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Tipos de Câncer Tumores Cerebrais / Sistema


Nervoso Central

Tipos de Tumores Cerebrais/SNC


Equipe Oncoguia
- Data de cadastro: 26/03/2015 - Data de atualização: 15/12/2020

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É importante entender a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro (tumores cerebrais
primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos, como pulmão ou mama, e se disseminaram
para o cérebro (tumores cerebrais metastáticos).

Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são realmente mais frequentes que os tumores cerebrais
primários e não são tratados da mesma forma. Por exemplo, os cânceres de mama ou pulmão que se
disseminaram para o cérebro são tratados como cânceres de mama ou pulmão e não como os que se
iniciam no próprio cérebro.

Diferente dos cânceres que começam em outras partes do corpo, os tumores que começam no cérebro ou
na medula espinhal raramente se disseminam para outros órgãos. Entretanto, os tumores cerebrais ou da
medula espinhal raramente são considerados benignos. Eles ainda podem provocar lesões importantes
ao crescer e se espalhar para áreas adjacente, onde podem destruir o tecido cerebral normal.

Classificação dos tumores cerebrais e da medula espinhal

Vários fatores são importantes para determinar a melhor forma de tratamento de um tumor cerebral ou
da medula espinhal e seu prognóstico:

Tipo de tumor. Os tumores cerebrais podem começar em quase qualquer tipo de tecido ou célula do
cérebro ou da medula espinhal. Alguns tumores têm tipos celulares mistos. Os tumores localizados em
diferentes áreas do sistema nervoso central (SNC) podem ser tratados de formas diferentes e ter
diferentes prognósticos.

Grau do tumor. Alguns tipos de tumores cerebrais e da medula espinhal têm maior probabilidade de se
desenvolver no cérebro ou na medula espinhal adjacente e se desenvolver mais rapidamente do que
outros. Os tumores cerebrais e da medula espinhal são divididos em quatro graus, com base em como as
células são observadas no microscópio:

Grau I e II. Esses tumores tendem a crescer mais lentamente e são menos propensos a se  infiltrar
nos tecidos cerebrais adjacentes.
Grau III e IV. Esses tumores tendem a crescer rapidamente e têm maior probabilidade de crescer
nos tecidos adjacentes. Esses tumores requerem um tratamento mais agressivo.

Alterações genéticas. Mesmo para um tipo específico de tumor cerebral, as alterações genéticas nas
células tumorais podem ser diferentes. Por exemplo, muitos tipos de tumores são divididos com base no
fato das células terem mutações em um dos genes IDH (IDH1 ou IDH2). Para um tipo específico de
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tumor, aqueles com mutações IDH tendem a ter um prognóstico melhor do que aqueles sem mutação.
Localização do tumor. a localização do tumor no cérebro ou na medula espinhal pode influenciar os
sintomas, bem como os tratamentos.

Gliomas

Glioma é um termo geral para um grupo de tumores que se iniciam nas células gliais. Vários tipos de
tumores podem ser considerados gliomas, como o astrocitoma (que inclui o glioblastoma),
oligodendrogliomas e ependimomas. Cerca de 30% de todos os tumores cerebrais são gliomas. A
maioria dos tumores cerebrais de crescimento rápido são gliomas.

Astrocitomas

É o tipo mais comum de glioma e se desenvolve a partir de células denominadas astrócitos. Cerca de
20% dos tumores cerebrais são astrocitomas.

A maioria dos astrocitomas podem se disseminar por todo o cérebro se misturando com o tecido normal
do órgão, o que pode tornar mais difícil sua remoção cirúrgica. Às vezes, eles se disseminam ao longo
de estruturas que são envolvidas por líquido cefalorraquidiano (LCR). É raro eles se disseminarem para
fora do cérebro ou da medula espinhal.

Os astrocitomas muitas vezes são classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o
microscópio:

Astrocitomas não infiltrantes (grau I) geralmente não costumam crescer nos tecidos adjacentes e
podem ter um bom prognóstico. Estes incluem astrocitomas pilocíticos e astrocitomas
subependimários de células gigantes. Eles são mais comuns em crianças do que em adultos.
Astrocitomas de baixo grau (grau II), como astrocitomas difusos e xantroastrocitomas
pleomórficos. Esses tumores tendem a ser de crescimento lento, mas podem crescer em áreas
próximas e se tornar mais agressivos e de rápido crescimento ao longo do tempo.
Astrocitomas anaplásicos (grau III) crescem mais rapidamente e se disseminam para o tecido
cerebral normal adjacente.
Glioblastomas (grau IV) são os que mais crescem. Esses tumores constituem mais de metade dos
gliomas e são os tumores cerebrais malignos mais frequentes em adultos.

Oligodendrogliomas

Os oligodendrogliomas começam nas células da glia do cérebro chamadas oligodendrócitos. Esses são
tumores de grau II que tendem a crescer lentamente, mas a maioria pode se desenvolver no tecido
cerebral próximo e não pode ser completamente retirado cirurgicamente. Os  oligodendrogliomas, às
vezes se disseminam ao longo das vias do LCR, mas raramente para fora do cérebro ou da medula
espinhal. Formas agressivas desses tumores são conhecidas como oligodendrogliomas anaplásicos. De
1% a 2% dos tumores cerebrais são oligodendrogliomas.

