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CÂNCER DE PÊNIS

R1’s de Enfermagem em Oncologia:


•Enf. Maiza Sousa
•Enf. Mayra Leão
•Enf. Nicole Araújo

BELÉM/PA
2022
1-ANATOMIA
● Raiz, corpo e glande;
● É formado por três corpos cilíndricos de tecido erétil:
dois corpos cavernosos dorsalmente e um corpo
esponjoso ventralmente.
1-ANATOMIA
● Porção fixa do órgão;
● Ramos, bulbo, músculos isquiocavernoso e bulboeponjoso;
1-ANATOMIA
● CORPO DO PÊNIS
1-ANATOMIA
● Corpo esponjoso se expande e se arredonda;
● Hipersensível;
● Margem se prolonga além das extremidades dos corpos cavernosos
– Coroa;
1-ANATOMIA
● A pele do pênis é
extremamente fina, com
pigmentação mais escura em
relação a pele adjacente;
● No Colo da glande a pele se
estende, sendo chamada de
prepúcio, o qual tem função
principal de proteção
mecânica.
1-ANATOMIA
● Vascularização
● Órgão com circulação sanguínea intensa;
● Irrigação arterial
-Artérias pudendas internas e externas
2-ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
●O surgimento do CP é multifatorial;
●Higiene inadequada;
●Fimose em adultos;
●Tabagismo;
●Múltiplos parceiros sexuais;
●Infecção por HPV;
●HIV.
2-ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que
atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste
podendo chegar até 10%. Segundo o INCA, no ano de 2019 foram
registradas 458 mortes por CP, estando em segundo lugar no ranking
mundial.
3-SINAIS E SINTOMAS
● A apresentação clínica dos carcinomas invasivos de pênis é bastante
variável;
● Apresenta-se como um nódulo ou massa, ferida ou ulceração ou até
como uma lesão inflamatória pouco específica.

Glande e Sulco
Glande Prepúcio Corpo
Prepúcio coronal
48% 21% 2%
9% 6%

● A drenagem linfática dos tumores de pênis é habitualmente para os


linfonodos inguinais, ilíacos e pélvicos.
4-DIAGNÓSTICO
● Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta
elevada taxa de cura;
● No entanto, mais da metade dos pacientes demora até um ano após
as primeiras lesões aparecem para procurar o médico;
● O diagnóstico é realizado através de anamnese, exame físico e biópsia
na área central da lesão e em profundidade.
5-ESTADIAMENTO
● Classificação de Jackson (Utiliza critérios anatômicos);
5-ESTADIAMENTO
● TNM:
● Exame clínico;
● Uretroscopia;
● RNM e TC.
6-TRATAMENTO

●Lesões pré-invasivas, superficiais e de baixo grau (Carcinoma in situ):


Quimioterapia Crioterapia

O uso dessas terapias


versus penectomia
parcial ou total apresenta
maior recorrência da
doença (27,7% versus
Terapia fotodinâmica 5,3%).
Excisão cirúrgica local
6-TRATAMENTO
● Lesões possivelmente confinadas à glande:

● RNM com injeção de gadolíneo após induzir ereção com prostaglandina


intracavernosa;

•Glandenectomia
(reconstrução com enxerto)
6-TRATAMENTO
● Lesões invasivas:
● Penectomia parcial ou total.

A decisão entre amputação parcial ou total


dependerá da extensão do tumor.
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
● A assistência de Enfermagem estará voltada principalmente ao
perioperatório do paciente submetido à penectomia parcial ou total.
● Nesse sentido:
➢ Orientações sobre o funcionamento
➢ Anamnese e exame físico na admissão: do setor de internação:
•Itinerário terapêutico do paciente;
•Permanência de acompanhante;
•Fatores sociais e história clínica da doença;
•Horário de visitas;
•AMP e AMF;
•Rotinas do setor;
•História de alergias alimentares e medicamentosas;
•Orientações sobre exames pré-operatórios;
•Necessidades humanas básicas;
•Orientações sobre o procedimento cirúrgico.
•Exame físico.
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
● Pré-operatório imediato:
● Preparo do paciente e familiar para a cirurgia:

•Reforçar as orientações quanto ao procedimento;

•Preparar todos os documentos para encaminhar ao bloco;

•Realizar rebaixamento dos pelos pubianos SN;

