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TUMORES DO

SISTEMA
NERVOSO
CENTRAL
Fta. Érica martinez
 O câncer do sistema nervoso central (SNC) resulta do crescimento anormal e descontrolado
das células do tecido do cérebro, da medula espinhal e das meninges (membranas que
revestem o sistema nervoso central, o tronco encefálico e o encéfalo).
 Quase 90% desses tumores malignos se desenvolvem no cérebro.
 A doença representa cerca de 4% de todos os cânceres em adultos. No Brasil, a estimativa é
que ocorram 12.000 novos casos por ano.
 Os tumores que surgem originalmente no sistema nervoso central são chamados primários e
podem afetar os neurônios, as células da glia, micróglia e meninge.
 No entanto, os diagnosticados mais frequentemente são os tumores secundários
(metastáticos), ou seja, aqueles que se originam em outra parte do corpo e migram para essa
região.
SINTOMAS
 O sistema nervoso central é responsável por inúmeras funções essenciais na nossa vida, como
raciocínio, aprendizagem, fala, movimentos, postura, audição e visão, entre outras. Por isso,
quando o tumor afeta o funcionamento de alguma área desse sistema, gera impactos
importantes nas atividades diárias e qualidade de vida do paciente.

 Os sintomas mais comuns são:

• Dor de cabeça
• Crise convulsiva
• Náuseas e vômitos
• Sonolência
• Alterações na visão
SINTOMAS
 Há, ainda, sintomas menos frequentes, entre eles:

• Alteração do comportamento
• Amnésia (perda de memória)
• Perda da sensibilidade
• Perda da força motora
• Desequilíbrio
• Alterações na fala e deglutição
FATORES DE RISCO
 Os tumores do sistema nervoso central se desenvolvem a partir de uma combinação de
fatores. Embora não causem o câncer diretamente, alguns podem aumentar o risco de
desenvolvimento da doença, entre eles:

• Exposição à radiação, geralmente relacionada com tratamentos radioterápicos.


• Deficiência do sistema imunológico associada ao uso de medicamentos imunossupressores
ou a doenças como a Aids (vírus HIV)
• Síndromes genéticas, como neurofibromatose tipo 2, esclerose tuberosa e síndrome de von
Hippel-Lindau
• Idade – o tumor do sistema nervoso central ocorre mais em idosos, fazendo dele uma das
doenças do envelhecimento
• Histórico prévio de cânceres em outras partes do corpo podem gerar tumores secundários
(metástases) no sistema nervoso central
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES CEREBRAIS

Vários fatores são importantes para determinar a melhor forma de tratamento de um tumor cerebral ou da
medula espinhal e seu prognóstico:

 Tipo de tumor. Os tumores cerebrais podem começar em quase qualquer tipo de tecido ou célula do cérebro
ou da medula espinhal. Alguns tumores têm tipos celulares mistos. Os tumores localizados em diferentes
áreas do sistema nervoso central (SNC) podem ser tratados de formas diferentes e ter diferentes prognósticos.

 Grau do tumor. Alguns tipos de tumores cerebrais e da medula espinhal têm maior probabilidade de se
desenvolver no cérebro ou na medula espinhal adjacente e se desenvolver mais rapidamente do que outros.
Os tumores cerebrais e da medula espinhal são divididos em quatro graus, com base em como as células são
observadas no microscópio:
• Grau I e II. Esses tumores tendem a crescer mais lentamente e são menos propensos a se infiltrar nos tecidos
cerebrais adjacentes.
• Grau III e IV. Esses tumores tendem a crescer rapidamente e têm maior probabilidade de crescer nos tecidos
adjacentes. Esses tumores requerem um tratamento mais agressivo.
GLIOMAS
Glioma é um termo geral para um grupo de tumores que se iniciam nas células
gliais.

 Vários tipos de tumores podem ser considerados gliomas, com:

 Astrocitoma (que inclui o glioblastoma),


 Oligodendrogliomas
 Ependimomas.

Cerca de 30% de todos os tumores cerebrais são gliomas. A maioria dos


tumores cerebrais de crescimento rápido são gliomas
 Oligodendroglioma de baixo grau
 Essa RM mostra um sinal branco,
que pode indicar uma massa ou
edema.
 O sinal frontal esquerdo está bem
demarcado, sugerindo massa.
 O uso de contraste não o realça.
 É um oligodendroglioma de baixo
grau (grau II).
ASTROCITOMAS
Neoplasia intracraniana primária mais comum.

