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Faculdades Integradas Aparício Carvalho - FIMCA

Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Diagnóstico Diferencial das


Massas Cervicais

Profa. Gabrielle Gadelha de Almeida

Abril - 2017
Introdução
Tumor
Aumento localizado de volume e consistência dos
tecidos, provocado por doença benigna, maligna, inflamatória
ou mesmo decorrente de traumatismo ou corpo estranho.

Nódulos e Massas
Na prática clínica, os tumores que acometem a região do
pescoço são chamados, costumeiramente, de nódulos ou
massas. Sendo os nódulos as lesões menores e bem
delimitadas, e as massas, lesões maiores, irregulares e de
limites imprecisos.
Introdução

NÓDULO

MASSA
Introdução
• Avaliação:
– Complexa
– Baseia-se na história da doença atual e no exame
clínico detalhados.
– O exame físico é de extrema importância, uma vez
que permite localizar o tumor no pescoço.
Anamnese
• Levar em consideração:
– Tempo de evolução
– Localização precisa e características da lesão
– Idade e comorbidades
– Sinais e Sintomas associados
– Hábitos de vida e história familiar do paciente
• Tabagismo, etilismo, exposição sexual*, ocupação, etc...
– História de trauma
– Irradiação ou Cirurgia prévia
– Exposição a Fatores Ambientais
Anamnese
Tempo de evolução

Lesões Malignas
Costumam progredir rapidamente
Invadem estruturas adjacentes
Possuem limites imprecisos e podem ser indolores

Lesões Benignas
Longos períodos de evolução
Não costumam invadir tecidos vizinhos
São bem delimitados ou encapsulados
Localização
• O raciocínio diagnóstico depende do conhecimento da
anatomia da região e das possíveis patologias que
podem ocorrer no pescoço.

• Só assim é possível formular hipóteses diagnósticas,


que variam em ordem de importância de acordo com
a idade e as demais informações obtidas na
anamnese e no exame físico dirigido.
Localização
Triângulo posterior

Triângulo anterior
Idade
• De acordo com a faixa etária:
– Natureza da massa (neoplásica, infecciosa,
traumática ou congênita)
– A frequência dos tumores nos indivíduos até 40
anos, costuma ter caráter benigno, em grande
parte, congênitas ou infecciosas. Já a partir dessa
idade, as lesões malignas costumam ser mais
comuns.
Idade
• De acordo com a faixa etária:
– Naturea da massa (neoplásica, infecciosa,
traumática ou congênita)
– A frequência dos tumores nos indivíduos até 40
anos, costuma ter caráter benigno, em grande
parte, congênitas ou infecciosas. Já a partir dessa
idade, as lesões malignas costumam ser mais
comuns.
Sinais e Sintomas Associados em CP
• Disfonia (rouquidão)!!!
• Disfagia
• Odinofagia (que não melhora com ATB)!!!
• Dispnéia (na maioria progressiva)
• Lesão cutânea ou mucosa que não cicatriza!!!
• Mudança do padrão da tosse
• Engasgos frequentes
• Perda ponderal ou caquexia
• Dor, febre e eritema sugerem inflamação
Exame Físico
• Sistematizado:
– Inspeção estática: localização,
número, lateralidade, assimetria,
sinais flogísticos, presença de fístulas
e etc...
– Inspeção dinâmica: movimentação à
deglutição, à protrusão da língua,
comprometimento dos nervos
motores (ex. n. facial, n. acessório, n.
hipoglosso)
Exame Físico
• Sistematizado
– Palpação:
• Número de lesões*
• Tamanho*, Consistência e Mobilidade
• Lateralidade*
• Limites com as estruturas vizinhas
• Presença de sinais flogísticos
• Frêmito ou sopro
• Pulso