•Orientar banho com clorexidina degermante 2h antes da cirurgia;

•Vestir paciente para cirurgia, checar retirada completa de adornos e


encaminhar ao bloco.
7-ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
● Pós-operatório:
● Receber paciente e acomodar no leito:

•Avaliar condição clínica do paciente ao retornar do bloco;

•Checar dispositivos médicos e prescrever cuidados com os mesmos;

•Avaliar queixas álgicas e sintomas pós-anestésicos;

•Orientar repouso e jejum total até que bem acordado;

•Avaliar curativo de F.O e necessidade/possibilidade de fazer um novo;


•Orientar equipe técnica para os cuidados específicos ao paciente.
8-ESTUDO DE CASO
Paciente J.C.G., 41 anos, lavrador, casado,
diabético, nega etilismo e tabagismo. Referiu
aparecimento de tumoração na região inguinal
esquerda em dezembro de 2019. Procurou
atendimento no hospital da cidade de origem onde
foi realizada uma drenagem devido a suspeita de
abscesso. A lesão evoluiu com rápido aumento e
progressão, sendo referenciado para o Hospital do
Câncer de Muriaé-MG em abril de 2020.
Apresentava-se com massa linfonodal ulcerada e
secretiva em região inguinal, além de uma massa
palpável e secretiva em pênis.
8-ESTUDO DE CASO
Mediante suspeita de Carcinoma de Pênis, foi
submetido a Penectomia Parcial. Realizou-se
desbridamento de tecido necrosado e sutura
hemostática da grande lesão metastática necrótica em
região inguinal esquerda. O exame de congelação
revelou carcinoma epidermóide de alto grau (G3) e
margens livres. E o anatomopatológico da penectomia
parcial evidenciou carcinoma epidermóide de pênis
PT2Nx. Após a amputação e desbridamento da região
ulcerada, foi solicitada uma TC de abdome/ pelve
para estadiamento, a qual revelou volumosa
formação expansiva medindo 9,7 x 7,9 cm na
região inguinal esquerda, linfonodomegalias
inguinais bilaterais, medindo cerca de 2,3 cm. Os
vasos femorais e ilíacos apresentavam-se pérvios e
com plano de clivagem bem definido com a lesão.
8-ESTUDO DE CASO
Devido ao Linfonodo Fixo c(N3), o paciente foi
submetido a quimioterapia neoadjuvante com
esquema TIP (primeira escolha), após os cinco ciclos
de quimioterapia, observou-se regressão importante
da lesão inguinal. A TC de abdome/pelve, para
controle, apresentou significativa regressão
dimensional do volumoso conglomerado linfonodal na
região inguinal esquerda associado a pequeno
componente ulcerado cutâneo em região central,
medindo cerca de 4,6 x 2,2 cm. Houve regressão
numérica dos linfonodos, também daqueles junto aos
vasos ilíacos externos ipsilaterais. A TC de tórax não
revelou alterações.
8-ESTUDO DE CASO
Em outubro, realizou-se uma linfadenectomia
pélvica e inguinal bilateral. Com o intuito de proteção
dos vasos femorais realizou-se a cobertura dos
mesmos com o músculo Sartório. Concomitantemente,
realizou-se uma rotação de retalho por consequência
da falta de tecido ocasionada pela retirada da área
necrosada em decorrência da quimioterapia
neoadjuvante. O paciente recebeu alta no quarto dia
de pós-operatório, com as feridas sem sinais de
deiscências. Retornou ao ambulatório com 30 dias
após a cirurgia, apresentando boa evolução. Sem
sinais de recidiva ao exame clínico, laudo
histopatológico da ressecção do sítio do linfonodo
fixo e das linfadenectomias inguinais e pélvicas.
REFERENCIAS

PÉREZ NIÑO, J.F.; APARICIO SCHLESSINGER, A; LÓPEZ RAMOS, H.; LÓPEZ, M.


Reconstrucción de pene en pacientes con câncer. Revista Urología Colombiana, vol.
XVII, núm. 3, 2008, pp. 101-107.

KANN, A. G.; BARBOSA, C. C. L. Tumores de Uretra e Pênis. In: HOFF, P. M. G.


Tratado de Oncologia. São Paulo: Atheneu, 2013, p. 1911-1923.

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