Astrocitoma de baixo grau:


Astrocitomapilocítico (grau I): É o mais comum em crianças – 1ª e 2ª década
 Ocorre frequentemente no cerebelo
 Evolução benigna
 Boa demarcação entre células neoplásicas e células normais.
 TC: São tipicamente massas arredondadas ou ovais, bem demarcadas, de bordas
lisas, hipo ou isodensas. Há, geralmente, impregnação de contraste anular
 Astrocitoma difuso bem diferenciado (grau II): Esses tumores tendem a ser de crescimento
lento, mas podem crescer em áreas próximas e se tornar mais agressivos e de rápido crescimento
ao longo do tempo.

Astrocitoma de alto grau:

 Astrocitomaanaplásico (III): crescem mais rapidamente e se disseminam para o tecido cerebral


normal adjacente.
 Glioblastoma multiforme (grau IV): são os que mais crescem. Esses tumores constituem mais de
metade dos gliomas e são os tumores cerebrais malignos mais frequentes em adultos.

O prognóstico está intimamente associado ao grau histológico do tumor


ASTROCITOMAS ANAPLÁSICOS
 Essa RM mostra um sinal branco não
tão bem circunscrito no lobo
temporal posterior.
 O uso de contraste não o realça.
 É um astrocitoma anaplásico (grau
III).
Glioblastoma multiforme (grau IV

.
OLIGODENDROGLIOMAS
 Os oligodendrogliomas começam nas células da glia do cérebro chamadas oligodendrócitos.
Esses são tumores de grau II que tendem a crescer lentamente, mas a maioria pode se
desenvolver no tecido cerebral próximo e não pode ser completamente retirado
cirurgicamente.

 Os oligodendrogliomas, às vezes se disseminam ao longo das vias do LCR, mas raramente


para fora do cérebro ou da medula espinhal.

 Formas agressivas desses tumores são conhecidas como oligodendrogliomas anaplásicos.

 De 1% a 2% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas.


EPENDINOMAS
 Apenas 2% dos tumores cerebrais são ependinomas, que se desenvolvem a partir das células
ependimais e crescem nos ventrículos ou na medula espinhal. Essas células revestem as áreas
preenchidas pelo LCR do cérebro (ventrículos) e espinha dorsal.

 Ocasionalmente os ependimomas podem apresentar metástase dentro do sistema nervoso


central, pelo contato com o LCR, mas não se disseminam além do cérebro ou da medula.

 Os ependimomas podem bloquear a saída do LCR dos ventrículos, fazendo com que os
mesmos aumentem de tamanho e pressão, uma condição denominada hidrocefalia.

 Alguns ependimomas podem ser completamente retirados cirurgicamente.


MENINGIOMAS
 Os meningiomas correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais e da medula espinhal.
 Eles começam nas meninges, as camadas de tecido que circundam a parte externa do cérebro
e da medula espinhal.
 São os tumores cerebrais mais frequentes em adultos.
 O risco destes tumores aumenta com a idade, acometendo cerca de duas vezes mais pessoas
do sexo feminino.
 Em alguns casos esses tumores parecem ser hereditários, especialmente nas famílias com
antecedentes de neurofibromatose, uma síndrome em que as pessoas desenvolvem muitos
tumores benignos do tecido nervoso.
Os meningiomas são muitas vezes classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o
microscópio:

• Grau I. Tumores com células que se parecem mais com as células normais. Esses são o tipo mais
frequente de meningioma. A maioria deles pode ser curado com cirurgia, mas alguns crescem muito
perto de estruturas vitais no cérebro ou nos nervos cranianos e não podem ser tratados apenas
cirurgicamente.
• Grau II. Esses meningiomas (atípicos ou invasivos) geralmente têm células que parecem um pouco
anormais sob o microscópio. Eles podem crescer diretamente ou nas proximidades do tecido cerebral
e do osso. São propensos a recidivar após a cirurgia.
• Grau III. São meningiomas anaplásicos ou malignos com células mais anormais. São o tipo menos
frequente. Tendem a crescer rapidamente, próximos ao tecido cerebral e osso. São os mais propensos
a recidivar após o tratamento. Alguns podem até se disseminar para outras partes do corpo.
MEDULOBLASTOMAS
 Meduloblastomas são tumores que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas
no cerebelo.
 São tumores de crescimento rápido e, muitas vezes se disseminam ao longo das vias do
líquido cefalorraquidiano, mas podem ser tratados com cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

 Meduloblastomas ocorrem com mais frequência em crianças do que em adultos.