*São critérios que definem o


estadiamento das metástases
locorregionais em CP. São o “N” no TNM
Exames Complementares
• Exames laboratoriais:
– São importantes na avaliação de discrasias, estado
nutricional ou na identificação sorológica de agentes
infecciosos (HPV, HIV, EBV, CMV, Toxo, TB, PBM)
• Exames de imagem:
– Permitem identificar e dimensionar a lesão, o órgão
acometido, a infiltração das estruturas vizinhas, estadiar
a doença, avaliar ressecabilidade e resposta terapêutica.
• Biópsia:
– Confirma ou afasta neoplasia e possibilita material para
cultura de microorganismos.
Doenças Infecciosas que podem se
manifestar com adenomegalia cervical
Toxoplasmose
Rubéola
Mononucleose
Citomegalovirose
Síndrome da imunodeficiência adquirida
(SIDA)
Doença da arranhadura do gato
Estreptococcia
Micobacteriose – TB ou atípica
Paracoccidioidomicose
E agora?
Com os dados clínicos e exame físico em mãos,
quais exames pedir?

Depende!
Diagnóstico Diagnóstico de Imagem: Depende da suspeita
Histológico
Tireóide e lesões Lesões suspeitas de Neoplasias
Necessita de biópsia benignas
Exames endoscópicos em busca da
Inicia investigação com lesão primária
USG com doppler Tomografia contrastada da face,
pescoço e tórax
Exames de Imagem
• Ultrassonografia
– Útil em diferenciar massas sólidas de císticas
– Fundamental na conduta das lesões tireoideanas
– Melhora a acurácia das biópsias por punção, pois
identifica as lesões mais suspeitas e guia o
procedimento
Exames de Imagem
• Tomografia Computadorizada
– Estabelece a localização precisa da tumoração e sua
relação com as estruturas adjacentes, mesmo que na
profundidade. Excelente para osso.
– O uso de contraste, melhora as informações sobre a
vascularização da massa (aumentada nas neoplasias)
– Faz parte do estadiamento da maioria dos tumores de CP
Exames de Imagem
• Ressonância Nuclear Magnética:
– Fornece praticamente as mesmas
informações que a TC
– Tumores vasculares são melhor
delimitados na ressonância e esta
técnica pode até substituir a
angiografia.
– Importante para definição da
ressecabilidade das lesões em CP:
contato com vasos (carótida
interna), base do crânio e fáscia
pré-vertebral.
Biópsia
• Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF)
– Deve ser o primeiro método de avaliação cito-
histopatológica das massas cervicais sempre!!!
– Importante no diagnóstico diferencial dos nódulos
da tireóide (Classificação de Bethesda)
– Confirmação de metástases ou tumores primários
– Fácil realização, baixo risco e custos envolvidos
– Disponibiliza material para citologia, cultura e
exames à fresco
Biópsia
• Biópsia aberta
– Inicialmente, apenas em casos de forte suspeita para
neoplasias linfoproliferativas (linfomas), que necessitam da
cápsula do tumor para diagnóstico histopatológico
– Nos casos onde a PAAF não foi conclusiva (exceto em
tireóide – não biopsiar)
– Sob risco de violar o tumor, possibilitando disseminação
local da doença e piora do prognóstico do doente.
– Necessária em apenas 5% das massas cervicais.
Biópsia
• Pan-Endoscopia e biópsia guiada
– Nasofibro, Laringoscopia e Endoscopia Digestiva Alta
– Procurando lesões sempre nas áreas de drenagem linfática
– Se encontrada lesão suspeita: biópsia
– Se não encontrada lesão suspeita: realizar “biópsia às
cegas” baseada no padrão de drenagem linfática.
• Base da língua e amígdalas
Referências
• Stabenow E, Michaluart Junior P. Diagnóstico
diferencial dos tumores cervicais. Disponível
em:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/re
visoes/1916/diagnostico_diferencial_dos_tumo
res_cervicais.htm

• http://www.forl.org.br/pdf/seminarios/seminar
io_14.pdf
• http://lapac-pi.com.br/caso-do-mes,paciente-7
0-

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