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Banhos no riacho!
Adenocarcinoma
- O adenocarcinoma do cólon é a malignidade mais comum no trato GI. 95% dos casos.
Epidemiologia
- No brasil, 4 neoplasia de maior incidência
- Responsável por quase 10% de todas as mortes por câncer.
- A incidência é maior na América do Norte, principalmente nos Estados Unidos
- Os picos de incidência de câncer colorretal ocorrem aos 60 a 70 anos de idade, com
menos de 20% dos casos ocorrendo antes dos 50 anos.
- No Brasil, estima-se algo em torno de 34.000 casos novos da doença por ano.
A incidência é muito maior na região Sudeste quando comparada às regiões Norte e
Nordeste.
Mais da metade dos casos se manifesta em pessoas com > 60 anos.
Fatores de risco:
1. Dieta e Hábitos de vida: baixa ingestão de fibras vegetais inabsorvíveis e a alta
ingestão de carboidratos refinados e gorduras. Acredita-se que o conteúdo reduzido de
fibra leve à diminuição da massa de fezes e à composição alterada da microbiota
intestinal. Essa mudança pode aumentar a síntese de subprodutos oxidativos
potencialmente tóxicos do metabolismo bacteriano, os quais se acredita que permaneçam
em contato com a mucosa colônica por longos períodos de tempo, como resultado da
massa fecal reduzida. O elevado consumo de gordura também aumenta a síntese
hepática de colesterol e de ácidos biliares, que podem ser convertidos em carcinogéneos
por bactérias intestinais. Dieta rica em gordura e carboidratos aumenta a densidade da
microbiota anaeróbia, as dietas ricas em calorias e gorduras de origem animal e/ou
carboidratos refinados estariam associadas a uma maior incidência deste câncer.
Evidências têm correlacionado consumo de carne vermelha ao longo dos anos a um
aumento na incidência de Ca colorretal.
2. Obesidade: Tais pacientes apresentam resistência à insulina, cursando em geral com
hiperinsulinemia. O aumento da insulina circulante eleva os níveis séricos de IGF-I
(Insuline-like Growth Factor), o que estimula diretamente o crescimento de células da
mucosa colônica (em particular aquelas que sofreram transformação maligna).
3. Tabagismo e etilismo: por mecanismos desconhecidos, também aumentam o risco de Ca
colorretal. Álcool e interação com enterócitos e mucosa intestinal.
4. História Pessoal ou Familiar de Adenoma esporádico ou de Ca Colorretal Esporádico:
Pacientes que já apresentaram adenomas colorretais esporádicos ou Ca colorretal
esporádico têm maior probabilidade de apresentar novamente estas neoplasias. Em
relação ao Ca colorretal, dizemos que esses novos tumores são considerados
metacrônicos quando ocorrem nos primeiros cinco anos do diagnóstico do primeiro
câncer. A história familiar de Ca colorretal esporádico em um familiar de primeiro grau
aumenta o risco de Ca colorretal em 1,7 vezes em relação à população geral.
5. Presença de pólipo adenomatoso: presença de pólipo adenomatoso > 1 cm ou de
adenoma colônico com histologia avançada (viloso ou túbulo viloso) em história familiar,
também aumenta a probabilidade de Ca colorretal.
6. Doença Inflamatória Intestinal: Em pacientes com DII, a lesão precursora do Ca
colorretal não é um pólipo e sim uma displasia epitelial que surge na parede colônica.
Tanto a Retocolite Ulcerativa Idiopática (RCUI) quanto a Doença de Crohn (DC)
colorretal são consideradas fatores de risco. Os tumores sincrônicos são mais
frequentes no Ca colorretal associado à DII do que no Ca colorretal esporádico (12%
versus 3 a 5%).
7. Diabetes mellitus tipo 2 e acromegalia: No primeiro caso, a resistência insulínica
exerce papel fundamental. Na acromegalia, a reduzida expressão de um determinado
gene (PPAR) parece ser o mecanismo envolvido
8. Streptococcus bovis: (coloniza o trato gastrointestinal) pode causar adenocarcinoma e
até endocardite
9. Radiação
Acromegalia
fibrose Cística
Patogenia (fisiopatología)
- Os adenocarcinomas colorretais podem ser de dois tipos:
1) Lesões polipóides;
2) Lesões anulares constritivas.
- A lesão polipóide é mais comum no lado direito (ceco e cólon ascendente); e a lesão
constritiva, que pode causar sintomas de obstrução, é mais comum no lado esquerdo
(cólon descendente, sigmóide e reto).
- De acordo com algumas estatísticas, aproximadamente 38% das neoplasias colorretais
estão localizadas no ceco e cólon ascendente, contra 35% no retossigmoide, 18% no
cólon descendente e 18% no cólon transverso.
