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Neoplasias do SNC: Características gerais e localização

Primarias: Gliais (Gliomas / Astrocitomas / GBM)


Meningoteliais: Meningiomas
Ependimárias: Papiloma / Ependimoma
Meduloblastoma / Pinealoblastoma / Retinoblastoma
Neurilemoma
Metástases: principais fontes e localização preferencial

NEURILEMOMA

O Neurilemoma, também conhecido como Schwannoma, é um tumor quase


invariavelmente benigno, proveniente das células de Schwann. Estas células,
originárias do tubo neural, fazem parte do conjunto das células Glia do sistema
nervoso e tem por principal função, recobrir os axônios dos neurônios, formando a
chamada bainha de mielina, atuando como isolantes elétricos e contribuindo para uma
melhor condução dos estímulos nervosos. O Neurilemoma, portanto, pode ocorrer em
qualquer fibra nervosa mielinizada e desenvolve-se a partir de uma proliferação
desordenada das células de Schwann. A etiologia é considerada desconhecida, embora
alguns estudos sugiram que o tumor é frequentemente encontrado em áreas
susceptíveis a traumas, como a língua. Aproximadamente 25-45% de todos os
neurilemomas ocorrem na região de cabeça e pescoço.
A lesão geralmente apresenta-se como um nódulo, de base séssil, superfície lisa, macio
à palpação, tamanho variável (1-3 cm, em média), crescimento lento, e assintomático.
Dor e sensibilidade podem estar presentes, especialmente nos casos em que o
crescimento tumoral causa compressão do nervo acometido e das estruturas vizinhas,
podendo ocorrer até mesmo a parestesia.
Ao exame microscópico, observa-se uma lesão bem encapsulada e circunscrita. Exibem
dois padrões histológicos característicos e é comum ambos estarem presentes em um
mesmo tumor. O primeiro, denominado de Antoni A, apresenta células fusiformes de
Schwann, alinhadas paralelamente ou em paliçada, dispostas ao redor de áreas
acelulares compostas de colágeno amorfo, conhecidas como Corpúsculos de Verocay.
O padrão Antoni B, também formado por células fusiformes de Schwann, distribuídas
ao acaso e em menor quantidade, em um estroma mixomatoso frouxo.
Ao exame clínico, devem ser consideradas outras alterações patológicas de
características semelhantes como neurofibromas, fibromas, lipomas, leiomiomas,
rabdomiomas, tumor de células granulares, cistos de retenção, cistos dermóides e
epidermóides, hemangiomas, linfangiomas, granuloma piogênico e tumores benignos
de glândulas salivares. Os neurofibromas são os que mais se assemelham aos
neurilemomas. São formados por fibroblastos e também por células de Schwann e se
diferenciam por serem mais comumente encontrados, raramente apresentarem- -se
encapsulados, além de possuírem um potencial de malignização mais elevado e sua
excisão serem mais complexa, pelo fato do tumor não se destacar do nervo associado,
como ocorre nos neurilemomas.
PAPILOMA
Papiloma é uma neoplasia benigna de origem epitelial. Clinicamente apresenta-se
como lesão exofítica, de superfície irregular ou verrucosa com aspecto de couve-flor,
assintomático, apresentando tamanho pequeno, não excedendo a 1cm de diâmetro, é
encontrado em qualquer parte da mucosa bucal, com predileção pelo palato duro e
palato mole. Geralmente são lesões isoladas, mas podem aparecer na forma de lesões
múltiplas. Nestes casos, devem ser diferenciados da verruga vulgar, entidade comum
na pele e rara na boca, de origem viral. Não há evidências de envolvimento viral nos
papilomas. Histologicamente há proliferação acentuada do epitélio formando
projeções acima da superfície da mucosa que são sustentadas por tecido conjuntivo. A
superfície do epitélio geralmente é coberta por camada de hiperqueratose. Algumas
células das camadas superiores do epitélio podem apresentar coilocitose (célula com
citoplasma claro e núcleo picnótico sugestivo de infeção viral). O tratamento é a
remoção cirúrgica, sendo rara a recidiva da lesão.
EPENDIMOMA
Ependimomas são um grupo de tumores gliais derivados das células ependimais que revestem a
superfície ventricular. Frequentemente surgem das paredes do quarto ventrículo na fossa
posterior. Ependimomas raramente ocorrem dentro do parênquima cerebral. Ependimomas
representam menos de 10% dos tumores primários do sistema nervoso central (SNC) e cerca de 5%
dos tumores primários de sistema nervoso central da infância.
Os ependimomas geralmente estão localizados próximo ao cerebelo. Nestes locais, o
tumor pode bloquear o fluxo do fluído cerebroespinhal e causa o aumento da pressão
dentro do crânio.
Devido ao fluxo do fluído espinhal, esses tumores podem esparlhar-se para outras
partes do cérebro ou corda espinhal.
A recorrência do ependimomas geralmente resultam em um tumor mais invasivo com
mais resistência ao tratamento.
A terapia pode incluir uma cirurgia. A radioterapia é geralmente recomendada após a
cirurgia para crianças maiores.

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