 Eles são parte de uma classe de tumores denominados tumores neuroectodérmicos


primitivos, que também podem se iniciar em outras partes do sistema nervoso central.
TUMORES METASTÁTICOS DO SISTEMA
NERVOSO CENTRAL
 Os Tumores Metastáticos do Sistema Nervoso Central [SNC] são tumores que se originam
fora do SNC e dispersam-se predominantemente pela via hematogênica para o SNC.
 A fonte mais frequente de metástases cerebrais em adultos é o câncer de pulmão, seguido por
câncer de mama, melanoma, carcinoma de células renais e câncer colorretal. Próstata, mama e
pulmão são os tipos de câncer mais comuns que geram metástases para a coluna.
 Em crianças as fontes mais comuns de metástases para o SNC são leucemias e linfomas.

 Os sintomas neurológicos de metástases intracranianas são geralmente o aumento da pressão


intracraniana ou um efeito local do tumor no tecido encefálico adjacente.
 Os sintomas podem progredir gradualmente e incluir dor de cabeça, paresia (perda de força),
ataxia (incoordenação), alterações visuais, náuseas e distúrbios sensoriais.
EXAMES DE IMAGEM PARA DIAGNÓSTICO DOS
TUMORES CEREBRAIS/SNC

 Os principais exames de imagem realizados no diagnóstico dos tumores cerebrais são:

Ressonância magnética
 A ressonância magnética produz imagens que permitem determinar o tamanho e a localização
de um tumor bem como a presença de metástases.
 A ressonância magnética é útil para visualizar o cérebro e a medula espinhal, sendo considerada
a melhor técnica para avaliar os tumores nessas áreas.
 As imagens obtidas com a ressonância são geralmente mais detalhadas do que as da tomografia
computadorizada. Mas, ela não fornece imagens dos ossos do crânio, assim como a tomografia
computadorizada, logo com a ressonância não é possível observar os efeitos dos tumores no
crânio.
 Alguns exames de ressonância são realizados em duas etapas: sem e com contraste. A
administração intravenosa de contraste deve ser realizada quando se deseja delinear melhor as
estruturas do corpo, tornando o diagnóstico mais preciso.
 Angiografia por ressonância magnética. A angiografia por ressonância magnética é realizada
para visualizar a estrutura dos vasos sanguíneos do cérebro. Este exame é útil para ajudar o
cirurgião a definir o planejamento cirúrgico.

 Espectroscopia de ressonância magnética. A ERM destaca algumas características dos


tumores cerebrais que não são claramente vistas pela ressonância magnética. Ela geralmente
produz resultados como espectros, o que pode possivelmente identificar o tipo do tumor.
Mas, na maioria dos casos, para ter certeza é necessária a realização de uma biópsia. A ERM
também pode ser utilizada após o tratamento para determinar se uma área anormal é o
tumor remanescente ou se é tecido cicatricial.
 Perfusão por ressonância magnética.
 Na perfusão por ressonância magnética, após a injeção de um contraste na veia, são obtidas
imagens para visualizar a quantidade de sangue que circula pelas diferentes áreas do cérebro
e do tumor.
 Os tumores necessitam de uma quantidade maior de sangue do que as áreas normais do
cérebro. Quanto mais rápido um tumor cresce, mais sangue ele necessita.
 A perfusão por ressonância magnética pode fornecer aos médicos uma ideia da rapidez com
que um tumor está crescendo ou o melhor lugar para realizar a biópsia.
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA FUNCIONAL.
 A ressonância magnética funcional permite a visualização de pequenas alterações químicas
em uma parte ativa do cérebro.
 Ela pode ser usada para determinar qual parte do cérebro comanda uma função, como a fala,
pensamento, sensação ou movimento.
 Os médicos podem usar esse recurso para determinar quais partes do cérebro devem evitar
ao planejar a cirurgia ou a radioterapia.

 Este exame é similar a uma ressonância magnética convencional, exceto que é solicitado ao
paciente para executar tarefas específicas, como responder a perguntas simples ou mover os
dedos, enquanto o exame é realizado.
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DOS TUMORES CRANIANOS (youtube.com)

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