Ependinomas

Apenas 2% dos tumores cerebrais são ependinomas, que se desenvolvem a partir das células ependimais
e crescem nos ventrículos ou na medula espinhal. Essas células revestem as áreas preenchidas pelo LCR
do cérebro (ventrículos) e espinha dorsal. Ocasionalmente os ependimomas podem apresentar metástase
dentro do sistema nervoso central, pelo contato com o LCR, mas não se disseminam além do cérebro ou
da medula. Os ependimomas podem bloquear a saída do LCR dos ventrículos, fazendo com que os
mesmos aumentem de tamanho e pressão, uma condição denominada hidrocefalia. Alguns ependimomas
podem ser completamente retirados cirurgicamente.

Meningiomas

Os meningiomas correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais e da medula espinhal. Eles
começam nas meninges, as camadas de tecido que circundam a parte externa do cérebro e da medula
espinhal. São os tumores cerebrais mais frequentes em adultos. O risco destes tumores aumenta com a
idade, acometendo cerca de duas vezes mais pessoas do sexo feminino. Em alguns casos esses tumores
parecem ser hereditários, especialmente nas famílias com antecedentes de neurofibromatose, uma
síndrome em que as pessoas desenvolvem muitos tumores benignos do tecido nervoso. Os meningiomas
são muitas vezes classificados pelo grau, com base em como as células são vistas sob o microscópio:

Grau I. Tumores com células que se parecem mais com as células normais. Esses são o tipo mais
frequente de meningioma. A maioria deles pode ser curado com cirurgia, mas alguns crescem
muito perto de estruturas vitais no cérebro ou nos nervos cranianos e não podem ser tratados
apenas cirurgicamente.
Grau II. Esses meningiomas (atípicos ou invasivos) geralmente têm células que parecem um
pouco anormais sob o microscópio. Eles podem crescer diretamente ou nas proximidades do
tecido cerebral e do osso. São propensos a recidivar após a cirurgia.
Grau III. São meningiomas anaplásicos ou malignos com células mais anormais. São o tipo menos
frequente. Tendem a crescer rapidamente, próximos ao tecido cerebral e osso. São os mais
propensos a recidivar após o tratamento. Alguns podem até se disseminar para outras partes do
corpo.

Meduloblastomas

Meduloblastomas são tumores que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas no cerebelo.
São tumores de crescimento rápido e, muitas vezes se disseminam ao longo das vias do líquido
cefalorraquidiano, mas podem ser tratados com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Meduloblastomas
ocorrem com mais frequência em crianças do que em adultos. Eles são parte de uma classe de tumores
denominados tumores neuroectodérmicos primitivos, que também podem se iniciar em outras partes do
sistema nervoso central.

Gangliogliomas

Um tumor contendo neurônios e células gliais é denominado ganglioglioma. Estes são pouco frequentes
em adultos e geralmente podem ser curados apenas com a cirurgia ou com a combinação de cirurgia e
radioterapia.

Schwannomas (Neurilemomas)

Os schwannomas se formam a partir das células de Schwann, que são parte da mielina dos nervos
cranianos e outros nervos. Os schwannomas representam 8% dos tumores do SNC. Eles são geralmente
tumores benignos. Quando se formam a partir do nervo cranial responsável pelo equilíbrio perto do
cerebelo são chamados schwannomas vestibulares ou neuromas acústicos. Eles também podem começar
nos nervos espinhais fora da medula espinal. Quando isso acontece, eles podem pressionar a medula
espinal, provocando fraqueza, perda sensorial e problemas de intestino e da bexiga.

Craniofaringiomas

Os craniofaringiomas são tumores que crescem na base do cérebro, logo acima da hipófise e são
frequentemente diagnosticados em crianças, adolescentes e adultos jovens. Eles podem comprimir a
glândula pituitária e o hipotálamo, causando problemas hormonais. Os craniofaringiomas podem
provocar alterações na visão e equilíbrio hormonal. Os craniofaringiomas são mais frequentes em
crianças, mas às vezes são diagnosticados em adultos.

Outros tumores que também podem começar no cérebro:

Cordomas. Os cordomas são tumores raros que começam no osso da base do crânio ou na
extremidade inferior da coluna vertebral. Eles não começam no sistema nervoso central em si,
mas podem prejudicar a área próxima do SNC, comprimindo-o. Esses tumores são tratados com
cirurgia, se possível, muitas vezes seguida de radioterapia. Eles geralmente não se disseminam
para outros órgãos.
 
Linfomas não Hodgkin. Ocasionalmente, os linfomas se iniciam no cérebro e são chamados de
linfomas cerebrais. A maioria dos linfomas começam em outras partes do corpo, no entanto,
alguns podem se iniciar no sistema nervoso central. Esses linfomas são mais comuns em pessoas
com problemas no sistema imunológico, como em pacientes portadores de HIV, o vírus que causa
a AIDS. Entretanto, devido aos novos tratamentos contra a AIDS, os linfomas do sistema nervoso
central se tornaram menos comuns nos últimos anos. Esses linfomas geralmente crescem rápido e
podem ser difíceis de tratar. Mas, os avanços na quimioterapia melhoraram o prognóstico dos
pacientes com esses tipos de câncer.
 
Tumores pituitários. Os tumores que começam na glândula pituitária são quase sempre benignos.
Mas, podem causar problemas se devido ao seu tamanho começarem a pressionar as estruturas
vizinhas ou se começarem a produzir grandes quantidades de hormônios.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 05/05/2020, livremente


traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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