- Os cânceres colorretais se iniciam como lesões epiteliais intra mucosas, geralmente
surgindo a partir de pólipos adenomatosos. Enquanto crescem,penetram na submucosa,
invadem os linfáticos e ganham acesso aos linfonodos e tecidos vizinhos, assim como aos
órgãos à distância.
- É importante lembrar que a mucosa do cólon não possui vasos linfáticos, então o tumor
só é considerado invasivo quando alcança a submucosa (ultrapassa a muscular da mucosa).
- O carcinoma de cólon pode disseminar-se:
(1) Através da parede do intestino até a gordura pericólica e mesentério, invadindo
órgãos adjacentes;
(2) Através dos linfáticos para os linfonodos regionais;
(3) Através da veia porta para o fígado;
(4) Para toda a cavidade peritoneal, para os pulmões e ossos.
- Os cânceres retais podem invadir diretamente a vagina, a próstata, a bexiga, os
ureteres e os ossos da pelve, como também podem produzir metástases para os pulmões
e fígado. As metástases pulmonares podem ocorrer antes das hepáticas, pois a drenagem
venosa retal dá vazão no sistema cava.
- O adenocarcinoma de cólon tem uma peculiaridade interessante no que diz respeito a
sua instalação: a velocidade de crescimento é muito lenta quando comparada à imensa
maioria das outras neoplasias malignas. O tempo médio que os cânceres de cólon levam
para dobrar de tamanho gira em torno de 620 dias (mais de 20 meses), embora seja
certo que este período deva variar com a anatomia do segmento afetado, com seu aporte
sanguíneo e com o grau de diferenciação do tumor.
- Existem duas vias principais implicadas na carcinogênese colorretal:
1) A primeira inicia-se com mutações no gene APC (supressor de tumor, quando tá certo
impede que a célula reproduza loucamente) e, depois, na sequência, nos genes K-ras, p-
53, Smad, DCC, TGF-β e caderina-E. 2)
A segunda via, relacionada à síndrome de câncer colorretal hereditário não polipose, tem
como base a mutação de genes de reparo de DNA (como o hMSH2 e o hMLH1), que acaba
por gerar uma instabilidade de microssatélites do DNA, instabilidade que torna o DNA
vulnerável a uma série de outras mutações.
Aspectos Clínicos
- Infelizmente, o câncer colorretal se desenvolve insidiosamente e pode passar
despercebido por longos períodos.
- Os cânceres do ceco e outros do cólon direito chamam mais frequentemente a atenção
médica pelo aparecimento de fadiga e fraqueza devido à anemia por deficiência de ferro.
Logo, é uma máxima clínica que a causa subjacente da anemia por deficiência de ferro,
em um homem idoso ou em uma mulher na menopausa, é o câncer GI até que se prove o
contrário.
- Adenocarcinomas colorretais do lado esquerdo podem produzir sangramento oculto,
alterações do hábito intestinal ou cólicas e desconforto no quadrante inferior esquerdo.
- Embora as histologias pouco diferenciadas e mucinosas estejam associadas a um mau
prognóstico, os dois fatores prognósticos mais importantes são a profundidade da
invasão e a presença de metástases linfáticas.
- As metástases podem envolver linfonodos regionais, pulmões e ossos, mas como
resultado de uma drenagem portal do cólon, o fígado é o local mais comum de lesões
metastáticas.
- O reto não drena através da circulação portal, por isso os carcinomas da região anal
que dão metástase muitas vezes contornam o fígado.
- As principais manifestações do câncer de cólon são:
sangramento (oculto ou exteriorizado), dor abdominal, alteração do hábito intestinal
(constipação ou diarreia) e a presença de massa abdominal palpável.
- Mais raramente, o adenocarcinoma abre seu quadro com emagrecimento, obstrução
mecânica, perfuração intestinal com sinais de peritonite, fístulas, ascite carcinomatosa
ou sinais de metástase hepática.
02. Compreender o estadiamento(TNM e Dukes) das neoplasias
colorretais:
- Os dois sistemas de estadiamento de que dispomos são o TNM e o antigo sistema de
Dukes, posteriormente modificado por Astler-Coller.
O American Joint Committee on Cancer tem recomendado o primeiro.
- O estadiamento clínico do tumor de cólon, ou seja, aquele que utiliza apenas exames
complementares, não costuma ser confiável. O estadiamento T e o estadiamento N só
podem ser determinados com precisão após a cirurgia (estadiamento patológico).
Classificação de Yamada: - Yamada é uma classificação utilizada pelos endoscopistas
para avaliação da elevação de um pólipo (pequena verruga na parede gástrica).
Quanto maior o número na classificação, maior é a elevação do pólipo, podendo variar
entre:
a) Yamada I – Ligeiramente elevada;
b) Yamada II – Séssil;
c) Yamada III – Semi Pediculada;
d) Yamada IV – Pediculada.
Sistema TNM