucleares irregulares e
proeminentes;
Perda da relação núcleo citoplasma;
Hipercromatismo e padrões anormais da
distribuição da cromatina;
Nucléolos irregulares, proeminentes e
múltiplos;
Discrepância em maturação em conjuntos de
células;
Mitoses anormais.
Importante

Situações de classe 3 em diante -


biópsia obrigatória para fechar o
diagnóstico.
Biópsia

Representa a remoção de um
fragmento de tecido vivo para
estudo histológico.
Indicações
Qualquer lesão cuja história clínica e aspecto não
permitam a elaboração do diagnóstico e que
esteja presente por um período de dez (10) dias
sem nítida regressão (relatada pelo paciente ou
observada pelo profissional);

Qualquer tumefação suspeita de neoplasia


maligna, tendo em vista o prognóstico e o plano
de tratamento;

Qualquer lesão hiperqueratótica persistente;


Indicações
Qualquer tecido retirado cirurgicamente;

Qualquer tecido expelido espontaneamente de


uma cavidade;

Material para determinar se a exérese da lesão


foi adequada;

Para auxiliar a evolução diagnóstica de doenças


infecciosas de origem bacteriana, fúngica, viral e
protozoária;
Indicações
Para observar o resultado de certas formas
terapêuticas;

Para reconhecimento de metástases


tumorais;

Material proveniente de seios de drenagem


persistente, cuja causa não possa ser
prontamente determinada;
Indicações
Qualquer lesão intra-óssea que não possa ser
positivamente identificada através de
radiografias;

Tecidos normais para estudos e pesquisas

Lesões negras, brancas e vermelhas


(eritroplasia).
Contra-indicações
 Lesões suspeitas de hemangioma contra-
indicada a biópsia do tipo incisional;

 Quando as condições sistêmicas do paciente


do paciente não são compatíveis com
manobras cirúrgicas (diabéticos, hipertensos,
cardiopatas, anêmicos e hemofílicos não
compensados.
Tipos de Biópsia
 A) Incisional - É realizado quando temos uma lesão
extensa, e sua remoção completa acarretaria em
cirurgia trabalhosa. Podemos obter um fragmento
adequado para observação das características
patológicas da lesão, retirando-se também uma
pequena parte de tecido normal adjacente.

 B) Excisional - esse método é usado mais em


lesões pequenas, aproximadamente 1 cm, em que
removemos toda a lesão e parte de tecido normal
adjacente. Dessa maneira, a lesão removida será
material para a biópsia.
Tipos de Biópsia
 C) Aspiração - É usada para lesões de grandes
massas relativamente pouco acessíveis cujas
características clínicas sugerem uma consistência
mole ou semifluida. Inserindo-se a agulha de
grande calibre, que é uma haste cilíndrica oca
cortante e biselada com seringa metálica nas
partes macias da lesão, criando-se uma pressão
negativa que aspira fluido e células.
Tipos de Biópsia
 D) punção: as agulhas de grosso calibre são
introduzidas na lesão com a finalidade de se
remover líquido e fazer uma exploração da
textura da lesão.

 E) curetagem: com uma cureta, removem-se


fragmentos pequenos de uma cavidade óssea.
Pré-requisitos

 Respeitar as normas de Biossegurança;

 Organizar a mesa pela ordem dos instrumentos


(anestesia, incisão, exérese, síntese);

 Manipular o mínimo possível a peça cirúrgica;

 Registrar todas as informações do paciente e


aspectos da lesão.
                                                                                        
Mesa: Arrumação
TÉCNICA
 Assepsia – esterilização;

 Anti- sepsia – não faz! Corantes (álcool, iodo...) -


Alteração da fisiologia celular – dificuldade na
leitura e interpretação do patologista;

 Anestesia – à distância – alteração da


morfofisiologia do tecido – vasoconstrictores –
modificar a vascularização;

 Exérese – ao de remover;
TÉCNICA

 Hemostasia – convencional;

 Síntese – reposicionamento dos tecidos -


sutura.
CUIDADOS COM O
MATERIAL RETIRADO
 Não comprimir, dilacerar a peça;
 Remover sangue e outros indutos – soro fisiológico;
 Colocá-la imediatamente no frasco de vidro(boca
larga) – solução fixadora (formol a 10%);
 Enviar relatório ao patologista (identificação do
paciente, descrição da lesão, escolha, direção de
cortes, tipo de corante, elaborar as hipóteses
diagnósticas).
RESULTADO DO EXAME
 Nosológico – O patologista tem condições de
identificar a doença.
 Descritivo – O patologista não tem condições
de identificar ou classificar a lesão, apenas
descreve as estruturas observadas ao
microscópio.

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